- Estás a brincar comigo, não estás?! Só aconteceu isso?
- Só isso.
- E mais nada?!
- E mais nada.
Uma gota escorreu pela face de Naruto ao ver a expressão zangada de Neki. Eles estavam na sala e Naruto estava sentado no sofá, enquanto Neki estava de pé com as mãos na cintura a olhar para ele. Esta agarrou-lhe no colarinho da t-shirt laranja que ele tinha vestida e abanou-o para a frente e para trás.
- É que só podes estar a brincar comigo!
- Ne-Neki, pá-pára...
A morena abanava Naruto com raiva, até que Sasuke entrou na sala e ela olhou para ele confusa.
- O que é que estás aqui a fazer?
- A porta estava aberta. Mas mais importante...porque é que estás a abanar o Naruto? - Disse Sasuke, arqueando uma sobrancelha.
- Argh, ainda por cima deixaste a porta aberta! Que inútil! Imagina que entrava por aí um ladrão! - Neki voltou a abanar Naruto e teve que ser separada dele por Sasuke. - Idiotaaa!
- Mas, Neki! Ainda não percebi porque é que estás assim! - Disse Naruto, fazendo uma expressão inocente de quem realmente não percebia nada.
- O que é que se passou? - Disse Sasuke, olhando para Neki com uma cara confusa.
- Eu explico-te...Numa linda noite, que por acaso foi ontem, um certo retardado de olhos azuis e cabelos loiros ficou sozinho com uma moça muito bonita e inocente...
Sasuke olhou para Naruto com uma expressão incrédula. - Inocente? Pera aí, o que é que tu fizeste à Hinata?
- Eu não fiz nada! Não penses porcaria! - Disse Naruto, corado.
Neki tossiu para voltar a ter atenção. - Então, os dois foram comer ramén e estava tudo a correr às mil maravilhas...até que!
A expressão séria de Neki foi substituída por uma expressão de raiva.
- Esse idiota ofereceu-se para levá-la a casa.
- E então, isso não é suposto ser bom?! Ela poderia ser assaltada se fosse sozinha, ou pior! - Disse Naruto, levantando-se do sofá.
- Sim, sim... - Disse Neki, com um sorriso. - MAS! - A expressão de Neki mudou rapidamente para um sorriso malvado. - Não existe um único caso em que um rapaz vá levar uma rapariga a casa e a noite termine com um adeus!
- Como assim?! - Disse Naruto, arqueando a sobrancelha.
- Deveria acabar com um "eu gosto de ti", ou alguma coisa do género!
- Mas eu não--
- Não vale a pena negar, Naruto!
Naruto olhou para o lado, aborrecido. Neki surpreendeu-se ao ver aquele ar na face dele e olhou para o chão. - Estou a brincar.
- Eu sei.
Neki voltou a olhar para Naruto e este forçou um sorriso. - Eu sei...
- Naruto...
- Mas, mais importante, porque é que estás aqui idiota? Precisas de alguma coisa? - Disse Naruto com um tom irónico para Sasuke, mudando rapidamente de assunto.
- Sim, sim...
- O quê, queres dicas para aprenderes a ser o maior com eu? - Disse Naruto com um sorriso convencido.
- Não, nem de perto.
- Tsc. Diz lá então o que queres.
- Tens o número do celular da Meimi?

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Já era segunda-feira novamente, e duas gémeas arrastavam-se lentamente até à casa de Hinata.
- Hoje é um dia chato...matemática, japonês, inglês...gaah! O quanto eu não dava para que hoje fosse terça ou sexta, para termos história.
 Akira sorriu ao ver a menção da sua irmã a história. - Nós já não nos viamos à muito tempo, Yue.
- Hmmm?
- À tempo suficiente para eu esquecer o quando adoravas história!
Yue parou de andar subitamente e olhou corada para Akira. - Akira!
Akira piscou seus os olhos violeta várias vezes, olhando para Yue.
- E-Euuu...
- Sim?
