Após vencer sua primeira luta, Megume não sabia o que estava sentindo, era uma mistura de alívio com mais alguma coisa, poderia ter morrido a qualquer hora, estava suando frio, a respiração estava acelerada, a multidão em volta gritando, as pernas estava tremendo, ela desceu da arena atônita.

- É isso ae! Você é mesmo do meu time! – Yusuke estava orgulhoso, e sentia-se aliviado.

Hiei não disse nada, só pegou sua katana de volta, apenas Kurama percebeu um sorriso de canto, como se demonstrasse felicidade pela vitória de Megume.

- Meus parabéns. – Kurama sorriu, ele queria descobrir muitas coisas sobre Megume, mas ele mesmo sabia que a própria não saberia as respostas.

- Valeu. – Megume sorriu em retribuição, ainda estava tremendo, não sabia se ia agüentar até o final, mas como não era do tipo que  desiste no meio do caminho ia até o fim, as vezes ela se perguntava se ser daquele jeito era bom.

Samantha assistiu as lutas, de punho fechado, suando frio.

- Eu preciso ganhar esse torneio... – ela mesma sabia que era forte, mas sabia também que existem pessoas mais fortes que ela.

Na verdade não queria lutar, nem matar ninguém, mas se tudo isso no final compensasse, se o desejo dela fosse realizado, não ia ter arrependimentos, era nisso que acreditava, e por isso lutava.

Samantha foi para algum lugar do Makai para treinar, junto deles estava Yuki e Kyo, e mais dois para inteirar o time, ela nem conhecia os outros dois, eram dois youkais, e nem fazia questão de conhecer, eles se ofereceram para entrar no time, afinal tinha que ter no mínimo cinco integrantes.

Faltava lutar ainda Kurama e Yusuke.

- Eu fico com o mais forte. – Yusuke, sempre gostara de lutar, nunca deixou de lado o espírito de bad boy numero um da escola.

- Como quiser. – Kurama, não ligava muito para isso, ia lutar com qualquer um. – Então deixa que eu vou primeiro.

- A vontade! Mas não vai dar mole não!

- QUARTA LUTA!! KURAMA VERSUS CHISANA!

Chisana parecia uma frágil humana, com longos cabelos rosa, cacheados na ponta, segurava uma pequena sombrinha , com um quimono branco com estampas de flor de cerejeira.

Kurama já tinha muita experiência em combates, sabia que era só aparência, não podia vacilar se não poderia morrer.

- Seja bonzinho comigo. – Chisana, sorriu.

- Não conte com isso. – Kurama não sorriu, e pegou seu chicote de rosas.

- COMECEM!! – Koto autorizou a luta.

-  Hana no Fuko* - várias pétalas de cerejeira saíam dos lábios de Chisana, eram tão afiadas quanto a lamina da  katana de Hiei.

Kurama desviou de alguns, levou alguns cortes, mas nada aparentemente muito grave.

- Você não desviou de propósito? Saiba que as pétalas são envenenas... – a voz dela era suave, mas podia sentir algo melancólico no jeito de falar.

- Percebi...- o veneno agia rápido, não sabia exatamente o que era, mas era perigoso. – Que veneno é esse?

- Eu mesma produzi esse veneno, é tirado de uma planta do mundo dos homens, apesar de você conhecer muito bem as plantas do mundo do inferno, não pode dizer o mesmo dessas plantas. Essa planta se chama  Aconitum Napellus, mais conhecido como Acônito.

Ingerida em pouco quantidade pode ajudar em tratamentos respiratórios... em grande quantidade... você deve deduzir o que acontece, não?

- Asfixia... – Kurama já estava sentindo um pouco dos efeitos da planta.

- Exatamente, me admiro como você é inteligente... você vai parar de respirar... me admira não ter morrido ainda... nota-se que é  um yokai forte. Que tal mais uma dose? Hana no Fuko.

- Não acha que vou ser pego de novo, não é? – Kurama desviou e despedaçou as pétalas.

- Kurama é um idiota. Fica analisando o oponente antes de atacar... – Hiei achava mesmo que isso era coisa de gente idiota, mas sabia que Kurama ia dar um jeito de sair dessa.

- Você deve estar sentindo que está piorando, não? Com minha energia sinistra, eu modifiquei um pouco o veneno dessa planta... se não, não estaria assim...

Kurama conhecia essa planta, sempre tivera notas ótimas em biologia, mas o que ela teria modificado? Se soubesse poderia sobreviver.

- Você tem um pouco menos de cinco minutos antes morrer... hu hu hu, eu sou mesmo de tirar o fôlego, você não acha?

- Acho que isso não é hora para fazer piadas. – Kurama, riu, com dificuldade, mas não podia deixar essa passar, começou a atacá-la, como era difícil atacar daquele jeito, mas se o plano dele funcionasse iria sobreviver.

- Saiba que me matando não vai adiantar nada, pois o veneno é da.... – quando percebeu suas pernas estavam presas.

- Sei que o veneno está injetado em  mim, e a única maneira de eu sair dessa é com um antídoto ou algo do tipo, certo? Pois é... concordo com você. – Kurama estava com um frasquinho na mão. – Demorei para descobrir como fazer o antídoto, eu não estava me lembrando de umas coisas.

- Você acha que eu vou deixar você preparar alguma coisa? Sakura no Namida*! – várias pétalas de flores de cerejeira saíam do cabelo de Chisana, que se despedaçavam e viraram gás. – Morra de uma vez! Esse gás é altamente venenoso! Se respirar vai morrer imediatamente!

- Você não acha que para alguém que não consegue respirar esse ataque é inútil? – Kurama, tinha quase tudo do que precisava só precisava de uma coisa para completar o antídoto. – Não queria fazer isso, mas não quero morrer. – Com o chicote de rosas, laçou no pescoço de Chisana e o apertou, o sangue começou a escorrer pelo chicote, e os pingos caiam no frasquinho, jogou mais  alguma coisa no frasquinho e tomou o antídoto.

Chisana caiu no chão.

- Nem precisa contar, nos espinhos tinha um veneno que faz dormir, não vai acordar tão cedo.