A Volta da Garota Sobrenatural escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 11
Capítulo Final - A promessa


Notas iniciais do capítulo

Eitaaaaaaaaaaaa!!! Está aí o capítulo final, people!

Faço as ressalvas lá embaixo!

Divirtam-se!



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Às vezes coisas ruins acontecem. E não é culpa de ninguém. É simplesmente o destino. Ele sempre bate à nossa porta. Mais cedo ou mais tarde. E então você percebe que não adianta mais fugir. Ele finalmente te encontrou.

Eu morri uma vez. Castiel me trouxe de volta. Sem que eu me lembrasse de nada, a vida me deu uma segunda chance. Mas agora ela veio me cobrar. Então eu morri de novo. Mas dessa vez, eu estava por conta própria. Ninguém podia me ajudar. Ninguém podia me mostrar o caminho de volta.

Então o pouco que restava da minha consciência lembrou do que Castiel me pediu quando apareceu no meu quarto naquela tarde: Não morra.

E então eu lembrei da minha resposta: Entendi. Combinado. Não morrer.

Eu fiz uma promessa. Para ele e para mim mesma. E quando você promete alguma coisa, as pessoas esperam que você cumpra. Promessas são feitas para sempre cumpridas.

Ninguém podia me mostrar o caminho de volta. Então, eu tinha que encontrá-lo sozinha.

A vida tinha me dado uma segunda chance uma vez. Mas eu queria mais. Eu queria a terceira. Então eu comecei a lutar por ela.

Mia abriu os olhos e tudo o que viu foi a escuridão do mar que a puxava para baixo. Tinha que lutar contra aquilo. Tinha que ser mais forte que aquilo. Não queria morrer. Começou a nadar para cima. Tinha que voltar.

– Ela está morta? – Garth refez a pergunta.

– Dean... – começou Sam.

À medida que nadava, com todas as forças que lhe restaram, Mia começou a enxergar alguns pontos de luz no meio daquela imensa escuridão. Aquilo a motivou a nadar mais rápido. Subindo em direção a claridade distante. Começou a ouvir uma música ao longe. Reconheceu. Era Like a prayer da Madonna. Às vezes, só a rainha do pop a acalmava.

– Temos que levar o corpo dela daqui... – disse Sam.

Todos se olharam emocionados. Mia alcançou a superfície e deixou o ar invadir os seus pulmões respirando profundamente. Como uma criança que nasce. A vida tinha lhe dado a terceira chance. Começou a tossir e a cuspir a água que ainda a sufocava. Todos se assustaram ao ver aquilo.

– Mia! Calma, respire! – disse Dean levantando um pouco a cabeça dela do chão.

Ela abriu os olhos e parou de tossir. Olhou para eles. Não saberia explicar o que viu naqueles rostos. Estavam assustados, surpresos e vibrantes ao mesmo tempo.

– Oi, meninos... – disse ela com certa dificuldade.

– Sua filha da mãe! – xingou Dean emocionado a abraçando, seguido por Sam.

– Vocês estão me sufocando... – murmurou ela e eles se afastaram ainda muito emocionados.

A ajudaram a levantar e então ela abraçou Kevin e Garth também.

– Como você...? – quis entender Sam.

– Eu não tenho ideia... Mas eu sou a garota sobrenatural, lembram? Precisa mais que um ritual desses para me derrubar... – tentou explicar ela.

– Mia, nós precisamos te levar a um hospital. – sugeriu Dean.

– Não, eu estou bem. – recusou ela olhando em volta e vendo que as pessoas que tinham sido possuídas estavam inconscientes pelo chão – Eles vão ficar bem?

– Sim. – respondeu Dean – Eu acho que o Crowley estava falando a verdade sobre não machucar ninguém se você cumprisse o acordo. Aparentemente, os demônios não fizeram nenhum estrago neles... Mas nós precisamos sair daqui antes que apareça alguém...

– Castiel! – lembrou Mia – Eu preciso encontrar Castiel!

– Nós vamos achá-lo. Não se preocupe. – garantiu Sam - Mas agora seria ótimo se você nos deixasse te levar ao hospital...

