A Torre Das Ilusões escrita por Airi van der Horst


Capítulo 1
A Escuridão que o levou à Morte


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :3



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– NÃO!! RONAN, VOLTAAA!! — o rapaz de cabelos prateados gritava.

Lass havia se transformado mais uma vez. E esta era mais poderosa que a primeira vez que libertara seu lado sombrio. O amado sacrificou-se para trazer Lass de volta, sabendo exatamente suas consequências.

Mas antes saberemos o que exatamente aconteceu.



Elesis estava preocupada, rodava o acampamento sozinha, preocupada e com fios de suor brotando em sua face.

– Elesis? Você está bem? — perguntou a loura, saindo de sua barraca.

– Lire? Mais ou menos... Estou preocupada com o que faremos agora. Holy não voltou da escolta para a troca — disse a líder, coçando o queixo.

– Entendo... Mas não se preocupe, sei que ela está bem — disse a elfa, sorrindo.

Então entrou em sua barraca mais uma vez, para verificar sua Balista recém ganha. Arme dormia docemente ao seu lado. Sorriu a loura e beijou a cabeça da amiga.

– Eu só quero saber quando ela vai parar de ser tão marrenta e preocupada e você parar de ser a criança do grupo — brincou.

– Estou ouvindo, sua boba — Arme abriu um dos olhos, sorrindo.

– Se escuta o que digo, porque não para de ser assim? Acho que é sua atitude de criança que faz com que Elesis odeie tanto sua maneira de agir — sentou, mudando a expressão alegre para uma preocupada.

– Eu não sei... Mas não sou tão inocente assim! Desde que Ryan voltou para a floresta, eu não consigo mais ser um pouco paciente ou valente... — ruborizou.

– Não se preocupe. Quando voltarmos à General depois de derrotarmos os elfos negros, você pode visitá-lo — a Justiceira apareceu na entrada da barraca.

– Elesis? — perguntou a mais nova, levantando os olhos roxos nos escarlates dela — V-você tem certeza?

– Claro, afinal... Somos a Grand Chase. Ele também faz parte, então não se preocupe, você vai encontrá-lo de novo.

Sorrindo exageradamente, agarrou o pescoço da maior, abraçando-a e murmurando diversos "obrigadas".

Após vários minutos, a Paladina surgiu no horizonte, carregando seu martelo nos ombros. Todos saíram de suas barracas ao ouvir a voz da novata.

– Holy?! Onde esteve? Achei que tinha sido capturada!

– Pode relaxar, líder! Achei um lugar que nós podemos encontrar as respostas de nossos problemas! Só Deus para nos abençoar com tal descoberta.

– Desembuche! Do que fala?

– A Torre das Ilusões! Lá teremos todas nossas respostas. Sigam-me! — acenou, voltando para o caminho o qual viera.

– Espere! Vamos nos separar, para que o grupo possa ficar melhor. Pode ser uma armadilha — sugeriu a Arquimaga.

– Concordo com Arme... Oh Deus, por que agi sem pensar em tais consequências? — a Paladina abaixou a cabeça, enquanto retornava ao grupo.

– Vamos fazer assim: Eu vou com Lire, Arme com Holy, Jin e Amy, Lass e Ronan, Azin e Zero, Dio e Rey e Mari e Ecknard.

– Me chame de Sieghart somente, jovem — resmungou o Avatar, carregando Solluna sobre um dos ombros.

Então o grupo se separou. Dio ficou um pouco nervoso ao saber que ia com Rey, pois a fascinação da Crimson por ele ainda o irritava; Jin quase agradeceu a líder com abraços e beijos, mas lembrou-se da moça de cabelos rosas perto dele; Azin insistia em ir sozinho, assim como Zero. Contudo a ruiva não permitiu e deixou avisado que, se tentasse fazer algo, todos iriam atrás do Peregrino para ajudá-lo.

