A Sereia escrita por Santori T


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem-vindos (as)!
Hoje estou com um pouco de pressa, por isso estou só postando o capítulo. Mais tarde eu respondo os comentários e começo minhas leituras do dia! Um beijo e aproveitem!^^



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Nós nos encontramos, finalmente. Havia mais do que um mar revolto ondulando dentro dos olhos dele. Havia trevas. Seu rosto estava tão perto que pude sentir seu hálito gélido e ouvir seu coração intranquilo, batendo dentro do peito. Tentei me desvencilhar, mas ele enterrou o punhal com mais vontade em meu ombro, no que gritei de dor. Dava para sentir a ponta rasgando a pele do outro lado e se prendendo à árvore atrás de mim.

-Você deve ser muito burra mesmo – Sibilou para mim. A voz macia carregada de repulsa.

-Yen – Murmurei, mal aguentando ficar de pé. – Por que mandaram você atrás de mim?

-Não foi atrás de você que eu vim, Aleerah – Ele afrouxou o braço e pude respirar mais abertamente. – Sabe bem o motivo de eu estar aqui. A menina precisa morrer.

Virei para o lado e as lágrimas escorreram por minhas bochechas. Yen. Eu o havia abandonado há muito tempo. Eu o havia abandonado por causa do humano Elijah. E depois que fui banida, nunca pude me perdoar por te-lo traído.

-Você sabia, não é? – Murmurei, envergonhada, relembrando o passado. – Você sempre soube que eu estava com ele – Virei-me para Yen, seu rosto marmorizado não esboçava qualquer emoção. – com aquele humano. Eu sei que você me viu com ele.

Yen ficou quieto, mas a resposta nadava no mar tempestuoso de seus olhos azuis. Por amor a mim, ele não havia contado ao Conselho sobre minhas indiscrições com o marinheiro Elijah. Por amor a mim ele colocara em risco a própria vida, me encobrindo.

-E você agora está disposta a trocar sua gente por outro humano – Sua voz ecoou amargurada em meus ouvidos. – É isso?

-Yen – Eu ergui a mão e toquei seu rosto macio, mas ele me repeliu. – Ela não é como eles... Por favor... Tire o punhal.

-Sinto muito – Ele mordeu o lábio, hesitando. – Não posso fazer isso.

-Por favor... Não. Me ouça... – Implorei, a voz embargada, o corpo cansado e uma dor excruciante eletrocutando-me de cima a baixo.

-Isso está muito além de minha vontade, Aleerah – Explicou-me ele, se controlando. – Você tem ideia do que Ermont relatou ao Conselho? Das barbaridades que disse sobre você e sobre o que anda fazendo aqui? – Yen trincou os dentes, frustrado. – Ele disse que está se afeiçoando a eles, Aleerah! Aos humanos!

-Metade dos relatos de Ermont são embasados em mentiras – Argumentei, revoltada. – Mas... E se for isso, Yen!? E se... Se eu encontrei uma forma de me identificar com eles?

O outro me olhou com horror.

-E se... Se eu descobri que eles... Não são todos como Elijah era!? – Choraminguei. O sangue escorria por meu ombro, descendo pelo braço e empoçando o chão.

-Isso não importa! – Retrucou ele, indignado. – São humanos e se descobrirem sobre nós, nossa raça será extinta!!

Yen girou o punhal em meu ombro e eu gritei de dor.

-Claire!!

-Jade, vá embora!! – Eu berrei ao ve-la descer do carro, indecisa entre vir até nós ou continuar onde estava. O medo perpassava seu semblante pálido e seu coração batia enlouquecidamente.

Yen virou-se para ela com um ódio felino, fazendo Jade fugir para o interior da floresta. Eu sabia o que viria a seguir e numa tentativa desesperada de tentar evitar o pior, eu me joguei contra ele, empurrando-o para o chão, o punhal preso no ombro.

-Por favor, Yen, apenas... Me responda uma coisa antes. – Eu pedi, aflita.

-Sabe que vou acha-la – Disse ele, sombrio. – Isso não vai mudar. São as ordens do Conselho.

-Você nunca foi bom em cumprir ordens – Murmurei, fungando, o corpo sobre o dele, impedindo-o de se levantar.

-Faça sua pergunta.

-Você ainda me ama? – Perguntei sem rodeios. Era minha última chance, o último sopro.

Os olhos de Yen se arregalaram, surpresos com a pergunta repentina. Seus lábios entreabriram, mas nenhuma palavra saiu por eles. Então, seu rosto inclinou para o lado, entristecido. Ali estava a minha resposta. Muda, porém tão clara quanto um lago plácido.

-Pelo amor que ainda tem por mim – Implorei. – Me dê só uma chance?

-Sabe que não posso fazer isso – Yen suspirou, me ajudando a sentar. Ele passou as mãos pelos cabelos loiros e fitou o nada. – Ela precisa morrer, Aleerah. São as ordens. É a Lei.

-Ela não precisa desse destino, Yen – Rebati com cuidado. – A menina não sabe do segredo. Eu não contei e ela nunca viu nada.

Dessa vez Yen me fitou com interesse e desconfiança. Ele suspirou, estafado e pareceu se recolher em si mesmo para pensar.

-Lhe dou sete dias, Aleerah – Respondeu, por fim. – Sete dias para que me prove que a garota não sabe e nunca saberá sobre nós. Caso contrário, ela morre.


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Notas finais do capítulo

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