POV Jho

Decidimos ficar no Egito, já que o pai de Mariah nos ofereceu um lugar para ficarmos. Fomos todos dormir em um hotel que havia por perto, lá de cima, dava para ver a imensidão do deserto, se perder aqui não era um bom destino.

As garotas foram em um quarto e eu fiquei sozinho em outro, deveríamos estar bem descansados para partir amanhã seja lá onde aquele... Filho de alguém levou a Karen.

Já tinha anoitecido, eu estava na varanda olhando a escuridão, o vento seco do deserto batia em meu rosto, senti frio com esse vento então resolvi entrar e tomar um banho.

Peguei minhas roupas e a toalha e fui ao banho, confesso que demorei um pouco, a água estava morno, o que era bom. Sai do banheiro já vestindo meu pijama, uma calça moletom preta e blusa cinza.

Deitei-me na cama e encarei o teto, me perguntava onde é que Zeus Karen poderia estar? Será que ela estava precisando de ajuda? Essas perguntas rodearam minha mente até eu cair no sono, e para minha sorte (sarcasmo on!) tive sonhos que não me agradaram nenhum pouco.

No sonho eu estava em um lugar alto, uma montanha com o mar batendo á poucos metros á frente, atrás de mim havia uma caverna e de lá rugidos de dor vinham fortes e bem audíveis. Aproximei-me para ver quem era, mas nada pude ver apenas suas pernas que estavam flexionadas, parecendo estar segurando algo muito pesado. Vi o teto da caverna cair um pouco e dedurei, maldição do Titã... São Francisco... Eu estava no monte onde Atlas, o titã, estava segurando o céu como castigo de Zeus.

- Vocês acham que vão escapar? – Perguntou-me Atlas com sua voz cheia de dor – Ele se reerguerá e me tirará daqui! E eu, pessoalmente, vou acabar com todos!

Com o riso dele, uma fenda se abriu aos meus pés, e cai na escuridão.

Agora eu estava em outro lugar, era um espaço pequeno, muito escuro, as paredes eram de cores escuras, tinha uma pequena janela, uma porta de ferro, uma mesa no canto do espaço, e uma cama de colchão fino. Nela havia alguém, não pude distinguir quem era, a pessoa estava de costas, olhando a parede, estava amarrada nas pernas e pulsos.

Ouvi o barulho da porta de ferro ser aberta, olhei para trás e vi aquele filho de uma “P” do Daniel. Ele levava em mãos uma bandeja com pão, sopa e água.

Ele se aproximou da mesa e postou a bandeja em cima dela, caminhou em direção á cama e se abaixou para sussurrar no ouvido da pessoa, mas pude ouvir direitinho o que ele disse.

- Acorde anjinho... – Sussurrou ele no ouvido da pessoa – Hora de comer.

- Nem vem! – Disse a voz da pessoa, que por susto descobri de quem era a voz, Karen – Não vou comer! E não me chame de anjinho!

- Vamos, de novo não né? – Perguntou ele se divertindo com a insistência dela.

- Você já aproveitou! Nem vem de novo!

- Quer morrer de fome?

- Se assim você me deixar em paz...

- Vamos, só um pouquinho! – Ele insistiu, eu queria bater nele, por forçar Karen á algo que ela não quer.

- Nem pensar! – Disse um pouco mais alto, ainda de costas.

- Hahaha... – Falou Daniel indo á mesa e pegando a bandeja e voltando á cama de Karen, sentando na cadeira que tinha ao lado.

- Nem vem! De novo não! – Exclamou ela se virando e o fulminando com os olhos raivosos.

- Sabia que adoro quando você me fulmina assim? – Disse ele preparando para dar comida na boca dela.

- ... – Ficou em silêncio, Karen o olha nos olhos e vira a cara.

- Ah! Qual é? Vamos Karen ou quer que eu...

- Nem termina! – Falou ela – Nem termina, nem quero me lembrar seu pervertido!

Ela o chamando de pervertido era sinal que ele tentou beijara, ou conseguiu com as condições com que ela estava. Raiva cresceu em mim, queria muito socar a cara desse desgraçado.

- Vamos... – Murmurou ele pegando o rosto de Karen em suas mãos e a virando para encará-la.

