O mundo dos Dragões - O Dragão branco escrita por Kaito


Capítulo 3
Rider... Dragon Rider.


Notas iniciais do capítulo

Novamente escola, sabe como é... Vou tentar postar os capítulos todo sábado ou domingo, mas não prometo nada.



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Em meu sonho eu estava correndo em meio a uma floresta muito densa, era noite e as altas árvores encobriam a luz do luar, em minha mão direita estava uma espada de cor branca, manchada de sangue, tal sangue que escorria em uma velocidade incrível para longe do metal, deixando-o limpo de qualquer vestígio do líquido avermelhado em poucos segundos. Embainhei a espada e continuei correndo, mesmo sem entender o porquê de tudo aquilo, minha perna estava ferida, cada passo era uma tortura, mas ainda assim algo dentro de mim me falava que se eu parasse se quer um instante, iria morrer.
Ouvi um grito de guerra logo atrás de mim, e me virei puxando a espada girando-a contra a cabeça do Urgal, que bloqueou a lâmina com facilidade usando sua espada gigantesca, ele deu um pequeno passo a frente e rugindo, me lançando para longe com um único golpe de sua arma. Minhas costas bateram contra o tronco de uma árvore a muitos metros do inimigo.
O urgal me olhou com seus olhos vermelho-sangue e abaixou a espada, caminhando lentamente até meu corpo, ele agarrou minha camiseta e me ergueu.
Sua boca se abriu, mas antes que ele pudesse falar alguma coisa uma flecha dourada atravessou seu crânio, matando-o no mesmo instante. Uma onda de sangue saltou da cabeça dele contra mim, manchando-me de vermelho. Abri meus olhos com dificuldade e vi mais cinco urgal vindo em minha direção, todos com suas lâminas apontadas contra meu corpo até que finalmente as cinco espadas penetraram meu tórax e minha barriga.
Minha visão escureceu e clareou quase no mesmo instante e um grito de dor pulou de dentro de mim, ecoando por todo meu quarto e casa.

