Calawah (hiato) escrita por kanny


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá, agradeço Ana Paula, DS Cullen e Ana MK por seus comentários na fanfic. Mesmo tendo sido poucos gostei muito. Eu disse que se tivesse muitos comentários só postaria na segunda. Hoje é terça, mas ainda está valendo vai... Bom espero que tenha maior repercussão, se gostarem me avisem. Provavelmente posto o próximo no sábado.
Se preparem que a partir deste capítulo a coisa começa a ficar melhor. Não do jeito que as pervas gostam, ainda... Bom, comentem. Beijos e até sábado.



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Capítulo Dois

O sol ainda estava apontando no horizonte quando a pick-up saiu na manhã seguinte. Bella estava sentada entre Eric, o motorista, e Edward Cullen, e ia com os ombros encolhidos para não ficar esbarrando em Edward. Ela sentia sua presença forte na cabine do veículo. Dele emanava um aroma que era uma mistura de fumo de cachimbo, que ele carregava no bolso da camisa, e sabonete, e que contrastava fortemente com o cheiro de Eric, aparentemente sem tomar banho há umas duas semanas.

Ao passar sobre um calombo na estrada, a pick-up balançou e Bella encostou mais uma vez na coxa e no ombro de Edward, e imediatamente sentiu uma corrente elétrica passar por seu corpo. Ela reagiu como se tivesse se queimado, recuando rapidamente, sentindo o pulso disparar. Edward parecia nem notá-la, conversando com Eric enquanto enchia seu cachimbo.

_ Tem um sujeito em New Hampshire - dizia ele que faz umas canoas de casca de vidoeiro, as mais lindas que já vi.

_ É sério? - perguntou Eric. _ De casca de vidoeiro?

_ É sim, totalmente feita a mão. Ele usa um canivete recurvado e faz tudo a mão. Elas são lindas, Eric. Qualquer dia vou comprar uma para mim.

_ Pelo que vejo, você continua usando a velha canoa Grumman - disse Eric, dando uma cusparada pela janela.

_ É, ela está muito usada, mas continua boa. De vez em quando eu arrumo os amassados e dou uma demão de tinta, e ela continua navegando.

Eric deu umas palmadinhas na direção, dizendo:

_ Que nem minha velha Nellie aqui.

Edward resmungou concordando e acendeu o cachimbo. Quando o fumo ficou em brasa, recostou-se, satisfeito. Bella inalou o aroma do fumo e reteve a respiração para prolongar o prazer. Já que ela ia passar duas semanas em companhia de um fumante de cachimbo, dava graças a Deus que ele usasse um fumo agradável. Se tivesse que passar mais dez minutos com Eric e seu horroroso fumo de mascar, achava que iria gritar.

_Você não está levando coisas demais para duas pessoas, Edward? - perguntou Eric, depois de algum tempo, dando uma olhada em Bella.

_ São as mesmas coisas de sempre, Eric.

_ Eu sei, mas das outras vezes você levava homens. Bella sentiu a cor subir-lhe às faces, mas continuou a olhar para frente.

_com uma mulher é a mesma coisa, Eric. A srta. Swan levará sua parte, como faria um homem.

Bella lançou-lhe um olhar de gratidão, recebendo como resposta um olhar zombeteiro. Retraindo-se, ela olhou feio para ele. Durante alguns momentos, olhos verdes lutaram com os castanhos, em seguida ela voltou a olhar para a frente, apertando as mãos sobre os joelhos, louca da vida.

"É claro que eu levarei minha parte", pensou. "Você verá, sr. Edward Cullen! "

O sol brilhava por entre os galhos dos pinheiros quando eles pararam ao lado da estrada de terra.

_ Bem, chegamos, Bella - disse Edward calmamente.

_ Se quiser mudar de idéia é bom dizer agora, antes de Eric ir embora.

_ Nem me ocorreu mudar de idéia, sr. Cullen - respondeu, levantando o queixo, cruzando o olhar com o dele. _ Estou pronta, como sempre estarei.

_ É disso que eu tenho medo - disse ele, disfarçando um sorriso.

Bella apertou os lábios, numa demonstração de mau humor e ele desceu do carro sorrindo. Ela deslizou pelo banco e desceu também, seguindo-o até a parte traseira da pickup, onde ele já estava descarregando os pacotes.

_ Eu posso descarregar os pacotes, sr. Cullen. Por que não cuida da canoa?