Ele foi se aproximando dela, ela bufou e virou a cara para a parede. (boa Karen!).

- Não adianta... – Suspirou Daniel – Preciso que fale...

Nada, ela não falou nada.

- Não quer conversar comigo? É algo que eu lhe fiz? Foi o beijo? Estava tão ruim? – Perguntou ele angustiado.

- Não... – Murmurou Karen – Só não gosto de você... Só isso.

- Mas não quer comer? – Perguntou-lhe mostrando a bandeja para Karen.

- Nã... – Falou ela, mas seu estomago falou outra coisa – Não!

- Tem certeza? Acabei de ouvir seu estomago roncando! – Disse Daniel com um sorriso no rosto.

- Tenho! Agora me deix... – Explodiu ela e ele aproveitou para colocar comida na boca dela.

- Há! Consegui! – Sorriu triunfante ele.

Ela mastigou e engoliu. Depois lançou um olhar sanguinário á ele.

- Não faça mais isso! – Disse entre dentes.

- Único jeito de você comer...

- Poderia me desamarrar então! Ah! Não dá né? Você não pode!

- Bem que queria... É sério Karen, mas não posso. Ele não iria deixar... – Disse Daniel angustiado, só que desta vez foi verdadeiro.

- Mas quem é ele? Quem faz isso? Diga-me Daniel. – Perguntou Karen o olhando nos olhos, antes sanguinários agora carinhosos.

- Não posso, ele iria te machucar. Não quero que ele encoste um dedo em você.

Ficaram em silêncio, ela olhava para os olhos dele e ele sustentava o olhar. Um “BANG!” alto foi ouvido e eles viraram para a porta. Virei-me também e vi um hiperbóreo, gigantes do Norte.

- Você! – Disse ele apontando para Daniel – O mestre ordena para trazê-la a sua sala de reuniões!

- Não! Agora não! – Disse Daniel angustiado e sua voz continha dor.

- Sem não! Ele quer vê-la agora! – Disse o gigante.

- Quem é seu mestre! Ô seu gigante de gelo! – Gritou Karen.

- Você verá! – Disse o gigante indo pega-la.

- Saia de perto de mim! Não quero ir! – Gritou Karen ao ver ele se abaixando para pega-la.

- Sinto muito mochinha, mas você terá que ir...

O gigante pegou-a e a jogou nos ombros, e caminhou até a porta. Eu queria impedir, mas não conseguia me mover, Daniel com a cabeça baixa, seu cabelo escondia seu rosto, mas poderia ser impressão minha, mas vi uma gota de lagrima cair de seu rosto.

- Tá fazendo o que ai parado! – Gritei e ele se assustou olhando ao redor, mas percebi que ele não podia me ver – Vá salva-la!

- Não... Não posso, se eu salva-la ele irá matar nós dois... – Murmurou ele triste.

- Hunf! Se fosse eu, eu iria não pensaria nas conseqüências! Faria tudo pelos meus amigos! – Falei.

- Mas nã... Mas quem é você? Onde está? – Disse ele me procurando.

- Seu idiota! Depois de seqüestrar Karen de nosso grupo, ainda não se lembra. O idiota aqui é você! Que não tem coragem para salvar a pessoa mais importante!

- Ele iria matá-la antes de eu salva-la...

Bufei, mas que menino medroso.

- Eu até ajudaria Karen, mas não consigo me mexer, nem sei por que consigo falar com você e não me mexer...

- Você é aquele garoto... Filho de Hades! – Exclamou ele se distanciando de mim.

- Palmas para ele! – Falei sarcástico – Eu não posso fazer nada em sonhos, bocó!

- Desde de quando...

- Desde que você entrou aqui! Você já beijou Karen né?

- Eu tenho que admitir que sinto algo forte por ela... – Murmurou ele corado.

- Cara! Você ta corado! – Disse rindo da cara que ele fez.

- Engraçadinho... – Disse ele e minha visão foi escurecendo.

- Mas o que? Tá ficando tudo escuro...

- O sonho está acabando... – Respondeu-me Daniel.

- Faça um favor? – Perguntei e minha visão ficando mais escura – Proteja Karen até nós chegarmos ai...

- Prometo pelo Estinge. – Falou ele e tudo escureceu.