Todo suado e arfante me curvei para frente, deixando os pingos de suor caírem contra meu lençol. Puxei o ar, tentando recuperar o fôlego. Tombei meu corpo para trás, batendo a cabeça contra o travesseiro, respirando rápido olhei para o lado, tentando encontrar o pequeno dragão, mas não o vi. Recuperei o fôlego e me levantei da cama, olhando para a janela do quarto, que estava escancarada.
— E-então você está ai... — Fitei o dragão deitado ao lado do monitor do meu computador, com a cabeça levantada, olhando para a lua.
Acendi a luz do quarto o dragão virou a cabeça para mim, analisando-me com seus olhos azuis. Caminhei até ele e me sentei em minha cadeira. Movi a mão até o monitor e o liguei, olhando para meu papel de parede com temática de zumbi.
Dei um longo bocejo e olhei para o relógio do computador, eram 3:15 da manhã. Passei a mão na cabeça do dragão, fazendo carinho no mesmo, que fechou os olhos e desceu a cabeça lentamente, aparentemente gostando daquilo. Dei um pequeno sorriso e tirei a mão da criatura, indo em direção a porta do meu quarto, girei a chave e a destranquei.
— Já volto, fique quieto, por favor. — Falei e então saí do quarto.
Encostei a porta tentando não fazer nenhum barulho e então me virei, olhando os dois lados do corredor, não havia ninguém nele. Suspirei aliviado e corri, tentando não fazer nenhum barulho, na direção das escadas. Desci a longa escadaria correndo e ao chegar ao final da mesma virei meu corpo na direção a cozinha, caminhando até ela.
Ao chegar à entrada da cozinha apoiei meus ombros na parede e fitei o interior escuro do cômodo, sentindo alguém dentro da mesma, vasculhando o armário.
Levei a mão ao interruptor e por fim o ativei, acendendo a luz. A garota com uma roupa branca deu um pulo para trás, pegando uma faca da pia, apontando-a para mim.
— Tenha calma, Emmy. — Falei, adentrando a cozinha.
— Não me assuste assim, Noah.
— Puff... A culpa não é minha se você entra na cozinha e começa a procurar comida com a luz apagada.
— Idiota.
— Tanto faz... — Abri a porta da geladeira, procurando carne — Onde diabos guardam a carne nessa casa?
Emmy parou ao meu lado, levando a mão até o congelador da geladeira, abrindo-o.
— Normalmente aqui em cima, gênio.
— Certo, certo.
Peguei dois pedaços grandes de carne de vaca congelada de dentro do congelador e os atirei na pia, dentro de uma vasilha de plástico. Fechei a geladeira e caminhei até a pia, abri o registro de água aquecida, derramando-a contra a carne congelada, derretendo-a com facilidade.
— Posso perguntar pra que tudo isso?
— Menos perguntas, Emmy. Já são mais de 3 horas da manhã, vá logo dormir, você tem aula amanhã.
— Você também...
Ignorei-a e fitei a carne, agora derretida. Peguei-a com as mãos e saí da cozinha, deixando Emmy falando com o vácuo. Subi as escadas com velocidade e corri na direção do meu quarto, adentrando-o.
Fechei a porta com a chave e caminhei até o dragão, ainda deitado na mesa do computador. Estendi a carne para ele que a fitou e cheirou por alguns segundos e então abriu sua pequena boca e a mordeu, fazendo um pouco de sangue escorrer e cair em minha calça. Dei uma pequena risada e fitei o animal enquanto ele comia até ficar satisfeito. Quando ele finalmente terminou de comer e parecia estar satisfeito ele deu um salto da mesa, planando até minha cama, deitando na beirada da mesma, fechando seus olhos azuis.
Dei um bocejo e caminhei até uma porta ao lado do meu guarda-roupa, abrindo-a. Adentrei o banheiro e acendi a luz, iluminando-o. Fechei a porta e liguei o registro, tomando um banho rápido.
Depois de alguns minutos saí do banho, me secando e vestindo uma roupa qualquer. Abri a porta do banheiro e caminhei até meu computador, sentando na cadeira do mesmo.
Abri o navegador e entrei no youtube. Levei a mão a minha caixa de som, desligando-a. Cliquei em um vídeo qualquer e o deixei rodando, enquanto via as imagens.
— Como diabos vou cuidar desse dragão?
Movi a cabeça de um lado para o outro tentando esquecer a pergunta naquele momento. Fechei o navegador e o Skype, que sempre iniciava sozinho e então desliguei o computador.
Caminhei lentamente até minha cama e deitei, puxei lentamente o cobertor, me arrumando na cama, e assim estiquei a mão direita ao interruptor, desligando a luz.
Após alguns segundos deitado ouvi um barulho no fim do colchão que logo então parou e repentinamente garras pouco afiadas de cravaram levemente no meu braço esquerdo, que estava fora do cobertor.
— Tsc... Vamos dormir garoto.
Me movi um pouco para o lado, dando um espaço para o dragão, ao meu lado. O pequeno dragão branco se ajeitou ao meu lado e começou a dormir quase que instantaneamente.
Fechei os olhos e esperei o sono me levar.

