Inverno escrita por VenusHalation


Capítulo 3
Capítulo 3 - Chave


Notas iniciais do capítulo

Só pra constar: Eu não betei -q



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Os braços de Kentin falharam e, imediatamente, o livro caiu no chão, deixando o som metálico da chave ecoar pelo corredor.

- Está tudo bem garoto? - A voz da velha senhora foi ouvida acompanhada de passos que se aproximavam.

Ken apenas teve tempo de ter o reflexo de colocar mais livros no chão e abaixar-se, recolher a chave manchada e colocá-la no bolso, enquanto fingia pegar os demais livros.

- Kentin? - A mulher estava atrás dele, fazendo sombra sobre o menino abaixado.

- Sim! - A voz dele estava falhando. - Apenas me assustei com um inseto e deixei os livros que eu pretendia ler irem ao chão.

-  Insetos devem vir se abrigar bastante no meio dos livros, ainda mais com o frio lá fora. Tome cuidado com esses livros, menino! - Repreendeu. - São todos muito delicados!

- S-sim, senhora… - Abraçou os exemplares contra o peito, aquilo ia dar-lhe uma crise alergia, com certeza.

A bibliotecária voltou para seu lugar fazendo com que os músculos de Ken relaxassem de tal forma que parecia ter recebido uma massagem. Colocou os livros que havia recolhido em cima da mesa, notou que os dedos ainda tremiam devido ao susto e, então, enfiou a mão no bolso da calça puxando a chave.

Rodou o objeto nas mãos, vendo que era um objeto fora do convencional.  A chave estava coberta por uma camada escura, talvez pela ação do tempo; Não tinha apenas um dente, mas vários, para todos os lados seguindo uma lógica radial, além disso, era pesada.

Enfiou a chave no bolso de novo, pegou o livro que falava sobre a chave e organizou os restantes na prateleira, desligou o computador - que aquela altura fazia tanto barulho que parecia que ia explodir. - e deu adeus a sessão reservada.

Atualizou seu cadastro na biblioteca, validando o empréstimo e saiu a passos largos e contínuos, queria poder se trancar em seu quarto ler e analisar a chave por quanto tempo fosse necessário.

- Kentin! - A voz de Henry veio do fundo da sala comum.

- Olá, Henry…

- Seu cronograma está em cima da cama! Mas te adianto de que o almoço será servido às 13:00 em ponto, desça logo, atrasos ainda são imperdoáveis.

- Ótimo, estarei aqui... - Os planos para o seu dia já estavam perdidos em uma hora.

Subiu ao quarto encontrando o pedaço de papel em cima da cama. Começou a ler sem animação. As atividades começavam às 5:00 da manhã e terminavam às 7:00 da noite. Teria apenas três dias até o treinamento começar e aquele cronograma valer, de fato.

Faltavam apenas 10 minutos para o almoço e ele desceu encontrando os colegas veteranos. Almoçou em silêncio observando a disciplina que os outros tinham ao fazer o mesmo, era assustador. Terminaram em silêncio e no mesmo saíram.

- Três dias, Kentin! - Andrew brincou agarrando o rapaz pelo pescoço. - Aproveite seus dias!

- Eu… Sim! - Sai do abraço do colega com dificuldade. - Eu vou…Preciso arrumar minhas malas, então, até o jantar!

Correu sem ouvir o que os colegas, ainda com expressão de dúvida, tinham a dizer. Subiu direto para o quarto e começou ler o livro no capítulo “Chave”. Leu várias páginas até chegar no tópico de teorias.

  

“Alguns estudiosos da tranca, dizem que a chave tinha tantos dentes que seria impossível replicá-la, além disso, há um código radial onde só a chave se encaixaria.”

O trecho do livro fez o coração do garoto pular. Aquela era a chave da torre, não poderia ser outra coisa. Olhou a chave mais uma vez, mas não conseguia ver o código na marca radial, desceu as escadas vagarosamente, perdido em pensamentos de descontentamento, talvez aquilo fosse uma réplica falsa.

Ken jogou-se no sofá, encontrando Henry que estava com várias medalhas enfileiradas na mesa e passava um pano com uma substância amarelada limpando cada uma. Aquilo só podia ser um sinal.

- Henry, o que é isso? - Ajeitou os óculos com curiosidade vendo-o limpar as medalhas.

- Achei que só desceria para o jantar, sabe, as malas... - Brincou

- Não eu... eu... - Perdeu o foco da pergunta, ficando desconcertado.

- Isso é líquido para limpar prata, veja isso. - Ele pegou uma medalha visivelmente manchada de preto e começou a passar o pano embebido do líquido pelo objeto que ia tomando o brilho e cor prateada de volta.

- Incrível! - A excitação do nerd era visível. - Me daria um pouco?

- Ah… Claro, pra quê? - Indagou.

