Watch Me escrita por haru


Capítulo 3
Jack Frost, a teoria.


Notas iniciais do capítulo

eu não acredito que eu tive coragem de por esse nome no capítulo.
DDD:



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As horas passaram e nem eu nem Suzuno conseguimos pensar em nada para resolver tal situação. Simplesmente começamos a falar de coisas aleatórias e por alguns momentos, eu havia até esquecido que ele estava invisível para todos.

Era estranho para mim, no entanto, passar tanto tempo com ele. Por um instante, quem sabe, ele parecia um cara legal.

– Venci de novo, cabeça de tulipa - falou ele, deixando as cartas no chão.

– Você esta roubando, não esta? Seu floco de neve do demônio..!

Estávamos jogando pife, e Suzuno não me deixou vencer nenhuma vez. NENHUMAZINHA.

– Como se eu precisasse roubar de um cara com cérebro de semente..

– Você se acha muito engraçado fazendo esses trocadilhos com meu cabelo, não é? Devo começar a zombar de você por ter se tornado Jack Frost ?

Ele fez uma careta, jogando cartas de baralho em minha direção, como se aquilo fosse machucar. Por mais que estivéssemos proximos, ali naquele quarto naquela situação, nossas brigas não foram poucas. Mas de alguma forma, chegava a ser divertido.

Menos, é claro, quando Osamu aparecia batendo na porta me perguntando porque diabos eu estava gritando, ou se havia mais alguém ali. Claro que ele não ainda não podia ver Suzuno.

Eu o xingava baixinho, e tinha que segurar o riso enquanto Suzuno fazia gracinhas com Osamu, como remeda-lo ou fazendo caretas.

– Porque esse sorrisinho? - perguntou o "Desalmado".

– Huh? O que? Que sorriso? - eu me fazia de confuso.

– Esse na sua cara, seu moleque.

– Nagumo, o moleque Tulipa - Suzuno falou.

– Ah, cale a boca seu...

– O QUE? - Osamu se irritou,

– OH ESPERE, EU NÃO ESTAVA FALANDO COM VOCÊ - tentei explicar.

Suzuno riu.

– Estava falando com quem então?

Olhei para Suzuno bufando.

– Escute, eu vou tentar te explicar - comecei - acontece que tem mais alguém nesse quarto.

Osamu me olhou como se eu estivesse coberto de bosta.

– Quem? Onde?

– Do seu lado. - respondi.

Suzuno cruzou os braços olhando para Osamu, como se esperasse que o mesmo olhasse para ele.

Osamu olhou, mas não viu Suzuno. Ele passou seus olhos pelo quarto, e até olhou para o teto, mas não havia nenhum ser vivo além de mim e ele, pelo menos não visivelmente.

– Você esta brincando comigo? - perguntou ele, enfezado, fazendo uma careta feia.

– É sério! Você se lembra de Suzuno Fuusuke?! O fantasma dele está do seu lado.

– EU NÃO SOU UM FANTASMA! - berrou Suzuno.

Osamu voltou a me olhar incrédulo.

– Quem é Suzuno Fuusuke? Você esta ficando doido, moleque?

– NÃO, EU ESTOU FALANDO SÉRIO! Tem um cara invisível aqui.

– Esta encapetado ? - perguntou Osamu, abismado.

– Nagumo, cale a boca, você quer ser internado num hospício? Ele não pode me ver..idiota - Suzuno me repreendeu, olhando bravo para mim. Eu pude ver que ele estava meio triste também.

Engoli em seco, e tentei pensar em alguma coisa. Osamu continuava parado na porta pensando que eu tinha algum problema mental.

– Ah, esqueça, você não vai entender - falei, esperando que isso o levasse a sair e me deixar em paz.

– Acho que você devia começar a frequentar uma igreja - comentou ele.

Dei de ombros e fiz uma careta.

– ME deixa EM PAZ - falei.

Ele me lançou um olhar furioso, ao mesmo tempo intrigado, e então saiu, batendo a porta.

– O que foi isso? Você quer que eles internem você, né? - Suzuno brigou.

– Eu estava tentando fazer alguma coisa aqui..

– Olha, eu sei que para você seria o melhor caminho, ir para um hospital psiquiátrico ou coisa assim, mas deixe para fazer isso quando eu voltar a ser enxergado, que tal?

Bufei.

– Cale a boca, Suzuno maldito, isso foi culpa sua que não fica quieto - retruquei.

Suzuno levantou as sobrancelhas e pareceu me dizer algo como "tanto faz".

– Por sua culpa todos vão pensar que eu estou ficando doido.

– Tenho certeza que eu nunca precisei fazer nada para pensarem isso.

– Seu maldito, porque não vai assombrar alguém e me deixa em paz.

