– Vamos combinar uma coisa. – Austin disse quebrando o silencio que ficou entre os seis que esperavam o Sr. Wilcox sair da sala do diretor na secretaria. Todos o olharam. – Ninguém fala que foi o Dez que trouxe o furão, nem que estávamos procurando um furão.

– E o que a gente fala Austin? – Dallas perguntou preocupado.

– Não abram a boca, deixa ele falar e ameaçar. – Respondeu Austin, não era primeira vez que ele ou Dez paravam na diretoria neste ano, melhor, nesse mês. Dallas sempre foi mais quieto, ele não ousaria manchar seu histórico escolar, ele precisava de uma bolsa na faculdade. Mas ele não deixava de fazer coisas erradas com os amigos.

– Sem chance de eu me prejudicar por causa desse palhaço. – Trish exclamou.

– Eu não sei quem você acha que trabalha como palhaço. – Dez disse com sinceridade fazendo todos o olharem.

– Meu pai vai me matar. – Cassidy disse colocando a cabeça entre as mãos que estavam apoiadas nos joelhos. O pai dele era um empresário ocupado e odiava ser atrapalhado por causa de problemas com escola dos filhos, ele fazia Cassidy e seu irmão seguirem suas regras e um horário cheio de atividades, assim ele não teria de se preocupar onde seus filhos estão. A mãe dela ficava viajando o mundo, pois odiava o marido que lhe foi arranjado aos seus 16 anos pelos pais.

– A gente da um jeito de tirar da torre onde seu pai te aprisionará. – Ally brincou, fazendo Cassidy dar um sorriso.

– Ally, seu pai não vai ficar bravo? – Trish perguntou.

– Não sei como ele vai reagir nunca fiz nada de errado. – Ally respondeu, depois ouviu um riso debochado de Austin.

– Você nunca fez nada de errado, menina o que você é? Você é uma santa nerd, ou só a princesinha que não decepciona o papai? – Austin falou irônico.

– Eu sou alguém que admira o pai, que nunca achou nenhum motivo para mentir ou fazer coisa errada. – Ally disse o olhando com raiva e ele retribuía com o mesmo olhar. – Idiota!

– Eu? Você não faz nada errado, não aproveita a vida. E o idiota sou eu? – Ele se levantou dando alguns passos em direção a ela, eles estavam sentados em lados opostos, a ordem era assim de um lado Dez, Austin e Dallas, do outro lado do corredor Trish, Ally e Cassidy.

– Eu não entendo, como fazer coisas erradas pode ser aproveitar a vida. – Ally respondeu fazendo o mesmo que ele.

– Simples, podemos ir a festas ou qualquer lugar sem se preocupar com regras, podemos nos divertir sem ligar para nada. – Austin falou dando mais passos.

– Isso que você chama de diversão é perigoso. – Ally disse andando mais.

– Perigo é legal dá uma emoção a mais. – Austin explicou agora eles já se encaravam mais de perto com raiva, Ally foi responder quando foi interrompida.

– Parem de fazer barulho. Entrem os seis na minha sala. – Mandou o Sr. Stern, o diretor. Nenhum deles havia percebido que a porta tinha sido aberta. Todos foram para dentro da sala. A sala era espaçosa, era iluminada só por uma janela no fim da sala, tinha uma grande mesa de reunião no meio da sala, mais perto da janela tinham dois sofás e a mesa do diretor toda bagunçada com papéis. Duas paredes eram totalmente cobertas por prateleiras lotadas de livros, as outras duas tinham pinturas e quadros com certificados da escola. – Então quem começa? – Ninguém respondeu. – Tudo bem. Eu vou falar pra vocês o que o Sr. Wilcox me contou. – Eles assentiram. – Vocês bagunçaram a sala no intervalo, chegando a mexer em coisas dos outros alunos, uma falta gravíssima. – Disse o Sr. Stern, fazendo Ally começar a ficar nervosa.

– E o que o senhor pretende fazer? – Dallas disse, ele estava realmente muito preocupado com o que podia acontecer.

– Num primeiro momento eu pensei em expulsão. – O diretor, fazendo todos gelarem. – Mas não a caso para isso. Eu resolvi que vou chamar seus pais aqui para decidir com eles isso. Enquanto isso vocês ficaram na detenção até essa reunião com os seus pais acabar.

– Diretor, você já sabe qual seria a punição mínima no nosso caso? – Austin perguntou.

– Com certeza, vocês estão com uma suspensão de um dia. – Diretor disse, bateram na porta. – Entre.

– Os pais do Dallas e a mãe da Patrícia chegaram. – A secretária avisou.

– Podem ir direto daqui para a detenção. – Falou o diretor, Cassidy abriu a boca. – O Austin sabe onde é. – Respondeu antes de ela perguntar. Os cinco seguiram Austin até a detenção, cada um sentou em uma carteira.

– Aqui existem algumas regras, como: Não pode falar, não pode ouvir musica, não pode levantar de suas carteiras, não pode dormir, enfim aqui vocês só podem ler algum livro ou estudar. – Disse o professor Horner. – Eu vou estar na sala dos professores, mas estou de olho em vocês. – Ele saiu da sala.

– Ele não vai voltar, podem fazer o que quiserem. – Austin disse se levantando e sentando na mesa de frente para Dallas, que estava na carteira atrás dele.

– Como você pode estar tranquilo? – Dallas perguntou brincando com os próprios dedos nervosamente.

– Isso não é a pior coisa que eu já fiz aqui. – Austin respondeu percebendo o quanto Dallas estava nervoso, sentou na cadeira ainda de costa para mesa. – Relaxa, ele não vai fazer nada com você, é a sua primeira quebra de uma regra, o diretor não vai fazer nada.

– Não disso que eu estou com medo, é dos meus pais que eu tenho medo, se isso for para o meu histórico, pode acabar com as chances de eu receber uma bolsa de uma grande universidade. – Dallas explicou. – Meus pais vão querer que eu fique longe de vocês, isso é tipo adeus banda.

– Seus pais vão pegar pesado com você. – Dez disse.

– Austin, se o Sr. Horner não tá aqui onde ele está? - Cassidy perguntou.

– Ele sai, vai assistir o canal sobre matemática e dormi até o próximo sinal. – Disse Austin.

– Você tem certeza? – Trish perguntou.

– Não é minha primeira detenção. – Austin disse passando confiança as meninas, elas sentaram juntas e começaram conversando, Austin até pensou em irritar Ally por ela estar indo contra regras da detenção, mas ele achava que Ally já tava bem nervosa com o que tava acontecendo pra irritar ela. Quase cinquenta minutos depois, Austin avisou que o sinal já iria bater e todos voltaram aos seus lugares de antes.

– Seus pais estão esperando, podem ir. – O diretor disse da porta, eles passaram a porta da sala.

– Pai! – Ally gritou surpresa.

– Mãe! – Austin gritou. Austin e Ally se olharam.

– Quem é esse? – Os dois disseram em uníssono.