Sussurros De Uma Suicida. escrita por Aprimorada


Capítulo 13
Capítulo 13 - "Família" - Domingo.




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Acordei na manhã de domingo com uma grande ressaca, minha cabeça doía mais que tudo e minha boca estava super seca, só me levantei para poder beber água, minha vista estava embaçada, andei super devagar, quase parando. Cheguei na cozinha, enchi um copo de água bem gelada e bebi, não pareceu suficiente e enchi o segundo, peguei uma garrafinha de água para levar para o meu quarto. E então me deparo com uma de minhas tias e suas 3 filhas, elas não me viram e aproveitei isso para subir correndo para meu quarto, tranquei a porta e me sentei na ponta da cama e logo me veio o pensamento, mais um dia no inferno. Não é que eu não goste da minha família, é que a casa fica cheia, aquele bando de criança correndo pra cá e pra lá, é minha mãe contando da minha vida, para elas, eu não gostava disso. Deitei na cama e em pouco segundos adormeci novamente, acordei cerca de 15hrs00min da tarde, pelos gritos de minha mãe:



– PAMELA ACORDA MENINA.


Acordei, mas continuei deitada mais uns 20 minutos, eu havia sonhado com a Manu e aquilo ficou em minha cabeça, sonhei que eu e ela estávamos namorando, fiquei até feliz com o sonho, ela era linda e eu estava tendo uma grande queda por meninas. Decidi levantar da cama e tomar um banho, ainda o tempo estava frio, tomei um banho bem quente, me troquei, coloquei uma roupa confortável e desci, a minha casa já estava cheia, uma gritaria de criança, que só Deus, cumprimentei todo mundo que estava lá, tias, tios, primas e primos, então avistei um garoto, lindo por sinal, ele estava sorrindo e parece que o tempo parou naquele instante, ele se aproximou de mim e sorrindo me disse:

– Oi Pam, se lembra de mim?

– Nã..Não.

– Seu primo Vitor, nós brincávamos de papai e mamãe lembra? –Disse ele aos risos.–

– Vitor? Lembrei. Quando tempo – E dizia enquanto o abraçava.–

– Né, o bom é que nós vamos poder nós ver mais vezes.

– Porque?

– Vou me mudar para casa ao lado, amanhã

Fiquei surpresa, mas também fiquei feliz, passei o resto da tarde conversando com ele, colocamos o papo em dia, eu pensei que nada pudia estragar meu dia, mas eu me enganei, meu irmão entrou, ele estava tão chapado, que estava evidente, meu pai começou a brigar com ele, e minha mãe entrou no meio para defender meu irmão, eu acabei me envolvendo e meu pai gritava:

– VOCÊ É UMA VERGONHA PRA ESSA FAMÍLIA. VOCÊ NÃO É MEU FILHO, SEU DESGRAÇADO.

O silêncio se tomou conta de minha casa só os gritos de meu pai eram escutados, ele levantou a mão para bater em meu irmão e eu entrei na frente e acabei levando o tapa no rosto, Vitor me puxou rapidamente e foi me conduzindo para fora de casa, sentamos na calçada de frente com a minha casa, ele me abraçava e me sentia segura nos braços dele, então Fabio se aproxima e  me pergunta com um tom de bravo.

– Quem é esse moleque?

– Meu primo, Vitor. –Disse eu entre os soluços.–

– Prazer ... –Disse Vitor estendendo a mão.–

– O que você esta fazendo com esse menino?

– Aconteceu algo em casa e ele me tirou de lá. – Me levantei e fui me aproximando dele. –

– Você esta bem? –Enquanto ele observava o meu rosto–

– Estou.

– Quem ti deu esse tapa? –As marcas dos dedos, ainda estavam em meu rosto. –

– Meu pai, mas foi sem querer.

Contei toda historia para Fabio e ele ficou uma pilha, se eu e Vitor não o segurasse, ele entraria em casa e bateria em meu pai. Eu em despedi de Fabio e disse que iria entrar, que não queria ficar ali triste e tudo mais, Vitor entrou comigo, ficou em meu quarto assistindo um filme de terror junto á mim, ele foi um grande premio que eu recebi e estava tão feliz com aquilo.Acabei dormindo em seus braços, acordei na madrugada, me sentindo vazia e tão triste e me pus a chorar, entrei no banheiro e chorei baixinho, não queria encomodar o Vitor, ele já havia feito de mais por mim. Então eu estava lá sozinha, chorando, comecei a pensar, talvez um pequeno corte faça essa minha dor passar, ou talvez dois, então eu fiz dois pequenos cortes. Essa dor no meu peito tem que passar. Esse vazio vai sumir, não é? Vou fazer mais três cortes, só que mais fundos. E assim fiz e continuei a pensar a dor parece que sumiu, está tudo tão nostálgico agora. Estou me sentindo melhor, eu dizia a mim mesmo. Está ardendo bastante agora, O sangue já parou de escorrer, mas as lágrimas não. E se eu fizer mais alguns cortes? Eu pensei comigo, Vai que a dor some de vez. Fiz. Doeu um pouco. Tá sangrando bastante agora. Que nostalgia. Que delícia. É tão bom sentir o sangue escorrer. A dor é menor do que parece. Dor? Que dor? Ah, essa dor. Nossa, porque eu fiz isso mesmo? Caramba. O sangue tá saindo ainda, pingou no chão inteiro, corri para minha cama e sujou toda minha cama. Merda! Preciso limpar isso. Mas meu braço tá doendo tanto… Meu Deus, quantos cortes! Eram apenas um ou dois, o meu braço tá cheio agora. Que merda que eu sou! Que porcaria! Porque eu fiz isso? Meu braço tá todo marcado! Tá inchado. Tá vermelho. Vai ficar cicatrizes, certeza. Sim, eu sou uma merda. Meu coração está muito mais apertado. Eu me sinto muito mais vazia. Quero morrer! (…) Talvez um pequeno corte faça isso parar, certo? Então eu deitei no chão e dormi, pareci que eu havia desmaiado, mas ali no chão eu fiquei, naquele chão gelado, enquanto meu pulso escorria todo o meu sangue.


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