A História De Nós escrita por Leo Guedes


Capítulo 4
Capítulo 4- A Humilhação


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores... Postando mais cedo do que o previsto, pois o cap. ficou com o dobro do tamanho dos demais, então eu o dividi, um hoje e o outro sexta-feira...
Enfim, boa leitura... :)



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Samara pretendia arrumar alguma desculpa para dizer a Leonardo, mas ao vê-lo, sua raiva voltou e ela sentiu vontade de quebrar cada dente que Leonardo possuía, então achou melhor evita-lo por um tempo e deixar a raiva passar. Voltou à sala vazia, esperava o intervalo passar enquanto pensava em uma maneira de dizer a Amanda tudo o que sentia. “O que eu vou fazer? E se na hora eu parecer uma boba ou não conseguir falar nada?” pensava ela quando sentiu a presença de alguém.

Samara: _Oi, Lídia. –diz Samara com um sorriso visivelmente forçado.

Lídia: _Eu sei que você não gosta de mim, não precisa forçar o sorriso. –diz Lídia se sentando em sua cadeira que estava afastada da de Samara.

Samara: _Eu nunca disse que não gostava de você. –diz Samara se levantando e sentando em uma cadeira ao lado de Lídia.

Lídia: _E precisa? Você me conhece há quase 13 anos e você evita falar comigo. –diz Lídia de cabeça baixa.

Samara: _Eu não evito. Só não sei manter um papo com você longe do Derick. –diz Samara olhando para Lídia que agora a olhava também.

Lídia: _Como assim?

Samara: _Você sabe, essas palavras estranhas que você costuma dizer, tipo, “invariavelmente”, “tecnicamente falando” ou hipitomonstrosquilofobia. –diz Samara ficando vermelha com o olhar de Lídia.

Lídia: _É hipopotomonstrosesquipedaliofobia. Eu só disse isso uma vez. –diz Lídia. –Além do que, estávamos jogando e a pergunta era qual era a maior palavra que conhecíamos.

Samara: _Afinal, o que é isso? –diz Samara com um olhar curioso.

Lídia: _É medo de palavras grandes. –diz Lídia como se fosse obvio.

Samara: _Ótimo, a pessoa vai receber o diagnóstico e acaba tomando um susto. –diz Samara em um tom não muito amigável.

Lídia: _Seu tom hostil reforça minha teoria que você não gosta de mim. –diz Lídia com seriedade.

Samara: _Viu? Outra pessoa teria dito “esse seu tom me faz achar mais ainda que você não gosta de mim”. Olha, desculpa. Eu realmente te acho esquisita e nunca iria falar com você por mim mesma se o D. não fosse seu primo, mas isso não quer dizer que eu não GOSTE de você, não faz diferença a sua amizade ou a falta dela. Esse tom é por causa de outra coisa.

Lídia: _Por acaso tem alguma coisa a ver com... –Lídia hesita por um instante e não termina a frase.

Samara: _O que?

Lídia: _Deixa pra lá. Se eu disser, aí sim você não vai gostar de mim. –diz Lídia desviando seus olhos para baixo.

Samara: _Negativo! Agora você tem que me dizer. –diz Samara com o olhar que convocava Lídia a responder sua pergunta.

Lídia: _Eu ia perguntar se tem algo a ver com a Amanda. –diz Lídia em voz baixa evitando ainda mais o olhar de Samara.

Samara: _Não acredito que ele ti contou. –diz Samara com um tom irritado.

Lídia: _Não contou, Samara. Dá para perceber que você sente algo forte por ela, a maioria acha que é ciúme de amiga, mas, pelo que tenho observado, eu acho que é mais. A principio, eu pensei que fosse apenas produto da minha fértil imaginação, mas agora posso constatar que minha teoria estava certa e você sente algo diferente por ela. –diz Lídia em um tom ainda mais baixo. –Não leva a mal, tá?

Samara: _Não tem nem como levar a mal, é verdade. –diz Samara corando de leve.

Lídia: _Olha, Samara, eu sei que eu e você não somos o que as pessoas costuma chamar de “chegadas”, mas se precisar conversar com alguém com mais sensibilidade feminina que o Derick, pode contar comigo. –diz Lídia com um sorriso amigável.

Samara: _Obrigada, mas você acha que consegue imaginar uma situação assim, ner... Lídia? –diz Samara corando novamente.

Lídia: _Pode chamar de nerd, já me habituei a isso. –diz Lídia sorrindo fracamente. –Posso imaginar sim, você está apaixonada, simples assim.

Samara: _Apaixonada por uma garota, UMA GAROTA. Não é tão simples assim. –diz Samara baixando a cabeça.

Lídia: _Ok, eu nunca passei por isso e não posso saber ao certo o que você está sentindo, mas o que eu acho é que isso é apenas um pequeno detalhe não muito relevante de quem você é. –diz Lídia empurrando os óculos contra o rosto. –Quer dizer, claro que é um pouco relevante, não é algo que possa ser ignorado, mas o que eu quero dizer é que você vai continuar sendo a mesma Samara meiga, engraçada, inteligente, simpática e linda que todos conhecemos e gostamos.

