Sentimentos Mútuos escrita por Renan


Capítulo 4
Formatura


Notas iniciais do capítulo

A formatura deste capítulo não é a que foi citada no capítulo anterior, e sim a formatura do colegial. Ou seja, este capítulo se passa 3 anos após o anterior.
Espero que apreciem o final da história =)



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Todos os alunos do 3º ano colegial pareciam estar felizes, pois finalmente havia chegado a formatura. Após muitos anos de estudo e dedicação, haviam alcançado seu objetivo. Naquele auditório do colégio Tomoeda os formandos estavam sentados em cadeiras no palco, e na plateia havia dezenas de pais e funcionários da escola.

Sakura fora eleita oradora da turma, e discursou em nome da turma inteira, agradecendo aos professores e aos pais por terem os ajudado a chegar até onde chegaram, dizendo que todos os anos maravilhosos que conviveram juntos jamais serão esquecidos, entre outras coisas. Todos estavam muito emocionados e quase chorando.

Ao fim do discurso, a diretora passou a chamar os nomes dos alunos para receberem seus diplomas, que seriam entregues por ela, e em seguida tirariam uma foto com um professor(a) aleatório(a).

— Rika Sasaki! – chamou a diretora.

Rika se levantou. Foi até a diretora e esta lhe passou seu diploma enrolado em formato cilíndrico. O professor Terada se levantou e Rika ficou feliz que seria ele que posaria para uma foto junto dela. Rika abriu um sorriso enquanto Terada se punha ao seu lado e pousou sua mão direita no ombro direito dela, sorrindo em seguida. O fotógrafo se posicionou e tirou a foto. Seria uma excelente recordação que poderiam mostrar para seus futuros filhos.

Depois que todos receberam seus “canudos”, se puseram de pé para cantar uma canção escolhida por eles para simbolizar seus sentimentos de esperança para o futuro. Ao fim do último verso, todos começaram a aplaudi-los e os formandos retiraram seus chapéus.

—ENFIM FORMADOS!! –gritaram todos, jogando seus chapéus para cima.

Animação geral. Quase todos ali presentes estavam contentes pelo fim da vida de estudantes colegiais, e prestes a começar a vida adulta. Mas Rika e Terada estavam felizes por outro motivo: finalmente poderiam se amar sem se importar com riscos. A garota foi felicitada por todos os seus professores e por sua mãe (seu pai não havia comparecido por estar numa viagem de negócios). Mas após dar os parabéns para a filha, a mãe de Rika precisou ir a uma emergência no trabalho, Rika não se incomodou nem um pouco.

Rika ficou observando as famílias se cumprimentando, quando sentiu alguém cutucar seu ombro. Virou-se para ver quem era, deparando-se com a pessoa que amava. Abriu um sorriso para ele.

— Parabéns, Rika. Você finalmente se formou.

— É. Finalmente.

— Escuta... Será que você pode me acompanhar até a biblioteca um instante ?

— Agora ? – virou o rosto para ver o resto de seus colegas. – É que daqui a pouco temos que ir para a festa da formatura que vai ser em outro lugar.

— Tudo bem, temos tempo. Vai ser só um instante.

—Tá bom, Terada. –respondeu. Há algum tempo já não se referia mais a ele como “Professor Terada”.

Caminharam discretamente até a biblioteca, sem chamar a atenção de ninguém. Com exceção de Tomoyo, que os viu de relance andando juntos, contente por suas suspeitas se confirmarem.

Rika agora não era mais aquela criança apaixonada pelo professor, agora era uma moça apaixonada por um homem. Além dos olhares e sorrisos discretos que trocavam entre si durante as aulas, há quase três anos se encontravam secretamente em raras oportunidades, e com o passar do tempo, se sentiam mais próximos ainda um do outro, se conhecendo cada vez melhor, dividindo seus segredos, planos, medos e sentimentos. Sem, no entanto, terem contatos físicos (com exceção de abraços calorosos de despedida). Agora Terada estava com 30, e Rika com 17.

