Paradoxo Temporal escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 22
Nem sempre o vilão está em seu covil




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– Então... Eles vão mesmo usar este lugar para um desvio intergalático? – Kondo ficou surpreso.

– Exatamente. – Takasugi confirmou. – Antes de eu ser jogado na prisão, falava-se da construção de um desvio desse porte. Os enjilianos precisavam de alguns anos para que sua construção fosse feita, pois esse tempo seria o necessário para que seus inimigos mortais percebessem a estranha fuga e os encontrassem aqui. E o Terminal funcionaria como alvo e, ao mesmo tempo, serviria como armadilha contra seus inimigos.

– E então – Katsura completou. – Com a proximidade deles, seriam atingidos pela explosão da Terra.

– E certamente os enjilianos têm alguma forma de sair da Terra antes desse plano acontecer. – Yamazaki argumentou. – Ao que tudo indica, o terminal clandestino deve ter também essa finalidade.

– Então vamos descobrir o que está acontecendo aqui. – Kondo falou, seguindo Yamazaki e os outros. – Quanto antes resolvermos isso, melhor.

– Não tão rápido, vira-latas! – uma voz disse, enquanto o grande Terminal desativado e corroído pelo tempo se acendia.

– Você...? – Katsura desembainhou a katana já no intuito de se defender.


*


Enquanto os outros grupos já se moviam, o último grupo se aproximava da entrada do suntuoso palácio que antes pertencia ao antigo shogunato Tokugawa. O Comandante do Shinsengumi ia à frente, bastante concentrado em seu objetivo e revendo o passo a passo de seu plano, diante do plano recém-descoberto de uso do Terminal desativado.

Sua prioridade agora era o resgate do antigo shogun, o que poderia acarretar a queda de Kasler.

Desembainhou a katana ao ver os homens de branco do Mimawarigumi. Os outros que estavam logo atrás repetiram o mesmo gesto. E tanto o Gintoki do passado como o do futuro também estavam preparados para a batalha iminente, empunhando as espadas de madeira.

O grupo formado por homens do Shinsengumi, do Joui e do Kiheitai, liderados por Shinpachi, logo partiram ao ataque. Parecia que os homens do Mimawarigumi e os soldados Amantos não eram páreo para eles, que conseguiram facilmente transpor a barreira e adentrar o grande palácio. Graças à ajuda dos dois albinos, não foi muito difícil encontrar o local onde estava aprisionado Tokugawa Shige Shige, que, para surpresa geral, não estava em uma prisão, como imaginavam.

– Ei! Tá de brincadeira, né? – o Gintoki mais jovem questionou. – Isso é mesmo uma prisão?

O questionamento do Yorozuya do passado era pertinente, pois em vez de um calabouço, o shogun deposto – que os anos a mais não comprometeram tanto sua aparência – estava era em uma grande suíte, com uma decoração bastante suntuosa.

Após o resgate bem-sucedido de Tokugawa, que fora deixado aos cuidados de alguns homens do Shinsengumi, o Comandante Shimura e o Gintoki de sua linha de tempo seguiram rumo à sala principal, onde estaria Kasler, deixando o outro Gintoki para trás.

– Espera aí! – o Yorozuya disse. – E eu, o que faço?

– Escolte o shogun, Gin-san. – Shinpachi respondeu.

– O… O SHOGUN?? Peraí, eu vou ter que escoltar ele?

Não houve resposta. Ou melhor, o fato de ser deixado para trás já foi uma resposta. Ele teria realmente que escoltar o shogun.

Percebeu que seu alter-ego corria bem à frente, bastante afoito. Se ele se conhecia bem, aquilo era atitude de quem estava completamente disposto a uma vingança. E, a julgar pelo o que vivenciara desde que chegara àquela época, já imaginava perfeitamente o que sua contraparte do futuro queria vingar.

Não era preciso telepatia para saber, apenas tentar se imaginar vinte anos mais velho.

E estava completamente desconfiado de tamanha facilidade no resgate do shogun.

Aí tinha treta.


*


Corriam o mais rápido que podiam naquele momento. Gintoki corria vários metros à frente de Shinpachi, que não entendia a razão de todo aquele ímpeto do albino vestindo a farda preta do Shinsengumi como anos atrás.

Parecia sentir em seu amigo de longa data uma aura de fúria e ódio bastante forte. O que teria acontecido a Gintoki durante os dez anos como o carrasco a serviço de Kasler?

Certamente não era necessário ser nenhum adivinho para saber, mesmo por alto, as razões para isso. Bastava conhecê-lo razoavelmente bem.

Enquanto corria, Gintoki se deixava consumir pelo ódio por aquele enjiliano que o humilhara por longos e malditos dez anos, que preferia esquecer. Porém, à medida que se aproximava de seu alvo, flashbacks antes bloqueados pipocavam por sua memória. Na verdade, surgiam como respingos de sangue. Respingos tanto do seu sangue como do sangue de inocentes que matara durante esse tempo.

Preferia mil vezes que esses dez anos a serviço de Kasler continuassem como um vácuo em sua memória. Eram memórias que, por mais que quisesse pará-las, elas não paravam de aparecer na sua cara.

Agora se lembrava perfeitamente dos Amantos o cercando na guerra, enquanto mandava Ginmaru – então com oito anos de idade – correr para o Distrito Kabuki, dizendo que era para proteger a Yorozuya. Na verdade, era apenas para que Ginmaru não visse o que estava na iminência de acontecer, pois sabia que não daria conta de derrotar tantos sem sair ileso de lá... Ou sair vivo. Em todo caso, acabou imerso na inconsciência.

Porém, saíra vivo dali de forma inexplicável. Acordara em uma espécie de laboratório – isso vinha de suas memórias até então bloqueadas – rodeado por Amantos azuis, os enjilianos. Perto da sua cabeça, ao alcance de seus olhos, estava Kasler.

Maldito Kasler!


[Flashback ON!]

– Você...? – murmurou enquanto voltava pouco a pouco de sua inconsciência.

– Você é resistente, Sakata-san. – Kasler lhe disse. – Justifica o famoso nome de “Shiroyasha”. O lendário “Demônio Branco” seria uma excelente aquisição para o Governo Central.

– Mas nem sonhando eu vou ser um soldado seu! Eu ainda não esqueci o que você me fez!

Gintoki tentou se soltar de qualquer maneira, mas estava totalmente preso. Contorceu-se e urrou como uma besta selvagem, a fim de se libertar daquele pesadelo no qual estava. Porém, tudo fora em vão. O albino foi sedado como um animal qualquer. Porém, antes de mergulhar de vez nas trevas de sua inconsciência, ouviu a voz do Lorde Kasler dizer:

– Relaxe, meu caro Demônio Branco... Assim que seu monstro interior for liberado, você estará livre para dar de beber à sua katana quanto sangue você quiser.

[Flashback OFF!]


Hoje era o dia em que Kasler morreria por suas mãos! Usaria o sangue daquele alien sujo para limpar o sangue inocente de suas mãos!

Porém, após derrotarem os adversários que protegiam aquela sala principal, Gintoki e Shinpachi conseguiram entrar, porém tudo ali estava vazio. O que estava acontecendo ali? Por que tudo estava fácil demais no palácio?

O rádio comunicador do Comandante Shimura começou a chiar, até que ouviu a voz de um Yamazaki bastante assustado:

– Shimura-san...! Venha logo ao antigo Terminal, Kasler está aqui!


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