Happiness escrita por MissLerman


Capítulo 11
Capítulo 11 One day, London


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeey amores, aqui estou eu novamente. Sim, postei antes do final de semana terminar kkkkk Perdoem-me por não postar antes, mas tive uma semana agitada. Alguém de Sorocaba por aqui? Fui fazer vestibular hoje. Poisé, vamos lá ao que interessa kkkkk Espero que gostem sweets (:



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Como poderia definir sobre a estadia de Percy em minha casa? Pensei em agitada, ou então conturbada, talvez até enfadonha, mas a verdade era que, mesmo ele sendo um tanto irritante, devo dizer que estava gostando de ter alguém para conversar. Arrumamos nossas coisas, em quartos separados, claro, e aproveitamos o clima gélido de Londres. Apesar do céu estar azul, podia sentir a brisa gelada toda vez que me aproximava da janela. 

Fiquei um tanto surpresa com a rapidez com que meu pai arrumara meu antigo quarto. Sim, Percy dormiria em meu quarto e eu dormiria no quarto de meu pai; e meu pai dormiria na sala, que ficava bem no meio da casa, ou seja, para que eu fosse do meu quarto até o quarto de Percy, teria que atravessar a sala. Eles fizeram tudo de caso pensado, espertinhos. Mesmo não demonstrando, sabia que haveriam mais coisas arquitetadas. Meu pai é irritantemente meticuloso quando quer. 

Mas no fundo não me importei, afinal dormir com Percy não fazia parte de meus planos. Estávamos ali para encontrar seu pai, e para que eu pudesse matar um pouco a saudade de casa.

- Considerando esse seu sorriso pateta, eu diria que você está pensando em como estava com saudade daqui - Percy disse - Por onde começaremos? 

Revirei os olhos. Estávamos passeando pela casa, ou como Percy dizia, reconhecendo território. 

- Bem, o que acha de começarmos pela rua onde a foto foi tirada? A Denmark Street não fica longe daqui, podemos ir andando. - eu disse.

Percy riu.

- Agradeço. Porque não aguento mais ficar sentado, preciso esticar minhas pernas.

Assenti. Lhe fiz um sinal com a cabeça e fomos para meu quarto. Mandei mensagem para Thalia, para que nos esperasse mais tarde. Ela logo me respondeu e disse que faria uma socialização em sua casa, para comemorar minha volta. Disse que todos estariam lá. Tremi quando ela mencionou "todos". Porque ele também poderia estar lá. E isso era algo que eu queria evitar. Disse para Thalia que depois veria o Percy e eu iríamos fazer. Poderíamos inclusive, aproveitar para tentar saber se alguém conhecia aquele homem da foto. 

Peguei meu celular e saímos. Meu pai, como sempre, estava trancado em seu escritório preparando alguma aula ou bolando algum seminário que esgotasse seus alunos. Ele sempre amava fazer isso, só para ver quais eram seus alunos mais aplicados. O que, na minha opinião, era uma grande tolice. Sobrecarregar seus alunos de trabalhos absurdos não era uma boa forma de fazer com que eles aprendam.

Não o avisei que ia sair, afinal logo voltaríamos.

Percy e eu saímos, e eu notei o quanto ele observava atentamente os detalhes daquela cidade. Tudo lhe parecia tão novo, e tão belo. Seus olhos vez ou outra brilhavam. E que olhos eram aqueles. Minha vontade, na maioria das vezes era encará-los sem parar. Gostava de olhá-los porque era como se fossem fechaduras, e se eu espiasse por elas, poderia talvez ver algum segredo escondido. Eram misteriosos, e me prendiam completamente.

Enquanto eu encarava os olhos de Percy, perdia a noção do tempo na maioria das vezes. E, quando ele me flagrava olhando-o, eu apenas desviava meus olhos e fingia prestar atenção em alguma outra coisa qualquer. Sentia meu rosto enrubescer quase o tempo todo que o tinha ao meu lado. Mas que culpa eu tinha? Não era um ato que eu controlava. Percy simplesmente me deixava assim. E eu ainda não entendia por que.

Caminhamos em silêncio. Ele me seguia, afinal não conhecia Londres. Mas decidi quebrar o silêncio, estava começando a ficar um tanto constrangedor.

- O que está passando por sua mente neste exato momento, Percy Jackson? - pergunto.

Percy me fitou de canto com um ligeiro sorriso nos lábios.

- Que eu devia ter vindo para Londres antes. Este lugar é lindo, simplesmente lindo. Sinto uma energia diferente aqui, Annabeth a menina loira de olhos acinzentados, quase como se estivesse em Sidney novamente. Como se estivesse em casa. - ele respondeu sorrindo.

Sorri também, estava feliz que Percy estivesse gostando dali. Eu gostava de vê-lo sorrir. Ele tinha um sorriso maravilhoso.

- Acha que, depois de encontrarmos seu pai, você voltaria para cá? - pergunto novamente, curiosa.

