Sussurros De Uma Suicida. escrita por Aprimorada


Capítulo 32
Capítulo 32 - " Duvidas" - Decisão ll.


Notas iniciais do capítulo

Gente eu já tinha escrito esse capítulo, mas quando fui postar, eu não estava logada e acabei perdendo :@ Então vou escrever de novo, mas não sei se vai ser a mesma coisa, talvez eu mude e tal..



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Em meio a toda aquela confusão em minha vida, e minha maconha ter acabado, eu me senti fraca e precisava mais daquilo. Então liguei para Edgar.

–  Oi?

– Pam?

–  Queria ti ver.

–  Jura? Passo ai pra ti pegar agora. –Ele riu. 

–  Serio. To precisando sair, talvez uma festa, quem sabe.

–  Tem um lugar. Usa o vestido que eu ti dei, ta? Daqui a uma hora vou ti pegar.

–  Ta bom.

Desliguei o celular e o joguei na cama, desci as escadas atrás da minha mãe pra avisar que eu sai, ela não estava, mas deixou um bilhete pra mim "Fui pra casa da sua tia, Ellen. Beijos". Bem, eu só vi essa tia minha, poucas vezes, creio que duas vezes, no máximo, ela estava grávida e minha mãe já tinha falado que iria visita-la. Voltei para o meu quarto, tirei minhas roupas e as joguei no chão, entrei no banheiro e em seguida no box, tomei um banho bem relaxante. Em seguida sai, coloquei o vestido que Edgar tinha me dado, coloquei um dos meus saltos, arrumei meu cabelo, o deixando preso e depois fiz uma maquiagem, mais básica, nada exagerado. Peguei uma bolsa de mão, coloquei alguns trocados, meu celular e o essencial da minha maquiagem e em seguida Edgar me ligou, sai de casa e ele estava já lá na frente, ele estava extremamente lindo e elegante, com um carro novo, nunca tinha visto aquele, bem grande e bonito, me aproximei e ele me cumprimentou com um beijo e em seguida me disse:

–  Você ficou mais linda do que eu imaginei.

Dei um sorriso de canto e em poucos segundos fiquei coroada, entramos no carro e ele logo começou a dirigir, creio que demoramos uns 40 minutos para chegar no local, quando vi de longe, era uma grande casa, na realidade uma mansão, com grandes portões e uma linda entrada, meus olhos brilharam ao ver aquilo tudo. Assim que ele estacionou o carro e eu desci, pudi ver todos os carros que ali se encontravam, todos lindos e creio que muito caros. Entramos na casa e havia muitas pessoas, muitas moças, creio que todas jovens, nenhuma aparentava mais de 25 anos e muitos homens, alguns mais velhos que os outros, todo mundo bem elegante. Edgar andou segurando a minha mão e me apresentou algumas pessoas, e depois finalmente o dono da festa, Sr. Bellflower, confesso que nome difícil de se pronuncia, até tentava evitar dizer o nome dele. Ele devia ter 1,80 de altura, devia ter seus 40 e poucos anos, cabelos grisalhos, um coroa muito bonito. Edgar se afastou de nos dois, dizendo que iria pegar uma bebida para mim, aproveitei e me sentei em um dos sofás que ali tinha, um ótimo sofá, muito macio, então o Sr. Bellflower fez o mesmo, sentou ao meu lado e começou a dizer:

– Ainda bem que Edgar se afastou. – Deu um sorriso um tanto safado. Você tem quantos anos?

– Quase dezesseis anos.

– Edgar disse que você tinha quase dezessete anos.

– É eu menti pra ele quando o conheci, dizendo que tinha dezesseis. –Ri de leve. –

– Entendi. Sabe ti achei muito linda. – Ele acariciou a minha coxa. –

– Obrigada. 