_ Até que é uma boa idéia, srta. Swan - disse ele sorrindo, e ela se controlou para não rir.

Enquanto descarregava a pick-up, Bella tentava analisar o estranho efeito que Edward exercia sobre ela. Ficava completamente desequilibrada ao lado dele, zangada num momento, rindo no instante seguinte. No entanto, uma coisa era certa: as próximas duas semanas prometiam ser interessantes. Ela só gostaria que Edward não fosse tão perturbadoramente másculo, pois sentir-se fisicamente atraída por seu guia, só complicaria tudo. Pretendia manter as relações entre eles estritamente formais, uma vez que estava em Forks para assumir o controle de sua vida, e não para se envolver num romance de duas semanas com um homem do mato.

_ Tudo pronto, Edward? - perguntou Eric quando a canoa já estava no chão.

_ Tudo pronto, Eric. Nós o veremos daqui a duas semanas em La Push.

Eric dirigiu-se a Bella.

_ Tem certeza de que quer fazer esta viagem, Madame? As coisas podem ficar muito difíceis no rio, você sabe.

Bella sorriu com frieza.

_ Eu tenho certeza sim, Eric. Mas, obrigada por perguntar.

Balançando a cabeça, como se não concordasse muito com a decisão de Bella, ele entrou no carro e deu a partida.

_ Tudo bem, Edward. Até daqui a duas semanas.

A pick-up saiu pela estrada levantando uma nuvem de poeira. Bella começou a tossir e virou-se de costas para a estrada, fechando os olhos para que a poeira não a incomodasse. Sentindo um aperto no estômago diante da idéia de passar duas semanas no mato, teve vontade de sair correndo pela estrada atrás de Eric, ir para Forks, e de lá diretamente para Nova Iorque.

Agora que ela estava aqui, começou a pensar no que fazia. Em casa, em Manhattan, uma viagem de duas semanas de canoa parecia a melhor saída, mas agora ela já não tinha tanta certeza disso. Será que aguentaria a viagem? Olhando para Edward, ficou apreensiva; afinal, o que estava fazendo aqui, no meio do mato, com um homem que nem conhecia? Podia acontecer qualquer coisa...

Mordendo o lábio, enfiou as mãos nos bolsos das calças, querendo parecer corajosa, mas Edward estava sorrindo pelas suas costas.

_ Está mudando de idéia, Isabella Swan? - perguntou suavemente.

Ela virou-se bruscamente, com o cabelo cor de mogno caindo em cascata sobre seus ombros.

_ Claro que não!

_ Está bem - disse, encolhendo os ombros e continuando a sorrir. _ Então, vamos embora.

Bella ficou olhando para a bagagem que estava espalhada pelo chão. Eram quatro volumes: a mochila dela, a mochila de Edward, um pacote com os utensílios de cozinha e uma geladeira com comida congelada para uma semana, conservada em gelo seco. Além disso, havia os remos. Na véspera, Edward tinha levado mais de meia hora para escolher um tamanho certo de remo para ela, e Bella não dera qualquer palpite, para não dar a impressão de que para ela qualquer remo serviria. com sua maneira calma e paciente, ele explicou-lhe tudo sobre os diferentes comprimentos de remos e como eles influíam na remada.

E, finalmente, havia a canoa. Uma embarcação de dezessete pés, feita de alumínio, e que estava no chão esperando para ser levada para a água, que ficava a um quilômetro e meio dali. Olhando para tudo aquilo, Bella ficou desanimada. Como duas pessoas iriam conseguir carregar tudo aquilo por um quilômetro e meio?

Como que em resposta a seus pensamentos, Edward falou:

_ Eu carrego a canoa e você leva sua mochila e a geladeira, depois voltaremos para apanhar o resto do equipamento. Está bem assim?

 _ Está bem, mas...- Ela encolheu os ombros dizendo.

_ Mas...

Bella hesitou, passando a língua sobre os lábios antes de falar.

_ Eu pensei que o homem que carregava a canoa não fazia mais nada. Quero dizer, eu não deveria levar o resto sozinha?

_ Se fôssemos três ou quatro, seria assim. Mas, sendo apenas dois, seria muita grosseria minha obrigá-la a fazer duas ou três viagens para carregar tudo sozinha, enquanto eu ficava sentado esperando, não acha?

_ É... realmente...

_ Eu penso assim, Bella. Esta viagem deve ser divertida para nós dois; não é uma competição para ver quem ganha. Eu não quero vê-la tão esgotada no primeiro dia a ponto de você não achar graça em mais nada. É para isso que você está me pagando: para fazer uma viagem divertida pelo rio.

