Sob o Signo de Vênus escrita por Ray Shimizu


Capítulo 17
Youkai de fogo


Notas iniciais do capítulo

Ah pessoal, dessa vez não demorei tanto.... rs rs!!!
Queria agradecer a Jessie Yoko, que me deu ideias e deu uma betada pra mim :)
Também agradecer a Dalila que sempre que pode vem aqui ler e me dá uma forlça!!

Boa leitura!!



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Megume não tinha muitas esperanças em encontrar seu pai no Makai, era como procurar uma agulha em um palheiro, não sabia se o nome que usava era verdadeiro e se fosse, que garantias tinha que estaria com o mesmo nome, e o pior com a mesma aparência. Poderia parecer qualquer coisa. Outro fator que dificultava, ele podia estar no mundo humano, se disfarçado de qualquer maneira, podia ser um velho ou uma criança. Apesar disso, ela estava determinada a achar seu pai, nem que levasse a vida toda. Ela tinha consciência que precisava dele para saber a verdade sobre muitas coisas.

Depois que a morena terminou de arrumar seu projeto de mala, foi ao encontro do ruivo. Combinaram às cinco da manhã em frente à floresta, mas ainda estava escuro, aliás, era escuro sempre, dia ou noite não tinha muita diferença, era um mundo horrível, pelo menos Megume pensava dessa maneira. O Makai inteiro parecia cheirar a sangue, não tinha vida nem nas plantas, a maioria era de um verde bem escuro, beirando o preto, algumas delas que tinham as cores mais vivas eram carnívoras ou venenosas.

Surpreendeu-se quando viu junto de Kurama, Hiei. Ele iria junto? Megume se questionou, aproximando dos dois, sem dizer uma palavra. Estava muito surpresa pela presença do baixinho. A realidade era que se sentia extremamente desconfortável com ele por perto, ainda mais depois do projeto de beijo que tiveram.

– O que faz aqui? - perguntou a morena, tentando não parecer alterada com aquele fato.

Hiei não respondeu, virou-se em direção a floresta e saiu andando. Não era de sua natureza das explicações pelos seus atos a ninguém e mesmo que quisesse falar alguma coisa, não saberia o que responder, não tinha uma razão concreta para estar ali, simplesmente queria ir junto. Tentou se convencer que era uma boa oportunidade de treinar, que poderia encontrar alguém realmente forte para lutar, ou então apenas para passar o tempo, já que teriam de esperar muito até a próxima luta.

Megume não gostou nada de ter ficado no vácuo, abriu a boca para reclamar, mas antes de começar a falar, sentiu uma mão em seu ombro.

– Se você se estressar toda vez com ele, vai ficar velha mais cedo. - Kurama disse com um sorriso.

– Por que ele está aqui? - Já que Hiei não lhe respondeu, Kurama teria fazê-lo.

– Ontem eu percebi que ele ouviu a conversa, - o ruivo começou a falar, deu um leve suspiro e continuou. - Não sei se Koenma fez de propósito em deixar a barreira mais frágil. De qualquer maneira, depois eu me encontrei com Hiei e ele disse que iria junto. - Kurama sabia que Hiei estava preocupado com ela, mas não iria admitir nem sob tortura. - O Hiei não parece, mas ele é bonzinho. - o ruivo pensou um pouco antes de terminar a frase, não sabia o que devia dizer, dependendo do que fosse teria que agüentar o mau humor do amigo.

Megume não engoliu a conversa de Kurama, o que queria dizer com bonzinho? Que Hiei estava indo para ajudá-la?

Naquele momento não interessava o motivo pela qual Hiei estava indo junto, se era para ajudar ou não, a realidade era que toda e qualquer ajuda era bem vinda, mesmo que isto significasse suportar o desconforto que a presença do moreno lhe causava.