Tirei a mão dele e em seguida comecei a ficar desconfortável com a situação, dei uma olhada pelo local para ver se encontrava Edgar, mas nada de encontrar ele, voltei o olhar para o Sr. Bellflower e ele se pegava olhando para meus seios, que pelo vestido, estavam apertados e saltados. Fiquei mais desconfortável ainda e não sabia como sair daquela situação, então me levantei sem muita delonga, dizendo que iria dar uma volta pelo local, andei por um grande salão e em seguida subi as escadas, avistei a entrada do banheiro e logo entrei, me apoiei na pia e me olhei no espelho, o que eu mais queria era fugir, sumir dali, depois de me recuperar da investida do Sr. Tarado, sai do banheiro e quem eu encontro? Ele mesmo, o Sr. Tarado, era um azar do cacete viu, ele agarrou meu braço e ele era mais forte que eu e conseguiu me puxar para o quarto ao lado, confesso que um lindo quarto, bem grande, e enquanto me empurrou para dentro, pudi ver ele trancando a porta. 

– O que você quer?

– Só conversar, calma.

Respirei fundo e olhei pelo quarto, tentando arrumar um lugar para sair, ele foi até o canto, encheu um copo de uísque e me trouxe  o copo.

– Não, obrigada. Não quero beber.

– Se você virar, eu deixo você sair.

Então peguei o copo sem pensar duas vezes e virei, desceu rasgando em minha garganta, tossi e fiz uma cara feia, olhei para ele e ele estava rindo, não sabia bem o motivo, mas depois descobri. Minha vista começou a embaçar, tudo estava balançando, era impossível eu ter ficado bêbada com só um copo de uísque, aquele filho da puta, tinha colocado algo no meu drink. Eu quase ia caindo, e ele me segurou pela cintura e depois me jogou na cama, e em um só movimento rasgou meu vestido, eu tentava afastá-lo, mas eu estava muito mole, fraca e mal conseguia vê-lo, em seguida abriu sua calça, colocando seu membro para fora e depois penetrou profundamente em minha entrada, o que me rasgava, considerando o fato de que eu estava com medo e minha intimidade estava completamente seca. Ele bombava seu membro contra a mesma , e tudo que eu conseguia sentir era uma dor insuportável. Eu até tentava gritar, mas parecia que minha voz não saia, e ele colocava a mão em minha boca, quando eu tentava algo. Então pudi ouvir a voz de Edgar, chamando meu nome, e não sei bem, da onde tirei forças, mais gritei.

– SOCORRO.. SO..CORRO..

O desgraçado, filho de uma puta me deu um soco, fazendo me deixar mais tonta ainda. Depois daquilo minha vista embaçou mais, meu corpo ficou mais mole e só via uma imagem turva, torta. Me escorou na cama e começou a forçar contra minha outra entrada, no momento seguinte, senti ele entrar totalmente em mim, me proporcionando uma dor jamais sentida, o pouco que conseguia fazer era chorar e meu pensamento era que iria morrer, era a única coisa que passava em minha mente, poucos segundos depois ouvi um estrondo e ele saiu totalmente de dentro de mim, cai no chão, ouvi gritos e depois apaguei.

Acordei em uma cama linda, com lenções de seda, certo, estava na casa de Edgar. Olhei em volta, e ele estava lá com um olhar apreensivo, se aproximou de mim e disse:

– Você esta bem?

– Acho que sim. O que aconteceu?

– Ele ti violentou. Me desculpe.

Eu fiquei quieta, tentando absorver aquilo, e as imagens do Sr. Bellflower, me veio na mente e pudi me lembrar do pouco que ocorreu. Edgar segurou a minha mão e com a outra me estendeu um pacote de dinheiro.

– Imploro pra que você não fala pra ninguém,

– O QUE?

– Sei que ele errou, mas se você abrir um boletim de ocorrência contra ele, ele vai ti matar e sua família, ele é muito poderoso.

– Não acredito nisso.

