O dia estava bonito, o céu azul claro e sem nuvens. Num parque belamente arborizado, crianças brincavam e corriam, desesperando alguns pais e fazendo com que outros rissem. Animais de estimação, na maioria cachorros, também eram vistos por ali.

O parque tinha o terreno irregular, fazendo com que existissem alguns morros, onde haviam árvores. Bancos de madeira rodeavam a pracinha, onde ficavam os brinquedos para as crianças.

Num destes morros tinha uma grande e majestosa árvore e sentado à sombra dela estava um garotinho de cabelos negros. Ele estava recostado no tronco grosso e olhava seu próprio joelho direito, que tinha um corte e sangrava. Lágrimas silenciosas escorriam pela face alva do pequeno, que soluçava baixinho.

- Qual xeu nome? – Uma vozinha baixa e melodiosa invade os ouvidos do pequeno.

- Na-Nani? – Pergunta ele choroso e ergue a cabeça.

Curvado sobre si estava um garoto que deveria ser um pouco mais alto. Tinha a expressão preocupada. O garoto estava com as mãos sobre as coxas e olhava para o machucado.

- Qual xeu nome? – Repete a pergunta, abrindo um lindo sorriso.

- Yuu... E o xeu? – Pergunta o machucado, levando uma das mãos ao rosto e enxugando as lágrimas que desciam.

- Eo sou o Kouyou! – Diz, ficando ereto e apontando para si mesmo, tocando o polegar no peito. – Mas, eo deixo vuxe me chamar de Kou!

- Hai... Kou... – O menor sorri minimamente.

- Vuxe fez dodói? – Pergunta, apontando para o corte no joelho do outro.

- Ha-hai... – Responde Yuu, olhando para o corte. Os lábios fartos do pequeno começam a tremer.

- Não chora, nee... Eo te darei meu super beijo que cura tuuuuuuuuuuudo que acontece de ruim na face do planeta! – Diz, sorrindo largamente.

- Okay... –Concorda o pequeno.

O maior se aproxima, fazendo com que Yuu encoste-se à árvore novamente. Os lábios são tocados e, copiando o outro, o menor fecha os olhos. O selinho inocente não durou mais que poucos segundos.

- Kou... – Chamou Yuu.

- Nani, Yuu-chan?!

-Meu dodói não dói mais...

Kouyou abre um largo sorriso. – Yuu, quer xer meu namolado?!

- O que ser namolado, Kou?

- Ser uma pexoa especial... Mamãe que disse... Quer xer o meu?

- Haaai! Eu querer xer xeu namolado para toooodo o sempre!

- Todo o sempre é muito?

- É mais do que 129 dias!

- Uaaaaaaaaaau!!!!

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Estava um fim de tarde agradável, a brisa sacudia a copa das árvores. Parado embaixo de uma árvore grossa e antiga estava um garoto moreno, seus cabelos repicados eram desalinhados pelo vento. Trajava um uniforme de uma escola tradicional japonesa, mas o blazer se encontrava jogado no chão. Um piercing negro brilhava nos lábios fartos, que estavam curvados em um sorriso.

Um jovem loiro aproxima-se do moreno silenciosamente. Trajava o mesmo uniforme e tinha um corte de cabelo tão repicado quando o menor. O mais alto da dupla abraçou o moreno por trás, apoiando o queixo no ombro dele, e este riu.

- Tá dodói, Yuu? – Sussurrou o loiro, em tom risonho.

- Hai... – Respondeu, no mesmo tom.

- Posso te dar o meu remédio.

- Por favor...

O moreno foi virado e encostado na árvore, logo um beijo quente e apaixonado era trocado pelos adolescentes. O ósculo durou o que parecia ser séculos. Separaram-se pela pura falta de ar. Ambos tinham as faces vermelhas, bem como os lábios, e as respirações entrecortadas chocavam-se no curto espaço entre as faces.

- Feliz 12 anos de amizade, Kou...

- Feliz 12 anos de namoro, moreno...