The 75th Hunger Games - Fanfiction Interativa escrita por Driokjin


Capítulo 1
Bianca Devine I: A Rosa-prateada




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/345698/chapter/1

O Sol se erguia no horizonte manchando o céu de cores vivas e alegres. Lentamente retirei meu cobertor de seda aproveitando cada raio de sol que entrava pela janela do meu quarto, fui até a varanda e pude ver um jardim que refletia as cores do céu, amberas, lilátistas, rubisas, azugaridas e as minhas preferidas, as rosas-prateadas. Os nomes são esquisitos, eu sei, é porque elas não são flores convencionais, são milagres da genética desenvolvidas no extinto Distrito 13. Eles conseguiram fossilizar flores a nível celular utilizando a resina de pedras preciosas, como diamantes, rubis e esmeraldas, mudando assim o seu DNA, tornando-as orgânicas, mas com maior durabilidade e longevidade, e agora nós do Distrito 1 temos essa formula em mãos. A Rosus Angentum, mais conhecida como a “Rosa-prateada” é a minha preferida, porque além de possuir um beleza exuberante, ela esconde um segredo mortal. É preciso muito cuidado ao colhe-la. Como toda rosa ela tem espinhos, só que neles um tipo de fungo se desenvolveu, e ao entrar em contato com o organismo humano afeta o sistema nervoso, causando perda da sanidade e espasmos musculares, depois o corpo entra em estado de necrose, apodrecendo de dentro para fora, assim, em poucos dias a pessoa infectada está morta. Está vendo ela é igualzinha a mim, linda e fatal.

A porta do meu quarto se abre e Amber nossa Avox entra com uma bandeja dourada com o café, torradas e geleia e uma rosa-prateada em um pequeno vaso de flores. Fui em direção da minha cama, me aconcheguei nela e comecei a comer minha refeição matinal, os sabores pareciam mais acentuados e o doce da geleia enchia minha boca, escondido debaixo do abafador estava minha sobremesa favorita, torta de chantilly e frutas vermelha. Depois do café enchi uma banheira com água quente e bastante espuma, entrei nela e tomei um longo e demorado banho, sem preocupações. Meus pais a essa hora já deviam estar no trabalho, eles são donos de uma indústria de joias aqui em meu distrito, uma das mais renomadas e é por isso que temos um jardim tão caro. Eu sou filha única, mas isso não me torna uma pessoa mimada, no meu treinamento para os jogos eles nos ensinam a viver com o excencial, agora, se você tiver poder aquisitivo o suficiente para ter o que quer, não faz mal exagerar às vezes.

Saio da banheira e vou direto ao meu guarda-roupa. Sabe eu não gosto de cores fracas e opacas, elas tiram o brilho das pessoas, e se você é uma pessoa como eu não vai querer isso, na minha opinião se você tem potencial o mundo deve saber disso e a maneira como me visto e minha personalidade excêntrica, foi o jeito que eu encontrei de me destacar da maioria, chamar a atenção para mim e fazer com que todos vejam o quanto eu sou boa, e isso é mais fácil quando todos os olhos estão voltados para você. Escolho uma calça laranja bem apertada, uma blusa regata roxa, um cordão de ouro com um prisma de diamante como pingente, um jaqueta de couro azul celeste e um salto alto rosa, arrumei o cabelo de um jeito bem despojado, passei um batom rosa e esfumacei sombra preta nos olhos, vi minha imagem no espelho e gostei do que estava lá.

– Como um alvorecer. – Disse risonha.

Fui até o jardim e me deitei na grama, respirei fundo e fechei os olhos, seria um dia perfeito se não fosse pela colheita, eu não gosto muito da ideia de por em jogo minha vida mesmo tendo mil por cento de certeza que eu venceria está edição se assim fosse. Olho no meu relógio e vejo que está quase na hora da escolha dos tributos, sigo em direção da praça, ainda a poucas pessoas, decido caminhar mais um pouco, quero que tenha o maior número de pessoas quando eu fizer minha entrada triunfal. Fui até a barraquinha de sorvete e pedi uma casquinha prateada de morango, sentei no banco da praça, olhando a distancia todo o movimento da colheita. Então o vejo chegar, a única pessoa de quem eu realmente gosto, Creighton Luncentgate, ele é meu melhor amigo e também minha paixonite secreta, quando me vê, vem em minha direção, meu coração dispara e tenho certeza que meu rosto ficou rosado.

– Oi Bianca. – Disse ele com o sorriso mais lindo do mundo, enquanto se sentava ao meu lado.

– Oi Creig. – Era assim que eu o chamava. Corei ao sentir seu perfume.

