Vidas Em Guerra escrita por A Granger


Capítulo 25
A Espada de um Falcão


Notas iniciais do capítulo

Olá =]
Postando cedo hj =]
Espero q gostem; Bjs



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A quase um mês Sarah vinha trabalhando em um projeto nas forjas. Há quase um mês ela planejava, organizava e preparava todas as ferramentas e moldes que iria usar. Naquele dia, ou melhor, naquela noite ela iria finalmente começar. O dia seguinte seria o primeiro de sua folga e ela passaria os próximos dois dias em sua área de trabalho. Todo o esquadrão estava avisado e todos sabiam que não deveriam incomodá-la até que a mesma saísse de lá. Nenhum deles sabia o que ela estaria fazendo. Nenhum deles tinha sequer ideia do tipo de projeto que era aquele que parecia tão importante para ela.

Usando as técnicas que ela havia aprendido no livro dos Hawkey’s ela pretendia forjar uma espada dentro dos padrões de seus ancestrais. Durante seu período de estudos ela descobriu que se pai, apesar de ter conseguido decifrar o livro, não era um ferreiro habilidoso o suficiente para explorar todas as técnicas. Sarah não se considerava hábil o bastante para todas, mas tinha se descoberto mais habilidosa que o pai.

Ela passou os dois dias inteiros lá dentro, sem sair para nada, nem para as refeições já que ela havia levado alguns suprimentos. A folga acabou e naquela manhã todo o 4-B chegou a sua área de treino sem nenhum sinal de sua Capitã. Phillip não soube o que fazer, mas depois de uma conversa rápida com Dalton e Nathan ele decidiu começar o treino sem ela. Eles achavam que Sarah deveria estar ainda terminando o tal projeto misterioso e por isso não se preocuparam.

Era quase meio-dia e nada da Hawkey aparecer. Phill achou muito estranho já que não era comum ela deixá-los sem noticias. Todos já estavam ficando nervosos com o sumiço dela quando um rapaz chagou procurando o Vice-Capitão do 4-B. o garoto era o ajudante do Ferreiro Chefe Irion e vinha a mando do mesmo pedir para que Phillip Crensor comparecesse as forjas, de preferência com mais um ou dois de seus homens. Muito desconfiado e confuso Phill chamou Dalton e Nathan para irem com ele e mandou o resto do esquadrão esperarem no refeitório por noticias. Os três acompanharam o garoto até a ferraria onde Irion os esperava.

--Qual de vocês é o Crensor? – perguntou Irion com a cara feia de sempre.

--Sou eu, senhor – respondeu Phillip ficando a frente dos outros dois.

--Pois bem, venham – disse Irion se virando e entrando não deixando outra escolha aos três que começaram a segui-lo.

O Ferreiro Chefe usava seu avental e roupas de algodão bem finas e leves. Os três, ao entrarem no pavilhão das forjas, logo entenderam o porquê. Lá dentro era quente e úmido e os três logo começaram a suar dentro de suas roupas de algodão grosso e couro.

Para que entendam bem o motivo disso é preciso descrever o pavilhão das forjas. As forjas ficavam em um espaço abaixo do primeiro piso do castelo da Academia. Para entrar era preciso descer um pequeno lance de escadas. O lugar todo era uma grande sala cheia de corredores à esquerda. Logo a entrada havia uma sala separada por paredes de pedra que era a área de trabalho particular o Ferreiro Chefe. Ao lado estava uma sala comprida que era o deposito. Todo o lugar deveria ter em torno de 100m de comprimento. A cada 10m havia um corredor. em cada corredor haviam três fornos cada um com sua bancada e todos os utensílios de um ferreiro. Em cada parede entre os corredores haviam 5 fornos. Possuía 20m de largura, na parede esquerda estavam os fornos e na direito o deposito. No corredor entre eles estavam os projetos completos ou inacabados. Espadas, lanças e todas as peças necessárias em armaduras, tudo organizado em estantes e suportes. No chão estavam as peças que precisavam de algum reparo. Entre as peças a serem reparadas e as bancadas dos fornos havia um corredor de 6m de largura por onde Irion guiava os três.