- Eu não gosto assim tanto de história!
- Mas, nas aulas... - Akira fez uma careta confusa.
- Não tem nada a ver! - Yue olhou para o lado, fazendo uma expressão aborrecida.
- Como assim?
- Ahh...esquece!
Yue começou a caminhar em passos pesados e mais rápidos em direcção à casa de Hinata.
- Yue, espera!

- Bom dia! - Disse Hinata animadamente, saindo de casa. As amigas cumprimentaram-na também, à excepção de Yue que tinha o seu olhar focado num ponto qualquer do chão.
- Né, Shirayuki.
- Hmm...? - Disse Akira, fazendo com que Shinobu suspirasse.
- Desculpa, não eras tu. Parece que isto vai ser um problema...então, Yue.
Yue continuava com o olhar fixo, como se estivesse com a cabeça na lua. Somente acordou quando Shinobu passou a mão à frente dos seus olhos.
- Desculpa, o que disseste?
- Está tudo bem?
Yue corou um pouco e riu nervosamente. - Claro que sim!
- Está bem. - Disse Shinobu desinteressadamente. No entanto, continuou a fitar Yue, que fixara novamente o seu olhar num ponto qualquer.
- Talvez seja melhor irmos andando. - Disse Akira, sorrindo. Quando as outras acenaram com a cabeça, ela puxou a sua gémea pelo braço.
No entanto, uns segundos depois de começarem a caminhar, Meimi parou.
- Meimi-san? - Questionou Akira, olhando para Meimi que remexia na sua mala.
- Alguém está-me a ligar, o celular está a vibrar. Vão andando que eu já vos apanho!
- Está bem!
Quando Meimi finalmente encontrou o celular, ficou parada a olhar para o número que aparecia no visor. Não fazia a menor ideia de quem se tratava e não gostava de atender telefones quando era este caso, mas...
- Sim?
- Meimi? É o Sasuke. Precisava de falar contigo sobre uma coisa.

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A aula de matemática já havia começado à alguns minutos, mas para os alunos parecia que já tinham passado horas. Mesmo o professor sendo Asuma, a matéria que estavam a dar era extremamente aborrecida.
Akira fazia uns rascunhos no caderno ao invés de prestar atenção, Shinobu tinha a cabeça deitada sobre um braço na mesa, Yue olhava para a janela, Naruto bocejava, Neki esforçava-se para manter os olhos abertos, Sasuke olhava para Asuma aborrecidamente e Meimi passava o que estava na lousa.
- Mas! Se vocês adicionarem aqui, essa inequação fica então mais simples...
- Ei, Yue.
Yue voltou-se para trás e viu Meimi que se sentava atrás dela e de Akira. Ela estendia-lhe um papel.
- Resolve essa inequação e passa à Shinobu e à Hinata.
Yue olhou com Meimi com cara do tipo de "parece-te a ti que tenho paciência para mais matemática?", o que fez com que a morena risse.
- Vá, resolve isso.
- Está bem, está bem.
Akira viu Yue a olhar confusa para o papel e sorriu.
- O que é isso?
- A Meimi disse para resolver essa inequação...mas...9x -7i > 3(3x -7u)? Que coisa confusa.
- Ah, eu resolvo!
Akira copiou a inequação para o caderno e começou a resolver. Yue inclinou-se sobre a mesa e cutucou Shinobu, que olhou aborrecidamente para Yue.
- Eu sei que estás quase a dormir, mas a Meimi disse para resolveres isso.
Shinobu esticou a mão para agarrar o papel e começou a observar a inequação, sem responder.
- Já sei! - Disse Akira alegremente, esquecendo-se de falar baixinho. Quando todos da classe se viraram para ela, Akira sentiu-se corar e olhou para o chão.
- Já sabes a resposta? - Disse Asuma, sorrindo alegremente para Akira.
- Er...
- Então podes vir resolver?
Akira levantou-se e foi até à lousa e começou a resolver a inequação.
