Suspiro...

Sento-me na janela... E suspiro...

Uma névoa sobe do chão,

Enquanto a última centelha do sol,

Se desfaz nas brumas do horizonte.

Suspiro...

Ouço o canto triste dos pássaros,

Despedindo-se da luz,

Amaldiçoando as trevas,

Em meio à comemoração dos morcegos, corujas e escorpiões.

Meus olhos se fecham,

Cheios de memórias,

De um último Momento...

Uma última despedida...

Um último beijo...

Um último adeus... para sempre...

Choro...

E a lua cheia sobe no horizonte,

Ao mesmo tempo, em que a Dama-Da-Noite

Abre suas pétalas.

Seu perfume me lembra você...

Doce e embriagante...

Suave e convidativo...

Saio da janela e vou pra rua.

Te chamo... Mas não há ninguém...

Recolho-me, pensando no que houve.

E sigo, sozinho e aflito,

Triste...

Sabendo que jamais amarei alguém

Como amei você.