Tudo piorou com o desaparecimento do meu namorado: Natsu Dragneel.

Por seis meses...

Não tive inspirações para novos livros.

E acabei sofrendo um acidente de carro.

Agora estava no hospital... Recebendo os primeiros socorros já que não fora algo muito grave. Estava sentada na maca e uma enfermeira junto com outra vieram ver o velhinho do meu lado.

– Você viu que aquele paciente com aqueles cabelos estranhos róseos está morrendo?

Espantei-me. Cabelos róseos?

– Sofrendo câncer não é?

Câncer?

– Sim, sim! Eu estou com a ficha dele aqui. O nome dele é Natsu Dragneel.

Natsu Dragneel?

Me levantei com cuidado e toquei no ombro de uma das enfermeiras.

– Com licença. – Eu falei tentando não parecer muito nervosa. – Eu conheço Natsu Dragneel. Vo-vocês podem me dizer em que quarto ele está?

– Quarto 301. Você está em condições de andar, moça?

Apenas assenti com a cabeça e fui andando rapidamente para o quarto 301. Quando acho, abro a porta cuidadosamente e vejo o amor da minha vida pálido, magro e com vários aparelhos ligados em seu corpo.

– Natsu! – grito, e vou correndo para seu lado.

Now turn away

'Cause I'm awful just to see.

Lágrimas iam descendo pelo meu rosto um pouco arranhado, por causa do acidente. Suas pálpebras se mechem e ele abre aqueles olhos quem antes eram brilhantes e com vida e agora parecem opacos e sem vida.

– Lu-Luce? – Ele pergunta fracamente. 

Pego sua mão fria e a aperto.

– Si-sim... Na-Natsu... O que aconteceu com você?

– Eu tenho câncer Luce...

– Por quê? Por que não me contou?

Areta kono unabara wo itami to tatakatte kyou mo yuku

Yakusoku ga uso ni nara nai you ni.

E eu ainda chorando, vendo seu pálido rosto embaçado.

– Não sei... – Ele assumiu uma expressão triste. – Isso só a faria chorar como agora, Luce...

– Mas é claro! Natsu, você é o amor da minha vida! Alguém com quem eu me casaria, com quem teria filhos, alguém com quem eu seria feliz até os meus últimos dias de vida! Nós somos namorados Natsu!

Encostei minha cabeça na beira da maca e comecei a chorar mais do que já estava.

– De-depois... Íamos ver isso, íamos resolver juntos Natsu! Nós dois...

Senti sua mão tocar a minha, levantei minha cabeça e vi seu rosto sorridente como sempre foi. Ele se sentou na maca e ficou de frente para mim. E me beijou, com aqueles seus lábios secos e rachados... Mas ainda foi um beijo bom.

But counting down the days to go

It just ain't living.

– Natsu... – E o beijei mais uma vez. – Não morra...!

– Desculpe-me Luce... Mais já é tarde demais para você me pedir isso.

E novamente deu o seu sorriso antigo, e pude ver que seus olhos voltaram levemente a ter aquele brilho encantador.

– Não, não! – Peguei naquela roupa de hospital e o puxei para mim.

Senti sua língua roçar na minha levemente e soltei um gemido baixo.

Ele se separou rapidamente de mim e começou a tossir alto.

– Natsu! – Quando ele parou de tossir olhei para a mão dele e nela tinha sangue. – Você tem câncer de que Natsu?

– No meu caso é um desconhecido... Sem cura.

Ano hi yumemita bokura wa

Machigai ja nai to shinjite.

Como eu não havia percebido? Remédios, Tosses...

– Por que você desapareceu? Erza, Gray ou até Lisanna não sabem disso?

– Só quem sabe é Erza. Ela me descobriu quando veio visitar a mãe dela aqui...

Naquele dia, Erza até voltou mais triste que o normal.

– Ela disse que você não se alimentava direito, não se divertia e nem escrevia mais. Você ama escrever Luce, por que parou?

– Eu não tive mais inspirações. Mais me responda por que diabos você desapareceu? – Tentei soar estressada mais saiu com se eu estivesse com medo.

– Eu tive que fazer dois meses de quimioterapia, mas não obteve nenhum avanço então... Eu tentei lhe encontrar, mas vi você com outra pessoa.

Sting?

Cause all my hairs abandoned all my body

Oh my agony!

– Então pensei que você já estivesse bem com o meu desaparecimento. – Ele deu um sorriso ao mesmo tempo forçado e triste.

Senti-me pior ainda.

– Ele é o meu primo, naquele dia ele se confessou, pois viu que eu estava sozinha e precisando de alguém, e me beijou. Mas a pessoa que eu precisava não era ele...

– Ne Luce... Se eu tivesse mais força eu iria acabar com o rosto daquele garoto.

– Sim...

Eu ia falar mais alguma coisa, mas Natsu desmaiou.

[...]

Okay... Está tudo bem!

Natsu está na cirurgia e ele vai ficar bem!

[...]

– Desculpe senhorita Lucy... Ele não tem mais salvação.

– Vocês não podem fazer mais alguma coisa? Por favor... Não o deixem morrer!

– Desculpe... Vocês têm mais dez minutos para se despedirem.

Ima demo bokura wa yume wo mite iru yo

Takusareta sono omoi mo nosete.

Dez minutos? É muito pouco tempo!

– Tudo bem...

Ando rapidamente para o quarto especial onde ele estava eu não quero perder mais tempo.

Abro a porta e ele estava me esperando com um fraco sorriso, mas ainda sim feliz.

– Luce... Venha aqui... – Ele bateu fracamente para a maca onde ele estava deitado.