_ Eu só não quero ser tratada de maneira diferente porque sou mulher.

_ Não se preocupe com isso, Swan, você não terá um tratamento especial. Mas eu também não vou dificultar as coisas para você só porque é mulher. Terá sua cota de trabalho a fazer, não mais que isso. Certo?

_ Certo. - Ela não pôde deixar de sorrir para ele. Ele respondeu com um sorriso que iluminou seus olhos, deixando-o ainda mais atraente. Bella sentiu um aperto no estômago e virou-se rapidamente, passando a mexer nos pacotes. Ao erguer sua mochila, notou que suas mãos estavam tremendo. Respirou fundo para se acalmar, explicando para si mesma que o nervosismo era devido ao começo da viagem, não tendo absolutamente nada a ver com Edward Cullen e seu charme estonteante. Nada mesmo.

Enquanto Edward colocava a canoa emborcada sobre a cabeça, Bella ajeitou as alças da mochila nos ombros, pegou a geladeira e começou a andar ao lado dele.

_ Vá na frente, Bella - disse ele. _ E avise-me onde devo pisar.

Bella passou à frente dele, e assim foram até o rio. Edward, acostumado àquele tipo de trabalho, não estava nem arfando, mas os braços e os ombros de Bella doíam e estavam cansados. Chegando à beira do rio, ela sentou-se sobre uma pedra e começou a revirar a mochila, procurando o repelente de insetos.

_ Os mosquitos atacam quando a gente menos espera - disse Edward. _ Você deveria ter passado o repelente antes.

_ Suponho que foi isso que você fez - respondeu Bella, tentando intimidá-lo com o olhar.

Mas ele nem se perturbou, apenas, sorriu.

_ Eu passei o meu ainda em Forks, antes de entrar na pick-up de Eric.

Bella sentiu-se como uma criança que tinha acabado de levar um sermão do pai, mas apenas apertou os lábios e concordou.

_ Da próxima vez, eu já sei.

_ É só o que eu peço, Bella. Esta viagem fica bem mais fácil quando a gente faz o que deve ser feito. Se você ficasse mais um pouco de tempo sem o repelente, os insetos a deixariam louca, e eu teria que agüentar suas queixas.

_ E quem é que está se queixando?

_ Agora não me venha com este ar de arrogância. Apenas aceite meu conselho como é oferecido.

_ Como? - perguntou, inclinando a cabeça e olhando nos olhos dele. Sentiu mais um puxão no estômago quando ele sorriu.

_ Na base da amizade.

Ela suspirou e virou rapidamente a cabeça. Era um absurdo que Edward pudesse deixá-la sem fôlego toda vez que a olhava daquele jeito. Ele tinha alguma coisa de diferente nos olhos, algo que a atraia, fazendo-a tremer de ansiedade.

_ Quando você estiver pronta, voltaremos para apanhar o resto da carga.

_ Eu já estou pronta.

Voltaram caminhando lado a lado, sem conversar. A tranqüilidade do mato, com tantos sons diferentes, enchia os ouvidos de Bella, acostumados ao barulho da cidade. Se ela se concentrasse, poderia ouvir o vento soprando por entre os galhos dos pinheiros, os galhos secos estalando debaixo dos pés, o canto dos pássaros que voavam de galho em galho.

Além disso, havia os aromas: o cheiro penetrante dos pinheiros, misturado ao de fumo que emanava do idiota do Cullen. Bella torceu o nariz para o cheiro do repelente que exalava dela, e então concentrou-se no que via. Até onde os olhos alcançavam, só se viam o céu azul e o verde das árvores, indo do verde mais escuro da floresta ao mais claro das bétulas iluminadas pelo sol, com seus espectrais troncos brancos.

Ela inspirou profundamente, inalando o odor fresco de terra molhada pela chuva e olhou para Edward.

_ É lindo tudo isso. Eu quase não percebi quando passei antes por aqui.

_ Às vezes, as pessoas que vêm das cidades grandes levam um ou dois dias para sentir a paz daqui. Há um ou dois meses, levei comigo dois homens de Nova Iorque que estavam tão esgotados pela pressão de seu trabalho que só conseguiram relaxar no segundo dia de viagem. Nós havíamos acampado cedo, eles ficaram sentados em volta da fogueira, com uma caneca de café nas mãos, olhando para as árvores em redor e para o céu. Estavam tão relaxados que nem compreendiam aquilo tudo; só conseguiam ficar sentados olhando. - Edward deu um sorriso calmo, gostoso. _ Quando a noite chegou, um deles inspirou profundamente e deixou o ar sair lentamente, levantou-se e disse que iria dormir. Dormiu doze horas seguidas.