– Não! Eu preciso encontrar Castiel! – repetiu ela se afastando.

– Mia, aonde você vai? Você acabou de voltar de uma experiência de quase morte, você precisa descansar e nos deixar... – tentou Dean, mas Mia já estava saindo da quadra e repetindo que tinha que encontrar Castiel – Vocês acham que o ritual danificou o cérebro dela?

Mia andava pelos corredores da faculdade enquanto tentava imaginar o que Crowley havia feito com Castiel. Sentiu medo. Mais do que medo. Precisava encontrar Castiel porque precisava dele. Não saberia viver em um mundo onde ele não existisse.

– Eu preciso encontrar Castiel... Eu preciso encontrar Castiel... - repetia ela.

Parou em frente à biblioteca e lembrou da noite em que ele apareceu ali e a salvou da bibliotecária possuída. Ele estava sempre por perto. Sempre a salvando. Mas agora era que ele que precisava ser salvo. Era ele que precisava de ajuda. Mia queria ajudá-lo. Queria encontrá-lo, mas tinha medo de não conseguir, de chegar tarde demais. Já tinha o visto matar um demônio, o que impediria um demônio de matá-lo? Será que Crowley tinha...? Não. Não podia suportar aquela ideia. Castiel estava bem. Tinha que estar. E ela precisava encontrá-lo.

Olhou para dentro da biblioteca pela janelinha da porta e estava convencida de que não havia ninguém ali, mas de repente alguma coisa se destacou no escuro. Uma luz ao longe. Uma chama. Fogo!

Aquele era o lugar perfeito para se esconder alguém durante uma festa. Ninguém procuraria Castiel ali. Mas Mia, de alguma forma, sabia que estava no caminho certo. Girou a maçaneta. Entrou. Dali ainda era possível ouvir a festa. Então percebeu que Like a prayer realmente estava tocando. Madonna e Castiel tinham a ajudado a encontrar o caminho de volta. Sorriu e andou mais rápido.

Andou pelos corredores, tentando seguir aquela luz. À medida que se aproximava sentia o calor do fogo. Estava cada vez mais perto. Parou e se virou para o último corredor. E então sentiu um misto de alívio e preocupação. Castiel estava lá. Dentro de um círculo de fogo. Ele a olhou surpreso e feliz por vê-la bem e viva.

– Isso é hora de pular fogueira? – perguntou ela.

– Crowley me prendeu aqui. - contou o anjo.

– Como assim prendeu? - quis entender Mia.

– É óleo santo. Uma armadilha para anjos. Eu não posso sair daqui. Ou eu morro. - explicou Castiel.

– Não! - gritou ela – Não morra! Quero dizer, não se mexa! Eu vou tirar você daí. - prometeu enquanto olhava em volta e tentava encontrar algo. De repente lembrou de uma coisa que viu na entrada da biblioteca. - Eu volto já. - disse se afastando.

Mia apressou-se. Era questão de tempo até que aquela chama alcançasse algum livro. E então, com certeza teriam um incêndio... Correu. Saiu da biblioteca. Viu o extintor preso na parede e o puxou. Sentiu que tinha alguém atrás dela e se virou assustada. Era Melissa. Imediatamente ela começou a perguntar:

– Mia, o que você está fazendo? O que está acontecendo nesta festa? Eu encontrei pessoas desacordadas atrás da quadra...

– Eles estão bem? - quis saber a outra.

– Estão... Mas como você sabe? - estranhou Melissa.

Mia olhou para dentro da biblioteca. Precisava ir. Logo.

– O que está acontecendo lá? - quis saber Melissa esticando o pescoço.

–Nada! - mentiu Mia.

– Nada? Mas e esse extintor? - notou ela.

– Melissa, eu queria poder te explicar, mas eu não tenho tempo. Mas lembra que eu disse pra você tomar cuidado esta noite? - prosseguiu Mia.

– Sim... - respondeu a amiga.

– Acabou. Está tudo bem. É só isso que importa. Agora eu preciso que você vá... E me deixe... - continuou Mia.

– Me deixe fazer o quê? - quis saber a outra.

