Sob o Signo de Vênus escrita por Ray Shimizu


Capítulo 22
Fofoca


Notas iniciais do capítulo

Pessoa, desculpa a demora!
Vou tentar não demorar muito com o próximo, ok??
Boa leitura!



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Megume estava com os olhos arregalados, fixados em Hiei, seu cérebro não conseguia entender o que havia acontecido, seus lábios grudados aos dele, sentiu uma corrente elétrica passar por todo o corpo e um frio na barriga que não saberia descrever. Por um momento, parecia que ela havia se tocado do que aconteceu, e tentou se livrar daquela situação, mas para a surpresa da garota, Hiei a segurava com força e o puxou para mais perto de si.

Minando o pouco juízo que a garota tinha, sem perceber acabou por se entregar nos braços daquele youkai de fogo, ajoelhada perante ele, o modo como Hiei estava segurando-a, fazia a morena quase deitar em cima dele, o que não seria um contato ruim.

O beijo ia ficando acalorado a cada segundo, o youkai a puxava pela cintura para mais perto de si, querendo sentir o calor do corpo daquela mulher, com a mão livre percorreu as costas dela até a nuca, e a beijou de maneira ainda mais intensa. Ele mesmo não sabia o que estava fazendo, a cabeça estava vazia, como se apenas quisesse obedecer os seus sentidos.

Megume não resistia a qualquer investida de Hiei, estava completamente rendida nos braços dele, ela mesma não conseguia se entender, sentia o corpo pegar fogo, não queria mais se separar dele, aquela sensação prazerosa tomava conta da alma de ambos.

– VAI SER A FOFOCA DO ANO!!!!! - Yusuke que estava procurando um lugar para descansar, acabou por ver a cena mais inesperada. - Nunca ia imaginar que os dois iam ficar se amassando, e em plena luz do dia!! - Sem esperar por uma reação dos dois, tratou de sair correndo com um sorriso traquina. - O que será que o pessoal vai achar disso? He he he!

Hiei e Megume ficaram tão perplexos com a presença repentina de Yusuke que até tinham se esquecido do que tinham acabado de fazer por alguns segundos, mas logo o juízo voltou a mente dos dois.

–--

– Por que você não pode falar onde o pai da Megume está? Mesmo ele sendo um youkai ele é o pai dela... Eu só quero ajudar. - Kevin conversava com Koenma dentro de seu quarto, fazia pouco tempo que havia descoberto que Megume era uma youkai, e junto dessa informação também soube que os pais dela estavam desaparecidos. Desde então esteve procurando por eles, e foi um dos motivos para ter ido até o Makai, não era uma desculpa que teria vindo atrás de sua colega de classe, apenas não havia deixado claro todos os seus objetivos. Queria ajudar Megume em segredo. Mesmo não sabendo se aquela atitude estaria ajudando ela ou não.

– A informação de que ele está no Makai é de seu conhecimento, agora em que parte eu também não sei. Conversei com Megume e ela me disse que Akamui não deu muitas informações... No final fomos enrolados por ela. - Koenma realmente estava empenhado em achar o pai da garota, mesmo que isso não fizesse parte de sua obrigação, Shibata não era um youkai de arrumar encrencas, por isso não tinha incidentes registrados nos livros espirituais. Mesmo porque ninguém sabia onde ele poderia estar.

– E a Hitome?

– Faz pouco tempo que descobrimos que ela está lacrada no templo do avô de Megume... Mas nem meus poderes foram suficientes para poder quebrar o lacre. E também, ela não parece querer sair...

– E por quê? Isso não me parece fazer sentido.

– Nem todos os youkais são ruins, da mesma maneira que nem todos os humanos são bons. Ela quer proteger sua filha, e acha que pode ser um perigo se ela sair dali... Isso pode ser uma razão…

– Vou dar um jeito de quebrar esse lacre, afinal tenho poderes espirituais e não é a toa.

Os dois conversavam seriamente sobre o assunto, porém não estava sendo fácil encontrar uma solução. Kevin havia descoberto sobre os pais de Megume sem querer enquanto estava em uma missão, quando ia reportar as coisas para Koenma, acabou ouvindo uma conversa e acabou sabendo de tudo, foi exatamente nessa conversa que soube que Megume era uma youkai, e o motivo pela qual ela foi convocada para o torneio das trevas.

– Nesse momento não há nada que você possa fazer, primeiro porque você resolveu se enfiar nesse torneio, você não pode voltar ao mundo dos homens enquanto estiver participando, e se ganhar a próxima luta, vai para as oitavas de final, mas terá que ganhar do time do Yusuke e você sabe que não será fácil.

–--

Hiei ainda sem saber a razão pela qual havia beijado Megume, sentado em cima de uma arvore, tentou organizar seus pensamentos, por mais que refletisse não conseguia encontrar uma resposta. O youkai ainda sentia o rosto arder, lembrando do beijo de momentos antes, não queria admitir, mas havia gostado do beijo, era a primeira vez que sentia o corpo entorpecido daquela maneira.