_ Você não o acordou de manhã?

_ Para quê? O homem estava pagando para ter paz e sossego, e era o que ele estava tendo. Ele não tinha um horário, como na cidade. Aquela viagem foi uma das melhores de que me lembro. Aqueles dois homens mudaram completamente. Quando foram embora, suas rugas haviam desaparecido, eles estavam rindo e relaxados. É por isso que eu amo meu trabalho, srta. Swan. Acho que posso contribuir para a saúde psíquica de uma pessoa muito mais que qualquer psiquiatra.

Bella concordou, sorrindo, mas ela estava pensando na forma como Edward a chamava pelo sobrenome. Ele tinha maneiras gentis e suaves, que pareciam quase antiquadas. E, de repente, ela não tinha mais medo dele. Algo lhe dizia que podia confiar naquele homem, que ele jamais lhe faria mal. Na verdade, ele a protegeria, pois mostrava uma autoconfiança que lhe permitiria cuidar de si mesmo e de quem estivesse sob sua guarda.

Chegando ao lugar em que estava a carga, Edward pegou a barraca e as provisões de alimentos, Bella colocou nas costas a mochila dele, e os dois puseram-se novamente a andar.

_ Não há pressa quando se está no mato - disse Edward, enquanto caminhavam a passos lentos, porém firmes. _ Tudo aqui é relaxante. Esta calma penetrará em seus ossos, Bella, e você verá que em um ou dois dias todas as suas preocupações desaparecerão e você só terá tempo para pensar em sua sobrevivência. Dormirá melhor do que jamais dormiu em toda sua vida e seu apetite dobrará, com a vantagem de não fazê-la engordar, pois você estará em constante atividade.

_ Parece um paraíso.

_ É como se fosse. É por isso que eu volto aqui ano após ano.

_ Você não tem vontade de usufruir tudo isso sozinho? Não se cansa das pessoas depois de algum tempo?

_ Não - disse ele, sacudindo a cabeça. _ Eu gosto de gente. Aliás, quem trabalha de guia tem que gostar de gente. Você tem que saber conviver com as manias e fobias das pessoas, mas acho que, em sua maioria, elas são decentes. De vez em quando, encontro uma pessoa de difícil convivência, mas isso é muito raro. Geralmente são boas, simpáticas e corretas, e fazem questão de não prejudicar o meio ambiente; elas querem apenas usufruir da natureza.

_ E isso é muito importante para você?

_ Para mim, isto é tudo. - Então ele sorriu e lançou-lhe um olhar maroto. _ Bem, chega de falar nisso. Por que você veio aqui? Deve ter um motivo.

Bella andava com a cabeça baixa, pensando no que iria responder.

_ Acho que simplesmente eu precisava sair um pouco. Você falou daqueles homens de Nova Iorque e da pressão sob a qual viviam devido ao seu trabalho. Bem, meu trabalho não é tão importante, mas eu também sinto a mesma pressão. E isso está me consumindo. - Fez uma pausa, percebendo que estava séria demais, e então suavizou suas palavras com um sorriso. -_ Quando eu soube que Jacob não poderia fazer a viagem, aproveitei a oportunidade.

_ Neste caso, isto aqui é uma fuga para você? Ela pensou um minuto e respondeu:

_ Sim, acho que é. - "Uma fuga e um tempo para pensar no futuro", pensou Bella. A idéia era fugir do pai, que queria mantê-la submissa e planejar sua vida. Fugir de seus amigos ricos, que pareciam satisfeitos com suas vidinhas, preocupados apenas com futilidades. Eles tinham dinheiro e todos os bens materiais que desejavam, mas lhes faltava algo que Bella ansiava: um objetivo na vida. Eles vagavam de um lado para outro, de festa em festa, de Acapulco a São Francisco e a St. Moritz, sem nada em suas vidas que lhes servisse de âncora, que desse sentido a seu dia-a-dia.