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Acordei suando frio, olhei para a janela e já havia amanhecido. Fui tomar banho e ver se as garotas doidas estavam acordadas.

Caminhei no corredor até a porta delas, bati, e logo Mariah abriu, seus olhos quase fechando, cabelos bagunçados e ainda usava pijama.

- Bom dia dorminhoca! – Brinquei com ela.

- Aff John! O que quer? – Perguntou ela revirando os olhos verdes-olivas.

- Acordar vocês ora! Precisamos encontrar a Karen se lembra? – Perguntei.

- Fique ai fora, vou acordar a Annabeth e tomar um banho. – Falou ela e fechou a porta na minha cara (cara todos gostam de bater a porta na minha cara?).

Passaram-se alguns minutos e eu andava de um lado para o outro, eu, nesse mundo tinha hiperatividade, por isso não conseguia ficar parado que nem no meu mundo.

A porta se abriu e dela saíram as meninas, fomos no quarto do pai de Mariah e falamos que iríamos sair e era para não nos esperar, já que Mariah ia com agente encontrar Karen.

Saímos do hotel e ficamos andando pela cidade, quanto mais tempo nós perdíamos aqui, mais a Karen estaria em apuros. No meio de um caminho que não tinha quase ninguém, o ar á frente de Annie tremulou e de lá, apareceu um Percy com a face em preocupação.

- Annie! – Falou ele angustiado.

- Cabeça-de-algas! O que aconteceu? – Perguntou ela.

- Problemas! Soube que Karen foi seqüestrada!

- Como você... – Fui perguntar, mas ele me interrompeu.

- Sonhos, caro John! – Falou ele – Sei onde ela está! Afinal... Onde é que vocês estão?

- Egito, nós encontramos uma semideusa, filha de Atena! – Respondi.

- Mais uma meia-irmã Annie. – Sorriu ele, mas depois seu sorriso foi desaparecendo – Pois bem, sei onde Karen está.

- Onde? – Perguntou Mariah.

- Olá para você... – Falou Percy – Meu nome é Percy Jackson, filho de Poseidon e você é a filha de Atena né? Qual é seu nome?

- Mariah. Mariah Morgan.

- Muito prazer. – Disse ele – Então voltando, Karen está em Seattle.

- Mas que tártaro ele a levaria para lá? – Perguntei.

- Não sei, mas um velho “amigo” nosso está envolvido Annie.

- Quem? O titã que segura o céu? – Perguntei.

- Uau! Você está ficando mais esperto! – Exclamou Percy.

- Tá me chamando de burro?

- Não. Mas como você o conhece? – Perguntou-me Percy.

Contei sobre meu sonho, como Karen era tratada, sobre Daniel não querer que o “mestre” a machucasse, que ele tinha algo muito forte que o prendia á ela, e também sobre o meu sonho do titã e algo que ele falou: “Vocês acham que vão escapar? Ele se reerguerá e me tirará daqui! E eu, pessoalmente, vou acabar com todos!”

- Isso não é bom... – Murmurou Mariah apreensiva.

- Também acho. Vocês terão que encontrá-la antes de algo der errado. – Falou Percy, mas a imagem começou a tremular – Está acabando o tempo, vou reportar Quíron sobre as novidades nada agradáveis e se precisar de ajuda é só mandar M.I! – Disse e a imagem se apagou.

- Bom... – Disse eu – Vamos á Seattle...?

- Vamos, não podemos perder tempo. – Falou Annie e fomos ao aeroporto. Pegamos três passagens para Seattle e esperamos nosso vôo.

- Você é bem ligado á ela né? – Perguntou-me Mariah em sussurros.

- Quem? – Perguntei.

- Á Karen...

- Nós somos amigos, apenas isso.

- Legal uma amizade assim.

- É.

- Vamos gente! – Chamou Annie – Nosso vôo já vai sair.

- Certo. – dissemos juntos e levantamos.

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Apesar de eu não gostar de viajar de avião, e por causa de Zeus querer me matar em entrar no território dele, eu estava confiante de que encontraria Karen. Afinal ele não derrubaria o avião com duas filhas de sua filha, não é?

Então o vôo foi tranqüilo, nada de turbulências, nem nada.

Chegamos a Seattle, procuramos pelos lugares menos movimentados, em uma passada por perto de um galpão, vimos monstros saindo e entrando, e deduzimos que Karen estaria ali dentro.

