A Clareira escrita por Pennedo


Capítulo 2
Viagem




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– O QUÊ?!?! - o grito de Jane reverberou por todo o salão principal de nosso lar em Volterra, e estou sinceramente surpreendido pelo fato de Aro ter mantido a compostura. Acho que ninguém esperava que alguém um dia levantasse a voz para discordar dele em algo naquele lugar, ainda mais uma das integrantes que aparentava estar satisfeita em servir à "causa"

– Não estou pedindo que saiam por muito tempo, apenas apreciaria que alguns de nós tentassem reverter o mal-entendido que pode ter sido causado devido ao incidente com a criança dos Cullen. - diz Aro com palavras entupidas de diplomacia forçada, e o pior, mal imposta, tentando miseravelmente disfarçar seu verdadeiro objetivo, que é oferecer as tais "posições honorárias" por interesse próprio. Não entendo o que se passa na cabeça de uma pessoa que sabe tudo o que se passa nas dos outros e não consegue ver o quão claro é o desespero dele em ganhar novos membros com dons para fazer de armas.

– Não houve mal-entendido negativo para nós. Fomos reportados por uma incompetente e só fomos fazer o que tinha que ser feito. Não houve crime, a delatora foi destruída. Acabou. - diz Felix secamente enquanto se entretêm com um pedaço de calcário que acabara de arrancar do banco renascentista no qual está sentado.

Neste momento Caius e Marcus estavam sentados, com seus, respectivamente, mau-humor e tédio habituais. As esposas preferiram não manifestar suas opiniões. Demetri estava encostado em uma das colunas rústicas da lateral esquerda do salão, os olhos fechados e os braços cruzados, com uma expressão que para mim indica falta de atenção. Jane continuava bem no meio com um semblante digamos... ameaçador.

– Você só está atrás de novas marionetes que também fazem mágica! E por quê nós temos que ir novamente?! Não consegue fazer nada soz...

– Jane. - interrompi calando-a com os olhos. Nos encaramos por alguns segundos, até que ela desviou o olhar e deu as costas ao telepata, saindo andando para o portão que dá acesso aos corredores. Fiz um aceno para Aro e saí atrás dela o mais rápido possível. Após três lances de escadarias, chego em uma grande porta de madeira com maçanetas duplas de metal e vários adornos dourados desenhados.

Aqui é o nosso quarto. Quase completamente decorado com madeira e tecidos bege/amarronzados, nossos aposentos têm um ar aconchegante e um ambiente mergulhado em uma penumbra que não incomoda nossas visões impecáveis. há duas camas King Size's nunca utilizadas e duas mesas de cabeceiras, com um espelho cada uma e nossos anéis, indicando nosso lugar entre os Volturi. O teto possui um pequeno domo de vidro no centro com um grande candelabro prateado pendendo dele. O lugar tem tudo para ser considerado um mini palácio, e não me traz, ou melhor, não nos traz conforto nenhum.

Assim que entro, vejo Jane virada de costas com ambas as mãos apoiadas na mesa de cabeceira de sua cama, com as costas um pouco curvadas.

– Concordo com você no que disse, mas por mais irritante que seja, não pode ser tão intransigente com ele como foi, sabe que devemos muita coisa à ele e...

– Não ligo pro que ele acha ou o que ele quer fazer, e você sabe muito bem que ele tinha ideia do que nós poderíamos nos tornar com a transformação após o que nós tivemos de passar... e ele conseguiu.

– Você sabe que é quase impossível algum deles vir pra cá só pelo prestígio após o que aconteceu naquela clareira. E eu não consigo entender essa sua raiva por não ser a queridinha dele como era antes.

– Eu não ligo pra isso! - ela mentiu pra si mesma, pela primeira vez olhando diretamente pra mim enquanto discutíamos. - E também não entendo como você está tão calmo depois de ser humilhado na frente de toda a guarda por aquela vadia dos Cullen e por aquele moreno que controlou o vento!!

Eu não fui humilhado!! - eu disse sem notar as oitavas que meu tom de voz subiu após essa provocação. - e essa infantilidade sua é fruto de você não poder brincar de causar dor em todo mundo como sempre fez!!

– Ainda HÁ pessoas em que eu posso fazer isso!!! - Jane disse olhando para mim com ódio nos olhos, da forma mais ameaçadora que ela poderia ter, e quando eu raciocinei o que ela tinha dito, perdi o foco.

Enquanto eu abaixava os olhos, ainda paralisado pelo que tinha acabo de ouvir, ouço três batidas na porta de nosso quarto, e antes que qualquer um de nós pudesse responder ou permitir sua entrada, uma vampira de cabelos castanho-arruivados entrou deslizando pela mobília.

– Aro me pediu para vir lhes avisar os vampiros que vocês irão visitar para efetuar os convites - Heidi diz pausadamente, indicando que ela tinha ouvido nossa pequena briga, embora eu ache que no volume em que estávamos, é difícil algum dos vampiros no castelo não ter ouvido - Você irá para os Denali, no canadá - ela diz olhando para Jane, que evitava olhar nos olhos dela para não acabar fazendo alguma besteira. Então Heidi olhou pra mim. - E você, Alec, têm ordens de ir para o clã Egípcio.


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Notas finais do capítulo

Queria agradecer aos comentários e espero que gostem desse novo capítulo, um pouco menor que o outro, mas garanto que ficarão curiosos. Dessa vez aguardarei mais alguns comentários para postar o próximo capítulo, mas não me crucifiquem, bjs!