Encantador E Secreto escrita por Miyuki Hime


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.
Recomendo ler os asteriscos primeiro.
Boa leitura. *-*



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— Esse jogo já está chato. – Disse Amil* jogando a cabeça para trás mostrando tédio.

— Também acho. – Concordei colocando o controle do vídeo game no chão.

— Vamos fazer outra coisa. – Disse o menino de pele e cabelo branco ao meu lado. Seu cabelo é assim desde que nasceu. A explicação dada pelos médicos é de que ele nasceu com um problema raro na melanina.

— Tipo o quê? – Me desencostei do sofá e o olhei.

— Não sei. Uma coisa que nunca fazemos. Uma coisa nova. – Ele fitava o teto.

— E assim eu repito: Tipo o quê?

— Sei lá, Noah**... Que tal verdade ou desafio?

— Verdade ou desafio??

— É. Não tem ninguém aqui. Seus pais só vão chegar lá pelas 23:00. – Ele me fitou com seus olhos violetas***.

— Eu sei...mas o que iríamos perguntar? Você já sabe tudo sobre mim.

— Existe algumas coisas que eu ainda não sei sobre você, sem falar que também tem os desafios.

— Não gosto de pagar mico.

— Não vou pegar pesado.

— Será?

— Sou seu melhor amigo. Você tem que acreditar em mim.

— É por você ser meu melhor amigo que eu não acredito em você.

— É justo... mas vamos jogar ou não?

— Por mim tudo bem, mas nada de pegar pesado.

— Combinado.

— Vai precisar de garrafa? – Me endireitei no tapete para ficar de frente para ele.

— Não. Cada um faz uma pergunta de uma vez, mas tem que fazer pergunta séria. – Ele dizia enquanto também se endireitava para ficar de frente para mim.

— Tudo bem. Quem começa?

— Pode ser eu. Verdade ou desafio?

— Verdade.

Seus olhos se estreitaram ao pensar na pergunta. Já comecei a me arrepender de ter aceitado jogar isso.

— É verdade que você não ficou com a Letícia na festa do Pedro?

Ele realmente ainda tinha duvidas disso? Ele ficou comigo a festa toda, como eu teria chance de ficar com alguém escondido?

— Claro que não. Você sabe disso.

— Só para ter certeza. Sua vez.

— Deixa eu ver... – Revirei a cabeça a procura de uma pergunta.

— É verdade que você é a fim da Letícia?

— Não. Você também sabe disso.

— Na verdade não. Desde o dia que esse boato surgiu você já me perguntou quinhentas vezes se eu fiquei com ela ou não.

— Só por curiosidade. Verdade ou desafio?

— Verdade.

— Você queria ter ficado com ela?

— Lá vem você de novo. Não. Eu não queria. Você sabe que ela não é o meu tipo.

Ele sorriu o que me deixou desconfortável.

— Verdade ou desafio? – Perguntei.

— Verdade.

— É verdade que você já pegou a irmã da Donsell?

— Sim. Eu sempre te falo a verdade, cara. – Ele admitiu.

— Será mesmo?

—É claro que sim. Mas então, verdade ou desafio?

Pensei um pouco, mas escolhi verdade novamente.

— Não vale só verdade, mas tudo bem. – Ele parou para pensar. – Você já quis saber como é beijar um cara?

.

.

.

Mas o que foi isso?! Dá onde ele tirou esse pergunta?! Um menino não quer saber dessas coisas de outros meninos a não ser que o cara seja estilo “Bambi”. Um pensamento terrível passou pela minha cabeça o que me fez corar. Nossa! Eu estava corando por causa de um garoto???

— O que você quer dizer com isso? – Perguntei obviamente confuso.

— Exatamente o que a pergunta diz. – Ele também pareceu envergonhado.

Levei um tempo para processar o que iria dizer. Eu não queria mentir, mas falar a verdade não era uma boa opção aos meus olhos... Espera. Esse é o Amil, meu melhor amigo, ele não vai sair espalhando nada por aí.

— Sim. Mas porque ta perguntando isso? Você é gay, cara? – Fui direto.

— É você que quer beijar menino e eu é que sou gay? – Seu rosto incrivelmente branco assumiu um tom avermelhado. Ele estava corando???

— É você que quer saber se eu quero beijar meninos! – Falei alto, mas sem gritar.

— Qualquer um pode te perguntar isso! – Ele retrucou no mesmo tom de voz.

— Ninguém pergunta isso!

— Mas o fato é: você quer beijar meninos?

— Eu não!

— Então por que disse que queria?

— Eu disse que tinha curiosidade!

— Dá no mesmo.

— Esquece isso. É minha vez de perguntar. O que você escolhe?

— Verdade de novo.

— Te faço a mesma pergunta. Você sente curiosidade em beijar meninos?

Ele rapidamente corou. Que coisa mais “biba”.

— Eu... Sim! – Ele disparou.

Entrei em choque.

— Amil... Amil... Você é gay,cara? Fala sério! – Eu estava literalmente em choque. Como ele era gay e eu nunca percebi? Ele sempre falou só de meninas. Como eu iria saber?

— Não é sua hora de perguntar.

Aí cara, ele não discordou. Ele era mesmo estilo Bambi... Meu pensamento terrível se provava verdade... espera... se ele perguntava toda hora se eu tinha ficado com a Letícia e na verdade ele não gostava dela isso queria dizer que o ciúme dele na verdade era de mim?! O meu melhor amigo queria... não quero nem pensar na palavra. Um sentimento de desespero me percorreu. Será que ele ia me atacar??... Não. Isso já é demais, afinal, só porque ele gosta de sabe... outras coisas, não quer dizer que ele não seja mais o Amil de sempre. E para falar a verdade ele é beeem bonito, não ia ser tão ruim. Corei violentamente. O que eu estava pensando?