Cada um seguiu quietamente, porém a tensão maior estava entre Ronan, o recém Inquisidor, e Lass, o Retalhador. O jovem Erudon estava tenso, pois seu amor por Lass crescia, mas o mesmo nunca disse nada. Ele tem medo de ser rejeitado.

–- Não posso... Isso vai contra minha honra. Mas... Eu já a quebrei ao ser possuído por Cazeaje. Se eu me apaixonar por ele... Passarei a ser escória como Astaroth -– pensava, inquieto.

– Por que você está tão quieto, Ronan? Você não é de ficar nervoso — quebrou o silêncio.

– N-não é nada, Lass... Estou só... Nervoso — disse, um pouco ruborizado.

Sem dizer mais nada, sacou sua katana e fez o rapaz recuar a uma das árvores.

– O que está acontecendo contigo? Desde que chegamos a Arquimídia, você está demasiado estranho. E isso é suspeito demais. O que está tramando, Ronan Erudon?

Sem poder falar mais nada, seu rosto ferveu mais ainda. Mordeu o lábio inferior e fechou os olhos. Após um longo suspiro, disse:

– ... Amo... Eu... Lass... — fora isso que o rapaz entendera.

– O quê? Não entendi — disse, um pouco trêmulo.

– Eu amo você... Lass — seu rosto fora coberto pelos fios ciano-escuros.

O menor ruborizara juntamente. Abaixou a arma lentamente da garganta do aliado. Tocou seu rosto, o que fez o desertor querer recuar, pensando que o rapaz de cabelos de prata o socaria.

Mas foi o contrário. Ele o beijou. Lass o beijara sem mais nem menos, fazendo com que o rapaz dos fios azuis ficasse extremamente confuso.

Contudo, não teve tempo pra pensar em tal coisa. Ele não queria perder aquele momento. Ao término do fôlego dos rapazes, perguntou o de cabelos azuis:

– L-Lass! O que... Você...? — seu rosto estava vermelho.

– Achei que não seria correspondido. Não sabe o quanto esperei por isso desde que ficamos no mesmo dormitório perto do Circo dos Pesadelos — sorriu o retalhador.

Então tomou os lábios do grisalho mais uma vez, sem pestanejar. Esperara tanto tempo por aquele gosto e não queria ficar sem ele mais. Vários impulsos dentro deles diziam que deveriam tirar proveito disso.

Aprofundaram o beijo a medida que o tempo passava. Ronan pôs uma das mãos na nuca do maior, enquanto invadia o interior de sua boca com a língua. Ele empurrou Lass contra a árvore mais violentamente e prensou sua perna esquerda entre as dele, sentindo seu membro rijo, fazendo-o gemer.

Lass foi abaixando devagar, sentindo o prazer preencher-lhe cada segundo. O maior pegou-lhe o queixo e distribuiu beijos em sua face, descendo para o pescoço, chupando-lhe e deixando uma forte marca. Abriu sua cota e beliscou um de seus mamilos, fazendo-o querer gritar, mas fora impedido por mais um beijo do outro. Em seguida, Ronan pôs a mão dentro da calça de Lass, encontrando seu membro. Com o polegar, apertou a glande, o que o fez gemer enquanto tinha os lábios tapados.

O Retalhador pôs as mãos nas costas do maior, que estariam arranhadas se não estivessem cobertas.

– Espere — murmurou o de cabelos azuis, no ouvido do outro.

– O-o que foi...? — questionou, abrindo um dos olhos.

– Vamos para um lugar mais, digamos, "discreto" — sorriu, mordendo de leve o lóbulo do menor.

Então ele segurou-o no colo e saltou até um ponto alto na árvore. Lass ficou um pouco assustado, por não ser muito fã de alturas muito grandes, mas Ronan o segurou firme, demonstrando que estava seguro.

