Kate narrando

Era apenas mais um dia qualquer, mas então eles apareceram em nossa porta, os Cullen. Eles decidiram passar um tempo aqui.

Comecei a perceber que todos estão pra baixo, em especial o Edward.

Estávamos na sala, eu, Carmem, Esme e Rosalie. Decidi tomar uma iniciativa, eu não aguentava mais esse suspense.

- Por que vieram pra cá? – isso foi meio rude, então decidi acrescentar – Quer disser, da pra perceber que vocês tem um motivo, parecem todos abalados.

- Nós viemos embora de Forks, porque Edward se apaixonou por uma humana – sabia que Rosalie contaria.

- Ahn, então fugiram antes que isso piorasse. Faz sentido... – Carmem parecia estar pensando em voz alta.

- Na verdade não – Esme começou – eles estavam juntos, e estavam bem, ela sabia sobre nós, e nos aceitava mesmo assim. Mas... – ela deu uma pausa, como se estivesse relembrando tudo – Alice decidiu fazer uma festa lá em casa, pois ela fazia dezoito anos. Mas ela acabou se cortando com o papel do embrulho do presente, e como vocês devem saber Jasper não aguenta ficar muito perto de sangue humano quando exposto assim. Ainda mais o de Bella, que tem um ótimo cheiro, um sangue tentador... – parecia perdida em pensamentos, balançou a cabeça, como se para esquecer-se disso tudo.

- E ela... – Carmem perguntou receosa – ela esta viva?

- Esta, mas Edward como o protetor que é decidiu deixa-la, antes que ela acabasse morta mesmo – Rosalie parecia não concordar com isso.

- E por que fala isso com tanta frieza Rose?

- Eu só acho que o que ele fez é errado, acho que ele não pensou que ela iria sofrer porque o amava sabe, eu não era muito fã dela, mas não tinha e nem tenho nada contra, e quando estava com ele, quando ele a tocava, dava de ver em seus olhos o tamanho do amor que sentia por ele, dava para ver o quanto o amava. Nós fomos para outra cidade antes, estamos aqui por conta das férias apenas. Mas um mês depois de irmos embora, Emmett estava indo a Forks apenas pegar umas coisas lá em casa, mas disse que sentiu cheiro de sangue, e vinha do quarto do Edward. Ele foi até lá e a encontrou tentando se matar, disse que ela cortou os pulsos, e que se não fosse por ele iria cortar o pescoço.

- Nossa então ela o amava mesmo, mas então, o que aconteceu com ela?

 - Bem, ele a levou até um hospital, e depois para casa, ela prometeu não tentar mais. E cumpriu com sua promessa, pelo menos até agora. Depois disso eu disse a ele que deveríamos voltar. Mas Edward disse que não era segura para Bella.

- Ele devia ter conversado com ela, pedido sua opinião, ou sei lá, mas não decidir sozinho.

- Mas Edward disse que ela diria que vai ficar tudo bem, ela jamais diria para irmos embora, e ele disse que isso não é problema, pois com o tempo ela o esquecerá, pois os humanos são assim. Mas dessa vez eu não tenho duvidas de que ela o ama, e aposto todas as minhas moedas que se fosse por ela nós estaríamos em Forks ainda, que se fosse para partir ela viria junto, e se fosse pra deixar seu pai por nós, por ele, ela viria.

- E vocês estão assim pelo mesmo motivo? – ela apenas assentiu – é por isso que ele está sempre fora, que só aparece de vez em quando?

- Ele ainda a ama, e vai ama-la pro resto da vida.

Eu e Rose continuamos conversando mais um pouco, e de vez em quando Esme ou Carmem, que também estavam conversando entre si, faziam um pequeno comentário.

Alguns meses passaram Edward só aparecia de vez em quando, ou ligava.