Bella, por outro lado, queria sentir-se realizada, vencer por seu próprio esforço. Ela ganhava um salário incrivelmente alto trabalhando no departamento de relações públicas da empresa do pai. Ia a festas de gala, inaugurações de filiais, mas desejava muito mais que isso. Primeiro, tinha que se libertar do domínio paterno e aprender a caminhar sozinha. Por isso tinha vindo para Forks, para definir e traçar um caminho que a levasse ao objetivo tão desejado. Bella sorriu com ironia. Seus pensamentos podiam parecer melodramáticos, mas ela estava procurando dar sentido a sua vida. Estranho que tivesse que vir aos confins de Washington para tentar encontrá-lo.

_ Você está muito calada, Isabella Swan - comentou Edward.

_ Acho que a paz já está penetrando nestes meus velhos ossos, sr. Cullen - disse ela, sorrindo.  _ Eu estou pensando, e acho isso muito bom.

_ Então, ficarei calado para deixá-la pensar.

_ Não, eu não quis dizer isso. Gosto de conversar com você, de ouvi-lo falar. É que você me fez pensar e eu gostei.

_ Um bom guia sabe quando deve falar e quando deve ficar calado. Deixe-me conhecê-la melhor, e daqui a um ou dois dias já saberei exatamente quando você quer conversar e quando quer pensar.

_ Mas como você vai me conhecer assim?

_ Oh... - Deu um suspiro e sorriu para si mesmo. _ Eu aprendi a conhecer as pessoas. No fundo, somos todos muito parecidos. Todos nós temos as mesmas necessidades básicas, os mesmos desejos. O segredo consiste em esperar e observar as pessoas, mas aprende-se mais depressa se pudermos conversar com elas.

Bella franziu a testa, lembrando-se de seus amigos de Manhattan.

_ Você acha mesmo que somos todos parecidos? Eu conheço algumas pessoas que são muito... vazias. Elas não têm um objetivo na vida, querem apenas se divertir. Pelo menos, é o que me parece.

_ Todos nós temos alguns desejos em comum. Todos precisamos de um lugar seguro para viver, ter o que comer, e depois disso é que saímos procurando outras coisas, algo que seja a meta de nossas vidas.

_ Mas, e essas pessoas que eu conheço, que só pensam em gastar dinheiro e se divertir?

_ Eu diria que são pessoas desorientadas. Elas pensam que a felicidade está nos bens materiais, quando na verdade vem de dentro de nós. É algo que não se pode comprar, sendo preciso lutar muito para conseguir. Mas eu continuo achando que se você trouxesse essas pessoas aqui para Forks, e as deixasse passar algumas semanas num destes rios, elas revelariam muita coisa boa. E aposto que, se todos nós sentássemos em volta de uma fogueira, elas acabariam admitindo que estão procurando um sentido para suas vidas. Mais cedo ou mais tarde, todas acabariam falando de seus sonhos e seus fracassos. É como eu digo, Bella: todos nós, no fundo, somos iguais.

Bella não estava muito convencida, mas como eles tinham acabado de chegar ao rio, não dava mais para pensar no assunto, pois precisavam colocar a canoa na água e carregá-la com o equipamento.

_ Preste atenção em como se deve colocar a carga, Bella. Eu deixarei tudo no meio, mas muito bem distribuído, para que a canoa fique equilibrada na água. Deixarei os bancos da proa e da popa vazios para que possamos nos sentar ou ajoelhar quando estivermos remando. É muito importante que você aprenda isso tudo, pois se me acontecesse alguma coisa, você teria que nos levar a La Push.

Só então Bella sentiu o peso da responsabilidade que estava assumindo. Eles estavam sozinhos no meio da mata, com algumas poucas provisões. E se Edward quebrasse uma perna? Não haveria ninguém a quem pedir ajuda, nenhum telefone, nenhuma cidade por perto. Teria mesmo sido uma boa idéia sair de Nova Iorque e embrenhar-se na mata com um estranho só para planejar seu futuro?

Quando a canoa já estava totalmente carregada, Edward colocou-a perpendicular à margem e segurou-a para que Bella pudesse subir e tomar seu logar na proa. Em seguida, ele também subiu e sentou-se na popa.

_ Muito bem, Bella. É isso aí!

Ela mergulhou o remo na água do rio e puxou-o, sentindo que a canoa começava a andar. De repente, sentiu toda a excitação de estar flutuando sobre a água e ver que a embarcação estava entrando na correnteza num ritmo uniforme.

Eles haviam partido! "Que Deus nos acompanhe", pediu Bella numa prece, e então concentrou-se no trabalho de remar.


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