Percy riu novamente.

- Um dia, talvez.

Sorri. Aquilo estava começando a se tornar um clichê para nos dois. Mas não me importei, no fundo, eu gostava daquilo.

- Um dia, talvez. - confirmo.

Continuamos andando, mas não houve mais perguntas. Mas mesmo assim, sentia que a mente de Percy estava repleta de pensamentos. Seus olhos curiosos viviam mudando de direção. Suas mãos as vezes coçavam seus cabelos, e as vezes pendiam apenas no lado de seu corpo. Me perguntei se ele realmente gostara de Londres. Talvez esta sensação que eu esteja sentindo, essa sensação de estar de volta para casa, o tenha contagiado. De certa forma, podia ver um Percy bem mais feliz agora. Seus olhos denunciavam tudo. Era sempre eles. Maravilhosos, inquietos, brilhantes... Cativantes...

Estava tão perdida em meus pensamentos que não vi que já estávamos na Denmark Street. Só me dei conta quando quase, por acidente, bati em um poste. Aí então acordei. Olhei em volta e aquela sensação de Deja Vú voltou. Estava tudo diferente e igual ao mesmo tempo. Meu pensamento se concretizou. Aquela era definitivamente a rua onde os pais de Percy tiraram aquela foto. Eles a pintaram e tudo mais, os postes estavam diferentes, mas a distribuição das casas era exatamente a mesma. Mas a "Jewellry" não estava lá. No lugar, havia uma floricultura toda decorada. Um tanto braga, em minha opinião.

Encarei Percy por um minuto. Ele então colocou a mão em seu bolso e retirou a foto. A segurou então para que eu pudesse vê-la também. Sem dúvidas, estávamos na rua certa. Mas aquela "Jewellry", o que teria acontecido? Será que mudara de lugar? Ou falira? Ela não estava onde deveria estar. 

- Podíamos entrar e perguntar o que houve. - Percy sugeriu.

Sorri, assentindo. Caminhei em sua frente e entrei na floricultura. Lá dentro estava um mulher um tanto gorda que cantava e arrumava as flores sem parar. Seus cabelos estavam presos com um laço vermelho e eram cheios de cachos. Seu vestido cor-de-rosa estava me atordoando. Era muito rosa. E haviam muitas rosas em minha volta. E os cheiros... Comecei a ter uma leve dor de cabeça.

- Humm... Boa tarde, será que a senhora poderia nos fornecer uma informação? - pergunto.

A mulher gorda sorriu, parecia ser terrivelmente simpática.

- Senhorita, meu bem. E é claro que posso lhe dar uma informação. O que vocês gostariam de saber? O preço dos buquês com flores exóticas caíram. É uma boa para um presente para uma garota especial - ela disse e piscou para Percy.

Senti meu rosto ficar vermelho. Ela pensou que Percy e ey fôssemos namorados, Deus!

- Não, nós não... Não somos namorados, senhora... - digo gaguejando.

- Pode me chamar de Deméter, meu bem. 

Limpei a garganta e olhei de relance para Percy, ele estava ligeiramente vermelho. Provavelmente se sentira na mesma situação que eu. Estava completamente embaraçado.

- Bem... - começo pegando a foto das mãos de Percy - Gostaríamos de saber o que aconteceu com esta joalheria. Porque precisamos encontrar uma pessoa.

Lhe mostro a foto. Deméter examina atentamente. Ela provavelmente não fora a dona daquele lugar, era possível ver a ligeira confusão em seus olhos.

- Ah meu bem, esta joalheria fechou a um bom tempo. Não me recordo quem seja o dono. Sinto muito, mas não sei mais do que isso. Quando comprei este espaço, em 99, ele havia sido desocupado a um tempo.

- Quanto tempo? - Percy perguntou.

Deméter pareceu surpresa, era a primeira vez que Percy falara dentro de seu estabelecimento. Seu sotaque australiano com certeza deixava todos um tanto atordoados.

- Não exatamente, querido, por volta de 93, eu acho... 

Senti Percy respirar fundo. Por um momento, pensei que ele fosse desmaiar. Mas ele apenas confirmou com a cabeça.

Agradeci a Deméter e saímos dali. Mas ela fez questão de dizer a Percy que ele poderia voltar quando quisesse para comprar flores para uma garota especial que ela faria um preço especial. Ele apenas sorriu e agradeceu. Ambos sabíamos que ela ainda pensava que éramos namorados. Mas não, não éramos. E provavelmente não seríamos. Quero dizer, esta é uma possibilidade muito remota. Quase inexistente. Nula. Mas por que afinal eu estava gastando meus pensamentos com isto mesmo? Respirei fundo e continuamos andando.

- Então, parece que não existe mais a um tempão. Poderíamos tentar conversar com meu pai ou... - comecei a falar mas me interrompi. 

Meus neurônios pensaram um pouco. 