Samara: _Você acha mesmo? –diz Samara receosa.

Lídia: _Claro. Quer dizer, claro que no começo vai ser difícil para os seus pais, mas com o tempo eles vão entender. –diz Lídia sorrindo amigavelmente.

Samara: _Nem fala nos meus pais, to tentando não pensar nisso. –diz Samara em tom de susto.

Lídia: _Então no que exatamente você está pensando que está te preocupando? –diz Lídia com um olhar curioso.

Samara: _Em contar pra ela. Não consigo mais ser só amiga dela, mas morro de medo de não ser nem isso. –diz Samara com a voz triste.

Lídia: _Adiar esse momento só vai aumentar as expectativas tanto boas quanto ruins. Isso só vai ti deixar pior.

Samara: _Eu sei. Já to pirando. –diz Samara cobrindo o rosto com as mãos.

Lídia: _Sabe o que pode ajudar? –Samara faz que não com a cabeça. –Escrever.

Samara: _Eu não sou nerd, estudar não me relaxa.

Lídia: _Não estou falando de redações e trabalhos extras, eu estou falando de coisas em que você possa expressar os seus sentimentos, como poesias, músicas ou contos.

Samara: _Não sei não.

Lídia: _Experimenta. Se não ajudar, é só parar. Eu faço música quando os estudos me deixam muito estressada.

Samara: _Vou tentar.

Nesse momento o sino toca e Samara volta ao seu lugar.  Os alunos vão entrando e Samara observa apenas uma aluna com atenção, Amanda. O professor do terceiro tempo passa a aula inteira chamando a atenção de Samara que sempre parece (e realmente está) desatenta e distante, no quarto tempo, Samara pede para sair com a desculpa que estava com uma dor de cabeça muito forte, o que ao fim daquele dia não era mentira, ela pensou tanto que sua cabeça começou a doer, por fim ela decidiu o que fazer, seria direta e diria tudo de uma vez antes de perder a coragem. “É isso, da próxima vez que estiver sozinha com ela vou contar o que sinto. Ah, como se fosse fácil.” Pensou ela antes de finalmente cair no sono.

No dia seguinte Samara acordou bem mais cedo do que de costume, se arrumou e respirou fundo. “Ok, Samara, mantenha a calma e vá em frente. Não posso ir pra escola a essa hora, tá muito cedo.” Ela desceu as escadas e foi direto a porta, estava muito nervosa para comer.

Derick: _Sam? O que está fazendo aqui a essa hora? –diz Derick sonolento. –São 05h30min, a aula só começa em duas horas.

Samara: _Eu sei, mas eu queria falar com alguém antes de fazer o que eu vou fazer. –diz Samara com apreensão na voz.

Derick: _Deixa eu adivinhar, o assunto começa com “A” e termina com “MANDA”? –diz Derick deitando no sofá maior.

Samara: _Dá próxima vez que eu estiver sozinha com ela, eu vou contar. –diz Samara sentando no sofá menor.

Derick: _O que? Já? –diz Derick se sentando rápido.

Samara: _É. Se não, vou perder a coragem. –diz Samara com nervosismo.

Derick: _Sabe o que vai dizer exatamente? –diz Derick tornando a deitar.

Samara: _Na verdade não. Já reformulei o que vou dizer umas duzentas vezes de ontem pra hoje. –diz Samara passando a mão no cabelo.

Derick: _Ok. Ah, a minha oferta do filme e todo o resto ainda tá de pé. –diz Derick rindo.

Samara: _Para! Eu já to nervosa o bastante. Pega na minha mão. –diz Samara estendendo a mão para Derick.

Derick: _Nossa. Tá mais molhada do que água. –diz Derick rindo. –Se acalma.

Samara: _Falar é fácil. Se apaixona pra ver. –diz Samara passando a mão na calça na tentativa de remover um pouco do suor.

Derick: _Não quero saber tão cedo, obrigado. –diz Derick olhando Samara. –Já que você está aqui, tenho que contar uma coisa.

Samara: _Pois não? –diz Samara curiosa.

Derick: _Eu vou me mudar daqui duas semanas. –diz Derick um pouco baixo por não desejar dizer aquilo.

Samara: _O que? Por quê? –diz Samara incrédula.

Derick: _Meus pais me explicaram, mas eu não entendi não. Tudo que eu sei é que vou ter que me mudar. –diz Derick um pouco triste.

Samara: _Pra onde? –diz Samara também triste.

Derick: _Bom, papai e mamãe me levaram lá ontem e eu realmente não sei ti explicar. –diz Derick olhando para o chão. –Parece uma ilha, é longe pra caramba, quase não tem vizinhos e é horrível de encontrar.

Samara: _Tudo bem, depois você me ensina. –diz Samara revirando os olhos.

Derick: _Não faz isso. Parece até que eu quero ir. –diz Derick olhando para Samara e em seguida para o celular. –Ixe, 06h30min, tenho que tomar banho.

Samara: _Tá bom. Posso tomar café aqui? Não tava a fim de comer quando saí de casa, mas meu estomago tá reclamando.