– Eu estou com alguém na biblioteca. – confessou Mia por fim sabendo que só assim Melissa a deixaria ir.

– Jura?! É o cara de sobretudo, não é? Eu vi vocês dançando. Humm... Ele é gostoso. Oh, Mia! Me desculpe eu não quis atrapalhar... - disse a amiga.

– Tudo bem... – tranquilizou-a Mia enquanto abria a porta.

– Mas para quê este extintor? - quis saber Melissa.

– Ah? Ah! É só uma brincadeira. Eu vou apagar o fogo dele. - brincou ela enquanto piscava para Melissa e fechava a porta.

Melissa ficou alguns segundos com a boca aberta e depois se afastou.

– Eu não disse aquilo... - falou Mia para si mesma enquanto corria em direção ao corredor onde Castiel estava.

Rapidamente ela mirou o extintor em direção a armadilha. E em poucos instantes as chamas tinham sido apagadas. Então Mia se aproximou perguntando com a voz ofegante:

– Você... Está bem?

Castiel não respondeu e fez algo que Mia não esperava. Não teve tempo de reagir ou mesmo de pensar. Castiel a puxou pelo braço e a beijou apaixonadamente ao mesmo tempo em que a fez lembrar dele tocando o dedo em sua testa. Ele a fez lembrar de tudo.

Mia sentiu um sentimento tão forte que pensou que seu coração não aguentaria. Enquanto suas pernas ficavam trêmulas com o efeito daquele beijo, ela viu, como se fosse um sonho, Castiel no seu quarto quando o viu pela primeira vez há dois meses. Perguntando com o quê ela tinha sonhado e dizendo que ele era um amigo. Depois ela esbarrando nele no cemitério na noite em que conheceu os Winchesters. Eles no Impala. Ela dormindo em seu ombro. Acordando e o vendo na poltrona ao lado da cama. Ele assistindo TV e Sam insinuando que ela estava apaixonada. Ela levantando da cama e indo até Castiel que tentava fugir do que sentia por ela. Ela segurando sua mão e ele retribuindo o gesto. Eles se aproximando. Quase se beijando e Garth tocando a campainha. Ela na boate. Do lado de fora. Eternal flame tocando e ele se aproximando. Os dois se declarando. O beijo. Crowley interrompendo. Ela no cemitério. Morrendo. A última coisa que ela viu tinha sido ele. Sempre ele. Na lanchonete. Na biblioteca. Ali. Agora. Estava tudo claro. Os sentimentos tinham ficado mais fortes e claros. Como se fosse possível. Seu coração nunca deixou de amar Castiel, mas agora a sua cabeça também sabia de tudo.

Ele começou a se afastar. Mia o empurrou contra a outra estante.

– Por que você demorou tanto? - perguntou ela o beijando novamente.

Não queria parar. Não podia. Não queriam. Não podiam. Castiel estava ali. Inteiro. Correspondendo o seu beijo. A envolvendo com seus abraços. Nada mais importava...

Então Dean tossiu chamando a atenção dos dois. Pararam de se beijar e olharam para o começo do corredor. Sam também estava lá. OK. Aquilo era constrangedor. Mia e Castiel se afastaram e ela arrumou o sobretudo dele.

– Se vocês queriam dar uns amassos era só dizer. - disse Dean.

– Ela só estava apagando o fogo. – tentou explicar Castiel e Mia sentiu seu rosto corar.

– Ah! Eu aposto que sim. - entendeu Dean tentando segurar o riso.

– Eu posso explicar. - garantiu Mia.

– Não, por favor. – dispensou Dean – Eu acho melhor vocês não explicarem nada. Eu só preciso confirmar uma coisa...

– Ela lembra de tudo. – esclareceu Castiel.

– Finalmente! Agora vamos sair daqui, seus pervertidos. – brincou Dean.

Sam e Dean seguiram na frente. Castiel e Mia logo atrás. Lado a lado. Se olharam. Suas mãos se esbarraram. Deram as mãos. Sorriram um pro outro.

– Hey, Mia! Eu tenho uma surpresa para você. - anunciou Sam.

– É mesmo? E o que é? - quis saber ela.

