O Prometido escrita por Hal Hudson


Capítulo 2
Novos Amigos


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu fui rápido, eu acho.
Espero que esse capítulo seja melhor que o primeiro, achei ele muito fraco...
Mas, enfim, aproveitem!



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Acordei com papai gritando comigo para me acordar. Havia dormido por apenas meia hora e já me sentia totalmente disposto para ir para a escola. Queria ver meus amigos, ver Jake cantar Metallica na aula de música, ver Jane jogar Cheetos na cabeça do Treinador Louis, ver Erika tentando fazer as lições de álgebra, e é claro, encher Katie de beijos.

Explicando, era último dia de aula, mas teve uma tempestade enorme que fez o teto da escola trincar. Ficamos quase dois meses sem aula e eu não tive contato com meus amigos, só com Katie. A escola tinha reaberto apenas no último dia para as entregas dos prêmios escolares, que seriam no ginásio.

Quando papai parou o carro, desci correndo e fui de encontro com Jake. O cara estava muito diferente, seu cabelo loiro antes batia nos ombros, agora estava aparado em estilo militar. Ele estava de mãos dadas com Jane, o que achei estranho.

Jane tinha cortado os cabelos castanhos, que estavam parecendo um pedaço de seda de tão brilhosos. Ela não tinha crescido muito para cima, mais seus seios estavam fartos sob uma camiseta branca apertada.

Mais eu não estava prestando muita atenção nisso. Estava pensando em Katie.

– Cadê a Katie? – perguntei pro Jake.

– Onde mais estaria? Na estufa, animal!

– Ok. Até mais pessoal.

Saí em disparada rumo à estufa. Quando cheguei lá, ouvi vozes, pareciam duas meninas discutindo. Uma das vozes reconheci como a da Katie, a outra era desconhecida, irada. Elas estavam discutindo.

Cheguei mais perto e ouvi a conversa.

– ...Louca, Gardner? Ele está em perigo! Precisamos levá-lo ao acampamento AGORA! – disse a menina desconhecida.

– Eu sei Annabeth, mais eu ainda nem contei pra ele sobre... Sua mãe. Ele vai se perder– Katie retrucou. – Eu não quero perder o Hal– continuou num murmúrio.

– Deuses, Katie ele corre perigo! Grover disse que nunca viu um semideus cheirar tão forte. E têm duas Empousai na cola dele. Ele pode ser morto! – a outra garota, Annabeth falou. Seu tom de voz era quase de desespero.

Eu fui em direção à porta, mas acabei esbarrando em um regador fazendo um escarcéu de água que molhou a barra da minha calça. Quando me dei conta, tinha uma loira estonteante pressionando uma faca do tamanho do meu braço no meu pescoço.

– Quem é você? – ela perguntou mais irada que antes.

– Hal? – perguntou Katie. Seu rosto se iluminou. – Hal? É você? Deuses, você está lindo!

– Oi Katie– engoli em seco e me virei para a loira – pode tirar essa faca do meu pescoço, por favor?

A loira se afastou cautelosa. Seus olhos eram cinzentos como nuvens de tempestade. Seu cabelo loiro estava trançado e ela vestia uma camiseta branca estranha. Estava escrito Melhor arquiteta do Olimpo em cinza, com uma seta apontando para a silhueta do Empire State.

Katie deu uma olhada nervosa para a loura. Ela só assentiu.

– Hal? – perguntou Katie preocupada – você entende o porquê do seu pai te ensinar grego e de ele ser tão fácil de aprender? Ou o fato de você ter TDAH? Ou o fato de seu pai sempre dizer que você está em perigo constante? Ou pelo fato de coisas estranhas acontecerem com você na sua infância?

– É claro que sim, é o TDAH que me faz ver coisas, meu médico disse isso– disse sem acreditar em uma palavra dela. Isso só podia ser uma pegadinha.

– Errado– a loira interviu – Você luta, faz esgrima ou alguma coisa assim?

– Eu faço arco e flecha– deixei escapar.

– Quão boa é sua mira? – ela perguntou com a sobrancelha esquerda arqueada, os olhos cinzentos brilhando.

– A melhor da turma... – murmurei – mesmo com o TDAH.

– Isso porque você é um semideus. Seu TDAH te faz programado para batalha, te faz impulsivo, hiperativo. Seus reflexos devem ser ótimos em uma luta. E o fato de você poder convencer pessoas com sua voz, é seu parentesco – Annabeth falou como se tivesse ensaiado isso por muito tempo – ou pelo menos quem achamos que é.

Girei meu anel no dedo. As marcas eram em grego. Estava tentando traduzir quando vi um símbolo, uma lua desenhada em prata bem no centro do anel. De cada lado saía um nome diferente escrito em ouro.

– São os nomes dos deuses do conselho – murmurei. Uma lágrima rolou pelo meu rosto. Minha mãe estava viva, era imortal, e nem se preocupava comigo ou com meu pai.