Ando até ela e sento na cadeira na cadeira ao lado da maca. Pego sua mão e a enlaço junto com a minha.

– Lu-Luce... E-eu tenho um ul-ultimo perdido.

– O que foi?

Ele encosta sua cabeça ainda mais no travesseiro.

– Fa-faça um livro.

– Como? – Ele está morrendo e quer que eu faça um livro?

– U-um livro... Que conta nossa história. – Ele deu um sorriso leve. – Mas com um final feliz é claro...

– Tu-tudo bem...

– Lucy-san, vocês tem mais um minuto. – O médico parece.

That if you say (if you say)

Goodbye today (goodbye today)

I'd ask you to be true (I'd ask you to be true)

– Tudo bem...

Ele sai da sala e olho para Natsu e ele está com a respiração lenta. Não resisto e começo a chorar.

– Luce venha aqui...

Me levanto e meu rosto fica sobre o seu.

– Diga que me ama...

– Você pede muitas coisas estranhas Natsu...

– Eu quero ouvir Lucy...

Sua franja está caída bem na testa, ás tiro de lá e olho para os seus olhos opacos.

– Natsu, eu te amo... – E beijei sua testa.

– Mais uma vez... – Ele também começa a chorar.

Sua mão segura a minha fracamente.

– Por favor... – Ele suplica. – Mais, diga de novo e de novo...

– Natsu... Eu te amo, eu te amo e eu te amo, mais que qualquer um e qualquer coisa. – E beijo-o lentamente. Sua mão no meu rosto começa a cair.

Yakusoku ga uso ni nara nai you ni

Soshite itsuka

Bokura no fune wo kudarita chigau sekai ni iru kimi ni.

– Eu também te amo Lucy... Heartfilia. – E ouço o barulho de sua mão caindo na cama.

NÃO!

– NATSU! NATSU! – Caio no chão e choro por muitas horas.

Foi preciso que Levy e Erza me levarem para casa e quando finalmente parei foi quando as meninas me disseram que iam para o enterro do meu amado.

– Tu-tudo bem... Eu estou indo. – Vesti um vestido preto, calcei saltos pretos e amarrei meu cabelo em um coque mal feito e o prendi com o prendedor preferido de Natsu.

Estava com olheiras enormes e meus olhos estavam muito inchados.

Desci ás escadas e entrei no carro da Erza. Fomos em silêncio até o cemitério, lá estava somente Gray, Gajeel, Lisanna, Mirajane, Laxus, Cana e Elfman. Desci do carro com as rosas brancas.

– Lucy! – Mirajane veio correndo me abraçar assim que me viu. - Você está bem? – Ela perguntou bem baixinho em meu ouvido.

– Não. – Murmuro. – Só vamos fazer isso...

Ela se soltou de mim, e fomos para frente do túmulo. Fizemos todas as coisas e um por um eles foram embora. Sentei na terra e me abracei na lápide quente. Começou a chover e ás gotas caiam em mim, parecia que até o céu sentia pena de mim.

[...]

Meu novo livro acabara de ser lançado, e fiz como eu prometera. O final foi feliz.

– Parabéns Lucy-san! Seus livros são muito bons! – Uma fã veio-me cumprimentar.

– Obrigada...! – Dei autógrafos, e saí da livraria.

Andando pela rua, vi dois faróis vindos em minha direção e senti uma pressão forte em minha barriga.

[...]

Acordei com algo brilhante em minha direção. Abri meus olhos e os fechei de novo.

– Os batimentos cardíacos dela estão caindo!

Cause the hardest part of this

is leaving you.

– Faça alguma coisa!

– E estamos fazendo. Mas não está adiantando!

[...]

– Hey qual o seu nome?

– Lucy Heartfilia. E qual o seu nome rosado?

– Natsu Dragneel! – Ele gritou dando um grande sorriso.

[...]

– Luce! – O rosado falou, abraçando a loira.

– O que foi Natsu?

– Você quer ser minha namorada? – Perguntou de repente, assustando a loira.

A mesma pensou calmamente, e adquiriu uma expressão vermelha.

– Si-sim... – Ele a puxou para si e a beijou apressadamente.

[...]

– Qual vai ser o nome dos nossos filhos Luce?

– Hum... Que tal Luna se for menina e Nashi se for menino?

– Pra mim, estão lindos... – Ele beijou Lucy e os dois caíram na cama.

[...]

– Na-Natsu! Eu estou chegando lá...

– Vamos juntos Luce...

[...]

Vejo algumas rosas vermelhas... As flores preferidas dele, eu sempre disse que aqueles seus sorrisos se pareciam com essa flor. Suas pétalas iam caindo como se a flore estivesse chorando.

– Na-Natsu... Já está bom não é? Eu já vivi o bastante sem você... No mundo em que você não está... – Tento pegar uma dessas pétalas imaginarias e vejo o rosto do rosado chorando. – Sorria... E-Eu finalmente para o lugar onde você está... Natsu...

[...]

Abro meus olhos e senti algo macio em minhas costas.

Kimi no mune no itami datte

Bokura wa shitte iru kara.

– Você demorou... – Ouço uma voz conhecida. – Não está me reconhecendo Luce...?

Levanto bruscamente e vejo Natsu sentado sorrindo como antigamente para mim.

– Onde...?

– No céu.

Ele veio até mim e me abraçou, senti algo quente em minhas costas e no meu rosto.

– 6 anos... Luce...

– Me desculpe pela demora...

– Agora podemos ficar juntos não é?

– Sim.

Cause the hardest part of this,

Is leaving you.

Finalmente...

Kanseishita pazuru wo todoke you