O Prometido escrita por Hal Hudson


Capítulo 7
Captura da bandeira


Notas iniciais do capítulo

Bem, cá estou eu de volta. Vou encher mais a paciência de vocês, mas vai valer a pena eu acho.
Aproveitem (=



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Pela primeira vez tive sonhos. Era algo desconexo. Um som de asas batendo levemente acima de minha cabeça, uma voz suave cantando em grego, dizendo que o amor é antigo, forte e indestrutível. De alguma forma eu me vi concordando com a Voz. Então meu sonho mudou. Eu estava vestindo uma túnica branca embaixo de uma armadura negra. Minha espada e adaga pousavam em minha cintura e eu usava um elmo negro com uma crina queimando verde. Uma mulher estava de pé, de frente para mim. Ela tinha cabelos negros lisos presos em uma trança. Seu rosto parecia mudar sempre, se tornando cada vez mais perfeito. Ela vestia uma túnica branca sem mangas, com as barras e o decote bordados em ouro. Ela disse algo em grego, que eu entendi. Ela conversava comigo.

– Você trará glória ao seu chalé. Salvará meu filho de suas correntes e o trará de volta ao Olimpo. Você quebrará o juramento de Ártemis e a fará ver a vida em todos os seus ângulos. Você me dará a minha maior alegria.

– E se eu não conseguir? E se eu... Ficar perdido? Não conseguir fazer isso e morrer? – ponderei olhando para a mulher.

Ela riu uma risada gostosa, contagiante – Jovem, as Parcas já teceram seu destino éons atrás. Você salvará a Lua da solidão eterna.

Meu sonho mudou novamente. Eu estava correndo atrás de uma jovem de cabelos castanho-avermelhados. Ela corria rápida e precisamente. Quando consegui alcançá-la, estávamos em um regato cristalino. Ela parou para beber água, depois virou para mim e disse – Então você é meu Príncipe Encantado? Vamos ver se as Parcas escolheram direito.

Tudo ficou escuro, e comecei a ouvir uma voz preocupada me chamando, me empurrando para a realidade.

Acordei como um bebê. Rachel me olhava preocupada. Eu estava em uma sala cheia de macas e fotos de sátiros, cada uma mais bizarra que outra. Quando a ruiva me viu acordado abriu um sorriso enorme. Ela parecia mais leve, mais bonita...

Uma trombeta soou longe, quase como se eu a ouvisse de outro mundo.

– Hora do jantar. Coma bastante, hoje nós teremos captura da bandeira. – Ela disse isso então percebi uma coisa: ela olhava para meu peito. Não ela estava com a mão em meu peito. Eu estava sem camisa, eu de algum modo estava sem camisa.

Eu pigarreei e ela enrubesceu afastando a mão do meu corpo, o que quase me fez falta. Era um toque tão macio, quente e aconchegante que me senti nas nuvens.

Ela murmurava algo como Nada de garotos ou Que cara gostoso, mas eu escolhi a primeira. Me lembrei de uma vez que meu pai estava explicando sobre os Oráculos: Garotas que escolhiam receber o espírito de Delphi e abrir mão de garotos. Me senti triste, até porque eu gostava daquela ruiva. Ela fazia minha respiração descompensar e meu coração sapatear, além do fato de sua voz macia e doce me acalmar e me arrepiar ao mesmo tempo. Conheceria algo bem pior que ela!

Eu levantei, apagando esses pensamentos e me vesti. Estendi meu braço para ela, que o pegou e fomos em direção ao pavilhão refeitório.

Eu tinha dormido muito! Acho que depois passaria na sala do Quíron e pediria um litro daquela bebida.

O pavilhão estava mais barulhento que o normal. Todos falavam de chutar a cara do inimigo, sapatear nas armaduras deles e blá, blá, blá. Eu estava de braços dados com Rachel, coisa que fez até o gorducho rosado da Coca Diet esbugalhar os olhos como se segurasse uma granada armada. Katie me deu uma olhada do tipo Te mato seu desgraçado. Te mato junto com essa vadia enroscada em você. Nem liguei, queria mais que ela se explodisse depois da pequena demonstração de puta dela. E ela nem foi me ver na enfermaria! Que tipo monstruoso de namorada não vai ver seu namorado depois que ele desmaia em pleno arco e flecha?

Bem, que se dane! Eu estava de – quase – mãos dadas com umas das garotas mais bonitas do acampamento. Ela olhava para mim com um brilho no olhar, como se fosse novidade para ela quebrar regras. Eu não me importei, estava hipnotizado pelo seu sorriso branco, seus olhos verdes brilhantes, pelo seu cabelo refletindo a luz da fogueira, parecendo uma tocha.

Me separei dela relutante e fui para minha mesa. Dei uma olhada para os campistas e vi Percy com um sorriso no rosto balançando a cabeça positivamente. Fui para a mesa 11. Quando sentei nela, todo o chalé explodiu. Todos perguntavam se ela beijava bem, no que eu achava que daria e etc. A cada pergunta eu ficava mais e mais vermelho. Por fim, Quíron bateu seu casco no piso de mármore, umas cinco vezes até todo o acampamento – lê-se chalé 11 – se calou.