Escondemos um pouco longe, esperamos o movimento diminuir. Passaram alguns minutos e a quantidade de monstro, Annie colocou o boné da invisibilidade e se aproximou dos monstros de guarda. Em um momento Bum! o monstro se desintegrou em pó.

Avançamos cuidadosamente, Annie empurrou a porta de ferro e de dentro dois monstros saíram, suspeitando da abertura repentina da porta, eles saíram e nós atacamos, em segundos eles viraram pó.

Entramos e nos esgueiramos pelos corredores, algumas vezes encontramos monstros, mas Annie dava conta deles já que ela estava com seu boné. Chegamos á um corredor bem escuro, ali havia vários choros, gritos, sofrimento...

- Talvez ela esteja aqui... – Sussurrei para Mariah que se encontrava á minha frente.

- Bem provável. – Sussurrou em resposta.

- JÁ DISSE! – Gritou uma voz feminina bem conhecida – NÃO QUERO COMER! VOCÊ É SURDO!

- Acho que a achamos... – Murmurei sorrindo.

- Vamos... – Disse Annie.

Caminhamos cuidadosamente em direção aos gritos de Karen.

- CAI FORA! NÃO QUERO COMER! – Gritou ela novamente e já suspeitei quem estava com ela.

- Daniel... Ele está com ela... – Falei.

- Vamos Karen. Coma pelo menos um pouco. – Disse Daniel quando chegamos mais perto da porta.

- N-A-O-~- NÃO! – Soletrou ela.

- Não tenho escolha... – Falou ele e ouvi ele colocando algo de metal na mesa.

- NEM VEM! JÁ ESTOU CHEIA DE VOCÊ QUERER SEMPRE ME BEIJAR! EU DEVIA AGRADECER AO HIPERBÓREO POR SEMPRE TE INTERROMPER!

- Dá para parar de gritar! – Disse Daniel – Por favor?

- A porta está destravada, vamos entrar no 3... – Avisou-nos Annie.

- Não! Não consigo para de gritar! – Gritou Karen fazendo meus ouvidos quase estourarem.

- Um... Dois... – Contou Annie e nos preparamos – TRÊS!

Abrimos a porta violentamente e Daniel estava sentado na cama, quase encostando seus lábios no de Karen. Mas ela tinha virado a cabeça.

- O que...? – Disse Daniel, mas não teve tempo para concluir, sabe por quê? Isso, quem disse que dei um golpe com o cabo de minha espada acertou!

Ele caiu inconsciente no chão e fui ver Annie e Mariah, Annie tinha pegado sua adaga e cortado as cordas.

- Vocês demoraram... – Disse Karen brava.

- Agente não sabia onde você estava... – Respondi e ganhei um soco no braço dela – Ai! Você ficou mais forte...

Karen bufou.

- Acho que não a conheço... – Falou ela apontando para Mariah.

- Sou Mariah Morgan, filha de Atena. – Se apresentou ela.

- Prazer em... Espere ai! Você já foi reclamada? – Perguntou Karen espantada.

- Sim.

- Okay, mas aonde vamos agora... – Perguntou Karen, mas parece que ela ouviu um barulho – Droga! Tem alguém vindo...

- Karen... Tem uma saída por aqui? – Perguntou Mariah.

- Não... Somente essa porta de ferro. – Respondeu.

- Estamos ferrados... – Murmurei.

- Sim semideus! Está muito ferrado. – Disse uma voz na porta.

Viro meu rosto para a porta e adivinha quem estava lá... Prometeu...

- Prometeu! – Gritei de raiva.

- Ora. Não o conheço quem seria você? – Perguntou ele para mim.

- O Mickey Mouse... – Respondi sarcástico.

- Ousa brincar comigo semideus? – Perguntou ele com raiva.

- Jho! Pare... – Disse Karen.

- Escute-a semideus, seus destinos estão na minha mão! – Disse Prometeu com sorriso.

- O que quer dizer? – Perguntou Mariah.

- Quer dizer que... – Falou ele e apontou para meu lado, o lado de Annie e Karen, elas estavam amordaçadas – Se vocês dois fazerem algo, elas morrerão!

 Duas vidas nas mãos de duas pessoas...

To be Continue...