Tanya continuava a mesma, sempre tentando chamar a atenção de Edward, sempre dando em cima dele, e ele sempre cavalheiro e educado só a dispensava, dizia que não queria. Se fosse eu a tacava longe, bem longe, de preferencia numa fogueira, pra ver se aprende a dar o fora.

Depois de quase três meses desde a chegada dos Cullen eu recebo uma ligação da minha criadora.

Eu não fui transformada como todos os outros aqui, eu não fui mordida, eu nunca sai da barriga de uma mãe, eu nunca fui humana, nunca tive infância. Existem bruxas nesse mundo, algumas criam transmorfos, outros vampiros. E ela cria vampiros. Nós ficamos muito amigas, mas eu decidi seguir meu rumo, pois as vezes eu perdia o controle e a mordia, eram apenas segundos, miseráveis trinta segundos, onde eu a via se contorcer por causa do veneno, mas logo passava, elas são imunes.

Depois de um tempo ela se casou, teve uma filha, e como tanto ela quanto seu marido eram filhos únicos, me chamou para ser madrinha e sua filha.

Com o tempo ela percebeu que se casou com o cara errado, eles se separaram e ela levou a filha, ela o visitava de vez em quando, e como a levou para Phoenix, um lugar ensolarado, eu não tinha muitas chances para visitá-la. Apenas nos invernos, e mesmo assim não podia sair de casa, pois as vezes fazia sol.

Bom, voltando ao assunto, ela me ligou.

- Alô – disse assim que atendi.

- Oi, Katrina? – que saudades.

- Sim, quanto tempo Renée, tô morrendo de saudades de vocês.

- Oh sim querida, muitas saudades de você também. Mas não é por isso que eu liguei – senti que ela ficou tensa.

- E então por que ligou, foi minha sobrinha? – agora eu estava séria.

- É, é ela sim. Ela se transformou antes do tempo, não me disse o porquê, só disse que perdeu os caras que ela mais amava. Não entendi direito isso, um, deve ser o seu namorado, o outro eu não faço ideia, perguntei por Charlie, mas ela disse que não. Ela não me parece muito bem, queria que passasse por lá e tirasse essa história a limpo.

- Tudo bem Renée, onde ela esta?

- Ela esta no Alasca, no chalé das bruxas da Anne, a irmã do Phil, se lembra dela?

- Sim, é claro, pode deixar, eu sei onde fica, prometo passar por lá, quando tiver notícias te ligo.

- Tudo bem querida, beijos, tchau.

- Beijos, tchau.

Desliguei meu celular e segui para o quarto de Irina, iria convida-la para caçar. Quando cheguei em frente a sua porta dei duas batidas e abri.

- Quer ir caçar comigo?

- Pode ser. Com quem falava? – disse se levantando na velocidade humana e seguindo até mim.

- Com Renée, lembra dela?

- Claro. O que aconteceu?

- Nada de mais, só alguns problemas com a filha, ela esta por aqui, já se transformou e não quer contar o que aconteceu a ela. Renée acha que ela contaria a mim.

- Eu também acho, ela sempre foi muito apegada à dinda dela.

- É... Bom, vamos caçar – disse, já descendo as escadas.

- Vamos.

Fomos correndo até encontrarmos alguns cervos. Depois de caçar voltamos pra casa, já era início da manha quando chegamos. A tarde passou entediante como qualquer outra. Quando eram dez e meia da noite, decidi ir vê-la, minha sobrinha.

Segui correndo até o chalé de Anne, estava correndo ao redor, tomando coragem para aparecer na frente de um monte de bruxas e bruxos, sendo que poderiam me matar. Mas de repente ouço alguém se mexendo por entre as arvores, me aproximo, sinto seu cheiro, é ela, minha sobrinha, é ela.

Ela aprece perceber alguém junto a si, a observando, mas ignora e continua andando, ela parecia aérea em seus pensamentos, e quando pulo em sua frente ela parece voltar ao mundo, me olha por alguns segundos, então me reconhece.

- Katrina...

Continua...