Fora a sala de Irion só haviam mais duas áreas de trabalho particulares que não eram usadas a muito tempo até Sarah chegar e ocupar uma delas. Essas salas ficavam nos fundos, logo depois do fim do deposito e ao lado direito. Cada uma delas tinha uma porta grossa de madeira. Era para lá que Irion conduzia Phillip, Dalton e Nathan. Mas antes de contar o porquê vou dizer o porquê das forjas estarem no subsolo. Era assim porque toda a água que abastecia o castelo vinha de rios subterrâneos. Eram esses rios que levavam a água que as forjas e a cozinha usavam, além de que não haveria espaço na superfície para tantos fornos. Mas vamos voltar ao que interessa. Já no meio do caminho até o fim das forjas Phillip resolve tentar descobrir o que Irion queria com eles.

--Senhor, posso saber onde esta nos levando e porque nos chamou? – perguntou Phill chamando a atenção do Ferreiro Chefe.

--Simples – responde Irion sem parar de andar – Quero que vocês arrombem uma das áreas de trabalho que ficam logo ali.

--Ei! Porque nos chamou par isso se qualquer um dos seus ferreiros poderia ter derrubado uma porta! – exclamou Nathan irritado.

--Não essa – disse Irion parando ao lado da porta da ultima área de trabalho – Essa é a área de trabalho privada de Sarah Hawkey. Nem eu me atrevo a tentar entrar aí.

--Não entendi – falou Dalton – Porque quer abrir se não vai entrar querer?

--Não sou eu que vou entrar, são vocês – respondeu Irion entediado.

--Não me diga que acha que ela esta ai dentro – disse Phillip arregalando os olhos.

--Agora entendi porque você é o Vice-Capitão – falou Irion com um sorriso irônico – É o único com inteligência nesse esquadrão. Sim, garoto. Tenho motivos para acreditar que a Hawkey esta ai dentro. A sala esta trancada por dentro. Já bati e ninguém responde. Também não escuto nenhum som e isso me preocupa. Mas, como ela mesma disse que nos mataria se entrássemos ai de novo, resolvi chamar vocês.

--O que fizeram na primeira vez que entraram para ela ameaça-los assim? – perguntou Dalton com um sorriso brincalhão.

--Não é da sua conta – respondeu Irion irritado – Vocês já estão aqui. Se vão abrir essa porta ou não agora já não é mais problema meu- dizendo isso ele saiu deixando os três sozinhos.

--E agora? – perguntou Nathan – Abrimos ou não abrimos?

--Temos que abrir – respondeu Phillip – Lúcia me disse que a Capitã levou comida para dois dias, isso significa que ela ficou trancada aí a nossa folga toda. Se a porta esta trancada por dentro quer dizer que ela não saiu. Se ela não saiu e não responde, alguma coisa seria pode ter acontecido. Temos que abrir.

--Certo – disse Dalton tomando distancia – Mas se ela se irritar digo que foi ideia sua.

Depois de dizer isso Dalton correu e se jogou com o ombro contra a enorme porta de madeira. A porta nem se mexeu e ele sentiu o ombro latejar. Depois de Dalton xingar tudo o que conseguiu os três se posicionaram para fazer o mesmo juntos, como a porta tinha 2m de largura eles conseguiriam se posicionar e bater contra ela ao mesmo tempo. Os três então colidiram com a porta, mas ainda assim ela não abriu.

--Mas que merda!! – gritou Dalton.

--Espera, calma – disse Phillip – Acho que ouvi algo quebrar quando batemos contra ela.

Phill se aproximou e chacoalhou a porta algumas vezes. Com a força do impacto dos três a velha fechadura tinha quebrado e com alguns chacoalhões o trinco se soltou e Phillip conseguiu abrir a porta.

Os três entraram juntos se deparando com uma sala de 4X5m. na parede oposta a porta estava o forno, agora com apenas uma luz vermelha vinda das ultimas brasas. A direita havia uma bancada e a esquerda uma prateleira que começava a pouco menos de um metro do chão. Olhando para baixo da prateleira eles viram Sarah sentada no chão com as costas apoiadas na parede. Numa das mãos ela tinha o martelo e a outra estava em seu colo. Sarah usava o avental e as luvas e usando uma camisa sem mangas. Sua cabeça pendia para frente e ela não parecia estar se mexendo.

Os três olharam confusos. Phillip foi o primeiro a se mexer e andou até onde ela estava se agachando ao lado de Sarah.

--Ela esta dormindo – constatou ele olhando para os amigos com uma expressão surpresa.