O youkai raposa notou que Megume mudara muito desde o começo do torneio, mostrava-se menos orgulhosa e não brigava tanto com os outros. Sabia que parte do motivo era porque queria saber mais sobre o próprio passado, então não perderia tempo com brigas à toa, outro ponto era que a ficha dela caía aos poucos, sobre ainda ser fraca e sempre precisar de ajuda. Entretanto, ele sabia que ela estava mudando por outros motivos também.

Os três andaram metade do dia por entre a floresta rústica. As plantas se moviam de forma assombrosa, mesmo sem um sopro sequer do vento as folhas dançavam em direção ao grupo, como se desejassem uma aproximação, um toque fatal no veneno que escondiam nos espinhos quase invisíveis a olho nu. Kurama demonstrava tranqüilidade em meio à flora, seu conhecimento livrava-os dos perigos que aquelas plantas poderiam representar e Hiei fazia o possível para abrir caminho, claro, com seu modo rústico e silencioso, cortando qualquer coisa que estivesse à sua frente. A caminhada estava cansativa e a paisagem repetitiva, causando ao grupo aquela sensação de estar andando em voltas, como se por horas e horas seguiam perdidos sem sair do lugar.

– Sabe para onde estamos indo? - Megume resolveu perguntar, quebrando o silencio que começara desde que entraram naquele lugar.

– Estamos indo falar com uma youkai do fogo, ela pode saber alguma coisa. - Kurama respondeu com poucas palavras, queria evitar falar demais, de dar esperanças para a garota e no final não chegar a nada.

No meio do caminho, segundo o ruivo, encontram uma caverna onde seria uma boa oportunidade para repousar um pouco. Mesmo que não houvesse necessidade para tal, mas era bom dar uma pausa para se alimentar e descansar, já que um ou vários inimigos poderiam atacá-los a qualquer instante. Kurama não descartou a hipótese de estarem sendo perseguidos por youkais, já que aquela região era infestada por eles, que mesmo sendo fracos poderiam atrasá-los ainda mais e por estarem no makai, não poderiam se dar o luxo de vacilar.

Hiei estava estranhando a falta de reclamações da morena, que se esforçava ao máximo para não ter de se aproximar dele. Claro que não eram próximos desde o começo, mas era quase nítido que ela o estava evitando. Tudo o que ela precisava, era ao Kurama a quem recorria. Teria alguma coisa a ver com o beijo acidental que trocaram? Não fazia sentido, ela não iria se incomodar com aquele fato ridículo, ou iria? E por que ele estava pensando sobre aquilo? Não faria diferença alguma se ela o estava evitando. Deste modo, para evitar em pensar em coisas assim, ele foi procurar uma arvore para dormir, mas passou raiva porque ao redor tinham poucas arvores e em sua maioria eram muito ruins para dormir, eram muito baixas e quase sem galhos. Uma coisa boa do mundo dos humanos era que existiam muitas arvores aconchegantes para dormir em todo lugar.

Kurama e Megume ficaram na caverna mesmo, tentando repousar. Para Megume estava difícil com tantos pensamentos fervilhando em sua cabeça, quando finalmente conseguia parar de pensar em uma coisa, outras preocupações vinham com tudo.

Depois de algumas horas voltaram à jornada, ainda tinham que andar bastante até chegar ao destino, caminhavam a passos largos, não poderiam perder mais tempo, mas também não era bom correr, era um mundo cheio de armadilhas e somente os cautelosos conseguiam sobreviver.

Chegaram à casa da youkai de fogo depois de quase oito horas de caminhada, enfrentaram alguns inimigos no caminho, nada muito difícil.

Os três estavam parados em frente a um imenso portão de aço maciço, este era todo desenhado em formatos complexos de chamas, lembrando a entrada do próprio inferno. O muro era tão alto que se misturava ao portão, circundando uma área que parecia tão infinita quanto à floresta que percorreram há pouco. Hiei e Megume lançaram um olhar incógnito para o youkai raposa ao mesmo tempo em que o portão se abrira como um convite para adentrarem a casa.