Acordei com alguém batendo e gritando na minha porta, era a segunda vez em dois dias que esse tipo de coisa acontecia, me levantei reclamando e esfreguei os olhos, fitei meu colchão, fixando o olhar nos os azuis do dragão.
Se esconda no banheiro... hm... pequeno, vou te chamar assim, por enquanto. Pensei, esperando que ele compreendesse meu pedido.
O dragão ficou parado por mais alguns segundos ao meu lado, mas então se espreguiçou e deu um salto de cima da cama, planando até a entrada do banheiro, a porta por sua vez se abriu sozinha e assim o dragão passou por ela, que se fechou logo após isso.
— Acorda logo, Noah! Você vai se atrasar. — Disse uma voz feminina do outro lado da porta.
Me levantei da cama, levando a mão direita a chave na fechadura, destrancando a porta, bocejei e então ergui a mão até a maçaneta, abrindo a porta.
— Eu já levantei, então da pra parar de bater na minha porta feito uma retardada?
Fitei minha irmã com certa raiva, ela por sua vez fez uma careta pra mim e foi embora, na direção das escadas.
Caminhei até a mesa do computador, pegando meu celular, olhei rapidamente o horário, eu deveria ter saído cinco minutos mais cedo.
Me troquei rapidamente, colocando apenas o uniforme da escola, sem nenhuma roupa adicional.
Sai do meu quarto e encostei a porta, correndo na direção das escadas, desci com velocidade e corri na direção da cozinha.
Olhei para o interior da cozinha, onde estavam duas mulheres com roupas de empregada, caminhei até a mais velha das duas e peguei o braço da mesma, puxando-a para longe da outra.
— Kate, leve carne crua ao meu quarto, ao meio dia, deixe na porta do banheiro, sem perguntas. Não fale sobre isso com ninguém, não pense muito sobre isso, não deixe que te vejam levando a carne e não abra a porta. Entendeu?
— Não entendi... Mas vou levar a carne, senhor.
— Ótimo, se tudo correr bem, falo pro meu pai dar um aumento pra vocês...
Deixei a empregada na cozinha e como de costume saí de casa sem me despedir de ninguém, correndo na direção do carro onde minha irmã acabara de entrar.
Por sorte cheguei ao carro antes do motorista partir, abri a porta e me sentei ao lado da minha irmã, pedindo ao motorista dela que me levasse à escola primeiro, já que era mais perto do que a dela.
— Não vai de moto hoje? — Ela perguntou, contendo o riso.
— Você acha mesmo que eu vou pra escola com aquela moto toda riscada?
Ela deu uma risada e abriu o frigobar do carro, pegando uma garrafa de água. Antes que ela pudesse fechar a portinha do frigobar estiquei a mão esquerda até o interior do mesmo, puxando uma lata de coca-cola.
— Motorista... Poderia ir um pouco mais rápido pro favor? — Falei, tentando lembrar o nome do motorista.
Ele acenou com a cabeça e acelerou um pouco.