Eles subiram até um ponto espaçoso. Uma pequenina casa na árvore estava ali, bem envelhecida e com pedaços de madeira já apodrecidos. Os olhos do menor aventuraram-se pelos galhos, até que disse:

– Espere aí... Como você conhecia esse lugar? — voltou-se a Ronan.

– E-eu costumava ficar aqui... junto de Harpe... Quando eu era criança... — pousou uma das mãos na pequena janela, sorrindo tristemente — E eu agradeço por ter sido possuído por Cazeaje e virar um desertor... Porque pude conhecer a Grand Chase... e conhecer você... — virou-se aos olhos anis do amado, segurando-lhe o queixo.

Sem pestanejar, roçou os lábios nele mais uma vez. Carregando-o no colo, entrou na casa e jogou Lass sobre o chão, ficando sobre ele em seguida. O maior abriu a cota do grisalho, jogando-a para o lado, tirando logo a sua também. Ambos tiraram as calças um do outro, ficando apenas com suas boxes.

Lass estava tenso, era a primeira vez que se apaixonara por uma pessoa de mesmo sexo, na verdade, a primeira pessoa que amou em toda sua vida... Não sabia o que fazer nessa situação. O maior entendeu suas expressões nervosas, então disse, sussurrando-lhe:

– Não se preocupe, você vai conseguir ir bem — sorriu.

Ronan então pôs os lábios sobre um dos botões de Lass, lambendo-o a sua volta. O grisalho gemia baixo, tapando a própria boca com sua mão. O maior usou uma das mãos para beliscar-lhe mais uma vez o mamilo, enquanto que a outra ia em direção de seu sexo, masturbando-o.

– Gaah! — disse, contorcendo-se um pouco.

– Está tudo bem, Lass. Você vai ficar bem — disse, beijando-o mais uma vez.

Por uma segunda vez, uma dança ocorreu dentro de suas bocas. Ficaram vários minutos desse mesmo jeito, enquanto que Ronan continuava excitando o menor, causando-lhe gemidos cada vez maiores.

Não faltou muito para que ele chegasse ao clímax ainda com os rostos colados. Separou-se do maior, gritando, enquanto um fino fio de saliva desprendia de seus lábios.

– Você é bem frágil, certo? — sorriu.

– C-cale-se... — disse, baixo.

Ainda no clima da situação, Ronan foi até seu abdômen e desceu com a língua até seu membro, então o pôs na boca com voracidade. Mais uma vez os olhos azuis do menor fecharam e ele gemeu mais uma vez.

Depois de alguns movimentos de vai-vem, ele retirou a boca do membro do menor e abaixou o próprio box. Foi até o Retalhador lentamente e disse, sorrindo:

– Se doer, não hesite em gritar, está bem? — acariciou seu rosto.

Assentiu e aproximou-se do maior. Abraçou seu pescoço e sentiu ser invadido pelo sexo do maior, que não era tão pequeno. Sentindo o prazer lhe preencher mais uma vez, arregalou os olhos, deixando algumas poucas lágrimas caírem, enquanto era estocado.

– R-Ron... ARGH! — arranhou as costas do maior.

Ronan evitou demonstrar dor e continuou os movimentos. O menor aproximou-se do Inquisidor e mordeu de leve seu ombro, agoniado. Algumas vezes eles trocavam rápidos beijos.

O maior então levantou Lass lentamente, colocando-o de quatro. Mais uma vez começou a estocá-lo, apoiando ambas mãos em seus ombros. Algumas vezes ele encostava a cabeça em suas costas ou mordia-lhe o ombro, com certa dificuldade.

Não demorou muito para que ambos chegassem ao clímax ao mesmo tempo. O maior desabou sobre o Retalhador, ambos caindo no chão.

– Lass... — murmurou, virando-o para si.

– O q-que... O que foi...? — perguntou, ruborizado e arfando.

Colocou-o em seu colo e sussurrou-lhe:

– Eu te amo — beijou-lhe mais uma vez.

