*Alone at last we can sit and fight And I've lost all faith in this blurring light . But stay right here we can change our plight. We're storming through this despite what's right. One final fight, for this tonight, woah-oh-oh. With knives and pens we made our plight *

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Tocava o telefone. Vi quem era... Era o Matty. Afinal, aquilo de ontem à noite não foi quase nada ... Nem um "encontro" foi!

– 'Tou? - atendi.

– Oi, miúda! Estava a ver que não atendias? E que tal hoje uma ida ao cinema? Acho que te faria bem... Às 13h no Kallo City Shopping.

– Est... est... está bem ... ! - respondi, nervosa, porque nunca antes nenhum rapaz me tinha convidado para sair.

– Vá, até logo. Beijinhos.

– Txa... - desligou-me o telefone na cara.

E agora? Não tenho roupa nenhuma de jeito! pensei. Mas também, é só uma ida ao cinema... Não vai acontecer nada mais... Ou vai? ( ... )

Eram 12h45m e eu já estava à espera dele no cinema. Às 12h50m ele chegou e concluiu:

– Já vi que não és daquelas que chega atrasada por causa da maquilhagem... Não és nada como a tua irmã.

– Pois não. Eu sou toda chata, desmazelada, sem beleza nem valor. Ela é perfeita e linda. - eu disse isto com uma voz tão... sei nem explicar, foi como se eu tivesse... com ciúmes... da minha irmã...

– Oh , não és nada, tu és uma querida. Vamos? Assim não podemos ficar com os assentos da frente do cinema.

Entrámos no cinema, aquilo sim, era um grande cinema, com mais de 500 cadeiras...

– Uau, nunca tinha vindo a um sitio como este... É espectacular!

– Podes crer... Vamos sentar-nos.

Sentámo-nos e começou o filme... Era um filme de romance misturado com drama, sobre um rapaz, caloiro no liceu, que tinha sido abusado pela tia quando era novo, e que se apaixonou por uma rapariga com os problemas iguais. E o rapaz, que tentou um suicídio que falhou, tendo sido internado num hospital psiquiátrico.

No final do filme, eu disse para o Matty que ia para casa. Mas, ele agarrou-me na mão e não me deixou ir e disse:

– Porquê para a tua casa, se a minha é mais perto?

Eu calei-me, pois não fazia a mínima ideia do que iria acontecer dali para a frente. Entrámos na casa dele, que se virou para mim e elogiou:

– Sabes, desde que te conheci, mudei. Eu percebi agora que te adoro muito... Ou talvez demasiado.

Eu fiquei boquiaberta, sem nada para dizer. Foi então que olhei fixamente para os olhos verdes amarelados dele e ele me beijou.

– Pára! - gritei , mas os seus lábios eram tão fortes , que não soou nada.

Matty guiou-me para o quarto dele e deitou-me na cama dele, uma cama de casal muito fofa, com uns belos colchões.

– Não quero fazer nada, Matty! Pelo menos hoje! - disse.

Mas ele simplesmente ignorou. E contra a minha vontade, aquilo aconteceu.

Posso bem dizer que fui abusada. Mas, eu não fiz nada para que ele parasse. Apenas falei. Falar é fácil, difícil é realizar as ações.

No meio daquilo tudo, desmaiei. Ele esperou que eu acordasse e levou-me para casa no carro dele.

– Porque me fizeste aquilo, Matty? - perguntei, durante a viagem.

Ele simplesmente ignorou a minha pergunta, e fez um olhar arrependido.

– Estás arrependido?

– Não. Sinto-me mal por tu não quereres nada comigo. Vais fazer queixa à polícia?

– Não. - respondi com um tom como se fosse possível voltar atrás.

– Óptimo.– silêncio aterrador no carro.

Chegámos a minha casa, mas quando eu já estava a fechar a porta, disse:

– Obrigado pela boleia.

– Desculpa.

– ... - ignorei, simplesmente.

– Não me convidas a entrar, pelo menos? - perguntou-me, com um ar surpreendido.

Eu estava ainda chateada, por isso fiz um olhar triste e com pena e fechei a porta.