A Rainha de Copas escrita por Kaya Terachi


Capítulo 7
A proposta.




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Onde ele poderia estar? Foi a única pergunta que pôde fazer a si mesma ao levantar-se naquela manhã tão fria. O inverno se aproximava e preparava-se psicologicamente para enfrentá-lo, não que fosse um inimigo comum, afinal, perto do verão, o inverno era maravilhoso. Lembrava-se de quando pequena, que se deitava na cama coberta com um cobertor e o edredom espesso e pedir a seus pais que lessem para si uma história. Havia tentando fazer isso com o outro, mas lembrava-se deve ter expulsado a si da cama cheia de papéis de suas invenções malucas.
O último passo da maquiagem estava pronto, o deslizar do batom pelos lábios a alongar o sorriso, mesmo que naquela manhã não estivesse feliz. Precisava cuidar da boate, e era só mais um dia como outro qualquer, um inferno. Seu país das maravilhas mais parecia uma guerra, cada dia aparecia alguém diferente querendo arranjar uma briga, e sabia que não seria diferente naquele dia, as coisas estavam começando a mudar, de fato, e aos poucos, começando a fazer sentido.
Subiu o imenso jogo de escadas até o primeiro andar da boate e abriu a porta com um suspiro cansado, mesmo que tão próximo da noite, e já podia ver alguns clientes pelo local. Talvez se não houvesse dormido tão tarde, não teria acordado naquele horário. Num movimento rápido uma das garotas se aproximou dela.
- Senhora? Até que em fim eu a encontrei.
A ruiva desviou o olhar a menina, já conhecida e lhe sorriu.
- Sim, Vanity.
- Tem alguns homens que aparentemente querem falar com a senhora, eles tem uma proposta ao que parece.
- Há quanto tempo eu não trato de negócios... Certo, estão lá fora?
- Sim.
- Bem, eu volto logo. – Disse a se retirar do salão central da boate.
Lá fora, haviam dois homens com cigarros acesos, pareciam ser o tipo mafioso comum, sabia bem, afinal, pareciam o próprio pai, que descanse em paz. Um deles, Angelique reconheceu: Era Gully, chefe de uma quadrilha de pequena escala, que ocasionalmente freqüentava seu estabelecimento. Ele sorriu, mostrando-lhe os dentes amarelados pelo uso do tabaco.
- Ah, é muito bom vê-la. Há muito tempo que não venho até esse lugar admirável.
Ela sorriu igualmente e estendeu uma das mãos, aguardando o beijo sobre a mesma como era de costume com os rapazes.
- Ora, o que temos aqui.
- Bom, sinto muito pela falta de cortesia, - Disse ele a ignorar a mão estendida para si. – mas não gosto de perder tempo e prefiro ir direto ao assunto. Gostaria de lhe fazer uma proposta.
Ela recolheu a própria mão e estreitou os olhos.
- Estou ouvindo.
- É o seguinte, estamos envolvidos em um negócio e precisamos de um abrigo. Seu local é despercebido o suficiente para que ninguém vá procurar o que fazemos. Uma vez que tenhamos cumprido nossos objetivos, metade de todo o lucro será seu, apenas por fazer este serviço se concordar.
- O que estão pretendendo fazer?
- O mais cândido dos crimes.
- Vamos direto ao assunto, quanto dinheiro isso vai me trazer e quais são as possibilidades de alguém adentrar a minha boate com armas e espadas?
- Muito dinheiro, estamos falando de dinheiro de verdade mesmo. Duvido muito que alguém nos procure ali.
Riu e afastou-se pouco, realmente não acharia problema se eles fossem trabalhar no próprio estabelecimento, talvez apenas pensasse no rapaz que não via a dias e se haveria algum problema para ele.
- Bem, não vejo problema.
- Não se arrependerá, minha cara.
- Espero. Não gosto de me arrepender sobre as coisas. Podem usar o escritório no segundo andar, é um andar vazio. Eu tinha planos pra ele, mas... Por enquanto não mexerei em nada.
- Certo, por onde entramos?
- Pela porta dos fundos, uma de minhas coelhas vai abrir para vocês.
Uma pequena reverência foi feita e retornou para dentro da boate, dando a ordem para uma das meninas que desbloqueasse a passagem para os rapazes e os levasse até o segundo andar da boate.  Não se importara muito com o que fariam, desde que não trouxessem problemas para si. Lembrava-se dos ensinamentos de que não devia se importar com o dinheiro, somente com o caos e desordem, mas estava curiosa para saber o que tramavam, afinal. Será que eles tinham algo a ver com seu amado?


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