PDV - Geral

Já estava tudo confirmado, e assim foi feito. Naquele mesmo dia, Sam fugiu de casa como havia planejado. Não houve nada que pudesse dar errado, o errado era sua ansiedade e saudade que a fazia criar problemas inexistentes... Freddie, como planejara ir de mesmo jeito, saiu de sua casa naquela noite, deixando apenas uma mensagem á sua mãe via celular:

"Se não encontrar-me aqui, só lembre-se de mim quando voltar."

Dias Depois...

Carly leu o comunicado que a amiga houvera deixado. Naquele momento, toda a culpa lhe subiu a cabeça. O orgulho, o ciume que ela sentia, a ignorância, o egoísmo, tudo aquilo vinha dela e não da amiga. Se arrependeu tarde, logo depois correu á manhã atrás de Sam, mas simplesmente não a encontrou. Ela já havia ido. Era tarde, talvez nunca mais se veriam. Tudo aquilo era terrível para a morena, sentia seu sangue ferver e seus olhos, vermelhos e inchados, passaram o resto da manhã de tal forma... Chamava por seu nome, mas não era correspondida. Talvez estivesse enlouquecendo pelo simples fato de não tê-la para que pudesse se desculpar de tudo que a fez. De fato, o amor que a loira sentia por Freddie não era o mesmo que o seu. Demorou tanto para que pudesse aceitar isso, acabou derramando-se em lágrimas após finalmente ter a consciência de que tudo que ela havia feito era irrelevante.

Decidiu-se em ir falar à Freddie o ocorrido, mas por sua surpresa, não o encontrou. Pensou por um momento que teriam fugido juntos, mas depois viu que não faria sentido, não mesmo. Seu melhor amigo não deixaria a mãe. Além disso, pensava também na questão de que não a falariam nada se houvessem saído juntos. Na verdade, aquele beijo na escola poderia ser uma simples despedida para isso. Tudo começou a dançar em sua mente, e dessa vez parecia certo, tudo aquilo que ela pensava fazia uma devida relação aos fatos. De qualquer forma, não conseguia ser forte para encarar de que não os veria no próximo dia de aula, que não os dirigiria a palavra por um extenso tempo, que perderia seus melhores amigos, os dois, de uma só vez. Foi ela quem procurou á isso?

Correu escada a baixo, até a portaria. Saiu do Bushwell sem dó, aos prantos, sem se importar com quem lhe visse. Chegou a fachada da casa de Sam novamente e ajoelhou-se na calçada, desejando a ver ali, pela última vez. Assim também pensara com Freddie, ela não só queria ver cada um deles, dessa vez era diferente. Ela queria vê-los juntos...

–Carly? O que aconteceu? Por que está chorando? - Uma voz, vinda do leste, chamou a atenção da menina de cabelos negros. Era ninguém além de Steve, que a estendeu sua mão para que se levantasse da calçada momentaneamente.

–Nada Steve. - A menina respondeu firmando suas mãos nas dele, conseguindo o impulso necessário para se levantar.

–Me diz o porquê dessa voz chorosa então... Por favor, confie em mim. - Ele mirou os lindos olhos negros da morena, que brilhavam à luz do sol.

–Eu fiz tudo errado. Com você, com a Sam, com o Freddie, até mesmo com o Gibby, que só queria me ajudar também. Eu mereço o seu perdão? - Disse ela com sua expressão interrogativa.

–Você sabe que sim, querida. Eu sei que isso pode ser difícil pra você, mas eu nunca vou deixar de entender o verdadeiro motivo de eu te amar, você é a melhor pessoa do mundo, que jamais desejaria mal á alguém. Eu garanto, que nada disso aconteceu por sua culpa. Você não me magoou, esses olhos não me magoam. - Steve disse acariciando as bochechas dela.

–Tem razão? Absoluta certeza?

–Não há uma sequer dúvida sobre isso, gatinha.

–Eu te amo. Porque você está aqui, porque desde que nos beijamos, eu não consigo pensar em outra coisa. Eu te amo Steve. - Carly falou, enquanto seus lábios aproximavam-se dos dele, e assim aconteceu. O beijo fora até mais intenso que o outro, o sentimento que havia dentro deles se fortaleceu, dando a certeza de que aquele era o melhor momento de suas vidas. Se não fosse por uma simples escassez de ar, continuariam para sempre ali, nunca cessariam aquele ato, que faria-se para eles, eterno.

–Vamos enfrentar tudo isso juntos. - Em sua cabeça, as palavras do moreno permaneceriam vivas e assim cumpridas, durante o mais longo dos tempos...

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Em uma cidade, um pouco distante de Seattle...

Sam e Freddie não sabiam, mas da mesma forma em que pensavam mutuamente em fugir, encontrariam-se em Nova York naquela exata manhã, assim que chegassem na cidade.

...

Ele havia acabado de chegar, o dinheiro que havia juntado por tanto tempo, foi gasto com as passagens. Desejava interiormente que tudo aquilo valesse a pena...