--Como assim dormindo? – perguntou Dalton se aproximando e também se agachando do outro lado dela – Nós acabamos de arrombar uma porta. Já ouvi falar de sono de pedra, mas ela não ter acordado com o barulho que fizemos é um absurdo – Phillip acertou um tapa na cabeça dele – AI! Phill, o que eu fiz?

--Piada idiota – disse Phillip depois de revirar os olhos.

--Rapazes – chamou Nathan.

--Agora não, Nathan. Estamos analisando minhas piadas – reclamou Dalton ironicamente.

--Querem parar logo com a palhaçada e virem aqui de uma vez – retrucou Nathan irritado.

Dalton e Phillip se entreolharam confusos. Deveria ser logo serio para Nathan se irritar tão fácil. Os dois se levantaram e andaram até o lado oposto da sala onde Nathan estava parado de costas para eles. A frente dele havia a bancada de trabalho de Sarah que ocupava quase toda a parede direita. Dalton e Phill pararam um de cada lado do amigo notando que ele encarava algo sobre a bancada. Os dois então desviaram os olhares naquela direção para saber o que era.

Sobre a bancada e iluminada pela escassa luz avermelhada das brasas eles viram uma espada. O cabo era revestido por finas tiras de couso marrom bem presas; a guarda tinha a forma das asas abertas de um falcão cuja cabeça era o pomo no fim da empunhadura. Mas foi a lamina que chamou a atenção deles por ser de um estranho tom azul sobreposto ao preto. Eles nunca tinham visto um metal com aquela coloração antes. O centro da lamina era uma mistura de preto e preto azulado que pareciam duas cores de tinta escorrendo sobre o metal. O centro era de um metal fosco que quase não refletia a luz enquanto que o fio parecia brilhar em tons de azul e vermelho com a luz das brasas. A forma com que a luz era refletida pelo metal fazia parecer que a espada estava viva.

Logo abaixo da lamina estava a bainha de um couro duro e marrom comas bordas emvoltas por um metal negro e fosco. Haviam pequenos detalhes do mesmo metal que pareciam pequenas garras de falcão prendendo o metal ao couro perto do final, no meio e no inicio da bainha.

--Achamque foi a Capitã quem fez? – perguntou Dalton apontando para a espada.

--Tudo indica que sim – respondeu Phillip ainda um pouco hipnotizado pela espada, depois ele olhou para trás na direção de onde estava Sarah – Ela deve ter ficado acordada todos o temo nos ultimosdois dia fazendo isso. Não me surpreende que continue dormindo mesmo comnos três quase derrubando a porta.

--O que fazemos agora? Levamos elapara o dormitório? – quis saber Dalton.

--A Capitã não gosta que nós a ajudemos nem a carregar coisas pesadas. O que achaque ela faria se descobrisse que nós a carregamos? – perguntou Nathan erguendo uma sobrancelha com um ar divertido.

--Acho que é melhor não arriscar a descobrir e deixar ela ai mesmo – respondeu Phillip rindo um pouco – Vamos. Temos que dar a noticia ao velhor Irion de que ele ainda não se livrou da Capitã.

Os três riram, mas nenhum deles pareceu inclinado a sair porquecontinuavam a encarar a espada.

--Tem algo errado nessa espada – disse Dalton.

--O que? – perguntou Nathan curioso.

--A empunhadura – falou Dalton – O símbolo do falcão deveria estar ao contrario. Quando ela empunhar essa espada o falcão vai ficar de cabeça para baixo.

--Essa espada não foi feita para ser empunhada por qualquer motivo, Dalton – diz Phill se aproximando um pouco mais da bancada e estendendo a mão, mas desistindo antes de tocar a lamina – Quantas vezes você se lembra de ter visto a Capitã realmente empunhar uma espada? – questionou Phillip fazendo Dalton pensar um pouco, mas ele logo desistiu e balançou a cabeça indicando que não sabia e então Phill continuou – Quase nunca. Ela dificilmente nos derrota com a espada.

--O que quer dizer com isso? – perguntou Nathan.

--Que ela não pretende empunhar essa espada, Nathan. É quando a presa não pode vê-lo que o falcão ataca – concluiu Phillip com um sorriso.

Depois disso eles saíram deixando Sarah descansar. E os três sabiam que aquela ultima frase de Phillip era a mais pura verdade. Enquanto o oponente dela pudesse ver aquele falcão ainda poderia ter esperanças. 


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