Algum tempo depois, em frente a um hotel ainda em São Francisco, Mia segurava a carteira que Sam tinha lhe dado. Era a tal surpresa. O clima de despedida era intenso. Ela passaria a noite ali, Garth e Kevin tinham partido na frente e Sam e Dean logo voltariam para o Kansas também. Mia abriu a carteira. E encontrou vários documentos falsos. Pegou uma identificação do FBI que tinha sua foto e um nome fictício.

– Mary Collins? – repetiu ela olhando para Sam e Dean – Sério? Esse não era o nome daquele fantasma que vocês despacharam há dois meses na minha frente?

– Mary também era o nome da nossa mãe. – lembrou Sam.

– Acredite, é um lindo nome. – completou Dean – E se você ainda estiver pensando em entrar pro negócio da família, não pode mais usar seu verdadeiro nome por aí.

– Ok. Eu gosto de Mary Collins. – aceitou ela.

– Nós também trocamos a placa do seu carro. – contou Sam – Pra que você não seja presa por aí.

– Obrigada, Sam. – agradeceu Mia.

Então Dean mostrou algo que estava escondendo até aquele momento e entregou para Mia dizendo:

– E este aqui é o meu presente!

Mia segurou a garrafa térmica e ficou de boca aberta por alguns instantes antes de conseguir dizer:

– Eu adorei, Dean! É perfeita! Obrigada!

– Por favor, só não tome mais de uma dessas por dia, ok? – pediu ele.

Ficaram em silêncio até que Dean voltou-se para Castiel e perguntou:

– Então, você vem com a gente, Cas?

– Ah... – começou ele olhando para Mia - Na verdade, eu estava pensando em passar essa noite aqui.

– Passar a noite? – quis confirmar Dean quase engasgando.

– Dean... – repreendeu Sam enquanto Mia olhava para a carteira que ele tinha lhe dado tentando disfarçar o constrangimento.

– Eu encontro vocês amanhã. – prometeu Castiel.

– Tudo bem. – concordou Dean sorrindo – Então é isso...

Ficaram em silêncio novamente. Mia os olhou e abriu os braços imitando Garth.

– Cadê o meu abraço? – convocou ela e os abraçou forte.

– Mia, o que você vai fazer agora? – quis saber Sam depois que se afastaram.

– Honestamente, eu ainda não sei. Acho que eu vou ficar aqui mais alguns dias pra me assegurar que todos os demônios deixaram a cidade e então vou partir em busca de algum caso por aí. - respondeu a garota.

– Então você quer mesmo entrar nesse... Ramo? – quis ter certeza Dean.

Mia pensou um pouco e então respondeu:

– Eu já entrei, Dean. Eu fiz a minha escolha.

– É uma péssima escolha... – disse Dean.

– Mia, só nos prometa que você vai se cuidar. – pediu Sam – Sobre o ritual... Você pode ter voltado e sobrevivido à ele, mas, acredite em mim, nesse... Ramo, sempre há consequências. E geralmente as coisas não terminam tão bem quanto nós queremos.

– Nossa! Dean, o seu otimismo contagiou o Sammy. – brincou Mia.

– Ele está certo. – afirmou Dean – Tem certeza que você está bem?

– Nunca estive melhor. – garantiu ela.

– Você tem certeza? – perguntou Dean novamente – Nenhuma alucinação? Nada?

– Não se preocupe, Dean. – pediu ela - Eu ligo se eu achar que estou vendo fadas no meu microondas...

– Sammy, você contou pra ela? – indagou Dean constrangido lembrando de um caso que ele e Sam investigaram há uns dois anos e de quando ele matou uma fada no microondas.

Sam simplesmente riu admitindo a culpa.

– Ok. Quer saber? Eu odeio despedidas. E esta aqui, já está se prolongando demais, então se cuidem, ok? – disse Dean se afastando e indo até o Impala seguido por Sam – E lembrem-se: não façam nada que eu não faria.

Quando os dois entraram no Impala, Mia olhou para Castiel e sorriu. Ele segurou sua mão e ficaram vendo os Winchesters partirem pela estrada até sumirem no horizonte.

