-Eu não pedi para você pedir desculpas. – Tom disse dirigindo-se á Bill, que o olhou incrédulo. . #

Bill saiu o quarto, com uma feição indignada.

-Suma daqui agora, eu não quero falar com você!

Falei irritada, ou melhor, gritei, enquanto jogava o travesseiro tentando acertá-lo, porém, aquele maldito travesseiro foi numa direção totalmente avessa ao lugar onde ele estava. Um bêbado certamente faria melhor. Tom apenas sorriu de canto, foi a primeira vez que o vejo sorrir.

Não que eu sentisse falta disso, pelo contrário, o queria ver irritado, agora eu faria de tudo para lhe perturbar. Isso iria apenas começar... Ele foi lá do outro lado do quarto juntar o travesseiro. Olhou bem pra mim e... Atacou. Maldito! Acertou bem no meu nariz.

Isso não ficaria assim, não mesmo. Finalmente ele soltou uma gargalhada e saiu correndo. Se eu gostasse, pelo menos um pouco dele, eu iria atrás, tentar acertá-lo com aquilo, mas eu não o faria. Fechei a porta do meu quarto e fui tomar banho. Certamente ele ficou sem graça, pensando que eu iria atrás igual uma boba. Idiota!

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Desci para finalmente almoçar. Ao contrário do que pensei Simone não estava em casa. Os gêmeos estavam vendo TV. Parei na porta da sala e dei um “oi” ao Bill, ele me respondeu e eu fui esquentar a comida.

Bill já sabia alguma coisa ou outra da minha vida, por exemplo, que meus pais morreram num acidente, que eu vim de um orfanato... O.k, esse ultimo era mentira, mas eu não ia dizer que eu vim da cadeia e só estava aqui porque a mãe deles estava me investigando... Relembrei que eu tenho que perguntar à Simone o porquê disso ainda...

Eu estava lavando a louça quando ouço risadas vindas da sala. Fui vagarosamente ver o que acontecia e me deparei com uma cena muito fofa: Bill estava em cima de Tom enchendo-o de cócegas... Este ultimo, chorava de rir e se esperneava tentando pegar uma almofada como munição, ou apenas defesa. Os dois caíram no chão.

-Para Bill, tá me machucando! –Tom gritava, mas ainda entre risadas.

-Tá’ rindo por que então?!

Aos poucos eles paravam. Devia cansar mesmo, não? Sentaram-se novamente no sofá e só então perceberam minha presença. Eu me encontrava encostada na porta com um sorriso de canto, mas logo que me fitaram ou desviei o olhar e voltei para a cozinha.

Sem que eu percebesse, Bill chegou por trás e segurou meus braços para o alto. Tom veio atrás e começou a fazer cócegas em mim. Depois, enquanto um me carregava pelas mãos, o outro me levava pelos pés até a sala, mais precisamente pro sofá.

Jogaram-me lá e me fizeram cócegas, os dois. Eles não haviam parado de rir nem um segundo. Em algum tempo estávamos todos como crianças fazendo cócegas entre si, até Simone chegar.

-Olá crianças!

Simone passou correndo por nós pegando sua bolsa no cabide e logo correndo de volta para a porta.

-Samantha, faça a janta, volto amanhã de manhã, tchau meus amores!

Fechou a porta rapidamente, só ouvimos o barulho apressado do carro.