– Heróis, hoje nós teremos captura da bandeira... – todos gritaram e eu entrei na festa, por assim se dizer. Quíron teve que bater o casco mais umas duas vezes para nos calar. –... Loucos – ele murmurou e Percy virou a cabeça com um sorriso maníaco no rosto. Acho que até Annabeth ficou assustada – ou excitada – com aquela cara. Quíron berrou um belo Calem a boca, caralho! E todos se calaram, assustados.

– Continuando. Chalé de Ares contra Atena. Já escolheram seus aliados?

Annabeth se levantou – Sim pa... Quíron. Poseidon, Hermes, Afrodite, Hades mesmo o Nico não estando aqui, Hécate e Zeus.

– Ganhamos hoje – o conselheiro do meu chalé, Connor disse ao meu ouvido.

– Por quê?

– Cara, a gente ta no time da Annabeth e do Percy! Os dois já caíram no Tártaro e voltaram! Essa captura da bandeira vai ser mole. – ele disse colocando um pedaço enorme de carne na boca.

Deixei a informação ser absorvida e quase caí para trás.

– Ta... Tártaro? – gaguejei assustado.

Connor gargalhou – É. Tártaro.

A conversa acabou. A trombeta soou novamente. Magicamente, toda a comida desapareceu – adeus frango –, dando lugar para armaduras e armas. 

Era tudo de puro bronze: Peças de armadura, armas, elmos.

Nada me interessou, até ver A Armadura. Era igual a que eu usava no sonho. Toda negra com um elmo queimando em um verde mágico.

Coloquei a armadura. Era incrivelmente leve e confortável e o elmo cabia perfeitamente em mim. Empunhei minha espada e fui para a mesa do time azul.

Quando Jason e Percy viram, abriram sorrisos enormes. Jason elogiou o cabo da espada e Percy a armadura. Annabeth se assustou comigo e eu gargalhei.

– Deuses! É perfeita! – ela exclamou. – Você pode contornar o vale sem ser visto!

– Problema – disse apontando para o elmo – Fogo verde. Vai chamar atenção.

– Percy, como se apaga fogo? – Jason indagou.

Percy assentiu desanimado. Do nada uma onda bate na minha cabeça vinda de sei lá onde. O fogo se apagou e eu fiquei invisível, literalmente. Todo o meu tronco e minha cabeça haviam sumido. Minhas pernas eram pouco visíveis por conta do jeans preto. Eu só via meus braços e meu gládio. Annabeth logo cobriu meus braços com seda preta  e eu só via minha espada reluzindo a luz da lua cheia. Meus olhos faiscavam de ansiedade.

A guerra começou.

Minha missão? Fácil: Eu e Annabeth daríamos a volta pela mata, pegaríamos a bandeira e voltaríamos sem morrer.

Para ela foi fácil, ela só colocou seu boné e desapareceu. Eu tive que guardar a espada e andar com leveza. Em cerca de cinco minutos encontramos a bandeira guardada por um cara enorme e um magricela com sorriso maníaco constante que brincava com um isqueiro.

– Cuidado com o magrinho. Ele é mais perigoso que o grandalhão – Annabeth disse em algum lugar.

– O que? Ele nem ta armado! – sussurrei.

– Não? Olhe direito.

Prestei atenção. O cara tava... Brincando com uma bola de fogo, as mãos nuas. Então eu vi um machado duplo nos pés do magrinho.

– Plano? – perguntei para Annabeth.

– Espera o fortão dar a volta e pegamos ele lá atrás.

Tudo deu errado. Meu primeiro passo quebrou um maldito graveto que fez um maldito barulho. O magrinho pegou seu machado e entrou em combustão, jogando uma bola de fogo que atingiu meu peito. Se não fosse pela armadura eu teria virado churrasco de Hal. Levantei pesadamente e empunhei a espada.

A batalha rugia fora do bosque. Parti para cima da Tocha Humana e tentei bater nele com a coronha da espada. Ele foi rápido, interceptou meu ataque na metade do golpe. Nossas armas voaram longe e me veio uma ideia boba. O arco. Peguei-o e quando o magrelo se virou para pegar seu machado dei uma cacetada em sua cabeça. O garoto caiu no chão e apagou.

Guardei o arco, ofegante e peguei minha espada. Quando Annabeth chegou, viu o estrago: Árvores e grama pegando fogo e o magrelo caído. Ela o virou e despejou alguma coisa em sua boca. Ele tossiu e começou a roncar.

– Bom trabalho – ela disse sorrindo.

Pegamos a bandeira e fomos até o regato pelo bosque. A batalha estava um caos: Arqueiros nas árvores, um urso lutando contra Percy e Jason, que riam de tudo, uma garota morena invocando pedras do chão e jogando-as nos campistas de Ares e Piper conversando com alguns campistas de Hefesto, fazendo-os dormir logo depois. Um cara alto entrou no meu caminho e saiu correndo ao encarar Annabeth.

Quando finalmente passamos o regato uma voz rouca de menina gritou um belo Seus porcos desgraçados! Um novato ganhou de vocês?

A bandeira tremulou até ficar prata e ganhar um grande caduceu verde.

Me sentei no chão e comecei a gargalhar alto. Os campistas ergueram Annabeth e eu e nos levaram até a arena de esgrima, onde aquilo aconteceu...


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Melhorei? Gostaram? Eu estou enchendo vocês?
Ok, parei.
Comentem, recomendem, favoritem, blá, blá, blá...
E, por favorzinho, digam o que vocês acham da fic yaoi.
Beijos de comida azul deu fome.



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