Pela terceira vez uma valsa ocorreu dentro de suas bocas. Uma dança mais lenta, mais apaixonada. O grisalho ficou de joelhos entre as pernas do maior, que esticara-as. Ronan abraçou o amado pelas costas,enquanto que o outro apertou um pouco o pescoço.

– R-Ronan... — murmurou Lass, separando-se e apoiando as mãos no tórax do maior.

– O que foi?

– N-nós temos que... Temos que continuar. Senão Elesis nos mata.

– Haha, verdade... Vamos logo — acariciou-lhe as maçãs mais uma vez, levantando-se junto dele.

Alguns minutos depois, eles saíram da casa da Árvore bem vestidos, as roupas um pouco abarrotadas, mas a noite não poderia traí-los com provas.

– Vamos? — perguntou-lhe Ronan, estendendo-lhe uma das mãos.

Então o Retalhador sorriu e entrelaçou os dedos nos dele, desceram da árvore juntos e voltaram à busca.

Andaram juntos bosque adentro, buscando o tal castelo que a companheira avisara. Ronan sentiu sua nuca arrepiar. Olhou para trás e viu alguns dos globins dos anões e um Berseker, apontando seus martelos e a broca gigantesca em direção a ambos.

– LASS CUIDADO! — empurrou-o, saindo do caminho juntamente — Guardião Divino!

Pouco depois os inimigos caíram, sem vida lhe restando mais. Aquele ataque ainda tomava muito de sua energia, o que resultava em seu cansaço quase de imediato. Caiu de joelhos, apoiando sobre sua Tirfing.

– Ronan! Você está bem? — Lass aproximou-se, ajudando-o a se levantar — Sabe que esta habilidade toma muito de sua energia! Por que usou este ataque?

– E-eu queria te proteger, ora — sorriu.

– O que faço com você...? — afagou os cabelos do maior, beijando-lhe a testa.

– RONAN! LASS! — ouviram uma voz feminina surgir ali perto. Era Amy — Vocês estão bem? Eu vi uma luz surgindo aqui, pensei que algo tivesse acontecido a vocês! — a jovem de cabelos rosados carregava seu báculo "quebrado", o que simbolizava que viera para lutar.

– Amy! Me espere! — Jin veio logo depois.

Todos viraram-se ao Monge, que mesmo em treinamento para se tornar Iluminado, era bastante ingênuo para a promoção de Classe. Ainda não domava as Vajras com harmonia. Seu jeito era digno de tal arma, mas ele estava focado na vingança de seu mestre, Tairin. Ele teria de aprender a controlar a vingança e viver a partir do legado de Tairin.

– Jin? — Ronan perguntou, levantando-se — O que faz aqui? Você também, Amy.

– Eu vi uma luz aqui, já disse!

– Mas estamos bem, podem voltar ao seu...

– Pessoal!! — Rey surgiu, interrompendo o Inquisidor — Encontramos a Torre. Vamos nos unir de novo! — Então os cinco seguiram a Encantrix até encontrar o restante do grupo.

Elesis estava um pouco fadigada, por conta de um pequeno desentendimento com um anão infiltrado no território; Azin e Zero estavam virados para lados opostos e rangendo os dentes de raiva, por causa de uma "discussão" envolvendo um encontro de Zero com Duel mais uma vez; Arme e Holy eram as únicas intactas, devido habilidades de cura; Dio e Rey estavam discutindo sobre a infância de ambos e da aliança de suas família.

– Onde estavam? — perguntou Lire, virando-se para os rapazes — Estamos aqui já faz uns dez minutos e...

– Que coisa... Se você tivesse saído do caminho, eu poderia tê-lo acertado! — o grisalho reclamava, interrompendo-a.

– Pouco me importa. Duel está com Eclipse por ora, será difícil matá-lo. Tenho que fortalecer minhas habilidades se quiser vencê-la no futuro. GD está furioso só de saber que falhei e que temos de caminhar junto de Solluna — disse o Peregrino.

