Solo Quedate En Silencio escrita por VondyDyR


Capítulo 19
Capítulo 19




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Roberta:

    -Mamãe... Mamãe... - Eu escutei vozes que pareciam mais com delírios de alguém que parecia estar tremendo atrás das árvores.

    -Diego? O que é isso?
              -Sai daqui! - Diego falou jogando uma lata de alguma bebida em mim. - Vai embora. - Ele disse deitado no chão tremendo e suando.

    -Diego... Você está bebendo? O que é isso? Você não tá bem, se levanta. - Eu disse, o ajudando a se levantar.

    -Sai daqui Roberta, não me veja assim. - Ele disse falou com um hálito péssimo e uma voz horrível.

    -Diego, por que você bebe? Eu não entendo, você tem tudo!

    -Eu não tenho nada... Mamãe, mamãe... Vai embora! - Ele falou pegando outra latinha e bebendo.

    -NÃO DIEGO! - Eu puxei a lata da mão dele. - Me dê isso, agora!

    -Não... - Ele puxou a lata de volta, e ficamos brigando pela latinha, me dei por vencida e preferi pegar o restos dos pacotes e ir embora. Sai correndo com as outras bebidas - Volta aqui Roberta! É a minha vida! - O ver assim foi digamos que surpreendente, eu não imaginava que ele chegasse a esse ponto.

    -Diego, por favor, não! Vamos conversar. - Ele me alcançou, pegando as bebidas por trás, fez com que eu caísse e uma garrafa estourasse no pé dele. Mas parecia que ele nem tinha sentido, de tão bêbado que ele estava. E estávamos deitados no chão do jardim, que poderia ser chamado de floresta. Ele se curvou e disse:

    -Roberta, me beija... Por favor, me beija... - Ele disse me puxando de uma maneira selvagem pelo cabelo.

    -Você tá bêbado, eu não vou fazer isso. - Tentei resistir.

    -Por favor... Eu preciso, me beija, me faz esquecer de tudo, da minha mãe, do meu pai, por favor... - Ele falou com a boca tremendo no meu ouvido, com a mão gelada e tremendo no meu cabelo.

    -Diego, você não tá bem, tá delirando... Deixa eu te ajudar, eu cuido de você hoje, só não me pede isso.

    -Eu não tenho ninguém, eu vi o meu pai batendo na minha mãe hoje. Me ajuda, me beija... 

    -Eu não posso! Entenda, quando você acordar nem vai mais se lembrar disso, e eu vou ter me aproveitado de você assim desse jeito!

    -Não vai, eu que quero te beijar desde a primeira vez que eu te vi.

    -Não foi isso que você disse ao Tomás.

    -Eu tava mentindo Roberta, mentindo. Eu preciso de você.

    -Olha só pra você, tá tremendo, suando, não consegue nem terminar uma frase sem várias pausas, todo molhado... Cheio de grama. Olha só o seu pé cheio de sangue!

    -Não é um banho que vai ajudar nada, vamos Roberta, vamos. - Ele falou, colocando a sua boca na minha de uma maneira que não tinha como evitar. Ele me beijou, no chão do jardim, da maneira mais intensa que eu já tinha beijado na minha vida, mais intensa, mais emocionante, e com o pior hálito possível. Mas de uma maneira que não teve como soltar, foi de uma maneira como se ele estivesse com abstinência de mim ou sei lá. De uma maneira selvagem e grossa. E eu podia sentir em meio ao beijo que ele continuava tremendo, suando, e eu me aproveitando dele daquele jeito... Ele não vai nem se lembrar no outro dia, mas eu simplesmente não consigo o soltar. Parece que o mundo para e só ele existe.

     -Diego... Por favor, pronto, agora vamos cuidar de você.

     -Só mais uma vez, a última, e você me deixa aqui sozinho e não precisa nem saber de mim depois.

     -Olha, você tá frágil, isso dos seus pais e tudo, mas deixa eu te ajudar. Vem cá. - Falei, o levantando do chão. E o ajudando a andar pelo ombro até a piscina. - Senta aí, você não pode ir para o seu quarto hoje, o seu pé está péssimo, alguém tem que cuidar de você... Você, hm... Você vai dormir no meu quarto hoje, mas não tem como você passar pelas escadas e corredores desse jeito, primeiro você tem que se limpar. - Falei, enquanto ele segurava muito forte minha mão.

     -Eu quero uma cerveja... Ou um beijo, uma cerveja... Minha mãe, me beija Roberta, me dá uma cerveja...

     -Diego, você tá péssimo! Entra aí embaixo do chuveiro.

     -Ai, tá gelado! O meu pé tá doendo muito, deixa eu sair daqui! 

     -Não Diego, fica aí embaixo, eu to mandando! Aí embaixo! - Falei, o segurando para ficar dentro do chuveiro. - Prontinho... Agora senta aqui. - Ele se sentou no banco, completamente molhado. - Tira a blusa que eu preciso colocar alguma coisa no seu pé, tá saindo muito sangue... - Falei, enquanto o ajudava a tirar a blusa.

     -Roberta? - Ele disse. - Obrigado.

     -Nada, e por favor, não bebe mais tá? - Disse, enquanto limpando o sangue do seu pé.

     -Você não tem noção como foi horrível, eu tenho que saber a verdade sobre os meus pais... Eu preciso. 

     -Diego, não importa qual seja a verdade, só me promete que você vai ficar bem, certo? E que por mais que a vida te decepcione, você é maior que todos os problemas! Você é forte.

     -Forte? Eu? Forte é você, que apesar de todos os problemas não bebe para fugir deles. Eu sou fraco.

     -Não diga isso! Eu te admiro muito, e pode sempre me procurar, eu sei que no começo nós nos odiávamos, mas não é mais assim, você tem a mim, Diego, ouviu?
               -E você também, baixinha. - Ele falou, me olhando bem no olho. - Ei, eu só não entro no chuveiro de novo e te levo pra a gente não acabar igual a da outra vez.

     -Ah! Nem me lembre disso, vamos pra o quarto. - Eu disse, pegando em sua mão para se levantar. - Já tá melhor né? Pode andar?

     -Posso, posso, mas se quiser me ajudar a ir não se preocupe. - Ele falou se levantando me segurando pela cintura.

     -Pode andar já, não abuse!

     -Hm, certo. - Fomos para o quarto, mas não tinha onde ele dormir. - Lupe, Lupe!

     -Oi... DIEGO? - Lupita acordou logo com um grito.

     -Lupe, você pode dormir no quarto da Mia? O Diego vai dormir aqui hoje.

     -É O QUE? 

     -É só porque ele machucou o pé com vidro e alguém tem que cuidar dele.

     -Tá bom amiga, mas só hoje. - Lupita falou, indo embora com travesseiro e lençol na mão deixando eu e Diego sozinhos no quarto.


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