- Mas o que é que raios... - Disse Yue, pegando no papel da inequação resolvida. No entanto, antes de ver o resultado, o sinal da escola tocou.
- Óptimo, Akira-san! Acertou! - Disse Asuma, passando as mãos pela cabeça de Akira num gesto carinhoso, despenteando-a. Esta apenas corou e forçou um sorriso. - Ora bem, não se esqueçam dos trabalhos de casa para quarta!
Os alunos levantaram-se e dirigiram-se para a saída. Neki, Naruto e Sasuke saíram rapidamente, antes que se as outras se dessem conta.
- Ah, eu...preciso de fazer uma coisa. - Disse Meimi, forçando um sorriso. - Não esperem por mim que devo demorar o intervalo inteiro!
As restantes foram para o pátio, e caminhavam em volta da escola.
Quando Akira reparou numa cara conhecida, os seus olhos arregalaram-se.
- Ah, eu vou...eu já volto!
- Akira? - Perguntou Yue, vendo Akira correndo.
- Erm...olá! - Disse Akira nervosamente, aproximando-se do garoto que a salvara da vez que esta caira da árvore. Ele apenas olhou para ela fixamente, sem expressão. Akira corou e fitou o chão. - Erm...salvaste-me no outro dia...da árvore...
- Eu sei. - Ela olhou para cima para o fitar, mas ele continuava sem expressão. Akira corou ainda mais ao perceber a diferença de alturas entre eles. A cabeça dela deveria bater-lhe nos ombros, se tanto.
- En-Então...eu gostaria de agradecer...! Se houver alguma coisa que eu possa...
- Não te preocupes.
- Ma-Mas...
O garoto murmurou um "adeus" e passou ao lado de Akira.
- Umm!
Ele parou, mas não se voltou para trás. Akira olhava para as costas dele nervosamente, sentindo as suas mãos a começar a tremer.
- Eu...eu...eu algum dia vou conseguir te devolver o favor!
Como o garoto estava de costas para ela, Akira não pode ver o pequeno sorriso que surgiu no rosto do garoto.
- Shirayuki Akira, lembre-se! - Dito isto, Akira utilizou a pouca coragem que lhe restava e foi-se embora, tentando-se manter normal. Quando virou a esquina, sentiu o seu corpo a fraquejar e apoiou-se na parede. - Ahh, Akira...que idiota...

- Pergunto-me onde a Akira foi. - Disse Yue, olhando em volta dela.
- Não se-será que se es-esqueceu d-de algo e foi buscar? - Disse Hinata, timidamente.
- Não, eu conheço-a...alguma coisa deve ter acontecido. Só não sei o quê. - Yue fez uma expressão pensativa e suspirou derrotada. - Quando ela voltar eu pergunto-lhe.
- Eu preciso de ir ao cacifo buscar os livros de japonês e aproveito e procuro por ela. - Disse Shinobu, séria como habitualmente.
- Oh, está bem. Então a gente vai ficar pelos bancos do costume...venham ter connosco depois.
- Está bem.
- Ei, voltei! - Disse Akira, aproximando-se delas.
- A Shinobu acabou de sair para te ir procurar. Onde é que te meteste? - Disse Yue, fazendo uma expressão aborrecida.
- Ah, tive que ir tratar duma coisa... - Dito isto, Akira virou a cara, corando.

Shinobu caminhava calmamente, olhando em volta e para as janelas para ver se avistava Akira. Ao chegar ao corredor dos cacifos, foi até ao seu e retirou os livros de japonês. No entanto, enquanto caminhava novamente para o pátio, avistou alguém conhecido lá. Parou durante alguns segundos e fixou o seu olhar neles.
Meimi...e Sasuke.

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Durante o resto das aulas, Yue havia tentado descobrir o que é que Akira tinha ido fazer quando se separou delas, mas não obteve nenhuma resposta. Neki e Naruto estavam mais quietos do que o normal e mal falavam um com o outro, o que era raro. Shinobu não se intrometera nos assuntos de Meimi apesar de esta parecer meio triste, porque sabia que se ela precisasse de ajuda se iria dirigir a ela.