– Preparada para o show? – Perguntou irônico gesticulando com as mãos.

– Não mesmo. – Respondi. – E você, vai se oferecer hoje? – Perguntei enquanto provava do sorvete que eu havia comprado.

– Quem sabe. – Falou apoiando a cabeça nas mãos e relaxando o corpo para trás de um jeito bem sexy. Sorrimos juntos.

Ele é um cara legal, nos conhecemos no jardim de infância, só que naquele tempo ele não era tão atraente. Quando criança eu era muito peralta, parecia até um menino, no dia em que tomamos consciência da existência um do outro, era o hora da recreação, eu estava na copa da macieira que ficava no pátio, tentando pegar uma maça, quando escorreguei e caí no chão machucando meu joelho, comecei a chorar, mas o barulho que as outras crianças faziam abafava meu lamento, quando do nada ele apareceu, agachou perto de mim e perguntou de eu estava bem, retirou minha mão de cima do machucado, aproximou os lábios e o beijou, depois disse que sua mãe sempre falava que aquilo iria fazer o “dodói” sarar mais rápido, e realmente naquele momento a dor cessou, me disse seu nome e perguntou se eu queria brincar com ele na caixa de areia, desde então não nos separamos mais.

Agora as coisas estão diferentes, ele cresceu e eu também, os hormônios da adolescência estão me deixando louca e não quero mais ser apenas sua amiga, só me falta coragem para arriscar, e eu não sei porque, eu já fiquei com outros garotos, mais com ele é diferente, eu sempre travo e não consigo falar nada, e olha que eu sou bem desenvolta com os garotos.

– De que sabor é o seu sorvete? – Perguntou ele fazendo-me acordar de meus devaneios.

– É de moran... – Fui bruscamente interrompida por sua mão forte roubando minha casquinha. – Me devolva isso. – Falei esticando o braço tentando alcança-la.

– Calma, eu só quero uma lambida. – Falou enquanto me empurrava com o braço direito e em seguida pôs a língua pra fora e deu uma lambida nojenta que deixou o sorvete todo babado. Parei de tentar alcança-lo.

– Porquê você é tão nojento? – Perguntei cruzando os braços e cerrando os olhos.

– Talvez deva ser essa minha necessidade de irritar as pessoas. – Falou jogando a casquinha na lixeira ao lado.

O Sinal da colheita soou e seguimos em direção ao prédio da prefeitura. Ao chegar na fila de coleta de sangue nos separamos ele me desejou sorte e seguiu em direção à ala masculina, fui levada até a fila das garotas de quinze anos, onde uma pacificadora perguntou meu nome e idade, espetou meu dedo com um pulso elétrico e escaneou meu DNA, não doeu nada, foi mais como uma vibração no indicador direito, chupei o dedo para coagular o sangue. Entrei no pátio onde estavam os candidatos a tributos, separados em fila por idade e sexo, de um lado meninas e do outro meninos, à frente estavam as crianças de doze anos e no final estavam os jovens de dezoito. Segui com as garotas de quinze anos para nossos postos, todas as minhas amigas estavam lá e não paravam de dizer o quanto eu estava bonita e os meninos me olhavam duas vezes quando eu passava. Do lugar onde eu estava, dava para ver Creig perfeitamente, exibindo seu lindo sorriso enquanto conversava com os amigos.

– O Creig está tão lindo hoje. – Dizia Rubi me despertando do transe no qual eu me encontrava.

– O que você disse? – Fingi não ter ouvido.

– Creig. Ele é muito bonito, os olhos, a boca, as pernas e não me faça falar dos braços. – Falava enquanto mordia os lábios.

– Ele não é tudo isso. – Menti, quase engasgando.

– Você só diz isso porque é muito amiga dele e não consegue ver a obra-prima que ele realmente é. – Dizia ela sem desviar seu olhar do corpo de Creig.

– Tudo bem, eu já entendi. – Falei mais rápido do que queria deixando transparecer meu ciúmes. Todas me olharam confusas. – É que este assunto está me constrangendo. - Tentei explicar, mas pela cara que elas fizeram não funcionou.

Depois do meu surto psicótico, o silêncio pousou em nossas bocas, sem coragem de olha na cara uma das outras, mantínhamos os olhares fixos no palco, até um homem aparecer e tomar o microfone em mãos, olhou para o público e tentou nos cumprimentar, mas a microfonia ensurdeceu à todos, ele fez uma pausa, aqueceu à garganta e finalmente podemos ouvir sua voz . Era firme e áspera.