Conseguindo se acalmar um pouco, lembrou que Yusuke havia visto aquela cena, e logo ficou preocupado, do jeito que o amigo era linguarudo não ia demorar até que todos do Makai ficassem sabendo da “fofoca do ano”.

– Vocês não vão acreditar no que eu acabei de ver! - Yusuke já dizia quase aos berros. Junto dele estava Botan, Keiko e Yukina. E não demorou nem um segundo para que toda novidade fosse dita, Yukina apenas sorriu, achava legal que Hiei houvesse arranjado alguém, achava que ele era solitário demais e precisava de alguém. Botan soltou um “Minha Nossa”. Foi então que o youkai de fogo percebeu a presença deles logo em baixo da arvore em que ele tentava dormir.

– Aquele idiota! - o youkai sentiu o sangue ferver na hora, não tinha perdido tempo mesmo, não sabia o que devia fazer, queria fazer Yusuke parar de espalhar que ele e Megume se beijaram, mas como faria isso? Não teria coragem de encarar ninguém, por mais que Yusuke tivesse exagerado algumas coisas, ainda sim eles haviam se beijado.

– Não acredito nisso Yusuke, impossível! O Hiei beijando alguém? Ainda por cima outro pavíl curto como a Megume? Não, não! Impossível! - Botan estava incrédula, mesmo depois de dizer que não acredita já estava dando risada e imaginando a cena do casal. Segundo Yusuke, estavam beijando calorosamente perto das montanhas, onde era bem isolado.

– E se tiveram se beijado mesmo, qual o problema? Cada uma, tem mais nada o que fazer, não? - Keiko estava surpresa com aquele fato, mas não achava que era motivo pro Yusuke sair fofocando e falando como se fosse o maior acontecimento do século.

– Keiko, você não tá entendendo, é o Hiei! Impossível imaginar alguém como ele fazendo esse tipo de coisa.

– Yusuke, você não tem que treinar não? Só joga, come e dorme e se não tá fazendo nada disso é pra fazer fofoca? E se você não tem mais o que fazer, eu tenho! Francamente. - Keiko saiu andando, achava que aquele assunto era perda de tempo, mas no fundo ficou surpresa pelo fato, ela também não imaginava que ele poderia ter beijado Megume.

Hiei ficou quieto em cima da arvore, aparentemente ninguém havia notado a presença dele, e por mais que tivesse morrendo de vontade de torcer o pescoço de Yusuke, não tinha coragem de encarar ninguém. Por hora iria esperar eles saírem dali, ele queria colocar os pensamentos no lugar.

–--

Megume estava deitada em sua cama, tentando digerir o que havia acontecido à pouco. Não havia entendido aquela ação repentina de Hiei, não parecia ter qualquer lógica, de qualquer maneira não poderia nem dizer que havia detestado o beijo, até gostaria de pensar que sim, e fazia força para colocar aquilo em sua cabeça, mas a verdade é que sentia o coração acelerado, o corpo meio entorpecido, era uma sensação bem estranha, mas sentia-se bem daquela maneira.

Ficou parada olhando o teto, tentando se acalmar, mas não conseguia esvaziar sua mente, e se não pensava naquele beijo, pensava no pior, Yusuke contando para todo mundo, não queria ser motivo de fofoca, mas sabia que já não tinha tempo de deter aquele língua solta, o que poderia fazer é tentar fingir que não era nada demais, foi apenas um beijo.

Ela tinha apagado da memória completamente o beijo que havia tido o desprazer de trocar com o detetive espiritual, afinal, foram sensações diferentes, na verdade, o beijo com Kevin foi ter uma falta de sensação, a garota sentiu como se tivesse beijado a parede, ou alguma coisa assim. E ainda teria de ganhar dele se não quisesse virar a namoradinha dele na escola, ela queria morrer, afinal, achava que seria mais fácil, só conhecia o Kevin medroso que era quieto e apanhava de todos, e mesmo que dissesse que havia treinado muito durante um ano, não achava que poderia ter ficado tão forte, mas aquele “treino” mostrou que ele havia sim, ficado poderoso, e ficou insegura se ia conseguir derrotá-lo, também não era do tipo que quebrava uma promessa, se ela havia dito, iria cumprir se assim precisasse, mesmo que tivesse que pisar no próprio orgulho, se arrependimento matasse, com certeza Megume estaria morta.

–--

Depois que Kevin conversou com Koenma, o garoto foi conversar com sua colega de equipe, já que ela queria conversa com ele a sós.

– Você tá maluco?! Você vai ajudar uma youkai?! Se você não sabe o nosso trabalho é exterminar-los e não ajudá-los!

– Midori, do que você tá falando? - Kevin tentou se fazer de desentendido, afinal não sabia como ela ficou sabendo que ele estaria tentando ajudar o Koenma.