Andava pelas ruas um tanto confuso por andar em tal cidade que não só parecia, como era tão extensa e povoada. O que não faltava era movimento naquele lugar. Em uma certa esquina, menos movimentada, viu a figura de uma garota de cabelos loiros que o lembrava muito de Sam. Ela estava á ponto de atravessar a rua, porém estava distraída demais parecendo nem mesmo perceber o fluxo de carros que a rodeavam. Ela estava pronta para atravessá-la, enquanto dois carros vinham de longe em alta velocidade. Freddie a puxou para que o pior não acontecesse, tomando-a em seus braços.

–Muito obrigada. - Disse ela. Bastou uma troca de olhares para que ele assim percebesse que aquela garota não só assemelhava-se á Sam, na verdade ela era a Sam.

–Sam? - Ele falou surpreso. - Por que está aqui?

–Eu que te pergunto. - Respondeu ela.

–Como soube que eu estaria aqui?

–E como você soube que eu estaria aqui?

–Eu não sabia que você estava aqui.

–Muito menos eu.

–Isso tá confuso demais. - Ele disse.

–Vamos começar com uma explicação mais clara. - A loira sugeriu. - Me fala o motivo de ter vindo pra cá, como eu. Você saiu de Seattle?

–Estava confuso, com tudo isso... Não com o que eu sinto por você, mas com toda a interferência dos outros na nossa relação. Nós sempre fomos inimigos, nunca demos uma chance para que isso acontecesse. E agora que estava acontecendo, acabou dando tudo errado. Eu queria um tempo pra esclarecer isso. Um tempo só pra mim. Mas agora, penso direito e percebo que nossos caminhos estão cruzados. Não foi por qualquer acaso que eu te encontrei aqui, você é uma parte de mim, é por quem estou apaixonado agora. Eu nunca ia conseguir te esquecer, por mais que eu fosse pra Marte ou Júpiter, você não está na minha mente e sim no meu coração. Eu te amo, Sam. Eu não menti na última vez em que lhe disse isso, e não minto agora...

Ela não fez nada além de beijá-lo com urgência, após ouvir palavras tão lindas de quem ela amava. Enquanto a sintonia de seus lábios mantinha-se viva, eles eram observados por todos que estavam ao seus arredores. Estavam em frente á uma loja de vestidos de noiva fechada, e o corpo dela estava contra a vitrine da loja enquanto ele a pressionava de forma delicada. Onze ou doze segundos depois, quando o fôlego mostrou-se precário, separaram-se, um pouco corados.

–Eu te amo, meu nerd. Você é só meu. - Sorriu e depositou um selinho demorado em seus lábios.

–O que faremos agora?

–Que tal curtirmos um pouco Nova York? Você segura minhas malas... - Ela disse praticamente jogando-as em cima dele.

Assim passaram o resto da manhã, a tarde e toda a noite lá, retornaram á Seattle no dia seguinte.

PDV- Freddie

Um ano depois...

Hoje, seria um dia mais que especial. Estávamos só eu e ela na praia, mais ninguém. Enquanto isso, Carly e Steve estavam na fazenda do pai dele em Idaho, num passeio romântico. A noite estava fria, e eu podia ver seus lindos cachos balançando em meio ao vento, serenos e belos como sempre. Seria hoje que eu a pediria em casamento. Desde que começamos a namorar, esse tem sido basicamente o meu sonho. Agora que temos 20 anos, seria um dos melhores momentos para isso... Não tinha dúvida do que faria. Peguei uma caixinha de veludo onde dentro estava um anel que logo estaria em seu dedo, se tudo corresse como o previsto.

–Amor, eu tenho uma surpresa pra você. - Disse enquanto ela estava de costas para mim, fitando o mar, que obviamente transparecia em seus lindos olhos azuis.

–O que é? - Ela se virou em questão de segundos.

–Isso. - A entreguei a caixinha que além do anel, guardava um bilhete dobrado, o qual ela lia em voz baixa.

"Por nem um segundo,

Viveria sem você

Por você atravessaria o mar,

Pelo o céu eu passaria com intuito de te encontrar

Minha vida sem você não existe,

Eu preciso de você para respirar

O que eu sinto de tão especial por você

Não morrerá e nunca morreu,

E enquanto eu estiver aqui

Farei de tudo para não deixá-la ir

O que eu sinto de tão especial por você

Não morrerá e nunca morreu,

E se um dia eu te deixar

Será esse Apenas Mais Um Adeus..."

–O que isso quer dizer Freddie? - Ela disse referindo-se ao bilhete e ao anel.

–Minha Puckett, você quer se casar comigo? - Eu disse cheio de confiança.

–O que você acha?

–Não sei, você que sabe.

–Esse é o meu nerd idiota... - Disse antes de me puxar e colar seus lábios nos meus.

–Isso foi um sim? - Perguntei sorrindo.

–Não, isso só foi uma amostra de o quanto eu te amo, e de o quanto quero me casar com você. - Ela disse enquanto suas mãos ainda estavam em minha nuca e as minhas em sua cintura.

–Que tal mais uma amostra pra deixar oficial?

–Essa noite você ganha quantas amostras quiser. - Sam falou, antes que pudesse a sentir novamente. Nós passamos a noite mais linda de todas, naquela praia.

– The End -