– Vamos. - disse Kurama ao ver a morena parada do lado de fora, sabia que ela estava exitante por não saber quem era a tal mulher. Sem dizer uma palavra, Megume o seguiu.

Hiei já havia entrado, estava a vários passos de distância dos dois, apesar de ter ido para ajudar, mesmo que ele próprio não admitisse. Escolheu assumir a dianteira, decido a não ficar esperando por ela. A verdade era que ele estava curioso, mais até do que querer ajudar, era querer descobrir que tipo de youkai ela era e quem eram seus pais realmente. O youkai de fogo guardou para si a informação, mas pensou que poderia conhecer o pai de Megume. Os youkais poderosos tinham fama no Makai, e na época em que esteve no país de fogo, ficou sabendo sobre alguém com as características do pai da morena, era muito raro existir um youkai com personalidade branda, ainda mais se este fosse do país do fogo. Ele até pensou em contar, mas achou prudente guardar a informação, não parecia ser algo realmente útil, pois mesmo que fosse, onde ele estaria agora? Já que isso foi muito antes de Megume nascer.

Andaram por volta de cinco minutos, cautelosos. Era normal as casas dos youkais serem cheias de armadilhas e guardiões, ainda mais se fosse alguém de poder e fama.

– Cuidado! – gritou Kurama ao pegar Megume pelo braço, e trazê-la em sua direção, praticamente a abraçando. A morena não entendia o que aconteceu, estava se sentindo estranha com o contato com o ruivo, que até tinha se esquecido como respirar.

Megume notou em seguida que quase foi pega em uma armadilha. No chão, um buraco surgiu e dentro deles várias plantas venenosas e carnívoras esperavam para que alguém despreparado viesse, não iria funcionar com intrusos fortes e bem preparados, mas para os inexperientes e fracos, era um adeus.

A morena ficou se sentindo uma tola, como quase morreu por uma armadilha tão idiota?

– Tome cuidado, é normal essas coisas por aqui… Deve haver youkais protegendo esse local também. - Kurama a soltou, sentiu que a morena havia ficado sem graça, e ele também, ficando meio desconcertado.

– Por que ela abriu a porta se for pra atacar a gente? - perguntou a morena. Ela não entendia os youkais, pareciam contraditórios demais, mesmo que ela fosse uma.

– Ela quer nos testar, apenas isso. - Kurama respondeu com calma. - Ela gosta de testar suas visitas. - o ruivo deu uma pausa, antes de continuar a falar. - Fique perto de mim, não sei o que ela aprontou dessa vez.

– Dessa vez?

– Já vim aqui antes, ela sempre muda a segurança da casa.

Continuavam a andar, que raios de casa era aquela? Não tinha mais fim? Subiam e desciam escadas, davam voltas e mais voltas naquele labirinto fechado. Megume começou a ficar preocupada com Hiei, ele não tinha ido assim tão à frente, mas não tinha nem sinal dele. Será que foi pego por alguma armadilha? Ou poderia ter seguido por algum outro caminho?

Antes da morena fazer qualquer questionamento ao companheiro, eles chegaram a uma grande sala. As paredes eram tingidas de um vermelho intenso, a pouca iluminação que entrava pelas janelas era barrada por cortinas cumpridas, dando ao local uma aparência sombria e isolada. Os moveis eram distorcidos, pareciam deformados talvez pelo calor ardente que começara naquele lugar, Megume só parou de observar ao seu redor ao ouvir uma voz rompendo o silêncio da mansão.

– Facilitei para vocês hoje. - disse a youkai de fogo. Seu olhar era sedutor e ao mesmo tempo intimidador. Era uma youkai muito bonita, longos cabelos cor de fogo, com olhos cor de mel. Alta e esguia. - Eu queria muito conhecer você, Megume… - a mulher sorriu , longe de ser um sorriso de boas vindas, mas não era ameaçador também, como se fosse curiosa.


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Notas finais do capítulo

Isso ai pessoal, quem puder mande um review!!!! :D
Feliz Natal e Feliz Ano Novo!!! :)