Mais tarde, Mia estava deitada na cama e observava Castiel assistir TV. Ele parecia tão concentrado naquilo. Então ela se aproximou dele ficando ao seu lado no final da cama e o olhou intrigada. Resolveu sondar:

– Então... Quando você disse "passar a noite" você realmente quis dizer passar a noite...

– O quê? - não entendeu ele se virando.

– O quê? - rebateu Mia sem saber como dizer aquilo para ele enquanto passava a mão na nuca.

Castiel a olhou por um momento e depois voltou a assistir.

– Por que o Sr. Spock tem essas orelhas? - perguntou ele sem tirar os olhos da TV e depois como se tivesse entendido o motivo afirmou - Ele é um demônio.

– Ok, chega. - disse Mia pegando o controle e desligando a TV - Não, ele não é um demônio, ok? Ele é Vulcano. Metade Vulcano e metade humano.

– Como assim? – quis entender ele.

– Esquece... - disse Mia.

– Por que você desligou? - perguntou Castiel.

– Nós precisamos conversar. - anunciou a garota.

– Sobre o quê? - quis saber o anjo.

– Sobre... - começou Mia, mas não encontrava uma forma sútil de dizer aquilo

– Sobre? – quis saber ele.

– Sobre... Por favor, não me deixe terminar essa frase. - pediu ela ficando mais constrangida.

Castiel a olhou sem entender e então Mia resolveu dizer de uma vez:

– Sobre sexo. Por exemplo.

Castiel ficou visivelmente envergonhado e Mia percebeu que o rosto dele enrubesceu. Achou aquilo... Encantador.

– Isso é... É... Um pouco... Complicado para mim. - admitiu ele com certo esforço.

Mia ficou ainda mais encantada e se aproximou mais dele. Passou a mão pelos seus cabelos e beijou o seu pescoço.

– Não se preocupe, Cas. Eu vou ter paciência com você. Eu vou esperar a sua hora. - prometeu a garota.

– Hora de quê? - indagou o anjo um pouco confuso.

Mia se aproximou mais e encostou seus lábios nos dele. O beijou devagar e foi aumentando a intensidade à medida que ele correspondia. Sentia que ele queria o que ela queria, mas não sabia o que era exatamente.

– Não se preocupe. - repetiu Mia em seu ouvido - Eu não vou fazer nada que você não queira.

Castiel a afastou de repente e Mia teve medo de que ele a repelisse como tinha feito quando Garth os interrompeu há dois meses. Mas dessa vez, Castiel a surpreendeu. Em vez de empurrá-la ele a puxou de volta e a beijou novamente. Seus corpos ficaram mais próximos e Mia tentou tirar o sobretudo dele. Ele parou.

– Ok. – concordou ela – Sem tirar a roupa.

Tentou beijá-lo novamente, mas ele se afastou.

– Não me entenda mal, Mia. – pediu ele – Eu quero ficar com você. Eu quero... Fazer o que eu acho que estávamos quase fazendo com você... Mas, eu ainda não estou pronto... Eu sou um anjo. Isso complica um pouco as coisas...

Mia pensou um pouco. Ele estava certo. Pra que a pressa? Se tinha alguém por quem valia a pena esperar era ele. Não entendia por que Sam e Dean estavam tão preocupados com o que o ritual podia ter te causado. Sentia-se tão bem. Tão viva. Tão feliz. Tinha a chance de recomeçar. Naquele ramo. Mas estava bem com isso e com Castiel. Era tão bom ter um namorado anjo-da-guarda de sobretudo. Levantou e sorriu para ele antes de dizer:

– Tudo bem, Cas. Eu sei como você se sente.

– Sabe? – quis entender ele.

– É... Digamos que eu também nunca... Conheci um homem de verdade... Biblicamente falando. – confessou ela. – Acho que eu estava esperando alguém especial para dar este passo.

Castiel se aproximou, segurou seu rosto com carinho e olhando em seus olhos disse:

– Eu te amo, Mia.

– Eu também te amo, apesar de você às vezes ser meio nerd... – brincou ela.

– Você quer mesmo que eu seja o primeiro? - perguntou ele.