— Cara. Se ta legal?... Noah?

Só aí que percebi como eu deveria estar. Como minha pele era muito branca quando eu sentia vergonha ou raiva meu rosto ficava muito vermelho. Do jeito que eu estava embaraçado agora provavelmente eu deveria parecer estar passando mal.

— Eu to legal. – Respondi sem olha-lo.

— Noah. O que foi? – Senti algo em minha testa. Assim que levantei a cabeça para ver o que era percebi o quão perto ele estava. Seu rosto estava a centímetro do meu e ele estava se apoiando só com as canelas e a mão esquerda no chão, a direita estava um minuto antes em minha testa. Me afastei colocando os braços para trás ao sustentar o corpo. Não consegui responder.

— Noah? – Ele se aproximou mais. Agora seus dois braços estavam um de cada lado do meu corpo e eu conseguia sentir sua respiração em meu rosto.

— O que voc...

Não consegui terminar assim que percebi que seus olhos já não estavam mas nos meus, agora a atenção deles era inteiramente para os meus lábios. Tentei me afastar já temendo o que viria a seguir, mas antes que eu pudesse fazer isso ele já tinha tomado meus lábios. Eu tinha quase certeza de que não queria beijar um garoto, principalmente se esse garoto fosse o Amil, mas por alguma razão que eu desconhecia eu não conseguia me afastar, eu não queria me afastar, levei um tempo para corresponder ao beijo, mas acabei desistindo assim que seus lábios se separaram e sua língua pediu passagem. Que se dane a heterossexualidade! Só o imitei e fechei os olhos. Seus lábios eram macios e quentes assim como tudo em sua boca. Ficamos assim por minutos que mais pareciam horas. Em um determinado tempo que eu não me lembrava mais quanto que foi, a posição em que eu me encontrava começou a incomodar o que me fez deitar no tapete. Amil não desgrudou de mim por um segundo nesse intervalo, pelo contrário, assim que alcancei o chão ele colou mais ainda seu corpo no meu. Amil tinha os dois braços um de cada lado da minha cabeça enquanto eu tinha minhas duas em mãos uma de cada lado de sua cintura. Tudo se encaixava: o tempo que durava cada beijo, cada movimento, cada gesto. Esse era de todas as formas o melhor beijo que eu já tinha recebido, não que meu histórico seja grande. Continuamos nisso por incontáveis minutos e só parávamos para respirar até que ele se afastou ficando literalmente “de 4” em cima de mim. Assim que ele me olhou nos olhos me veio todas as imagens do que tínhamos feito. Rapidamente cobri os olhos com os braços. Senti que ele tinha saído de cima de mim. Arrisquei olha-lo, eu estava certo. Amil estava sentado a minha frente fitando o chão. Será que eu tinha feito alguma coisa errada? Bem, se tinha alguém errado com certeza não era eu, era ele que tinha dado em cima de mim e foi ele que me beijou sem perguntar se podia, mas para minha surpresa eu não me sentia desconfortável com o que tinha ocorrido, na verdade era totalmente o oposto agora eu estava sentindo uma vontade enorme de avançar em seus lábios mais uma vez e aproveitar tudo aquilo de novo. Ficamos quase que uns cinco minutos assim até eu resolver dizer alguma coisa muito inteligente para não dizer o contrário:

— A culpa foi sua.

— Culpa? – Ele levantou a cabeça sem me olhar nos olhos.

— É. Se não tivesse me agarrado não estaria arrependido. Eu não tive nada a ver com isso.

— Eu não disse que estou arrependido.

Senti um alívio estranho com isso.

— Então porque está assim?

— Eu estou confuso. – Ele finalmente me olhou nos olhos o que me deixou sem graça.

— Confuso com o quê? Quem tem que ficar confuso sou eu.

— Eu acabei de descobrir que eu gosto de você.

— Então você não sabia que era gay?

— Eu não sou gay.

— Não foi o que pareceu.

— Eu não sabia que gostava de você. Pensei que fosse só curiosidade, mas acabei de descobrir que com certeza não é só curiosidade.

— Por quê?

Ele corou junto comigo.

— O que eu senti só beijando você eu nunca senti com uma garota já no máximo do máximo .

— Você nunca chegou ao máximo com uma garota.

— Mas já cheguei perto.

— Não muito.

— Mesmo assim, você é um menino e mesmo assim...

— Bem, vamos calcular tudo. Você me beijou por que algum tipo de atração você tem por mim, certo?

— É. – Ele concordou.

— O beijo foi muito bom, certo?

— Foi.

— Ninguém aqui vai comentar o acontecido, certo?

— Certo.

— Então que se dane, pensamos em tudo depois.

E assim eu fui até ele, tomei seus lábios e o derrubei no chão. E tudo se repetiu,e se repetiu e se repetiu, e se repetiu maravilhosamente.


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Notas finais do capítulo

*Amil se pronuncia Ãmil.
**Para quem não sabe. Características de Noah:
Pele branca, olhos verdes e cabelo castanho claro.
***Existe realmente olhos violetas. É como um azul claro bem forte.
Só para avisar: O Noah é o filho da Sáfira e do Patrick de Frágil E Amável e o Amil é o filho da Hallery com o Thiago em Simples E Invisível.
Espero que tenham gostado.:>