– Pessoal, temos que ser cautelosos, sabem disso, certo? — perguntou Elesis, fitando todos os companheiros.

Todos assentiram e seguiram andando até a entrada da torre. Uma jovem de cabelos e orbes azuis-esverdeados estava ali, circulando o grande portão. Duas correntes estavam dependuradas em seus braceletes e sua vestimenta parecia ser inicialmente duas, pois metade da saia era azul e curta, enquanto a outra era uma longa saia de pele, como se esta fosse costurada por indígenas, assim como a blusa.

– Alto lá! Líder dos Cavaleiros Vermelhos de Vermécia e Grand Chase Elesis Sieghart chama tua atenção, andarilha. Quem é e de onde veio?

– Hm? — virou-se a jovem — Ah sim, bravos guerreiros de Serdin, eu sou Gwen. Não conheço muito de minha vida, então não posso contar-lhes quase nada — sorriu.

– Eu achei muito suspeito isso... — sussurrou Lass a Holy — Ela estava aqui na hora que encontrou a Torre?

– Não. Estava tudo vazio aqui... Isso é muito suspeito... — pressionou os lábios com o polegar e o indicador, pensando.

Holy atrapalhou-se um pouco e quase deixou o gigante martelo cair.

– Há algum incômodo, bravos guerreiros? — perguntou Gwen, fitando a Paladina e o Retalhador.

– N-não minha jovem. Agora, se você fizer o favor de sair de nosso caminho para entrarmos, agradeceríamos — Lass disse, fitando a nova garota, com certo receio.

– Sieg... — murmurou Mari.

– O que foi?

– Sinto que já estive aqui... Como se já tivesse batalhado nesse lugar...

– Também tenho essa sensação... — disse, olhando a Torre, vendo que esta não tinha fim — Então, jovem Gwen, nos dará passagem? — perguntou, já impaciente.

– Ah sim, não vejo problemas. Podem avançar, eu estava vigiando para ver se encontrava um companheiro.

– Ficando parada na frente desta Torre, senhorita? — Ronan arqueou uma das sobrancelhas — Não acho que seja a melhor maneira, certo?

Gwen grunhiu levemente, sorrindo em seguida. Lass, Ronan e Holy sussurraram o que sentiam diante da menina. Mesmo que o restante não pudesse deixar de concordar da desconfiança, todos entraram na Torre.

Era um enorme e longo salão, com decorações semelhantes à de um baile, os vidros nas paredes eram incontáveis. Um enorme palco estava ali, com diferentes tons anis sendo expostas pela iluminação.
Mari andava ao lado de Sieghart e Arme, quando sua cabeça começou a latejar e ela caiu mais uma vez, deixando a marreta cair sobre seus pés.

– Mari! Você está bem? — perguntou a Arquimaga, assustada.

– E-está aqui... — respondeu, pousando as mãos na cabeça.

– Do que está falando? — questionou-a mais uma vez, confusa.

– A Pedra das Almas... — disse o Avatar, virando-se para o salão — Mas onde...?

– Ugh!! — pôs uma das mãos em sua testa, apoiando-se com a outra.

Então ela levantou-se e, sem consciência, andou diretamente até o palco, onde uma mesa ali estava. À medida que se aproximava da mesa, algo brilhava cada vez mais intensamente.

– MARI, PARE!! — Sieghart tentou aproximar-se.

Sem escutar Sieghart, a Polaris tocou a Pedra, o que fez com que todo o salão iluminasse em um belo tom azul. As vestimentas de Mari transformaram-se e sua Marreta virou quatro pequenas espadas de gelo.

– Uma WDW? Mas os recursos dessa arma foi extinta há anos! — disse o Avatar, assustado.

