Sobe a névoa

E a noite cai sobre a Terra,

Como uma mortalha...

Meus passos ecoam na solidão das ruas escuras.

Meus pensamentos vagam...

Uma gota salgada atinge a terra;

O sopro do vento esfria meu rosto;

Em meus olhos perdidos, brilha ainda uma lembrança,

De um último beijo...

De um último adeus...

Minha pernas não suportam mais caminhar,

Em minhas costas o peso do mundo...

Meus joelhos se dobram...

E, lágrima após lágrimas,

Minha alma grita através de meus olhos.

O Perfume! A Dama-Da-noite!

O mesmo... Maldito perfume!

Penetra arrogante em minhas narinas,

Revolve meus pensamentos,

Cala minhas emoções...

Me ergo,Enxugo minhas lágrimas e olho para o céu.

Como um falcão eu pareço voar,

E nesse impulso, alcanço as nuvens...

Mas a lua sai e eu volto... murcho... vazio.

Minguante... A lua mingua...

Como meu ânimo...

Como meu coração...

Retorno ao meu lar.

Recolho-me à minha eterna masmorra.

Prisioneiro eterno,

De um amor esquecido

E não correspondido.