Once Upon a Time escrita por Jay


Capítulo 2
Fenômeno




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NATHY

Acho que ela vai morrer! Mas ela não pode morrer! O que vou fazer? Não quero mais ficar aqui, mas eu tenho que ficar é o que ela faria no meu lugar! Medo...medo...medo... é a única coisa que eu sinto e que me faz ficar louca! Harry esta em um dos bilhões de quartos deste hospital com ela e com o médico, Liam e o garoto que segurou ela estão tentando me acalmar, o que é logicamente impossível!

Levantei pela milésima vez e caminhei em direção a porta, antes de chegar lá girei e voltei caminhado de volta para o meu lugar. Fiz esse trajeto umas vinte vezes, até eu não me sentir muito bem. Sentei  ao lado de Liam mais uma vez. Escorei minha cabeça em seu peito e ele começou a acariciar meus cabelos com cuidado. Aquilo era bom e de um jeito estranho me acalmava, não completamente, mas o suficiente para que eu ficasse ali com ele.

O garoto em nossa frente, que até em tão estava com a cabeça apoiada em uma das mãos e os olhos fechados, simplesmente abriu os olhos e fitou algo atrás de nós. Virei para ver o que era e encontrei Harry e o médico vindo em nossa direção. Nos levantamos esperando eles se aproximarem mais para começarmos a perguntar sobre ela.

Harry assentiu algumas vezes para o médico, mas sempre sério, até demais. O médico mostrou algo em sua prancheta e depois Harry abaixou a cabeça respirando fundo. Acho que aquilo significava que as coisas não estavam muito boas.

O médico apertou a mão de Harry e então se foi por um dos corredores. Harry colocou as mãos nos bolsos e veio em nossa direção de cabeça baixa, ninguém perguntou nada. Ele sentou no sofá ao nosso lado e fitou o nada por um tempo.

- O que houve? – Liam rompeu o silencio. Harry respirou fundo algumas vezes e depois mexeu a cabeça como que mandando um pensamento ruim para longe.

- Ela está com alguns problemas nos pulmões por respirar muita fumaça, o cérebro dela não tinha oxigênio suficiente naquele momento em que ela desmaiou. – ele respirou mais uma vez com muita calma e depois continuou. – Ela tem que ficar aqui até os pulmões estarem de volta ao normal ou terão que fazer cirurgias para melhorar.

- Ai meu Deus. – falei caindo no sofá. Aquilo era tudo que eu não queria ouvir, meu verdadeiro medo se tornando realidade! Que grande droga. Risco de vida! Aquilo era um jeito mais fácil de dizer que ela podia morrer! E tudo que podíamos fazer era sentar e esperar que alguma coisa acontecesse, sendo ela boa ou ruim.

JAY

Estava escuro e muito quieto, o único barulho era um “bip” consecutivo, havia uma luz fraca ao meu lado, era uma pequena tela com uma linha de batimentos cardíacos. Que ótimo um hospital! Sou um verdadeiro desastre, em menos de cinco meses eu já voltei para o hospital por causa de mais um acidente.

Minha garganta estava ardendo e eu não conseguia respirar direito. Coloquei a mão em meu rosto e senti um pequeno tubo passando pelo meu nariz para me ajudar a respirar. Em meus braços tinham tubos de soro, aquilo era desconfortável e irritante demais. Minha vontade era de arrancar aquilo tudo e sair correndo daquele hospital nojento.

“Não faça isso, é perigoso.” Uma voz masculina ecoou em minha mente, olhei ao redor, mas tudo continuava escuro do mesmo jeito e vazio. Ah que ótimo, eu já era estranha e agora tem uma voz estranha em minha mente me mandando fazer coisas.

“Feche os olhos, desligue a mente e apenas se concentre em descansar. Tudo irá melhorar a partir do momento em que você estiver descansada.” A voz apareceu mais uma vez, e por alguma razão que eu não sei qual, eu simplesmente fiz o que ela mandou. Fechei meus olhos e adormeci.

HARRY

- Não sabemos como, mas ela melhorou de um modo surpreendente. – o médico falava entusiasmado em nossa frente. Não conseguia acreditar, ontem ela estava quase morrendo e agora estava curada. – As lesões em seus pulmões simplesmente sumiram e se tudo continuar bem poderemos dar alta ainda hoje.

- Você está falando serio? Sem brincadeiras? – Nathy perguntou ao médico. O homem de cabelos grisalhos apenas assentiu para ela com um enorme sorriso no rosto. Nathy sorriu também e depois veio correndo em minha direção se jogando em meu pescoço com toda a força. Dei um passo para trás recuperando o equilíbrio e tentando segura-la. Não consigo me lembrar de quantas vezes quis que isso acontecesse e agora simplesmente está acontecendo, ela está me abraçando porque quer, não porque nossas mães nos obrigaram como um símbolo de paz no meio de nossas brigas.

- Vou liberar as visitas, então vocês podem subir e conversar com ela. – o médico falou me tirando daquele momento de paz.

- Podemos subir agora? – Nathy perguntou me largando e virando para o médico que olhou na prancheta dele uma vez e depois deu de ombros.

- Não estamos no horário de visitas, mas se me seguirem posso infiltra-los. – ele riu e nós fomos por um corredor.

Paramos em frente ao mesmo quarto em que deixei ela na noite anterior. O médico abriu a porta e lá dentro na cama Jay sorriu para nós enquanto entravamos para abraça-la. Nathy a abraçou primeiro e depois sentou ao seu lado na cama.

- Você nos assustou! – Nathy falou.

- Desculpa, mas agora eu estou bem e logo vou sair daqui, certo? – ela perguntou olhando para mim.

- Sim, o médico disse que você pode receber alta ainda hoje se melhorar mais um pouco. – falei rindo.

- Quem mandou flores? – Nathy falou olhando para cima da mesa que estava ao lado da cama. Havia um vaso com um buque enorme de tulipas vermelhas.

- Achei que tivesse sido vocês. – Jay falou. – Não?

- Não, não fomos nós. – me aproximei do buque para ver se havia algum cartão nele, mas não havia nada. – Nenhum cartão, estranho.

- Desculpe, mas vocês tem que sair. – uma enfermeira apareceu na porta do quarto. – Não estamos no horário de visitas.

- Mas... – Nathy começou a falar.

- Saiam agora. – a mulher falou.

- Vamos voltar logo. – falei para Jay e depois saímos do quarto.


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