It's A Small World escrita por JFah


Capítulo 3
A tentação bateu em minha porta, e eu abri.


Notas iniciais do capítulo

Me diverti escrevendo esse capítulo, espero que se divirtam lendo também.



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Arizona estava exausta do trabalho, aquele ponto que você já não sente mais as dores individuais, só aquele cansaço generalizado. A única coisa que queria era chegar em casa, tomar um banho caprichado e dormir. Seu plantão tinha acabado de manhã, e sua namorada só chegaria em casa para o almoço especial que Carmen tinha prometido, então poderia descansar pelo menos um pouco até esse momento, o que para o seu estado não era o ideal, mas tava acostumada a uma rotina pesada. Ela retirou as chaves da bolsa e quando estava girando-a na fechadura ouviu uma voz cantando do outro lado da porta, mas como seu raciocínio estava lento não pensou em nada. Quando ela deu o primeiro passo para dentro do apartamento seus olhos correram para a origem da voz, e a imagem a parou aonde estava. Carmen estava de roupas de ginástica, mas não era aquela que se via nos praticantes de atividades físicas de Seattle, no máximo eles usariam isso por debaixo da roupa. Ela usava um short de laycra preto que se passaria facilmente por uma cueca box pelo tamanho, e um top da mesma cor que ressaltavam seus peitos, que diga-se de passagem já tinham destaque mesmo com roupas descentes. Para piorar o quadro ela ainda estava se alongando em uma posição não menos provocante que as vestimentas, enquanto cantava uma música que estava ouvindo nos fones de ouvido.

Só deu tempo de voltar de ré e fechar a porta antes que a outra mulher a visse. Ela piscou os olhos em uma tentativa frustrada de tirar a imagem da cabeça e impedir que qualquer pensamento que ela que era uma pessoa comprometida, correta e apaixonada pudesse ter em relação a sua quase cunhada. Seu cérebro, que já estava antes em mal funcionamento, tentou enviá-la uma luz, lembrando que Mark devia estar em casa. Arizona sabia que ele não é a melhor pessoa para saber do ocorrido, mas como citado, o cérebro estava em mal funcionamento, o que não leva a boas atitudes. Em seguida foi bater no vizinho conhecido, que pela falta de resposta estava dormindo, mas ela insistiu tanto que ele atendeu lá para a décima batida.

–Espero que alguém tenha morrido- Um mark sonolento de pijama apareceu do outro lado- Acordar um médico nas poucas horas que ele tem para dormir é uma falta grave.

–Quase- Arizona respondeu exasperada- Eu cheguei em casa agora e encontrei a prima da Callie fazendo sei lá o que na sala com uma roupa mínima, eu não conseguiria disfarçar a minha reação, então dei meia volta, e agora não sei o que fazer.

–Me mostra que eu te perdoo.

–É sério isso ?

–Te perdoo e deixo você dormir no meu sofá até a Callie chegar.

–Feito, vem comigo.

Os dois se dirigiram ao apartamento e Arizona abriu a porta, Carmen ainda estava lá, mas agora em uma posição pior que a deixava de costas para os dois com a bunda para o alto.

–Eu quero que você saiba que sempre, sempre- Disse enfatizando bem a palavra- Pode me acordar a hora que quiser para me mostrar essas coisas.

–Tá bom, agora vamos antes que ela nos veja.

Mas os dois resolveram olhar por mais um segundo, tempo suficiente para ela perceber os espectadores.

–Ah, oi...-Carmen se mostrou surpresa e envergonhada e pegou uma blusa que estava no sofá, como se fosse pano o suficiente para tampar aquilo tudo- Callie me disse que estariam todos no hospital, achei que só iam chegar para o almoço.

–É, ela não sabia que eu sairia mais cedo, tive que adiar minha última cirurgia.

–Entendi...E você Mark ? Não parece estar vindo do trabalho, não que não fique bonito só de samba canção, mas não é apropriado.

–Olha quem fala, eu uso mais pano para dormir do que você para...sei lá o que estava fazendo.

–Eu vou correr, de calça, antes que fale alguma coisa. Estava alongando.

–Não to reclamando não, por mim você fica assim o dia inteiro, de preferência na minha casa.

–Sim. Eu, você e sua namorada.Se bem que se deixasse nós duas sozinhas até que ficaria interessante.

–Pode ter certeza que se ela gostasse dessas coisas pelo menos um pouquinho eu já tinha convencido ela a fazer isso.

–Pelo visto já ficaram amigos ?- Arizona resolveu interromper o assunto que não ia a lugar algum.

–Ele me trouxe ontem para me mostrar o apartamento, tive que aguentar algumas cantadas mas amigo da minha irmã é meu amigo também,então não tem jeito.

–Olha, eu já fui caso da sua irmã, então tenho que ser seu também, não tem jeito.

–Eu já te disse, SE eu não fosse gay, SE você não fosse comprometido, você com certeza ia me convencer com esse papo de galinha e com esse rostinho bonito. Mas são muitos "SEs", então é impossível, agora, me deem licença dois, vou caminhar e passar no mercado para comprar umas coisas para o almoço.

–Acho que se você fosse desse jeito no supermercado ia voltar com compras de um ano de graça.

Carmen apenas o censurou com o olhar e colocou a calça, o tênis, prendeu bem os cabelos em um rabo de cavalo alto, ajeitou o fone nas orelhas e passou pelos dois que ainda se encontravam em pé em frente a porta.

–Ah, Arizona, -disse quando já estava no corredor- Esqueci de perguntar, você quer alguma coisa específica do mercado ?

Ela ainda era simpática, para piorar.

–Não, obrigada.

Quando ela sai de vez Mark começou:

–Eu te entendo, deve ser difícil, a mulher é quase uma versão 2.0 da Callie.

–Claro que não !- Arizona estava irritada- Callie é muito mais bonita ! E simpática ! E minha !

Mark só concordou com um olhar de compreensão perversa.

–Vai embora Mark, eu ainda vou tentar dormir um pouco antes do almoço.

–Ah sim, tente não sonhar com nada que não seja permitido.

–Ah sim, eu sei que dizer o mesmo para você não adianta.- Foi a última coisa que disse antes de fechar a porta.

Aquela manhã era muito curta para o tamanho do seu cansaço, e Arizona agora agradecia por isso, pois provavelmente não teria tempo nem de sonhar coisas que seu inconsciente estava empurrando para o fundo. E foi isso que aconteceu, ela nem tirou a roupa, nem tomou banho, deitou atravessada na cama e caiu em um sono pesado.


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