Harry Potter E A Magia Oculta escrita por heislazy
No sonho, Harry estava correndo. Corria desesperadamente em direção a uma porta. Uma bela porta, pensou. Era grande e com uma madeira pintada de azul, muito reluzente. Sua maçaneta tinha o formato de um telefone sem fio, um daqueles de última geração.
Harry tropeçou e caiu no chão, rolando estabanado. Não podia parar. Tinha que alcançar a porta.
Tomou ânimo e ficou de pé, sacudindo a grama morta do corpo. Correu em direção a porta e, na louca, puxou a maçaneta e entrou com tudo.
Caiu direto num mar de lava.
Acordou se debatendo e gritando, e ficou envergonhado ao notar quatro formas difusas ao redor de sua cama. Tateou a cômoda em busca dos óculos e, assim que os vestiu, reconheceu a forma de tia Petúnia, tio Válter, seu primo, Duda, e um rapaz de salto alto e roupas da moda.
– O que está acontecendo? Perguntou Harry, a voz ainda embriagada do sono. Não tardou a notar que estava molhado nas pernas, muito molhado. Era urina, sabia que era.
– Viemos aqui chamar você para fazer o Harlem Shake, disse tia Petúnia. Esta vestida com uma meia-calça rosa pink e um top verde fluorescente.
– Que magia é essa?
– Honey, é o it do momento. Todos os tops estão fazendo. Se você não está, é out! Ah, by the way, eu sou Rebeccah Barulhenta.
– Pensei que você fosse um homem!
– Eu sou, ué. Só não levo a sério.
Rebeccah Maravilha esta vestido - ou vestida - com um salto agulha 25 cm preto com caveiras rosa e azul pelo bico. Usava um mini-shorts jeans manchado e rasgado e uma blusa cinco números maiores no estilo "Keep Calm and Carry On".
– Eu não quero fazer isso! Gritou Duda, e Harry não conteve o riso. O gorducho vestia nada mais nada menos do que um vestido azul com flores amarelas, com as banhas de baixo do braço saltando por fora das alças. - Do que você tá rindo, perdedor? Esse vestido vai ser seu daqui a alguns anos, HAHAHAHAHA!
Verdade, poxa! Tudo o que Duda não queria mais era dado a Harry. Escova de dentes, pente, sabonete, canetinha, post-it, pedra, galho... Tudo. E Harry ficava feliz, porque era a única vez que ganhava coisas - menos quando recebia as fotos do conteúdo evacuado por Duda.
– Vamos logo, moleque! Petúnia gastou uma grana nisso e disse que estávamos concorrendo no concurso de "Família Ozadia". Foi a vez de tio Válter se pronunciar. Trajava um terno vermelho com cifrões pretos por sua extensão, e segurava uma bengala de madeira para dar um ar de cafetão.
– Vocês sempre dizem que eu não sou da família, que isso e aquilo! Por que eu tenho que participar?
– Porque todo mundo sabe que você mora aqui e é nosso sobrinho. Infelizmente, temos que manter as aparências! Agora, FIQUE DE PÉ E VAMOS REBOLAR!
Harry se levantou e tia Petúnia lançou-lhe um par de botas de couro marrom com penugem de vaca, uma calça verde, um óculos absurda espelhado e um top amarelo que com frases de autoajuda.
Correram para a sala. Nem café da manhã o pobre do Harry teve. Tia Petúnia explicou o que todos tinham que fazer - o que não agradou Harry. Sua parte era a pior de todas.
O radinho de pilha, dividido em 14 vezes sem juros no carnê ou crediário, fora ligado e uma voz começou. "CON LOS TERRORISTAS" foi a primeira frase, seguida de uma batida. No ritmo das batidas, Harry levantava as pernas no ar alternadamente, como num chute, e batia palmas por debaixo das pernas. Um movimento ridículo.
Mas a parte pior veio depois. Assim que as batidas se intensificaram e uma voz masculina computadorizada falou algo indecifrável, as batidas voltaram para a lentidão e o povo da casa se acabou. Tia Petúnia jogou as duas mãos para o alto e ficava indo para frente e para trás como um bambu a ser guiado pelo vento. Duda deitou-se no chão e subia e descia o corpo conforme as batidas, e acabou se cansando. O mais nojento foi ver Rebeccah Barulhenta e tio Válter se esfregando com suas pernas encaixadas no meio, enquanto a mão de um acertava a bochecha do outro.
Tudo isso foi filmado, pela infelicidade de Harry. Minutos após a postagem, todos os seus amigos no Facebook estavam curtindo e compartilhando.
Harry passou o resto do dia sentado em frente ao computador antigo que herdara de Duda - muito antigo, muito muito muito muito muito. A cada atualização completa, novas cinco apareciam.
Tarde da noite, foi dormir. Estava cansado, estava deprimido. Pensava seriamente em se cortar, dado o efeito do vídeo sobre sua imagem. Mas pensou melhor e ligou o CD da Demi Lovato num volume ambiente enquanto deitava.
Enfim, adormeceu.
Do lado de fora de seu armário, cinco pares de olhos observavam-no. Era o início de muita coisa na vida desse divo.
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