A História De Nós escrita por Leo Guedes
Notas iniciais do capítulo
Olá leitores...
E finalmente o momento que todos esperavam, A Conversa...
Não me matem, tem próxomo cap., então não se preocupem...
Feliz aniversário pra mim e meu amor, dois meses amanhã. Te amo, my H...
Próximo cap. quando tiver 5 comentários...
Enfim, boa leitura...
Um dia de resolução de coisas da parte de Thiago e Alessandra virou uma semana e Amanda e Samara continuavam “n’A Ilha” ajudando Lídia e, às vezes, Francine a cuidar de Derick, mas, graças ao começo das aulas, elas tiveram que voltar cada uma para sua casa, o que trouxe também a oportunidade que Samara precisava para conversar com os pais.
Estava na metade do ultimo tempo quando Samara sentiu o celular vibrar.
“Amor, vc tá nervosa?” –A
“Surtando, ms ñ vou dar p trás... Pode ficar relex...” –S
“Oh, princesa, vc fala com se eu não me importasse cm o q vc sente” –A
“Ñ foi isso q eu quis dizer... Desculpa...” –S
“Tudo bem... E só p vc saber, tb to surtando” –A
A outra metade da aula passou voando e Samara foi diretamente para casa acompanhada de Amanda. Como o esperado, Mariana e Pedro ainda não haviam chegado em casa, o que deu um tempo (insuficiente) para as skatistas se prepararem um pouco mais psicologicamente para a conversa.
Pedro e Mariana chegam conversando animadamente e cumprimentam as meninas com sorrisos que logo desapareceram ao perceberem o nervosismo das garotas.
Samara: _Pai, mãe, queremos conversar com vocês.
Mariana: _Sobre o que, exatamente?
Amanda: _Doutora, eu recomendo a senhora se sentar antes de começarmos a falar.
Pedro e Mariana sentam no sofá menor de frente para as garotas que estavam no sofá maior. Os quatro ficaram um tempo se encarando, a conversa nem havia começado ainda, mas o clima já estava bastante tenso.
Pedro: _E então? O que vocês queriam nos dizer? –diz Pedro cortando o silencio praticamente torturante que preenchia a sala.
Samara: _Esse assunto é algo difícil de por numa conversa, mas é necessário de dizer. Pa-papai, mãe, e-eu, e-e-eu... –Samara não teve força para concluir a frase, enquanto Pedro e Mariana apenas se entreolharam, profundamente confusos. Samara estava prestes a chorar quando sentiu a mão de Amanda sobre a sua, então virou seu rosto para encarar a morena que lhe deu um sorriso a incentivando a continuar. Mesmo o sorriso de Amanda sendo fraco por conta do nervosismo que se encontrava nela, Samara sentiu a força necessária para continuar falando. –Pai, mãe, e-eu sou le-lésbica.
Mariana/Pedro: _O que? –a incredulidade total podia ser notada na voz do casal.
Samara: _Eu so-sou lésbica. –diz Samara com um pouco mais de firmeza e clareza na voz, já que era impossível voltar atrás.
Mariana: _Isso não, isso, isso não, não pode, isso... –incapaz de terminar a frase, Mariana se cala.
Pedro: _Supondo que isto é uma conversa de família, creio que “essa aí” está aqui por que... –já era perceptível a mudança no tom de Pedro, mas Samara não conseguiu distinguir se era raiva, incredulidade, desdém ou qualquer outra coisa.
Samara: _ “Essa aí” tem nome, pai. E, sim, Amanda é minha namorada. –o tom de Samara já estava bem mais firme e seguro, pois ela mantinha o pensamento de que precisava ser levada a sério.
Pedro: _Então isso é coisa sua? –Pedro se levantou e apontou para Amanda, uma raiva genuinamente pura podia ser vista em seus olhos verdes.
Amanda: _Olha, senhor... –Amanda começa a falar em um tom brando tentando transparecer respeito a Pedro.
Samara: _Deixa que eu falo com ele. –diz Samara regulando o tom para que apenas Amanda a escutasse.
Mariana: _Pedro, senta. Essa conversa não está sendo difícil só pra nós. –diz Mariana no mesmo tom que Samara, querendo que apenas Pedro a ouvisse.
Pedro tornou a sentar no sofá, dessa vez cruzando os braços e passando a encara-los, pois não queria encarar Samara e muito menos Amanda.
Samara: _Olha, pai, não é coisa da Amanda, eu escolhi estar com ela e ela comigo, estamos nessa juntas, então por favor não desconte nela qualquer que seja seu sentimento sobre isso.
Pedro: _Você já pode ir pra casa, garota. –diz Pedro ainda encarando os próprios braços.
Amanda: _Mas, senhor...
Mariana: _Amanda, é melhor você ir pra casa. –Mariana disse cada palavra pausadamente, tentando dar a maior ênfase possível à frase.
Samara pôs a mão em cima da de Amanda que a olhou recebendo um sorrisinho como quem diz “pode ir, eu vou ficar bem”.
Amanda: _Certo. Então eu vou.
Pedro: _Ótimo. Tá fazendo o que aqui ainda? –diz Pedro em tom ríspido.
Amanda levantou e foi embora, não disse nada, pois entendia a reação inicial de Pedro e até se surpreendeu, já que esperava reação pior.
Samara: _Pai, mãe... –Samara tenta usar o tom mais calmo possível.
Pedro: _Samara, agora a melhor coisa que você faz é ir pro seu quarto. –diz Pedro ainda sem encarar Samara.
Samara: _Mas pai, eu... –ela se arrisca a tentar mais uma vez.
Mariana: _Samara, por favor. Essa informação é muito forte e seu pai e eu precisamos digeri-la antes de conversar com você. –diz Mariana com sua ultima gota refinada de calma. –Vai pro seu quarto, filha.
Samara olhou de Pedro para Mariana e de Mariana para Pedro algumas vezes antes de se dar por vencida e caminhar de cabeça baixa até as escadas.
Samara: _Só quero pedir uma coisa. –diz Samara parando com um pé no primeiro degrau. –Tentem não vê-la como uma pessoa ruim e por a culpa nela, porque não é culpa dela. E, por favor, ignorem o lado sexual e tentem ver o lado emocional. Eu a amo e ela realmente me faz muito feliz.
Mariana: _Por favor, Samara, sobe. –diz Mariana já com a voz falha tentando segurar o choro.
Samara subiu as escadas lentamente com um novo turbilhão de pensamentos e sentimentos lhe invadindo a cada segundo. Se lembrou da primeira vez que aqueles degraus lhe pareceram infinitos, tinha flashes da conversa dos pais que ouvira acidentalmente a meses atrás misturados a flashes da conversa que acabara de ter. Sentia alívio por ter parado de mentir, sentia medo por não saber as consequências que a verdade lhe traria, sentia tristeza pela forma como Pedro havia mandado Amanda embora, sentia tudo, tudo e mais um pouco.
Quando Samara chegou a porta do quarto, todos os pontos da noite lhe pareceram ainda mais reais e todos os sentimentos lhe atingiram com mais força como um soco, então ela deixou suas lágrimas rolarem enquanto corria para a cama e, mais uma vez, chorou até dormir.
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E então? O que acharam?
Próximo cap.: "O que mudou?"
Xoxo
by: Déborah Guedes Santana