- Percy, sua mãe morou sempre em Sidney? Ela só veio para cá uma vez, para viajar? - pergunto.

- Sim, eu acho... - Percy respondeu, mas era possível notar que estava um tanto nervoso.

- Tem que ter mais coisa, Percy. Porque de acordo com o que aquela mulher falou, a joalheria fechou em 93. Sua mãe veio pra cá quando ela ainda estava aberta. Isso quer dizer...

- Annabeth... - Percy disse baixo, mas lhe dei a oportunidade de continuar.

- ... Isso quer dizer que foi em 93 ou antes. Mas Percy, a sua idade não bate...

- Annabeth...

- Será que sua mãe não omitiu algo? Será que ela não voltou pra ele mais tarde? Percy, ela pode ter mentido!

- Annabeth! - ele quase gritou, me deixando um tanto assustada - Annabeth, precisamos chegar em casa logo, há uma coisa que eu preciso te contar. Não achei que fosse uma informação muito necessária, mas agora vejo que é. Você, provavelmente, já entendeu, só que falta uma coisa.

Fiquei completamente confusa. Percy disse e tornou a olhar para frente. Sim, estava faltando alguma coisa. Me surpreendi pela força em sua voz. Era algo sério, podia sentir no modo como ele pronunciara suas palavras. Foram duras e fortes, como se estivessem o machucando. 

Não lhe disse mais nada. Apenas andei ao seu lado, até avistar minha casa. E, fora dela, um velho loiro enlouquecido olhando de um lado pra outro. Droga, meu pai provavelmente endoidara e estava a minha procura!

- Annabeth! - gritou de longe - Annabeth! Por Deus, onde você se meteu?! Tem noção do quanto eu fiquei preocupado? Estava a ponto de ligar para sua mãe! Saí do escritório e você não estava na cozinha, não estava em seu quarto, não estava no quarto dele, não estava em lugar algum! Eu enlouqueci!

"Novidade", pensei. Tive que conter o riso. Apesar de ser um mico aquela cena toda, não deixava de ser um tanto engraçada.

- Pai, estou bem. Percy e eu só saímos para dar uma volta e já estamos de volta.

- Há! Eu sabia que este Perseu estava envolvido diretamente com seu sumiço!

- Pai, nós só fomos dar uma volta! 

- E ele estava junto!

- Pai!

- O que?

- Percy é meu amigo, e eu estava mostrando parte da cidade para ele. Agora, que tal o senhor entrar e tomar um banho gelado? Acho que ajuda com este seu estresse! - digo firmemente.

Meu pai lançou um olhar um tanto ameaçador para Percy. Segurei meu riso. Meu pai era mesmo impossível.

- Certo, vou entrar. Mas vocês vão entrar também. E nem tentem começar algo porque meu banho dura menos do que cinco minutos. - meu pai disse e, enfim, entrou em casa.

Olhei para Percy, sua expressão me parecia um pouco mais suave. Era como se aquela pequena dose de humor o tivesse ajudado a relaxar.

- Meu pai é impossível. - digo.

- Ele apenas está cuidando da filhinha dele. Nunca se sabe o que dois jovens podem estar fazendo juntos, e sozinhos, em uma casa enorme. - Percy disse, rindo.

- Precisamos conversar, certo? - digo, com um sorriso calmo no rosto. 

- Na verdade, é uma coisa que eu preciso te contar. Vamos entrar? - Percy disse fazendo um cavalheiresco sinal, para que eu entrasse primeiro.

Arqueei a sobrancelha. 

- Quando vocês homens vão entender que nós mulheres já sacamos este truque? É mais um "você primeiro, para que eu possa olhar a sua bunda". - digo cruzando os braços e fazendo sinal para que ele passasse primeiro.

- E quando você, Annabeth, vai entender que não sou como os outros homens? Digo coisas safadas o tempo todo, mas não quer dizer que teria coragem de fazer qualquer uma dessas com você. - ele me respondeu, tocando meu nariz de leve, e em seguida entrou.

Devo admitir, fiquei realmente mexida com o que Percy me disse. Por aquilo eu não esperava. Meu coração pareceu dar um pulo. Ele realmente não era qualquer um, estava começando a ter plena certeza disto. Percy era o que poderíamos chamar de príncipe encantado perdido em outro tempo que, embora diga sacanagens na maioria do tempo, se comportava como um perfeito cavalheiro. E isso me intrigava cada vez mais. Percy me intrigava cada vez mais. Ele era o livro de Direito mais interessante que eu já havia lido.

Sem hesitar, entrei atrás dele e fechei a porta. Fui até ele, com o propósito de descobrir o que tanto o incomodava. 


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Notas finais do capítulo

Prontinho amores. E sim, vocês só vão saber o que é da próxima vez que eu postar HUEHEUHUEHU amo maltratar um pouquinho né? AMOOOOOO. Beijos e NHAC, até o próximo :3



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