- Bem eu… - Dessa vez ele o havia pegado. - Eu só queria limpar um… anel.

- Anel?

- Sim, eu ganhei de uma garota! De despedida, sim, um anel! - Essa foi a resposta mais estúpida que poderia ter inventado.

- Pelo nervosismo, imagino que gostava muito da menina. - Riu colocando um pouco do líquido na tampa do recipiente.

- Sim, eu… Gostava, muito… - Por um instante, por mais que a história fosse inverídica, lembrou-se da garota que perseguia na escola.

- Bem, esse tanto deve dar. - Entregou-lhe a tampa. - Volte logo com isso, já estou quase terminando.

- Certo! - Afirmou abrindo um largo sorriso. - Obrigado!

Subiu para o quarto revirando a mala. Pegou a primeira meia que encontrou e lambuzou-a com o liquido correndo até a chave. Não precisou esfregar muito, a camada escura saiu como se fosse uma fina camada de poeira revelando números minúsculos que seguiam o caminho radial. Sorriu. Aquela era sua chave.

Desceu tentando conter a excitação e devolveu a tampa a Henry, voltou ao quarto e aguardou o horário do jantar. Às 20:00 em ponto todos estavam a caminho refeitório e Kentin desviou o seu caminho para a torre.

Sabia que estava em uma encrenca, mas como começou a nevar, serviria muito bem para que ninguém o visse. A respiração do garoto estava acelerada, podia ver a fumaça saindo do nariz repetidamente enquanto tentava tomar a decisão de encaixar a chave na fechadura ou não. Os dedos vacilaram através da luva, mas a chave por fim entrou. Ken olhou para os lados procurando o sinal de qualquer pessoa. Ninguém estava por ali. Girou a chave uma vez, duas vezes, três. A porta de moveu estalando, não podia acreditar no que seus olhos estavam vendo.

Pensou em sair correndo e desistir dessa loucura, entregar a chave a alguém responsável e sumir dali, mas algo o puxava para dentro. Entrou e trancou a porta atrás de si. Ken tateou o bolso do casaco e pegou o celular, iluminando o caminho com a luz azul fraca que dele saia, deixando que os olhos se acostumassem.

O cenário em que ele se encontrava era até clichê: Uma torre de pedra com uma escada de pedra em forma circular, apenas isso. Pisou no primeiro degrau sentindo o equilíbrio falhar, apontou o celular para o chão e viu que uma fina camada de gelo o cobria. Pensou seria muito mais prudente que ele ajoelhasse e fosse subindo engatinhando e assim o fez.

Degrau por degrau - e alguns escorregões - ele subiu vagarosamente durante minutos incontáveis. Bateu a cabeça em algo, percebeu ser outra porta, subiu o celular para a maçaneta, felizmente, não havia nenhuma entrada para qualquer outra chave ali.

Resolveu recostar as costas contra a porta, estava suado, ,embora ainda estivesse frio, e tentava recuperar o fôlego. O peito subia e descia enquanto a respiração acalmava, então, o ar lhe faltou e a respiração se desestabilizou mais uma vez ao constatar que uma forte luz azul saia de debaixo da porta.

Seu corpo ficou imóvel enquanto observava a luz ficar mais intensa e depois fraquejar em um ritmo repetido. Queria correr, mas sabia que se escorregasse naquele lugar, a morte seria certa, mas já havia chegado tão longe. Respirou fundo abrindo uma fresta na porta, deixando os olhos serem tomados pela dor de olhar a luz tão intensa de perto. Tonteou e caiu para frente, sentiu o rosto encostar no chão gelado e sacudiu a cabeça mirando um e o borrão a sua frente, havia perdido os óculos. Tateou o chão freneticamente em busca do par de óculos mirando um borrão mais uma vez.

- Tome deixou cair. - Alguém colocava os óculos de volta no rosto do garoto.

- Obrig… - A voz de Kentin morreu.

Uma garota estava iluminada pela luz azul no chão, era jovem e tão pálida que ele poderia dizer que estava doente, se não fossem as bochechas fortemente coradas. Tinha longos cabelos esbranquiçados e mirava-o docemente com olhos grandes e azuis que ele olhava sem reação alguma.

- Eu me chamo Noelle, quem é você? - Ela sorriu abaixando para ficar ajoelhada de frente a ele.

Kentin sentiu a cabeça rodar e tudo se apagou.


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Notas finais do capítulo

Yaaaay! Demorei, eu sei -q
Mas é minha sine eu demoro, sorry! T^T
Como eu disse anteriormente eu não pretendo que essa fic. seja grande, no máximo uns 5 ou 6 capítulos ♥
Logo ela já está quase no fim e eu já sei como ela terminará.
OE
Bom, espero que tenham gostado do capítulo, deixem seus comentário aqui embaixo e vão ser felizes! ♥



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