Assim que Monique abriu os olhos novamente deparou-se com os azuis que a fizeram entrar em transe, que a tiraram também. Ao deparar-se com os olhos azuis de Ian, lembrou-se dos de Bia, e de tudo que estava acontecendo. O empurrou para que pudesse se levantar. Estava descabelada, corada e seus lábios estavam vermelhos e inchados, mas ainda assim bonita.

   – Vá embora – gritou ela sem se importar de que alguém a escutasse. Ian também parecia ter acabado de sair de um transe. Mas Monique não esperou que Ian o fizesse, deu-lhe as costas e foi correndo para seu dormitório.

   No dia seguinte Monique acordou, e se lembrou de tudo que havia acontecido com ela na noite passada. Levou a mão a boca lembrando-se daqueles lábios frios e molhados encostando-se aos seus, logo depois sacudindo a cabeça se recriminando por ter pensado naquilo.  

   Naquele mesmo dia, devido às provas finais, apenas Monique e Alvo puderam visitar Bia na ala hospitalar, apesar de Alvo só poder chegar depois do treino de quadribol. Estava sentada em uma cadeira ao lado da cama onde Bia estava. Monique lhe contou tudo que havia acontecido com ela na noite passada, por algum motivo, sentia que Bia a escutava.

   – Ele é nojento e repugnante, mas eu me senti tão bem ao beijá-lo... – desabafou.

   Em quinze minutos Alvo chegou, estava um pouco suado e com os cabelos bagunçados como de costume, puxou uma cadeira e se sentou do outro lado de Bia.  Monique não pode deixar de reparar os olhares de Alvo para Bia, havia angústia e admiração. Resolveu deixa-lo sozinho.

   – Bom Alvo, eu acho que vou treinar um pouco de quadribol com o Scorpius, já que perdi a aula de hoje.

   Alvo apenas assentiu com a cabeça, e assim que a porta se fechou, encarou Bia. Ela era tão linda, mesmo pálida e doente, ele sentia uma vontade enorme de abraça-la, como a queria acordada agora. Ele deslizou sua mão ao encontro da de Bia, e a segurou, entrelaçando seus dedos.  

   – Sabe, eu sempre te achei tão linda, sempre te observava na mesa da corvinal ao lado do Chang. Ai quando você se aproximou de nós, descobri que você não era só bonita por fora, mas também por dentro. Acho que é por isso que implico tanto com você, porque é uma forma de esconder o que eu realmente sinto por você. E olhando você assim agora me faz pensar que talvez você nunca saiba disso.

   Alvo fica mais um tempo com ela, e depois vai embora.

   No dia seguinte, todos estavam no salão principal tomando café da manha. Quando a professora Abbout se aproximou da mesa da Grifinória e chamou Lilian, Teddy, Monique e Alvo. Eles a seguiram até a ala hospitalar, temendo uma notícia terrível, mas chegando lá encontraram Bia sentada na cama totalmente sorridente ao vê-los entrar. Todos correram para abraça-la, que continuava sentada na cama.

   – O diretor Longbotton foi muito eficiente ao achar a flor de Lótus, que é uma planta com magias extremamente curadoras.  –disse a enfermeira sorridente – Vocês já podem leva-la para o dormitório.

   Os quatro ajudaram-na a descer da cama e também a ir até o salão principal, de onde Toshio a ajudaria ir ao dormitório, mas no meio do caminho Bia pediu que parassem.

   – Podem ir – disse ela a Teddy, Lilian e Monique – Preciso conversar com Alvo sobre uma coisinha.

   Sendo assim os três se foram deixando Alvo e Bia sozinhos no corredor. Bia pegou na mão de Alvo e o puxou para dentro de uma salinha, ainda meio fraca. Fechou a porta, aproximou-se de Alvo, colocou as duas mãos, uma em cada lado da cabeça do moreno e lhe deu um beijo. Alvo ficou surpreso, e assim que se separaram Bia lhe deu um abraço.

   – Eu também gosto de você! – ela disse sarcástica.

   – Então você escutou o que eu disse? – ele perguntou sem graça passando a mão na nuca.

   Ela apenas assentiu com a cabeça lhe dando outro beijo, passou os dois braços ao redor de seu pescoço. Alvo retribuiu o beijo com mesma paixão, passando suas mãos ao redor da cintura de Bia, logo depois a levantando que cruzou as pernas ao redor de sua cintura, pois estava fraca demais para ficar em pé por muito tempo.

   Alvo levou Bia até o salão principal, onde Toshio os esperava impaciente. Assim que a viu deu-lhe um grande abraço, o que deixou Alvo com ciúmes.  

   – Bom, acho que já vou indo – disse Alvo indo embora.

   Monique estava deitada na grama olhando as estrelas, quando de repente Ian aparece, ele se deita ao seu lado.

   – Soube que minha irmã acordou! – diz ele virando-se para Monique.

   –Sim, ela acordou. – diz a ruiva sem desviar os olhos das estrelas.

   Ian apoiava a cabeça no cotovelo, a encarando. Mas mesmo sabendo do ato, Monique continuou olhando as estrelas, juntando todas as forças de seu corpo para não virar-se e beijá-lo.  Assim, Ian aproximou-se mais dela, com a mão livre ele pegou seu queixo a fazendo olhar para ele, beijando-a com avidez. Eles interromperam o beijo apenas para Monique tirar a camisa do loiro, e jogou-a longe. Ian desabotoou o casaco da ruiva fazendo-a ficar com uma regata branca e sua calça jeans, enquanto ele estava com apenas a calça jeans e o sapato. Mas ela não estava de sapatos, mas por que ela estava sem sapatos, não se lembra de ter os tirado. Espere, ela não nem de como foi que chegou ali... Monique então abriu os olhos e deparou-se com o dormitório.

   – Foi um sonho – ela sussurra colocando a mão na cabeça se perguntando por que estava tão triste com isso.