– O primeiro e o último. - respondeu ela sorrindo levemente.

Castiel a beijou com carinho e depois ficaram se olhando por um tempo.

– Mas, por hoje, eu me contento com o Capitão Kirk. E com o demoníaco Sr. Spock. – sugeriu ela ligando a TV novamente.

Então deitaram na cama e ficaram abraçados assistindo Star Trek até Mia adormecer. Quando acordou pela manhã, ela viu que Castiel estava na poltrona ao lado da cama a observando. Sorriu para ele. Se inclinou para beijá-lo, mas o seu celular tocou.

– Quem é? – perguntou ele.

– Ah... Nosso padrinho. – disse Mia e em seguida atendeu se levantando da cama – Oi, Garth!

– Padrinho? – não entendeu Castiel.

Depois de falar com Garth sobre o que parecia ser um caso, Mia foi tomar um banho. Se vestiu e voltou para o quarto. Ao vê-la Castiel começou a falar:

– Eu queria ficar com você o tempo todo.

– Eu também. Mas isso seria... - disse Mia.

– Egoísmo. – completou ele.

– Está tudo bem, Cas. Eu não estava procurando um relacionamento tradicional mesmo. – disse a garota sentando no braço da poltrona – Além disso, eu acho que nós devemos ser gratos pelo tempo que passamos juntos. E pelo tempo que ainda vamos passar independente de quanto e quando vai ser... Só me prometa que você vai estar por perto e que irá me ver de vez em quando?

– Eu vou te ver todos os dias. Aonde quer que você esteja. – prometeu ele. – E eu sinto muito por não ter ficado ao seu lado ontem quando você...

– Quando eu morri? – completou Mia sentindo que ele tinha certa dificuldade em dizer aquilo.

– Como isso foi possível? Eu ainda não entendo... – preocupou-se ele – Eu não saberia viver em um mundo onde você não existisse, Mia, mas eu não consigo entender como você voltou.

– Ah! Você pode colocar a culpa em você e na Madonna. - brincou Mia.

Castiel a olhou sem entender e ela continuou:

– Olha, está tudo bem. É sério, eu me sinto ótima.

– Mas eu não estava com lá quando você mais precisou... Eu nunca vou me perdoar por isso. Muito menos se isso custar a sua sanidade futuramente... Nós não sabemos o que o ritual fez com você... - disse Castiel preocupado.

– Nossa! Dean, Sam e você poderiam dar palestras de motivação. No final, todo mundo teria cortado os pulsos... – ironizou Mia e depois de uns instantes continuou – Olha, você não teve culpa. E você está enganado quando diz que não estava comigo. Mesmo não estando lá, você estava. De alguma forma eu sinto que você está sempre comigo. E eu realmente me sinto bem, ok? Mas se por acaso eu estiver enganada e mais tarde eu perceber que vocês podem ter razão, eu sei que vocês vão me ajudar a lidar com o que vier. Se vier. Mas se acontecer, eu disse se acontecer, a gente pensa nisso, ok?

Castiel assentiu, mas no fundo ainda estava preocupado. Mia sorriu e mudou de assunto:

– Você deveria ir agora. Os Winchesters precisam de você. Kevin precisa de você. Eu tive um sonho esta noite, Cas. Um sonho que me deixou com medo. Eu acho que o Kevin está perto de decifrar o segundo teste. E eu acho que as coisas vão se complicar mais... Você precisa ir.

Castiel se levantou seguido por Mia. Se olharam e se abraçaram. Se beijaram por fim. Então Mia teve medo pela primeira vez desde que voltou da morte. No fundo, sabia que eles estavam certos. A vida não dá nada de graça. Muito menos uma terceira chance. O ritual podia ter consequências. Mas ela resolveu que não iria pensar naquilo agora. Não queria. Talvez nada acontecesse e eles estivessem se preocupando à toa. Se afastaram devagar e Mia abriu os olhos depois que ouviu ele sussurrar que a amava. O barulho das asas indicou que ele tinha partido.

– Eu também te amo, meu anjo. – disse ela.

Então estava sozinha no quarto. Sorriu e começou a arrumar as suas coisas para partir. Quando estava na porta seu celular tocou novamente. Era Sam.