Me levantei da cama e sai da casa, estava somente com uma camisa do Edgar, que por sorte cobria todo o meu corpo. Fui embora andando mesmo, me sentindo um lixo, um nada, uma inútil, e eu era tudo isso, e esse era o maior problema. Então eu decidi que não iria mais ver o Edgar, também nem veria o Vitor, ou qualquer outra pessoa que me atrapalhasse, eu iria parar com isso, parar de fugir de todos os meus problemas. Finalmente cheguei em casa e por sorte ninguém me viu entrar. Corri para o quarto e fui tomar um banho, a água quente descia, e minhas lágrimas também, meu peito doía, e eu me sentia suja depois do Sr. Bellflower, eu queria morrer, só isso, nada mais. E eu sabia que era pedir de mais, sai do banho e decidi transformar a minha dor em um texto, peguei um caderno velho e comecei a escrever.

" Eu me sinto tão sozinha, como se eu fosse a única pessoa no mundo que se sentisse assim, mas ninguém se importa. Não é importante. Talvez porque eu não seja importante. Estou gritando, fazendo tudo o que posso para ser ouvida, mas até mesmo o silêncio é mais alto que meus gritos. O que mais posso fazer para ser ouvida, a não ser destruir essa dor, acabar com minha vida. MORRER? Ás vezes me pergunto se estou mais viva ou mais morta. Ás vezes me pergunto se há alguma diferença. O desespero é pior que do que a frustração. Viver é pior do que morrer? O grito é pior do que o meu choro? Se eu me afastar do mundo á minha volta, talvez as pessoas comecem a entender. Eu só quero que alguém saiba que eu não estou louca, alguém para me entender e me ouvir e não ficar bravo com o fato de eu não ser feliz, porque eis o que eu não sou. Eu não sou feliz. Eu sinto como se estivesse presa em uma vida que não me quer, em um mundo em que sou totalmente diferente. Eu não consigo me adaptar ou ser entendida. Eu posso gritar tão alto quanto queira, mas os gritos sempre desaparecerão porque eles realmente não sabem ouvir. Talvez isso os coscientize. "

Terminei de escrever e assim minhas lágrimas pararam de rolar, como se aquilo tivesse tirado a dor de dentro de mim, mas claro que isso não ocorreu, sim, eu escrevi sobre o que eu sentia, sobre a minha dor, na esperança de que ela ficasse presa no papel, mas não adiantou, ela continuou presa dentro de mim, me debilitando, me cortando, me deixando cada dia mais triste. E assim foi aquele dia, mas triste impossível, eu me sentindo suja, me sentindo um lixo, eu queria poder tirar toda aquela dor de dentro de mim. Eu queria poder dormir e quando acordasse ver que tudo aquilo não passou de um terrível pesadelo, mas eu não pudia e o problema é que eu estava começando a ficar sem forças para continuar naquela batalha.

Eu pensei e repensei várias vez antes de fazer uma outra burrada, antes de me arrepender de fazer algo que marcaria a minha "vida" novamente e sabe não adiantou em nada. Eu comecei a chorar no quarto e entre os soluços altos entrei no banheiro, naquele velho banheiro escuro, sentei-me no chão e fiquei durante minutos segurando lâmina em uma de minhas mãos, pensando se deveria fazer, eu não queria, mas eu precisava, então eu fiz outra marca em meu corpo, mais uma para me fazer companhia durante um tempo, me sentia fraca e sozinha. Minha cabeça ficou vazia, minha alma estava dolorida, meu corpo gritava por piedade e meu coração suplicava para que e colocasse um fim naquilo tudo. Depois guardei a lâmina, limpei o pulso e deitei na cama e parecia que aquilo também não adiantava, meu peito ainda doía e a vontade de chorar ainda era imensa, eu estava ficando exausta daquilo e não sabia quanto tempo ainda aguentaria.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, gente a história já esta acabando, viu? vai ter mais poucos capítulos :(



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