– Olá candidatos a tributos do Distrito 1, me chamo Redmond Divinemoat e estou aqui para escolher o valoroso guerreiro e guerreira que nos trará mais uma vitória. – Falou olhando para todos nós. – Mas primeiro, direto da Capital uma curta que todos conhecemos bem.

As luzes do palco diminuíram e o telão que estava atrás do homem se iluminou e as imagens de antigas edições dos jogos começaram a surgir junto a uma explicação de como tudo começou, a guerra as mortes, não era muito bom rever isso todos os anos, mas hoje em dia já nem me importo tanto, o filme termina com a frase que caracteriza os Jogos Vorazes: “ Que a sorte esteja sempre à seu favor”. O telão apagou-se, e podemos ver o rosto do representante da Capital novamente. Ele se aproximou do microfone.

– E agora escolheremos os tributo. – Falou e seguiu em direção à esfera com os nomes das candidatas à tributas do Distrito 1, retirou um envelope, voltou ao centro do palco, desdobrou o papel e revelou seu conteúdo – Bianca, Bianca Devine.

Algumas pessoas me procuravam entre os tributos e minhas amigas olhavam para mim sorrindo, logo veio uma salva de palmas ensurdecedora, eu estava estática, não era uma vontade minha ir para os jogos. Fui em direção ao palco com um sorriso falso no rosto, rezando para que alguém se oferecesse, mas eu sabia que ninguém se ofereceria, todos sabiam quem eu era a fama da família Devine corria por todo Distrito 1, eles sabiam que eu era uma exímia lutadora, sabiam que era a escolhida. Subi na armação de madeira construída no centro da praça onde estavam Redmond, o prefeito e meu futuro tutor, todos me olhavam orgulhosos, fiquei em frente ao microfone e disse qualquer coisa sobre estar honrada pela oportunidade, até parece. Redmond pediu para que eu fosse para a plataforma onde os tributos ficavam, ao subir nela o primeiro rosto que vejo é o de Creig, sorrindo, só que não era um sorriso verdadeiro, por trás dele era possível ver a tristeza, fiquei tão atordoada que entrei no automático, não me lembro quem foi o escolhido como tributo ou mesmo de suas palavras ditas naquele palco, só conseguia olhar para Creig. Quando dei por mim, já estava na sala de visitas, sentada em um sofá de veludo vermelho enquanto meus pais diziam que eu seria a vencedora e honraria meu sobrenome. Depois Rubi e as meninas ficaram dando uma de tutoras dos jogos inventando táticas mirabolantes para vencer os jogos, e em seguida ele, Creig entrou e ficamos em silêncio apenas nos olhando, até ele dividir os lábios.

– Isso está estranho, não? – Falou com um sorriso de canto de boca. – Eu estava com vontade de dizer à você tantas coisas, e agora... – Por um momento eu pensei que ele diria que me amava. – Você está com medo?

– Não. – Respondi. – Só Triste por ficar longe de casa. – Queria poder dizer que estava triste por ficar longe dele.

– Você vai vencer. – Falou ele.

– É, eu sei disso. Falei com um leve sorriso nos lábios. Sorrimos e nada mais. Até um pacificador nos dizer que o tempo havia se esgotado. Creig se levantou, foi até a porta olhou novamente para mim, meus lábios dividiram-se, ele parou esperando pelo que eu diria, mas como sempre nada saiu.

– Que a sorte esteja sempre à seu favor. – Foi o que ele me disse antes de sair pela porta. E assim mais uma vez deixei passar a oportunidade de dizer que eu o amava, que queria casar com ele, ter filhos com ele e faze-lo feliz. Mas é melhor assim, eu não poderia ter essa distração nos jogos, seria um empecilho, eu preciso estar focada na vitória e caso eu morra não poderia deixa-lo carregar um luto por saber que eu o amava, ele se culparia por não ter notado e eu nunca iria querer que ele sentisse algo assim. Tive de esperar mais alguns minutos naquela sala até que um pacificador entrou e disse que estava na hora de partir, ele me levou até a plataforma de embarque, onde meu instrutor e os outros me esperavam, dei uma ultima olhada em meu distrito para me despedir e em seguida, subimos no trem que tinha como destino a Capital.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Para aqueles que ainda não enviaram suas fichas aqui está ela:

[Ficha]

Nome:
Idade:
Distrito:
Foto:
Personalidade & Características:
Habilidades:
Estratégia:
Armas:
Roupa/Estilo:
Par Romântico:
Complemento:
Biografia antes dos jogos:



Espero que tenham gostado do capitulo, desculpem a demora. E que a sorte esteja sempre a seu favor.