Santa Maria. Terror Ou Ficção? escrita por PoseidonDaughter


Capítulo 1
Capítulo 1




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Dia 27 de Janeiro de 2013. 

Hoje começou como mais um Domingo normal em minha vida. Apesar de ser meu aniversário de 25 anos, mas como todos os outros tedioso. Lá para umas duas horas da tarde, João Paulo me ligou, convidando-me para uma balada em uma tal boate chamada "Kiss" que inaugurará pouco antes.

Aceitei o convite de meu amigo, afinal, todos os meus Domingos eram chateantes, depressivos e tediosos. Seria bom fazer algo de diferente.

Fui ao meu quarto arrumei uma roupa legal, tomei meu banho, me troquei e estava saindo, quando minha mãe apareceu pra falar comigo.

- Onde vai Moisés?

- Vou a uma nova "boate" - Fiz áspas com as mãos - Com uns amigos, vamos comemorar meu aniversário e fazer algo de diferente.

- Mas bem hoje filho? Queria tanto ficar com você. - Falou minha mãe chateada.

- Desculpe, mãe. Mas podemos passar o dia juntos amanhã, o que acha?

Bufou.

- Posso te pedir para ficar em casa? Não estou muito segura que você saia está noite, meu amor.

- Que isso mãe? Tendo premonições?

- Não, é apenas um sexto sentido de mãe.

Lhe dei um beijo na testa e sai.

Cerca de uma hora depois, cheguei ao local e logo avistei João Paulo, que estava acompanhado de mais um ou dois amigos nossos e algumas garotas - sendo uma delas uma ex namorada minha - os cumprimentei e perguntei por que não estavam lá dentro, João Paulo me explicou que a boate ainda não abrirá e a banda havia atrasado, então, teríamos de esperar um pouco.

Passaram-se meia hora, uma hora, uma hora e meia e nada da maldita boate abrir, estávamos quase desistindo, quando um segurança a frente da fila anunciou:

"GALERA, A BANDA ACABA DE CHEGAR, VAMOS ABRIR DAQUI POUCOS MINUTOS DESCULPEM A DEMORA!"

Esperamos mais algum tempo e finalmente - aleluia - conseguimos entrar.

Ficamos curtindo por aproximadamente uma hora o som do DJ, enquanto a banda se preparava para entrar. 

Eu dançava muito, fazia muito tempo que não ia a um lugar desses, estava precisando me divertir. Já bem cansado, parei um pouco de dançar e fui ao open bar.

- Uma vodka com soda por favor.

O barman logo me trouxe a bebida. Me acomodei no balcão, deliciando minha bebida bem gelada. Percebi um movimento em frente ao palco e uma gritaria, o que logo deduzi, ser a banda entrando. Dito e feito.

" E AI GALERAAAAAAAAAAA! NOS SOMOS A GURIZADA FANDANGUEIRA E VAMOS TOCAR PRA VOCÊS ESTÁ NOITE. MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO E... DIVIRTAM-SE!"

O vocalista me pareceu bem animado, isso anima qualquer pessoa. Terminei minha bebida e voltei a pista de dança, curtindo a música, a noite, a companhia de meus amigos e um ou dois beijos que roubei de minha ex.

Já se passava das três horas da manhã, a banda tocava por aproximadamente meia hora, quando o vocalista anunciou que agora fariam uma surpresa para nós e então, de repente, faíscas começaram a sair do palco, levando a galera a loucura. Todos gritavam - de alegria - pulavam e tentavam cantar as músicas. Mas então, o pessoal da frente começou a gritar, mas não foram os gritos de alegria que continuaram, viraram gritos de espanto, terror, medo. Parei de dançar no mesmo instante e logo vi João correndo em minha direção e me mandando para a saída.

- O QUE ACONTECEU?

- A ESPUMA DE ISOLAMENTO DO TETO TÁ PEGANDO FOGO! SAI DAQUI! VAI EMBORA!

Apavorei-me. 

Fui o mais perto que pude da saída de emergência tentando sair daquele lugar. As saídas de emergência não estava abrindo, então, eu assim como todos daquele lugar, fomos correndo a saída/entrada principal. Eu estava um pouco longe da porta mas pude escutar os seguranças gritando:

"VOCÊS NÃO SAEM SEM PAGAR A CONSUMAÇÃO!"

E escutei as pessoas retrucarem:

"ESSA MERDA TÁ PEGANDO FOGO E VOCÊ PREOCUPADO COM A CONSUMAÇÃO?"

E então, olhei para trás, procurando alguma saída alternativa, qualquer coisa que me ajudasse a sair daquele lugar, que - agora - era dominado pela fumaça negra.

Não via nada além de rostos apavorados, fumaça, chamas e... Corpos. Sim, já haviam pessoas morrendo, por carbonização ou pelas chamas. Comecei a gritar por meus amigos, e eles não respondiam. Temi o pior. Peguei o celular de meu bolso e disquei o número de João.

Atendeu.

- JOÃO? CADÊ VOCÊS?

- ESTAMOS DO LADO DE FORA! E VOCÊ?

- EU .... AQUI ... TÁ .... QUEIMADO!

E para ajudar mais ainda a ligação estava cortando.

- QUE? MOISÉS?

Desliguei a ligação, e comecei a digitar uma mensagem.

"João, diga a minha mãe que a amo. Peça mil e um perdões por não tê-la escutado e não ter ficado em casa. Diga que ela é a pessoa mais maravilhosa do mundo. Tanto eu, quanto você sabemos que não sairei vivo daqui. Tente ajudar o máximo de pessoas que puder mas, eu não sairei daqui.

Obrigado por tudo irmão, Moisés."

Enviei a mensagem.

E apenas desisti. Não conseguiria sair daquele lugar. A fumaça negra já tomava conta de meus pulmões, sentia falta de ar e frio. Muito frio. Em um momento estava de pé, lutando para tentar sair, no outro estava caído ao chão. Sem forças para levantar ou lutar.

E se tivesse escutado minha mãe? Poderia estar em casa agora, passando meus 25 anos sentado no sofá abraçado com minha mãe, assistindo a um filme qualquer e comendo brigadeiro de panela.

Rindo ou chorando com minha mãe. Enfim, estando junto a ela.

Mas, infelizmente, nunca mais terei essa sorte. Eu estava ali, caído, sem forças, apenas esperando a morte como uma velha amiga.

Quem diria, que um dia tão especial para mim quanto meu aniversário, acabaria sendo o dia de minha morte?

E então, tudo ficou escuro. Já não via mais nada, não escutava nada. Apenas o que sentia era um grande alívio.

E então,

Tudo acabou, do mesmo jeito que começou.


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