Hinata observava todos os outros nas suas coisas e pensava em modos de tentar ajudar, mas não lhe ocorria nada. Principalmente porque a memória uma certa noite invadia a sua cabeça, dificultando o seu pensamento.
Enquanto caminhavam para casa, os assuntos que surgiam não eram muitos, e a maioria eram puxados por Hinata ou Yue.
- Ah, mas temos mesmo que repetir uma saída de grupo! Aquele concerto foi muito bom! - Disse Yue, espreguiçando-se.
- Também achei! - Disse Akira, sorrindo dum modo estranho ao lembrar-se do que Takuya dissera no concerto para ela. (N.A: Cap 5, para os esquecidos!)
- Shinobu. - Disse Meimi aleatóriamente, recebendo um "hmm?" como resposta. - Posso ir até tua casa hoje? Preciso de te falar duma coisa.
- Está bem.
Quando passaram pela casa de Hinata e das gémeas despediram-se delas, e depois caminharam em silêncio até à casa de Shinobu. Quando lá chegaram, pousaram as malas na entrada e Meimi sentou-se no sofá, colocando as mãos sobre as pernas.
- Né, Shinobu.
- Sim?
- Resolveste...a inequação que vos passei?
- A da aula de matemática? - Disse Shinobu, retirando pocky do armário e comendo. Esticou a embalagem para Meimi, mas esta abanou a cabeça negativamente. Shinobu puxou uma cadeira e sentou-se aborrecidamente, continuando a comer pocky.
- Sim, essa...
- Não. Estava com demasiado sono para isso.
- Mas...reconheceste-a, certo?
- Era suposto?
Meimi olhou para Shinobu surpresa, mas esta mantinha a mesma expressão. - Mei-chan?
A morena baixou a cabeça de modo a que a franja lhe tapasse os olhos e murmurou. - Resolve a inequação...
- Agora?
- Agora.
Shinobu suspirou derrotadamente e dirigiu-se à sua mala.
- Não é preciso.
- Hmmm?
- 9x -7i > 3(3x -7u). Resolve.
- Mas, Mei--
- Resolve a inequação, Shinobu! - Disse Meimi num tom desesperado. Shinobu olhou para ela surpresa e caminhou lentamente para a cadeira outra vez.
- Está bem. Deixa-me pensar...
Os olhos dela passaram pela casa enquanto calculava mentalmente o resultado da inequação.
- Isso dá...i < 3u.
Meimi olhou tristemente para Shinobu, mas ainda esperançosa.
- Separa o 3 e o u.
- O 3 e o u? i < 3 vezes u?
- Não não...sem o vezes mesmo.
- Oh, está bem. i < 3 u. O que tem?
Depois de ouvir a resposta de Shinobu, a esperança que havia nos olhos de Meimi desapareceu. - Shinobu...não te lembras?
- Do quê?! - Disse Shinobu, já meio impaciente.
- Então ele tinha razão...
- Ele quem?!
- Ele disse-me que tu perdeste partes da tua memória.
Shinobu olhou para Meimi, surpreendida. - Eu...o que...?
- Não o faças!
Meimi e Shinobu olharam para a porta e viram Tsukasa com uma expressão irritada a olhar para Meimi. - Não lhe digas!
- Tsukasa? - Disse Shinobu, observando Tsukasa que se aproximava de Meimi.
- Neechan...ignora o que ela disse...
- Mas ela acabou de dizer que--
- Eu sei! Mas ignora. Não é nada de importante! - Disse Tsukasa, sorrindo. - Agora, Meimi-san, vamos.
- Mas, Tsukasa--
- Eu acompanho a Meimi-san até à porta, neechan! - Disse Tsukasa, empurrando Meimi para a porta. Assim que as duas se encontravam na rua, Tsukasa fechou a porta para impedir que Shinobu as ouvisse.