Rachael Sincera escrita por Monica Romero


Capítulo 49
Capítulo 51


Notas iniciais do capítulo

DESCULPEM-ME A DEMORA GENTE



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Ronaldo estuda na mesma escola para a qual estou indo. Eu não escolhi por causa dele, foi por Raquel, mas ele insiste que foi por ele. Por isso eu me recuso a ir com ele, de qualquer forma. Por isso quando o pai de Raquel chega à porta da minha casa eu vou o mais rápido que posso antes de Ronaldo chegar à frente da casa.

–Olá Senhor Alves. –Abro a porta e me jogo no banco. –Vamos rápido, sim?

–Que pressa é essa Rach?

Raquel está no banco da frente e eu já ajustei meu cinto.

–Acelera! Acelera! Ele ta vindo!

–Quem? Ronaldo? –Pergunta Raquel.

–Sim.

–VAI PAI ACELERA!

Minha mãe que estava na porta de casa olhando sem entender responde ao meu aceno, meio confusa, enquanto o pai de Raquel vai embora.

–Essa foi por pouco. –Suspiro aliviada.

–Eu posso saber o que está acontecendo? –Pergunta o pai da Raquel.

Eu tento lembrar o nome dele com todas as forças, sei que sempre pergunto á Raquel, mas poxa vida é difícil decorar o nome das pessoas, ainda mais com um nome desses diferentes...

–Se Deus quiser você nunca vai precisar conhecer meu irmão mais velho.

–Ele e Rachael meio que competem o tempo todo, são muito vingativos... Então agora ela está com um ponto de vantagem na competição por conseguir carona. –Explica Raquel me dando uma piscadinha pelo espelho lateral.

–Isso é meio cruel, vocês deveriam parar disso. –Disse o pai dela.

–Fica mais divertido com o tempo – dou de ombros. – Foi a Carolhor maneira que descobrimos para conviver...

A primeira coisa que eu deveria aprender era a usar ônibus e metro, bom um dia (quando eu não tiver mais carona – e espero que esse dia não chegue) quem sabe eu aprendo. Porque o ser humano tem essa mania de só aprender quando se é questão de vida ou morte.

Mas agora eu e Raquel estamos indo para a escola de nossos irmãos mais velhos, sabemos mais ou menos como funciona. Tudo que sabemos é que tem uma hierarquia muito forte naquela escola e que, como em qualquer lugar da vida, contatos é tudo. Então estamos torcendo, para que meu irmão não dar a vingança dele ferrando com a gente. Por isso decidimos que amanha vamos dar carona para ele e para a Rebeca, assim ela pode ficar mais perto e pegar o metro para a faculdade.

Chegamos há pouco tempo no Brás. Tinha tantas pessoas que era difícil de caminhar.

O Brás faz parte do centro velho da cidade de são Paulo, por isso achei que minha escola que tinha o modelo do século XVIII me lembrava filmes de época (claro que como uma austeniana completa eu fiquei imaginando se teria um Ms. Darcy ali). O que tirava um pouco essa imagem eram os muros grafitados, o que eu achei lindo.

Nunca tinha ido para o Bras. Nunca fui fã de fazer compras, e lá é o lugar perfeito para você que é pobre e ama fazer compras. Tem muitos estrangeiros, mendigos, policiais... Me sinto uma turista que acha tudo tão diferente que dá até vontade de ficar tirando um monte de foto com cada caCarolô que encontro no meio do caminho.

Assim que entramos na escola eu olhei ao redor e me senti em casa. Eu pensava que todos iam ficar olhando para meu cabelo azul, mas foi exatamente o contrário, era confortável. Vi pessoas com cabelos de cores, cortes e estilos totalmente diferentes. Tinha Hippies, Bady Boys, Roqueiros, Gangsters, skatistas, uns poucos funkeiros, mas ainda assim tinha de tudo e misturado.

Era um lugar tão livre que assim que coloquei os pés lá senti que seria diferente. Nunca mais a escola seria a mesma coisa...

O irmão mais velho da Raquel era veterano dos nossos veteranos, então a namorada dele estava atualmente no terceiro ano e eles já namoravam desde que ela era do primeiro.

Isso tornou mais fácil Raquel fazer amigos nos dois primeiros dias que eu faltei, o que consequentemente se tornaria mais fácil para mim.

Conheci Carolina e Joyce. Carolina preferia ser chamada de Carol e como era superfofa e tímida se deu muito bem com a Raquel. Joyce já se deu um pouco Carolhor comigo por ela estar com o livro A menina que roubava livros nas mãos.

Então fomos conduzidos para uma palestra que foi super chata, porque era sobre organização o pior assunto para um adolescente como eu, e eu fiquei fazendo graça para a Joyce que sentou do meu lado, assim quebrava um pouco o gelo.

Bom a primeira semana seria praticamente isso, apresentações, palestras, apresentações, palestras e mais apresentações...

No intervalo eu encontrei com Ronaldo, que me apresentou para alguns amigos dele.

Acho que descobri que tenho talento em fazer amizades rápidas.

Todos perguntavam se eu e a Raquel éramos irmãs, e falávamos que sim por brincadeira. Afinal, tínhamos até o mesmo sobrenome e somos tão parecidas que às vezes eu vejo uma foto dela e me pergunto quando eu tirei aquilo.

Quando finalmente ficamos um tempo na nossa sala eu percebi o quanto estávamos acanhados e tímidos. Foi um silencio enorme e ninguém nem olhava para o rosto de ninguém. Eu queria falar e agitar um pouco, mas sei lá, travei também.

Fiquei com raiva por ter travado, eu não sou assim...

Bem, mas foi um ótimo primeiro dia. Melhor do que eu pensava...


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Notas finais do capítulo

Gente eu posso explicar. Primeiramente, esses ultimos seis messes foram os melhores da minha vida e como eu estava estudando o dia inteiro não tinha muito tempo para escrever e acabei abandonando um pouco as fics, mas eu voltei e vou postar bastante agora.
Segundo, eu me mudei, não estou mais em SP, o que dificultou um pouco....
Mas espero que tenham gostado um pouco. Mandem pelo menos um Alô ou uma bronca.
Bjo



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