Quando Mari voltou ao normal, estava com a expressão diferente. Seu rosto estava menos pálido, aquela face inexpressiva tinha sumido e em sua testa algumas pedras estavam incrustadas.

– Ela... Se tornou... — o moreno não conseguiu dizer mais nada.

– A La Geas... — terminou a de cabelos azulados — Então... Este é o poder das Essências, certo? — fitou as armas e tocou sua testa.

– Mari, você está bem? — Arme aproximou-se.

– Mais que isso, cara Arquimaga... Agora, recordo-me de meu passado plenamente...

– Senti falta de tantos poderes, Mari, Ecknard — uma voz masculina soou.

– Hm...? — ambos fitaram os portões da Torre.

Gwen apareceu na porta. Seu corpo iluminou-se e um homem que aparentava vinte e poucos anos apareceu. Tinha longos cabelos castanho-claros, quase loiros, olhos azuis, usava um par de óculos, que ressaltavam sua aparência sábia e vestia uma longa blusa azul e calça de igual cor, ambos de grosso tecido.

– GRANDIEL! — Sieghart disse, sacando sua Solluna.

– Acalme-se, meu caro Avatar. Não vim para lutar contra vocês por ora. Contudo, quero ver o quão forte estão os Guerreiros de Serdin estão. Esta é minha Torre, meu caro. E para que possa me encontrar de novo, terão de ultrapassar todos os trinta andares e lutas com ilusões de monstros que vocês já derrotaram até aqui.

– Como assim, Grandiel? — Mari disse, descendo do palco.

– Basicamente, vocês tem de derrotar monstros e inimigos que enfrentaram até chegar em Arquimídia.

– O quê?! — todos exclamaram, em uníssono.

– M-mas não é possível com todos! — disse Holy, indignada.

– Se não tentarmos, aí sim será impossível — Elesis sacou suas espadas, determinada.

– Nos vemos no topo, meus caros. Tenho ficado de olho em seu interior, Lass Isolet. Seu irmão também tem lhe vigiado.

– Irmão? Eu não tenho família! — disse, evitando aparentar nervoso.

– Não é bem assim, Lass Isolet — um rapaz apareceu no teto, descendo apenas com a força do ar — Meu nome é Lupus Wild, caçador de Hades.

– Um asmodiano? Mas eles não tem permissão de viajar entre as dimensões! — disse o Retalhador, frustrado.

– Na verdade sim, Lass. Como ele é um caçador de recompensas, ele tem, literalmente, um "Passe Livre" entre as dimensões — explicou Rey.

– Mas como ele pode viajar? Isso só não é possível com as Espadas Lendárias? — perguntou Elesis.

– Não necessariamente... — Sieghart disse — Vê aqueles trançados em suas pistolas? São filamentos das Espadas que temos aqui hoje: Grandark, Solluna e Eclipse.

– O que quer aqui, Caçador? — perguntou, Ronan, nervoso.
– Nada muito importante, porém, recebi informações de que meu pai tinha uma amante humana. Ele era poderoso demais para ter um filho híbrido...

– O quê? — Lass rangeu os dentes.

– ...Não é surpresa que meu irmão mais novo seja tão inútil assim... Um filho de Asmodiano com humana só poderia sair este fraco — disse, fitando sua arma, o Juiz de Almas.

– Como ousa se referir a mim com tais palavras, verme?! — Lass sacou a katana.

– Lass, se acalme! — Ronan disse, tentando segurá-lo.

– Não bastasse ser fraco, sua escuridão e seu verdadeiro poder estão selados.

– Cale-se! — Ronan disse, segurando o Retalhador com mais força.

– Você é fraco! Deveria ter morrido nas mãos do Circo dos Pesadelos, deveria ter morrido junto de Zidler!!

– ARRRRRRGH! — Lass gritou, enquanto seu corpo era tomado por chamas azuis.

– L-Lass... — Lire murmurou, vendo a situação que passava entre ambos.