Ao entrarem na enorme biblioteca, ligaram as luzes e foram na direção de uma mesa, a mesma mesa em que descobriram o amor, três anos antes. Pararam ao lado da mesa e se olharam.

— O que você queria falar comigo ?

— Eu sugiro que se sente.

Rika seguiu o conselho e se sentou na tábua da mesa, ao invés de se sentar na cadeira. O professor pigarreou e começou a falar.

— Bom, agora que você finalmente se formou, nós deixamos de ser professor e aluna. Mesmo que a nossa diferença de idade possa ser mal vista por algumas pessoas, não existe mais nenhuma lei ou regulamento que nos impeça de ficar juntos. Por isso, de agora em diante eu acho que não precisamos mais ter um caso secreto e temer a opinião dos outros.

— Concordo plenamente. – disse ela, sorrindo sem mostrar os dentes.

—E, mais uma coisa... – colocou a mão no bolso e tirou uma pequena caixinha azulada – Acho que já estamos prontos para algo um pouco mais sério. – disse, entregando a caixinha para Rika.

Rika pegou a caixinha em suas mãos e a abriu. O que viu fez seus olhos brilharem e sua boca abrir. Era um anel brilhante.

— Oh! Um anel! – pressionou a caixinha contra o peito, na altura do coração. – Finalmente nós temos um anel de namoro.

— Não, não é um anel de namoro. – disse ele, vendo o rosto animado da garota mudar para uma cara de interrogação.

— Como assim ?

Terada tirou o anel da caixinha, se curvou para seus rostos ficarem na mesma altura, deixando-os bem próximos um do outro. Segurou o anel no curto espaço que havia entre seus rostos.

— Sabe Rika... eu comprei este anel tendo em mente que seria um anel de noivado.

Por mais que aqueles três anos fizessem com que Rika criasse intimidade com o professor a ponto de não se sentir mais tão envergonhada na presença dele (já que agora ele lhe transmitia uma sensação de segurança e compreensão), ela não aguentou e corou diante da súbita revelação.

— E então Rika, você aceita esta aliança como um anel de noivado ? Para que possamos nos casar em breve ?

Aquele homem, que três anos atrás parecia ser a personificação de um amor impossível, que só a via como uma aluna, agora a queria como uma esposa. Os batimentos cardíacos dela começaram a acelerar e seus olhos a umedecer.

— Sim, SIM! Eu aceito me casar com você! – disse ela, eufórica, deixando a caixinha vazia até cair no chão.

O homem sorriu diante da resposta positiva. Segurou a mão delicada da garota e aos poucos foi colocando o anel em seu dedo anelar. Como era bom para ele aquilo. Como era bom amar Rika, como era bom ser amado por ela!

Olharam um nos olhos do outro. Quase que ao mesmo tempo, pousaram suas mãos nas bochechas um do outro.

— Eu te amo, Terada.

— Eu te amo, minha Rika.

Como era bom ouvir ele dizer “minha Rika” como se estivesse dizendo “minha esposa”, “minha mulher”, “minha vida”. Terada chegou a começar a aproximar seu rosto do de Rika, mas ela, tomada por uma sensação descontrolada de paixão, praticamente atirou sua boca contra a dele, envolvendo-o com seus braços e deixando-se ser envolvida pelos braços dele. Isso lembrava a sensação sentida por ambos a três anos atrás, numa cena semelhante. Era a segunda vez que se beijavam, e ainda haveria muitas outras vezes.

Haviam se esquecido do atraso para a festa de formatura. Mas mesmo que se lembrassem, aquilo já não importava mais. Não importava a maldita festa de formatura, não importava a reação que qualquer pessoa teria se os flagrasse naquele momento, não importava o que suas famílias diriam no futuro, nada mais importava. Sentindo o tempo parar, os dois estavam juntos, como ficariam para sempre. E isso, era só o que importava.


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Notas finais do capítulo

A fic termina aqui, espero que tenham gostado, apesar do casal ser considerado polêmico.
Só o que importa é que eles ficarão juntos pra sempre *-*