I'm Not Okay escrita por Biaaa


Capítulo 1
1 - Manhã Infernal




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Eram seis e meia da manhã. Soninho profundo; minha cama, meu cobertor e meu amado travesseiro. Tudo tranqüilo, dormia intensamente feliz, até que meu sonho virou um eterno pesadelo.

- FRANKIE! Acorda, tá na hora de ir pra escola! – disse, balançando-me na cama, de maneira nada delicada, ao contrário de como fazia com ele.

Era insuportável, o modo como minha mãe não se preocupava em esconder sua preferência.

- Meu amor, já está na hora... – falou, beijando o rosto de Jimmy, enquanto alisava seus sedosos cabelos.

Por que ela não me tratava assim, também? Mais um dia de aula, igual a outro qualquer; não agüentava mais aquela rotinha. Levantei-me para trocar de roupa e, sim, estava atrasado, como já era de costume.

- Você não vai comer nada, meu bem? – perguntou, Rachel, a me ver sair de casa, apressado.

Sua voz era tão doce. Ela tinha começado a trabalhar para a família, ainda quando eu era bebê. Minha mãe lhe inseria plena confiança, pois sempre cuidara de mim como seu próprio filho. Para falar a verdade, talvez fosse a única que realmente fizesse isto.

- Não, Rach... Eu to atrasado!

- Você está magrinho, Frankie, faz muito tempo que não se alimenta bem. Tem certeza que não quer nada?

- Uhum! – beijei-lhe a bochecha, me despedindo, antes de abrir a porta de casa.

“Merda de vida!”.

O Gee estava viajando. Ele sempre ia comigo para o colégio, mas sua avó havia adoecido, e seus pais levaram-no junto ao seu irmão, Mikey, para visitá-la. Oh, como ele me fazia falta... Era o único que me entendia, com quem eu podia me abrir de verdade.

“Não no sentido verdadeiro da coisa, mas... Que seja.”.

Assim que coloquei os pés para dentro da escola, pude vê-la. Estava tão linda quanto aos outros dias. Eu já tinha perdido as esperanças; era meio de ano, e acho que ela nem sabia meu nome.

- AHÁ! Viajando no mundo da lua, Sr. Cabeçudo? – disse, Ray, dando um baita tapa em minha cabeça.

- Estúpido!

Aquilo doía de verdade. Raymond realmente sabia como me deixar irritado, de manhã – o que, em minha opinião, não era muito difícil –.

- Eu falei com o Gee, ontem.

- Ele disse quando chega? – interrompi, antes que pudesse terminar a frase.

- A avó dele piorou... Parece que só volta daqui a duas semanas.

“DUAS semanas?”.

Definitivamente, era meu fim. Duas semanas = uma eternidade. Já estava fora há doze dias, e eu não via a hora de ele voltar. Eu precisava falar com alguém; alguém em quem eu pudesse confiar.


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