POV EDWARD

A segunda carta era de 1 semana depois:

"Oi! Já faz uma semana que ele se foi. Nesses 6 dias que fiquei sem escrever, nada aconteceu, só a mesma rotina. Eu voltei a ir pra escola 2 dias depois. Mas não me sentei com os meus amigos. Sentei-me sozinha na mesa que pertencia à eles.

Enquanto estava na escola, eu evitada qualquer tipo de bate-papo para que o assunto não viesse à tona: Eles. Eu evito pensar no nome deles, porque se isso acontecer, a dor é insuportável em meu peito e eu tenho que me encolher como uma bola para que a dor não me consuma. Se isso acontecesse na escola, como explicaria isso às pessoas?

Isso está ficando difícil. Não sei como continuar minha vida. Será que um dia vou conseguir?

Eu tento ser forte com Charlie. Mas, não consigo comer nada por causa do buraco em meu peito, e ele fica preocupado. Essa semana recebi um e-mail super preocupado de minha mãe, provavelmente Charlie comunicara, sobre minha profunda depressão. Eu respondi ao e-mail tranquilizando-a. Mas ela não se deu por satisfeita.

Todo dia à noite é a mesma coisa. Tento jantar pra tranquilizar Charlie, lavo os pratos e vou pro meu quarto. Eu até tento fazer o dever, às vezes consigo, mas às vezes estou distante.

Aí eu deito na cama, esperando que a dor venha. E quando o buraco finalmente dá a primeira latejada, enrosco-me como uma bola e espero pela chegada do torpor que finalmente me faz dormir."

Nossa! Bella havia entrado numa depressão profunda por minha causa. Não era justo. Ela não conseguia nem se quer pensar em meu nome. Como seria a dor desse buraco no peito dela? Pelo que ela descreveu, era insuportável.

De repente, escutei um barulho das trancas do portão. Ou seria um ladrão, ou seria... Bella! Me escondi rapidamente mas esqueci de fechar a porta, e não ia dar tempo de fechar porque ela estava andando em direção ao cômodo. Não me arrisquei e fiquei escondido ali.

Eu pude escutar sua respiração de novo, seu coração batendo. Fiquei feliz. De repente, ela passou pela porta do cômodo onde eu estava. Será que eu havia deixado vestígios de minha passagem?

__Edward?! - ela gritou. Fiquei paralisado. Como ela sabia?!

__Edward, minha vizinha disse que um homem havia me procurado. Ela disse que era pálido, lindo e feroz. É você, Edward?

Resolvi não responder. eu ainda não sabia se valia a pena interferir em sua vida. Olhei por uma fresta e vi Bella olhando em volta. Eu não sei dizer qual foi a reação dela, estava indecifrável. Passava pelo seu rosto surpresa, confusão, raiva, esperança e desprezo. Tudo ao mesmo tempo.

Mesmo naquele estado, Bella estava incrivelmente linda. Ela estava, agora, com 28 anos, mas com cara de 20. Senti uma vontade louca de ir reconfortá-la, de falar que eu estava ali. Mas reprimi o impulso e continuei onde estava.

__Não é possível que ele tenha voltado! - disse ela, pensando alto.

E saiu porta afora, fechando-a.

Fiquei meio em choque com a cena que vi. Bella está linda, viva! Ela estava bem vestida, com terno feminino e um monte de papéis nas mãos, que pareciam ser do trabalho dela. Onde será que ela trabalha?

Mas fiquei mais admirado ainda com sua beleza. Tem jeito de mulher, mas tem um olhar de menina, escondido atrás dessa personalidade de responsabilidade. As dúvidas foram crescendo ainda mais.

Eu não aguento mais tudo isso. Resolvi que nos próximos dias, vou ser seu espião.