– Hey, Mia, sem querer ser indiscreto, mas o Cas está com você? – perguntou ele.

– Na verdade, ele acabou de sair daqui... - respondeu a garota.

– Ah! Ele acabou de chegar. – disse Dean no viva-voz vendo que Castiel tinha aparecido no banco de trás do Impala.

– Então, Mia... – começou Dean – Vai ficar mesmo em São Francisco?

– Ah! Na verdade, eu estou indo checar um caso que o Garth me passou. - contou a garota.

– É mesmo? E do que se trata? – interessou-se Sam.

– Parece que uma cidade no interior da Virginia está sendo atormentada por vampiros, lobisomens, bruxas, híbridos... Coisas do tipo. – explicou ela.

– Parece divertido. – brincou Dean enquanto Mia arrumava as suas coisas no porta-malas do Mustang 65.

– Mia, esse parece ser um caso... Grande. – preocupou-se Sam - Se você precisar de ajuda, é só nos ligar. Por favor.

– Obrigada, meninos. Mas eu vou ficar bem. Pra quem morreu duas vezes e exorcizou o Rei do Inferno, uma cidade de seres sobrenaturais não pode ser tão difícil assim. – disse ela enquanto entrava no carro – Ah! Vocês também podem contar comigo. Sempre. E qualquer novidade sobre como fechar o Inferno, eu estou aqui.

– Obrigado, Mia. Então, boa viagem. – despediu-se Sam.

– Ah! Mia! – chamou Dean – Só por curiosidade, como é o nome desta cidade para onde você está indo?

Mia pegou o papel, onde tinha anotado as dicas de Garth, de dentro do casaco ao mesmo tempo em que tomava um gole de café da garrafa que Dean tinha lhe dado e leu:

– Ah... Alguma coisa como... Mystic Falls, eu acho...

– Que nome engraçado. – observou Dean.

– Pois é... Bem, boa viagem, meninos. A gente se vê. - despediu-se ela.

– Boa viagem, Mia. Se cuida. – disse Dean e emendou antes de desligar – E por favor não toma muito café, ok?

Mia colocou o celular no bolso do casaco junto com seu spray de água benta. Em seguida ligou o rádio. Afinal atravessar o país sem música estava fora dos seus planos. Parou para prestar atenção na música. Era Carry on my wayward son do Kansas.

– Boa música! – elogiou ela tomando mais um gole de café e dando partida no carro.

Fim!


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Notas finais do capítulo

Sim, eu adorei escrever esta fic! Também ri com as coisas que escrevi e fiquei agoniada e emocionada e tudo junto!Sim, eu também sou fã (doida) por The Vampire Diaries e adoraria ver um episódio crossover entre ela e Supernatural. Já pensou irmãos Winchesters X irmãos Salvatore? Eu já...Sim, estou pensando em escrever uma fic assim, afinal Mia está indo para Mystic Falls!!!Quis deixar esse gancho para quando eu escrever esta fic começar exatamente daí.Sim, Mia escapou da morte mais uma vez, mas como dito pelos personagens... haverá consequências... Assim como em SPN sempre tem. Sim, o lance da fada dentro do microondas eu tirei do episódio 09 da 6ª temporada, no qual Dean liga o microondas com uma fada dentro. É também neste episódio que ele diz aquela célebre frase assim: mamilos?Pois é people, eu adoro a Madonna e sou fã de Star Trek, então inseri umas coisinhas meigas sobre isso na fic.Sobre o clima meio quente entre Cas e Mia... Me divirti escrevendo e imaginando como seria uma primeira vez entre eles... Quem sabe na próxima fic?Ah! Obviamente tinha que ter Carry on my wayward son (tipo o hino da série) e também um pequeno spoiler da 8ª temporada sobre Kevin decifrar o segundo teste para fechar o Inferno.Desculpe se tem erros de digitação, mas eu fiquei muito alucinada enquanto escrevia isso kkkkkkkkkkkAdorei escrever esta história e espero que todo mundo tenha se divertido tanto quanto a minha pessoa. Fui!!! Até a próxima!