O Prometido escrita por Hal Hudson


Capítulo 17
Novos alunos


Notas iniciais do capítulo

SEGUNDO CAPÍTULO DE HOJE!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/343453/chapter/17

Ela estava sentada no lugar da Katie. Ficava a minha direita e sempre recebia as rajadas frias do ventilador da sala, enfim era o pior lugar do mundo no inverno.

 Mas dane-se, ela estava lá sentada, o fichário aberto, os olhos fixados em um louro que conversava com a Erika na porta. Ele também parecia estranhamente familiar.

Pouco a pouco a sala foi-se enchendo de alunos novos. Quase desmaiei com seis. Percy, Annabeth, Piper, Jason, Drew e o garoto em chamas, Leo entraram juntos. Atrás deles entrou um garoto corpulento com o rosto infantil e um louro magrelo que parecia prestes a desmaiar.

Eu quase senti vontade de sair correndo para fora da sala, mas bem nessa hora a professora chegou.

– Pequenos diabinhos, hoje nós vamos começar o dia nos apresentando. Sentem-se vocês dois aí na porta. – disse a professora ajeitando seu material em cima da mesa e gritando com Erika e com o cara louro, que se sentaram um do lado do outro.

Um papelzinho surgiu na minha carteira. Abri-o e reconheci a letra da Erika.

Ah, meu Deus! Você viu o aluno novo? Ele é muito gato! O nome dele é Rafael e parece que a irmã dele é essa menina sentada do lado do Hal. Aposto quinze dólares que eles namoram até o final do ano.

Passei para trás até o papel chegar às mãos da Jane. Ela soltou um gritinho e pouco tempo depois o papel estava em minhas mãos novamente.

Até o fim do ano? O Hal? Para vai, eu aposto vinte dólares e meu estojo de maquiagem que eles namoram até o fim do mês. Você não viu a cara dele quando ela passou? E parece que ela piscou pra ele tbm. Mas conta aí, esse loirinho é muito gato! Vai tentar seduzir ele ou ele já te seduziu?

Cutuquei o ombro esquerdo da Erika e entreguei o papel. Ela bufou e começou a teclar no celular. Consegui pegar o texto antes de ser enviado:

Apostado! E sim, esse loirinho é muito gato, ele é de Miami e ele roubou meu coração. Ele é músico. E é romântico demais!

– Hal? Hal, querido, você pode passar os livros para trás, por favor? – A Srta. Smith chamou da frente da sala.

– Hã? Ah, claro. – passei os livros para trás.

A Solidão dos Números Primos.

Já havia lido aquele livro, odiei porque não teve fim, mas amei porque se encaixava comigo.

– Professora? Aqui. Eu já li esse livro, o resumo é para quando? – perguntei.

– Se quiser pode me entregar hoje senhor Hudson.

– Ook!

Olhei para baixo e vi outro papel na minha mesa. Não era do fichário da Erika. As bordas eram desenhadas com luas prateadas e desenhos de folhas secas.

Pode me ajudar com a lição de casa de hoje? Sou nova aqui e não entendo muito essa escola. Ass.: Diana.

Peguei uma esferográfica preta e escrevi no verso da folha.

Claro, me passa o endereço que eu te ajudo Di. Você tá uma deusa de tão linda ok?

Dobrei o papel e entreguei para ela. Alguns segundos depois ouço uma gargalhada divertida. A Profª Smith se materializou na minha carteira. Olhava para Ártemis.

– Mocinha, pode nos compartilhar a piada? – ela sibilou para Art.

Pensei que a professora seria pulverizada, mas ao invés disso Ártemis sorriu e entregou um papel para ela.

– Esqueci de entregar o formulário de transferência. Meu irmãozinho mais novo rabiscou a folha. Perdão.

A Srta. Smith pareceu amaciar um pouco. – Ah, claro, qual a idade dele?

– Três anos.

A professora abriu um grande sorriso. A sala ficou totalmente perplexa. Nossa professora de leitura era conhecida por não ter sentimentos. E agora sorria para uma aluna extremamente linda que acabara de conhecer – Você precisa de ajuda com alguma coisa? Posso te emprestar algum aluno para dar uma volta pela escola – e pegou o formulário, que tinha um cervo desproporcional desenhado com giz de cera.

– Ele já se voluntariou para me mostrar a escola, senhora. – Ártemis corou até a raiz dos cabelos, ou fingiu fazer isso enquanto apontava timidamente para mim.

A sala estourou em gritos. Hal catador de alunas novas; Hal! Não acredito que já esqueceu a Katie!; Toma cuidado com ele, o Hal é um tarado psicopata! E coisas piores que eu não ouvi. Meu rosto parecia uma forja, Leo gritava meu nome e berrava que eu era tarado.