Os cabelos prateados de Lass começaram a balançar violentamente, enquanto que seu corpo começava a ficar pálido, estava sendo consumido pela escuridão de pouco em pouco.

– O que está esperando? Venha e me ataque! — esbravejou Lupus, apontando sua enorme arma.

Lass começou a correr, porém, correntes surgiram em seus pés, impedindo-o de avançar.

– Não tão cedo, Lupus Wild — disse Grandiel — Eles não deverão enfrentar-lhe agora. Sabe que está com seus poderes em baixa, desde que fora atacado por Berkas.

Ao ouvir aquele nome, Sieghart deu alguns passos para trás, arregalando os orbes acizentados.

– Sieghart, tudo bem com você? — Holy se aproximou do Avatar.

– S-sim... Mas esse nome... Berkas... — pousou uma das mãos na testa — EKATERINA!!! — gritou, fitando o teto.

– SIEG! — todos foram em sua direção.

– Pelo visto seu passado ainda te atormenta, certo, Imortal? — Grandiel disse, ajeitando os óculos.

– O que fez com Berkas, maldito?! — esbravejou o mais velho, fitando Lupus.

– Eu? Deveria perguntar o que SEU mascote fizera comigo, Avatar de Serdin! — Lupus retirou sua manta, revelando apenas um dos braços.

– Não é possível... É você! Você é o Caçador de Elyos que tentou matar Berkas! Foi você o culpado da morte de minha esposa!

– Que bom que lembra-se de tais fatos, mesmo que isso já tenha passado 600 anos. Mas não, não fui eu quem matou sua esposa, e sim meu pai, aquele traidor maldito, Regis Wild.

– Maldito... Vai pagar no lugar pelo que fez à Ekaterina! — sacou Solluna correndo em direção dele.

– Sieghart!! — Elesis segurou-o, enquanto prendia seu abdômen com seus Sabres.

– O que está fazendo, criança?! — virou-se à ruiva, furioso.

– Não percebe que ele só quer libertar sua escuridão?! Ele quer que você fique como Lass está! Pare, pois você terminará por desonrar a família Sieghart!

O maior removeu a expressão violenta de sua face, acalmou-se e abriu espaço entre os Sabres, voltando ao grupo.

– Desculpem-me... M-me deixei levar pelo passado...

– L-Lass... — Ronan virou-se ao amado, indo em sua direção.

– Ronan, o que está fazendo?! Pare, ele vai te atacar! — Jin dizia, tentando levá-lo de volta para longe do Retalhador.

– Me deixe em paz... — disse o mais velho, abaixando a cabeça, sem parar de caminhar.

– Ronan, pare com isso! Você vai se ferir! — gritou Amy, pondo o báculo perto de seus lábios, aumentando sua voz.

– ARRRGH!!! — Lass ainda tentava libertar-se das correntes.

O Inquisidor aproximou-se mais ainda, esticando uma das mãos. Ao tentar tocar seu rosto, a katana do menor foi as mãos do rapaz possuído e cortou-lhe o braço em vertical, deixando um grande ferimento.

– Ugh! — disse, pressionando o machucado — Lass, me escute... — disse, tentando fitá-lo nos olhos — Lass... Eu sei que você está bem, só precisa se libertar.

À medida que falava, o grisalho sacudia-se mais ainda. O que ninguém conseguia ver é que as correntes soltavam-se pouco a pouco. Ronan era o único que poderia ouvir os sons, mas sabia que não sairia de lá até trazer o amado de volta.

– Lass!! EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ AÍ! VOLTA POR FAVOR! NÃO QUERO TE PERDER TAMBÉM!! — suas lágrimas caíam sobre face de ambos, o que causou certo receio e dúvida nos restantes.

– Não há como parar esse sentimento, Ronan Erudon, desertor de Canaban — disse Grandiel.

– POUCO ME IMPORTA! Eu trarei Lass de volta, maldito! — esbravejou, com chamas em seus olhos.

