Murtagh - Cavaleiro de Dragões escrita por Aryalie


Capítulo 9
A fuga


Notas iniciais do capítulo

Eu tentei fazer esse um pouco maior, a pedido de Lils chan, que está me ajudando bastante a melhorar essa fic.
Espero que tenham uma boa leitura!!!



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A única coisa boa de ficar preso aqui é o conforto. Aqui eu posso dar ordens a todos e tenho tudo o que eu quiser. Toda a comida, todas as roupas(mesmo que eu não me importe tanto com isso) e um verdadeiro arsenal com todas as armas imagináveis. Além de tudo isso havia meu quarto com todas as minhas coisas e minha cama. Como era bom finalmente dormir em minha cama macia depois de todos aqueles dias dormindo no solo duro ou em um desconfortável galho de árvore.

Essas eram as coisas boas, mas acho que não vou conseguir lembrar de todas as coisas ruins além de não poder mais sair para caçar, para conversas com Ruth, e não tenho aqui nenhuma companhia agradável além de Mott que agora estava constantemente em "trabalhos super importantes". Isso era o que ele dizia, é claro. Pois estava mais do que claro, que meu pai havia dado a ordem para que Mott não falasse mais comigo.

E ainda havia Peter, aquele garoto detestável também filho de um renegado. O único garoto que eu conheço que era filho de um renegado e era legal comigo era o Sage, o meio irmão de Vitor. Ele era meu melhor amigo, até sumir. Sim ele desapareceu alguns anos atrás. Ele saiu para dar uma volta e nunca mais voltou. Talvez tenha sido atacado por urgals, ou algo do tipo.

Fiquei pensando sobre e isso e ainda estava refletindo quando alguém bateu na porta. Eu não estava mesmo a fim de abrir. Quem quer que tenha batido bateu mais umas duas vezes, e então foi embora.

Eu estava sozinho como nunca. Na maior parte das vezes eu gostava de ficar sozinho, mas agora eu sentia falta de alguém por perto. 

Passou algum tempo e eu fiquei observando enquanto uma pomba branca pousava por um instante em minha janela e então saia novamente voando. Ela era livre. Eu não. Se eu saísse por aquela janela ficaria de castigo pelo resto da vida se me pegassem.

"Se" me pegassem.

Com certeza eu era rápido o bastante. Eu poderia levar algumas moedas de ouro e comprar um cavalo. Poderia correr até não aguentar mais, e assim ninguém conseguiria me pegar. 

Eu peguei uma sacola de pano bem resistente e enfiei algumas coisas úteis. Comi o café da manhã que estava em uma mesa no canto do quarto e calcei minhas botas.

Me sentei na janela. Era alta, mas desde pequeno eu havia aprendido como escalar aquelas paredes. Eu sabia exatamente aonde eu poderia apoiar meu pé ou não. Oque era confiável ou não.

Eu passeio corpo para o lado de fora da janela e comecei a descer. Mas eu parei na janela da cozinha e peguei algumas coisas. Peguei inclusive um cantil e algumas coisas para deixar a caça mais saborosa. Saí de novo e comecei a descer.

Quando meus pés tocaram o solo, comecei a correr até uma porta secreta atrás do palácio, onde eu sabia que guardavam as armas dos prisioneiros. Não me surpreendi quando vi a minha espada ali. Achei também mais algumas moedas de ouro e guardei-as em minha sacola.

Então parei e pensei. Aquele era um caminho sem volta. Quando eu saísse correndo, se eu mudasse de ideia e voltasse tudo seria diferente. Se eu tivesse ficado mais tempo ali, teria mudado de ideia e sabia disso. Sabia também que fugir seria o melhor para mim. Mostrar a meu pai que ele estava errado sobre eu ser um garoto obediente e que tem medo do pai. Que fica quieto sobre a ameaça de um castigo. 

Sem pensar mais, conferi meus pertences, e então sai correndo. Como eu nunca tinha corrido antes.

***

Entrei na floresta.

Eu esperava correr até alguma pequena vila próxima. Eu não conhecia muito bem a região e pretendia comprar um mapa. Um mapa seria ótimo. Eu nunca havia adentrado tanto a floresta antes. Quando eu passei por um riacho, enchi o meu cantil e lavei o rosto. Descansei um pouco e continuei.

Quando começou a escurecer, achei melhor parar e montar um acampamento improvisado. Acendi uma fogueira e me enrolei em minha capa de viagens. Fiquei muito tempo observando as copas das árvores se moverem de leve de acordo com o vento e as folhas balançando e farfalhando. Fiquei assim por um bom tempo, sem conseguir adormecer. Me levantei e comecei a caminhar envolta do acampamento, pensando em como minha vida se tornara confusa e sem objetivos. Logo eu estaria vagando por aí como um louco, sempre andando sem nunca chagar em lugar algum, pois não vai haver meta a ser cumprida.

Não!- eu me repreendi- Eu não devo pensar assim. Devo ser positivo. Isso não é o que um nobre cavaleiro diria. 

Mas eu não sou um nobre cavaleiro. Sou filho de Morzan, um renegado!!

Ah, lá vou eu de novo. Acho melhor me sentar, talvez dormir... Afastar esses pensamentos... Eu não sou um louco. Eu sou Murtagh, tenho dezesseis anos. Sou um guerreiro e futuro cavaleiro. Mas não um simples cavaleiro. Um cavaleiro de dragões.

E com esses pensamentos, finalmente adormeci.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Que tal alguns reviews??



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