Midori tinha uma aparência bem jovial, mesmo porque era a integrante mais nova do time, os olhos castanhos escuros e cabelos ruivos, cor de abobora, também não era muito alta, tinha aproximadamente um metro e meio, mesma altura de Megume, tinha um estilo bem feminino, usando um elástico de cabelo com desenhos de morangos, e um vestido rodado na tonalidade branca. Apesar de ter aquela aparência de garota feminina e boazinha, tinha uma personalidade difícil, não era muito compreensiva, e não aceitava nada além dos próprios ideais.

– Kevin, não se faça de tonto! Você disse em alto e bom som que tá apaixonado por aquela youkai! - Midori dizia indignada, estava quase berrando.

– Sim eu disse, mas onde eu disse que iria ajudá-la? Se bem me lembro, vamos ser os próximos a lutar com eles. E eu não tenho intensão de perder.

Depois de ouvir o que o moreno disse, foi que lembrou-se que ele em momento algum falou sobre o assunto abertamente, mas já viu anotações dele sobre Megume, reencontrar o pai, e a última conversa que ele teve com o Koenma; Ela não poderia dizer que estava fuçando nas coisas dele e nem que estava ouvindo suas conversas.

– Tá na cara que você vai ajudar, você vai fazer a gente perder pra eles! - Sem saber ao certo que desculpa inventar, tentou qualquer coisa para se encobrir.

– Vou fingir que acredito que é disso que você está falando. Então,já disse que não pretendo perder. Mesmo porque, se você ouviu direito, eu e ela fizemos uma aposta.

– Humpf! - A garota bufou, mas logo falou. - Você não vai fazer nada que seja contra a vontade dela, acha que engana quem? Você ainda é um bunda mole.

– Estou começando a achar que essa sua birra toda é porque está com ciume, estou certo? Você está apaixonada por mim! - Kevin disse descontraído, em tom de deboche.

Aquilo foi o suficiente para Midori corar violentamente, e logo em seguida começar a gritar:

– Não fale bobagens! Eu nunca estaria a fim de você! - ainda nervosa, saiu da caverna de onde estavam conversando. Kevin apenas riu.

–--

Enquanto Hiei e Megume estavam preocupados com a reputação que ficariam, Yusuke cuidava para dar a notícias a todos, e acabou encontrando Kuwabara, que estava em seu quarto, sentado na cama escrevendo poemas para mostrar a youkai de gelo: Yukina.

– Kuwabara, você não sabe do que eu to sabendo! - aquele tom de “velha fofoqueira”, já dava indício de que era alguma notícias inútil, porém interessante.

– E o que é que você poderia saber que eu não sei?! Sou muito bem informado.

– Eu vi com esses olhos que a terra há de comer, o Hiei e a Megume se beijando agorinha! E vou te dizer, hein. Que beijão!

Kuwabara continuou escrevendo nos primeiros segundos, como se não tivesse ouvido, para depois notar no que o amigo havia dito, e sem demoras começou a fazer escândalo.

– Não é possível! O Hiei? Com a Megume ainda? Yusuke não sei o que você fumou, mas isso é impossível!

– Se eu não tivesse visto, eu ia duvidar também! Mas cara, eu vi!! Se eles não me notassem acho que acabariam fazendo mais coisas lá, a coisa tava realmente pegando fogo.

Kuwabara se recusou a acreditar que Hiei estava beijando Megume, era muito improvável, os dois se destetavam, não era? A cabeça do ruivo estava confusa, mas de qualquer maneira aquilo não era da conta dele, mas ficou curioso para saber como chegaram a tal ponto. Depois que digeriu a informação voltou a pensar no poema para sua amada Yukina. Se Hiei tinha conseguido, ele também poderia conseguir!

–--

Não chegou nem a anoitecer e praticamente todo mundo tava sabendo, Megume e Hiei não se atreveram a aparecer no jantar, sabiam que iam ser bombardeados por todos os lados, e o que eles menos queriam é ter de ouvir besteiras sobre o beijo que trocaram, mas também sabiam que não poderiam se “esconder” para sempre, logo iriam ter de lutar.

Kevin sentiu uma ponta de inveja, mesmo não sabendo como foi que ocorreu o beijo, pelo que Yusuke dizia era um beijo pra lá de apaixonado, o detetive começou a devanear, talvez se ele tivesse virado detetive mais cedo, se não fosse aquele garoto bobão desde a época do primário, se Megume teria olhado para ele, poderiam estar namorando? Voltando para a realidade, provavelmente não, afinal, nunca soube de alguém que tenha conseguido a façanha de levá-la para sair.

Passando os dias, o dia da luta finalmente chegara, o time que ganhasse iria para as oitavas de final.


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Notas finais do capítulo

E ai pessoal, como passaram o Natal? E o Ano Novo???
Eu vou ser breve dessa vez porque a jornada continua e eu preciso continuar a escrever!
Obrigada à todos que acompanharam a fic até aqui!

Beijinho e até mais! :)