Mas essas não eram chamas comuns. Eram as chamas do Inquisidor. As brasas que queimavam cada vez mais em si o davam forças. Segurando firmemente sua Tirfing, levantou-a no ar e disse:

– GUARDIÃO DIVINO! — mais uma vez o anjo invocado pelo rapaz apareceu.

Desta vez sua armadura brilhava mais que o normal, suas flechas aparentavam estar mais fortes. E desta vez, parecia que foi um certo sentimento de Ronan que fez brotar tal poder.

– HÁÁÁÁ!! — estendeu sua arma, dando sinal para a invocação atacar.

Uma flecha fora lançada. O ferimento de Ronan agravou-se; mais duas foram em seguida. Sua boca começou a sangrar bastante e suas pernas bambaram; outras cinco setas de Luz foram libertas. O coração do rapaz começou a desacelerar.

– Lass! Sei que pode me ouvir! E é por isso que digo minhas últimas palavras!! EU TE AMO, LASS ISOLET!! — gritou, sentindo seu corpo vacilar.

No mesmo instante que a última flecha atingira Lupus e Grandiel, os orbes do grisalho tomaram sua cor anil mais uma vez. As correntes soltaram-se e as chamas azuis cessaram.

Ronan ajoelhou-se ao chão, sorrindo e com poucos cristais caindo de seus olhos.

– É isso aí Ronan! — gritou Arme, alegre.

Mas não foi o que esperavam que ocorresse. Ao invés de levantar-se cansado e fadigado do ataque mais uma vez, Ronan caiu mais, indo ao encontro do chão frio da Torre.

– RONAN!! — Lass, que acabar de tomar consciência, gritou, vendo o mais velho cair.

– Tsc... Patético... — murmurou Grandiel, ajeitando os óculos mais uma vez — Espero-lhes no decorrer da Torre, Guerreiros de Serdin — desapareceu junto de Lupus.

– RONAN!! — o grisalho foi na direção do Inquisidor — Não, não não... RONAN!! NÃO ME DEIXE POR FAVOR!

– Lass... — murmurou Elesis, vendo o que acontecia.

– Lass... Ele fez isso pra te proteger... O objetivo dele era deixá-lo vivo... — Arme aproximou-se, tocando o ombro do maior.

– NÃO! Ele não pode ter se sacrificado! É tudo culpa minha!! Se eu não fosse apegado ao meu passado, ele nunca teria feito isso! — seu rosto era encharcado por suas lágrimas, enquanto acariciava o rosto gelado do maior.

– Lass, temos que ir... — a Arquimaga disse mais uma vez.

– NÃO VOU SEM ELE!

– Entenda, meu caro companheiro — disse Mari, aproximando-se — , ele fez isso para seu próprio bem, não adiantará você clamar, porque sua alma já não está nesse mundo...

– NÃO!! RONAN, VOLTAAA!! — o rapaz de cabelos prateados gritava mais ainda, mesmo sabendo que ele não o escutaria.

Ficou vários minutos ajoelhado, vendo seu amado morto diante de seus olhos. Nunca amou alguém como amou Ronan; era doloroso? Muito. Não queria deixar de tê-lo ao seu lado por mais tempo, não queria viver mais sem amar alguém.

– Temos que ir logo. Não deixaremos o sacrifício de Ronan ser em vão! — esbravejou Elesis, indo em direção a uma porta.

–SIM! – assentiram o restante.

– Lass... Você irá nos liderar. Não deixaremos o legado de Ronan desaparecer — virou-se ao retalhador, ainda andando em direção àquele lugar.

– C-certo... Obrigado... — levantou-se.

– Grand Chase... PARTIR! — gritou a ruiva, apontando seus sabres para a porta.


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Notas finais do capítulo

Bem, sei que não está betado, mas estou c mt pressa, então depois ajeito ok? :s