Mais Um Minuto Com Você escrita por Filha de Atena


Capítulo 1
Nicolas - Apresentação.




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Sociedade idiota!

Eu tentei me encaixar, tentei mesmo. Mas eu cansei. Foi assim minha vida inteira. Se a moda era rap, eu gostava de rap. Se a moda era dançar hip-hop, eu aprendia a dançar.

Mas não sentia isso em minhas veias. Era como se eu estivesse "gostando" daquilo para que gostassem de mim ou para me encaixar- e talvez, não passasse disso.

Em meio à esses dilemas tinham as crises familiares. Meus pais discutiam constantemente, por motivos que eu desconhecia. E foi esse o ponto de partida.

Comecei a cortar os braços, com uma lâmina de gilete afiadíssima, cortava os pulsos, mas não só pra me ferir. Tinha vontade de morrer, não gostava de mim mesmo. Quando via o sangue escorrer, sentia minha vida esvair-se, mas aquilo não me fazia mal, confesso até que gostava.

Dois anos depois, meus pais se separaram. " Não aguento mais isso Pedro, eu vou embora. Depois venho buscar as crianças, elas vão comigo." E saiu pela porta.

Isso foi como meu pai me contou. Eu não presenciei a cena. Estava na escola- era o que meus pais pensavam, sempre matei aula pra jogar vídeo-game na casa do Marcelo- e quando cheguei perguntei pela minha mãe, meu pai sentou-me na cama e desabou.

Começou a chorar de um jeito que nunca tinha visto antes, e eu fiquei sentado olhando pra ele sem saber o que fazer. "Eu e sua mãe achamos melhor cada um viver sua vida, em casas diferentes, para evitarmos brigas e para educarmos vocês melhor. Vocês ficarão com sua mãe durante a semana e comigo nos fins de semana. Vai ser melhor assim."

Aquilo foi a gota d'água pra mim. Passei um tempo morando com minha mãe - tempo em que fui o mais "arteiro" possível, precisava da atenção de minha mãe. Mas depois voltei a morar com meu pai.

E a vontade de morrer diminui. Não sumiu, mas eu parei com a uto-mutilação.

E eu já falei que não gosto do meu irmão? Não chega a ser ódio, mas o Emanuel é insuportável. Ele podia ser que nem a Laura, nossa irmã, mas não, ele tinha que ser aquele idiota sem personalidade.

Ele consegue me tirar do sério! Eu finalmente me encontrei no Rock. Percebi que aquele era quem eu realmente era. Coloquei alargadores nas orelhas e deixei o cabelo crescer. E ele resolveu tentar ser assim.

Uma cópia. Ele tenta, mas não consegue. Imagine alguém que quer ser como você, faz tudo igual a tu. Não me sinto inspiração dele,me sinto clone.

Eu dou um jeito de aturar ele. Tenho que aturar, afinal, ele é meu irmão. Tudo bem, conto até mil quando ele aparecer e pronto.

Meus refúgios são o computador e o skate. Só. Com eles me sinto completamente bem, distante do mundo. Mergulho numa realidade que me convém. Horas e horas em cima do skate, em frente ao computador. Com isso e com meus amigos - Leonardo, Marcelo, Alan, Eduardo e Marcos- eu não preciso de mais nada para ser "feliz". Muito menos uma garota.


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