Derick: _Claro. Mas vai ter que fazer. –diz Derick já levantando e se encaminhando ao seu quarto para pegar sua toalha.

Samara vai para cozinha e prepara algo para ela e para Derick, quando o rapaz fica pronto, os dois comem e vão para escola. Samara espera Amanda chegar, mas quando ela chega, Leonardo é mais rápido que Samara e da mesma forma na hora do intervalo e na hora da saída. Samara tenta ficar sozinha com Amanda por uma semana, mas Leonardo está sempre em sua companhia como um guarda-costas, o que irritava Samara profundamente, e era visível que Amanda também não gostava de ser seguida por Leonardo.

Na semana seguinte, Samara, Amanda e (para a tristeza de Samara) Leonardo ajudaram Derick com a mudança. A cada dia que passava Samara sentia mais vontade e ao mesmo tempo mais medo de contar seus sentimentos para Amanda, a montanha russa emocional estava tão intensa que ela decide tentar seguir o conselho de Lídia e escrever algo, ela opta por músicas, no começo ela não achou que eram muito boas, mas lá pela primeira semana de agosto ela escreve uma que lhe parece muito boa, ela estava terminando de escrever quando algo lhe assusta.

Eliane: _Samara presta atenção na explicação! –diz a professora de matemática com um tom de voz irritado tirando o papel das mãos de Samara com força. –Me dá esse papel!

Samara: _Não, não, não. –diz Samara tentando inutilmente segurar o papel enquanto ficava vermelha rapidamente.

Eliane: _Porque tá vermelha Samara? –diz a professora olhando o papel e começando a rir. –Ah, entendi. Escuta só, pessoal: Não Pensar Em Você-por Samara Oliveira.

Ei, vem aqui e, por favor, diz pra mim;

Porque eu não consigo não pensar em ti;

Porque parece que simplesmente;

Não tenho mais o controle da minha própria mente;


Realmente não importa o que eu tente fazer;

Não aprendo a não pensar em você;


Quando eu ti vejo, meu coração dispara;

E de repente não me importo com mais nada;

Cada simples gesto seu me apaixona;

Queria tanto ser sua dona;


E eu realmente não sei o que fazer;

Para não pensar em você;


O que será essa magia?

Que me prende e me domina;

Algo que existe em seu olhar;

Que nunca para de me encantar;


E aí não importa mais o meu querer;

Simplesmente não consigo não pensar em você;


Eu vou parar de lutar;

Contra o que eu não posso vencer;

Eu já sei que nunca conseguirei parar;

De pensar em você.

Eliane: _Aaaaah, que fofo. A Samarinha tá in love. –diz a professora rindo muito do rosto vermelho de Samara.

Todos da sala começam a rir de Samara menos Amanda e Derick. As lagrimas de constrangimento começam a escorrer pelo rosto de Samara e ela não tem outra reação além de levantar e sair correndo daquela sala e sentar no chão do corredor para continuar chorando, quando, de repente, ela sente que não está sozinha e olha para cima, ela não sabia exatamente se queria que Amanda estivesse ali, mas se sentiu um pouco feliz por ela se preocupar. Amanda sentou ao lado esquerdo de Samara e Derick ao direito.

Amanda: _Não fica assim, Sam. Aquela professora é uma cretina, tipo, muito cretina mesmo. A música é linda e se você está in love ou não, só diz respeito a você.

Samara: _Eu sei, mas todo mundo ficou rindo de mim, aquela professora nojenta só fica pegando no meu pé desde o começo das aulas e agora ela tem “material” pra isso. –diz Samara entre soluços.

Derick: _Deixa essa cretina pra lá. –diz Derick abraçando Samara. –Volta pra sala pra não perder a matéria, se não ela vence.

Samara: _Tá bom. –diz Samara enxugando as lagrimas. –Vou só lavar o rosto.

Derick: _Eu to voltando pra sala. –diz Derick levantando. –Amanda, vai com a Sam pra garantir que ela vai ficar bem.

Amanda: _Ok. –diz Amanda se levantando também.

Samara e Amanda vão para o banheiro, Amanda abraça Samara enquanto andam, o que faz Samara se sentir muito bem. No banheiro, Samara lava o rosto e fica olhando Amanda pelo espelho. Era tempo de aula, então as duas estavam sozinhas, Samara respirou fundo e começou a falar.

Samara: _A-man-manda?

Amanda: _O que?

Samara: _Bo-bo-bom, te-tem um te-te-tempo que eu que-quero co-conver-versar co-com vo-você. –gagueja Samara com as mãos suadas.

Amanda: _Não entendi. –diz Amanda olhando para o relógio do celular. –Depois a gente conversa, faltam só 8 minutos pra terminar a aula e eu quero ver a cara da nojenta da Eliane quando você entrar lá na sala.

Samara: _Ta-ta-tá bom. –diz Samara se sentindo aliviada e ao mesmo tempo chateada por perder aquela oportunidade.


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Notas finais do capítulo

Próximo cap. bem melhor que esse, finalmente a hora da revelação... Até sexta... :)



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