– Chega! Vocês parecem animais de fazenda! O Hal só vai mostrar a escola pra ela! – Annabeth falou com tom decidido. Percy parou na hora, pois ela lhe lançava olhares carrancudos.

– Milhões de obrigados Annabeth! – exclamei e saí da sala atrás de Ártemis.

Quando fechamos a porta da classe, Art me puxou para perto e me beijou ardentemente. A sala inteira gritou e berrou, as persianas escancaradas. A Profª Smith ficara de queixo caído com a minha ousadia. Acenou com a mão nos despachando, a boca aberta com rigidez.

– Que droga Hal! Espero que esteja satisfeito! Eu perdi uma aposta! – Erika berrou na porta da sala quando eu e Ártemis viramos o corredor. Eu gargalhava.

Ela me prensou entre um armário e a porta do laboratório, ainda vazio. O Sr. Felps, professor de química estava afastado por uma queimadura.

Em compensação, nosso fogo estava alto, nossa química estava refinada e combinando. Eu apertava sua perna direita enquanto ela se enganchava em mim. Nossas línguas travavam uma batalha mortal, na qual eu ganhava.

Nos separamos para respirar, ela voltou selvagem e mordeu meu lábio inferior. Eu voei para seu pescoço e o beijei. Senti uma leve tremedeira nela e continuei. O clima foi esquentando e entramos no laboratório. Fechamos as persianas.

– Senti... Saudades – disse entre beijos.

– Jura? – ela sussurrou no meu ouvido.

Separei-me dela, olhando em seus olhos – Aqui é o laboratório, usamos nas aulas de Química e Biologia.

– Danem-se as aulas! – ela sibilou, me jogando contra uma cadeira. – Eu quero usar você!

Ela se aproximou lenta, linda e sensualmente. Brincou com meus sentidos, mordiscando meu pescoço, passando a mão na minha nuca, enquanto eu murmurava palavras amorosas e elogios. Nossos corpos estavam colados, separados apenas por cinco centímetros entre nossas bocas, distância essa que eu queria loucamente esgotar.

 Ela passou as pernas em torno do meu corpo e começou a arranhar minhas costas. Eu a encostei na parede com um leve gemido de prazer e comecei a brincar no seu pescoço. Trabalhamos em equipe de forma tão perfeita que deveríamos parecer um.

Então, alguns minutos depois, eu estava sem camisa com Ártemis arranhando todo o meu tronco, alguns arranhões saindo sangue.

Toc-toc-toc!

Ela parou de me beijar e olhou assustada para a porta – Que droga!

Vesti minha camisa correndo, o tecido branco absorveu o sangue no meu peito – Ah droga! – exclamei.

– Meus deuses! E agora Hal? – Ela perguntou apavorada.

– Você não pode estalar os dedos ou coisa parecida? – perguntei.

– Ah, claro! – e ela estalou os dedos. Minha camisa fumegou até ficar vermelha. A frase “I love Canada” em branco brilhou no meu peito – Melhor – dissemos em uníssono. Ela me beijou novamente, arrumou os cabelos e segurou meu braço.

Toc-toc-toc!

Abrimos a porta e nos deparamos com o Sr. Felps, um velho com bigode de escovinha, jaleco branco manchado, careca, com uma tipóia igual a minha e uma expressão azeda na cara.

– Aluna nova – resmunguei.

– Sei. – Sr. Felps disse, depois abriu um sorriso cúmplice. – Estão no fogo da juventude, eu entendo. Usem a sala de vídeo para isso, vocês terão duas aulas de paz.

E entrou no laboratório, nos deixando do lado de fora, os rostos vermelhos como minha camisa.

– Onde fica a sala de vídeo? – Art perguntou ansiosa.

– Sem vergonha! Vamos voltar pra sala, no intervalo eu tento terminar de te mostrar a escola.

– Bonita camisa Hal. – A Srta. Smith falou quando entramos na sala. – Que houve com a outra?

– Molhou senhora – disse para a professora.

– E que marcas são essas na camisa Sr. Hudson? – ela apontou para uma marca linear de sangue na folha da bandeira.

– Seu safado! Já tirou casquinha? – Leo gritou do fundo da sala.

– Cala a boca Leo, eu te nocauteio de novo – retruquei e ele se calou. Seu sorriso, no entanto não desapareceu.

– Art, o que aconteceu? Isso é sangue? – Rafael/Apolo disse piscando para mim. Aquela imagem da parada gay voltou na minha cabeça com um tremor, e eu sabia que poderia contar para a Erika. Ela rolaria no chão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, que tal a Ártemis tarada? Eu particularmente amei escrever esse capítulo, e espero que tenham gostado.
Masentão, me perdoam pela demora? Mereço reviews? Posso continuar?