Após alguns minutos dentro do carro, finalmente cheguei à escola. Saltei do carro, deixando a lata de coca-cola ainda com uma quantia significante do refrigerante dentro do veículo.
Olhei para os alunos que ainda estavam fora da escola, e não encontrei nenhum dos meus amigos. Revirei os olhos, e puxei minha bolsa de dentro do carro, ignorando a despedida da minha irmã.
Coloquei a mochila, que tinha apenas um caderno e um estojo em seu interior, nas minhas costas, e corri na direção do portão da escola.
Ignorei um pessoal que me olhava e me direcionei para minha sala de aula, caminhando até a mesma.
Minha sala era um das últimas no corredor, e por causa disso demorei alguns minutos para chegar nela. Antes de entrar na classe, caminhei até o outro lado do corredor, abrindo meu armário, peguei o livro de estudos da primeira aula, que era biologia e fechei o armário, caminhando até a sala.
Joguei minha mochila ao lado da minha carteira, e coloquei o livro em cima da mesinha ignorando a maioria dos alunos na sala.
Sentei na minha carteira e olhei para Andrew, o garoto que sentava na minha frente. Ele estava olhando para mim.
— Que foi?
— Hmm... Nada, por que faltou ontem?
— Ah, nada demais, acordei atrasado e resolvi nem vir... — Menti, revirando os olhos.
— Saquei...
A professora entrou na sala e logo todos os alunos estavam sentados em seus lugares.
Como sempre a aula dela foi chata, assim como o resto do dia, nunca gostei de aulas teóricas, e naquele dia eu tinha dez aulas teóricas.
Saí da escola por volta das cinco da tarde. Me despedi de alguns amigos e puxei o celular do bolso, disquei rapidamente o número da minha casa, e uma das empregadas atendeu.
— É o Noah, mande um dos motoristas vir me buscar na escola o mais rápido possível.
— Certo, senhor.
Desliguei o celular e me sentei em um banco, esperando.
Aguardei por alguns minutos até que finalmente o motorista chegou. Levantei-me do banco e corri até o carro, entrando no mesmo.
A viagem até minha casa durou um bom tempo, já que o motorista dirigia bem de vagar. Quando finalmente chegamos em casa, saltei do carro, deixando a mochila dentro do mesmo, corri para o interior da casa, dando de cara com Kate.
— Fez o que pedi? — Perguntei.
— Sim senhor.
Dei um pequeno sorriso, e subi as escadas, correndo na direção do meu quarto. Ouvi alguns passos dentro dele, e risos femininos.
Tentei abrir a porta, mas ela estava trancada com a chave.
— Droga...
Tentei abrir a porta mais uma vez, falhando.
— Emmy abra a porta. — Falei, batendo com força na madeira.
Ouvi o barulho da chave destrancando a porta e adentrei o quarto, vendo que o dragão estava um pouco maior que na noite anterior, ele pulava de um lado para o outro, como se estivesse brincando. Minha irmã olhava para ele com um sorriso na cara, achando tudo aquilo divertido.
Fechei a porta e me sentei na cama, chamando o dragão, com a mente.
Ele deu um salto de cima do meu guarda-roupa e planou até a minha cama, se deitando ao meu lado.
— Onde você comprou isso? — Ela perguntou, fitando o dragão.
— Emmy... Não é isso, é ELE.
— Tanto faz... É um animal, não?
— Tsc... Você não pode falar sobre isso pra ninguém.
— Por que?
— Isso é um dragão, ainda não notou? Não se veem muitos por ai... Vão te achar louca, e se acreditarem e a “informação” vazar, vão vir atrás dele, e eu não quero isso.
Ela me fitou por um tempo, pensando.
— Certo... Mas por que você tem um dragão?
— Sou eu quem pergunta aqui... Por que entrou no meu quarto sem autorização?
— Quando cheguei da escola vi a Kate saindo de dentro dele, fiquei curiosa e entrei, vi um pouco de carne no chão, achei estranho, mas ignorei a carne e fui pro meu quarto, um tempo depois ouvi alguns barulhos no seu quarto, entrei aqui e vi o dragão.
— Entendi... Bem, esqueça sobre isso, daqui a alguns dias você nem vai mais ver ele.
— Como assim?
Acariciei o dragão, que também pareceu curioso quanto aquilo.
— Ele precisa de um lugar grande e com árvores e animais selvagens pra crescer como um dragão forte e tudo mais... Por isso vou levá-lo para aquele bosque super grande que tem na firma do nosso pai... Ele vai ficar lá todos os dias, e vou ver ele de vez em quando.
— Aaahhh! — Ela abaixou a cabeça, triste.
— Agora vai pro seu quarto, vamos.
Fitei Emmy enquanto ela saía do quarto e então olhei para o dragão, passei a mão nas escamas do mesmo e sorri, peguei uma mochila vazia e apontei para dentro dela. Ele entendeu imediatamente a ideia e saltou para dentro da mochila. Fechei o zíper e saí do quarto, indo para fora de casa.
Abri a porta de um dos carros que meu pai usava raramente e o liguei, coloquei a mochila no banco do passageiro e abri o zíper, deixando o dragão sair.
Engatei a primeira marcha e pisei no acelerador, saindo da garagem e indo em direção ao portão, apertei o botão do controle do portão, abrindo-o.
Saí a toda velocidade de casa, indo na direção da empresa do meu pai.

Depois de quase meia-hora de viagem finalmente cheguei à entrada do local, passei pelo portão sem problemas, já que os funcionários me conheciam e liberaram minha entrada. Direcionei o carro para a entrada do bosque, indo a uma velocidade razoável naquela direção.

Quando finalmente cheguei à entrada da floresta desliguei o carro, peguei o dragão e saí do veículo, correndo para o interior do bosque. Caminhei por algum tempo, até que finalmente encontrei uma árvore razoavelmente grossa e com uma abertura no tronco, grande o suficiente para o dragão ficar.
— Fique aqui... — Coloquei o dragão dentro da árvore — Pode explorar esse bosque, mas cuidado com os humanos, tente passar despercebido por eles, aqui tem vários animais então vai ser fácil achar comida. Eu volto depois de amanhã, certo?
O dragão me fitou com dúvida no olhar, mas mesmo quando eu me distanciei ele ficou na árvore, acho que havia entendido o que deveria fazer. Corri na direção do carro e entrei no mesmo, ligando-o.
E então voltei para casa, pelo resto do dia, fiz minhas tarefas comuns de uma pessoa comum. Terminei meus exercícios de casa, e usei o computador pelo resto do dia, até dar um horário razoável, tomei banho e deitei em minha cama.
— E pensar que eu sou... Um Cavaleiro de Dragão. — Murmurei, fechando os olhos.


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Notas finais do capítulo

Urgal: É uma espécie humanoide de Alagaësia, é naturalmente agressiva e ama guerras, tendo sua fisionomia preparada para lutar.

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