Naquela hora, toda a minha vida passou pela minha frente, como um filme acelerado. Meus aniversários, minhas amizades, minha família, e uma visão realmente antiga. Eu estava sentado na varanda de casa, tentando ler Harry Potter e a Pedra Filosofal, mas as palavras escapavam e voavam do livro. Cheio de frustração joguei o livro no chão. O livro quase acertou uma mulher que vinha em minha direção. Ela pegou o livro, sentou-se ao meu lado e sorriu. Ela abriu o livro e começou a ler para mim.

Quando meu pai chegou, eu já havia dormido. Estava deitado no colo da mulher enquanto ela mexia em meus cabelos. Eu acordei com meu pai brigando com ela, dizendo que ela tinha muita coragem de vir me ver depois de tudo que havia feito conosco.

Ela retrucava dizendo que eu era muito poderoso para viver no mundo mortal, que tinha que ir com ela para o Olimpo para minha própria segurança. Papai xingou ela em grego. Ela foi embora, olhando para mim com pena, como se... como se escolhesse as flores do meu enterro.

Quando voltei a meu corpo, estava deitado em uma maca com a cabeça enfaixa. Meu pai, Annabeth e Katie estavam lá, me olhando preocupados. Também havia dois garotos lá. Um de cabelos pretos bem curtos, pele bronzeada e olhos verdes brilhantes,que eu já tinha visto em algum lugar. Ele estava de mãos dadas com Annabeth. O outro era magro, baixo e usava muletas. Ele estava comendo alguma coisa, uma lata de alumínio, e vez ou outra soltava um balido nervoso, como um bode.

Todos olhavam nervosos para mim, e quando percebeu que acordei, Katie me deu um beijo tão quente que quase fez os olhos do meu pai saírem das órbitas. É que eu e Katie namorávamos escondidos já que meu pai era muito corujão.

Depois de algum tempo, nos separamos e meu pai sussurrou ao meu ouvido – em casa conversamos senhorzinho.

– É, senhor? – o cara de muletas perguntou.

– Sim? – papai disse no mesmo tom de sempre, brincalhão.

– Temo que seu filho não possa ficar no mundo mortal, essa escola está cheia de monstros – ele disse nervoso, e baliu.

– Grover pode ter razão senhor – disse o surfista, que até agora estava calado – ele parece ser muito poderoso... Para seu possível parentesco – um trovão.

– Tudo bem! Eu não quis te ofender! – ele gritou para o céu.

Outro trovão. O garoto resmungou um – Oh, Estige. Deuses são tão burros de vez em quando.

Outro trovão. O cara bufou e segurou o braço de Annabeth.

– Quem é você? – perguntei, quase vomitando.

– Nossa Hal, não se lembra de mim? – o surfista pareceu ofendido.

– Se estou perguntando é porque não sei – retruquei com raiva. Aquele garoto era burro ou retardado?

– Eu sou Perseu Jackson, filho de Poseidon.

Então caiu a ficha. – Percy?

Ele abriu um sorriso maldoso, como se estivéssemos compartilhando uma piada antiga. – Hal, meus deuses você mudou muito desde a terceira série.

Eu ri. – Você não mudou muita coisa, ainda continua com a mesma cara de bobo.

Annabeth começou a gargalhar e Percy olhou para ela com uma cara de bobo que não podia existir. Todos nós começamos a rir, com exceção do papai e do garoto de muletas, que estava comendo o estetoscópio.

Enfim, meu pai bateu o pé no chão e, olhando furioso para mim perguntou a quanto tempo eu e Katie estávamos namorando. Olhei para ela, segurei sua mão e falamos juntos.

– Um ano.

Meu pai quase desmaiou. Se não fosse por Percy, ele teria caído no chão e batido a cabeça. Quando ele conseguiu se sentar passou as mãos no cabelo murmurando sobre alguma coisa ter saído do controle.

O garoto da muleta, Grover se aproximou de papai e murmurou alguma coisa no seu ouvido.

– Ele não pode! Ainda é muito jovem. Não aprendeu tudo direito– ele retrucou para Grover, que tentava inutilmente acalmar meu pai.

– Senhor, tenho certeza de que Hal já aprendeu tudo que precisava. Se ele precisar aprender mais alguma coisa Quíron o ensinará, tem minha palavra.

– Jure. Jure pelo Estige que manterá meu filho seguro– papai disse, quase chorando.

Eu não entendia nada. Porque meu pai estava me deixando? O que eu havia feito para ele ter de fazer isso? Justo papai, que nunca desgrudava de mim, que era meu melhor amigo, meu irmão mais velho, e principalmente meu pai. E para onde eu iria? Com quem eu iria? Quando eu iria? Quanto tempo ficaria fora? Milhares de perguntas bateram em mim como um trem.

Quando me dei conta estava chorando como um bebê. Todos olhavam desconfortáveis menos meu pai. Ele chorava junto.

– Para onde estou indo pai? – perguntava enquanto ele me abraçava forte, como se nunca mais fosse me ver.

– Você vai para uma escola diferente, infelizmente não posso ir com você. Não mais– ele secou uma lágrima dos olhos – mais eu prometo que vou te visitar. Eu juro. Pelo Estige.


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Notas finais do capítulo

Então é isso, eu acho. Mereço reviews?