– Arg, não vou nem te responder, tulipeiro, você não pode me tirar daqui de qualquer jeito.

– E PORQUE NÃO?

– Primeiro, você não tem força para me tirar daqui; Segundo, mesmo que você conseguisse me arrastar para fora, você não acha que se o Puro Alma lá em baixo visse você arrastando o nada ele não correria para chamar um padre?

Resmunguei. O maldito estava certo, de alguma forma, pelo menos na Segunda parte.

– Você podia ao menos tentar cooperar - falei, depois de um tempo em silêncio.

– O que? Eu só estava fazendo uma brincadeira. Você tem ideia do quão entediante é ser um cara invisível?

– Não começa com esse papo, por favor - me joguei na cama - só temos que dar um jeito de trazer sua "visibilidade" de volta, e isso tudo vai acabar.

– Se fosse tão simples..

– Eu vou te ajudar, seu maldito, então não reclame..

– Ah, que legal... - ele fez uma careta, e se jogou em minha cama.

Eu pensei em reclamar, mas um outro pensamento me veio a cabeça.

– Escute, Suzuno..

– O que é?

– Eu vou ajudar você, mas você vai ter que me prometer uma coisa.

Suzuno se sentou, me olhando.

– O que é? - repetiu.

– Quando todos voltarem a te enxergar, você vai ter que me deixar em paz.

– Ah, o que quer dizer com isso?

– QUERO DIZER QUE VOCÊ VAI TER QUE PARAR DE FAZER PIADAS COM MEU CABELO!

– Ah, isso! Claro, se você me fizer visível eu posso fazer isso.. posso até parar de falar com você.

– SIM, MELHOR AINDA.

– Tudo bem, eu prometo.

– Ótimo, então saia da minha cama.

Suzuno abriu os braços.

– Você vai dormir comigo hoje, nanico.

– O QUE?

– Não pense que eu vou para o chão.

– VOCÊ VAI PARA O SOFÁ!

– Eu não, lá não tem ventilador.

Serrei os punhos. Suzuno fez uma expressão que lhe fez parecer uma criança emburrada.

– DO QUE VOCÊ ESTA FALANDO? O VENTO DEVIA ATRAVESSAR VOCÊ!

– Eu não sou um fantasma, será que é tão difícil você entender, seu ignóbil energumênico?

– Huh, quer dizer que você não atravessa as coisas, né?

– Eu acho que não.

Me levantei e peguei um tênis, que eu havia tirado quando cheguei e deixado num canto, e joguei em Suzuno.

– Realmente, você não é um fantasma.

Ele bufou quando o tenis bateu em sua cabeça, e o agarrou quase instantaneamente arremessando de volta. Eu desviei.

– É CLARO QUE EU NÃO SOU UM FANTASMA, EU NÃO MORRI.

– Ok ok, entendi.. você é como.. Jack Frost então?

– NÃO, EU NÃO SOU JACK FROST!

De repente, me veio uma teoria. Talvez seja isso, Suzuno era como Jack Frost, isso chegava a ser legal.

– Suzuno! E se for isso?

– ISSO O QUE?

– Talvez seja como Jack Frost, só precisamos fazer as pessoas acreditarem em você!

– Bluh, do que você esta falando? Pare de falar sobre Jack Frost, você parece um fã idiota.

Sacudi minhas mãos na frente dele.

– E você se diz inteligente, né? Eu estou falando que talvez se as pessoas acreditarem que você alguma vez existiu, talvez elas passem a se lembrar de você e então, eles vão te ver.

Suzuno pareceu surpreso. Ele arregalou os olhos para mim e estava QUASE boquiaberto.

– Porque essa cara, maldito?

– Nada, é que é estranho saber que você realmente é capaz de pensar em algo assim.

– AAH, EU REALMENTE NÃO DEVIA AJUDAR VOCÊ, SEU INGRATO FILHO DA MÃE..

– Pare de gritar, você quer que seu irmão chame o padre?

– ELE NÃO É MEU IRMÃO!

Eu morava na casa de uma prima de Osamu, que aparentemente era alguma espécie de prima minha de 38437ª grau.

– Tá bom então, mas como você pretende fazer as pessoas "acreditarem" em mim?

– Boa pergunta.

Olhei pela janela, o sol já estava se pondo.

– Vamos pensar em algo amanhã, eu não vou sair por ai anoite com um cara invisível.

– O que teria de mal nisso?

– Seria como ser perseguido por um fantasma..

– Eu não sou um fantasma! Quantas vezes vamos ter que falar sobre isso?

– Ok, então um poltergeist, prefere assim?

– Não vou nem falar nada.


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Notas finais do capítulo

espero que não tenha sido idiota demais!
D:
reviews bem vindos, podem me xingar ²³³³²



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