Cap 21. Olhos.

Acordei com dor nas costas e suando, eu me lembrava da luta perfeitamente, lembrava o que tinha acontecido, e nesse momento eu não devia estar vivo,  mas agradeço aos céus por estar vivo e em uma confortável................Cama? Quando dei por mim percebi que estava dentro de uma casa, meu quarto era grande, tinha uma lareira em minha frente e pendurado ao seu lado havia um grande mapa do continente, tudo parecia limbo e bem cuidado, porem dava-se a perceber por sua estrutura que a casa era antiga, olhei para os lados procurando alguma pista sobre onde estava, ou como havia parado lá, porem quando virei só vi outra cama, onde estava deitado Yami, dormindo pacificamente com Night em cima de seu corpo. Dei risada dá situação, mas não me deixei levar, ainda estava num lugar desconhecido, então abri a porta do meu quarto e sai, do lado de fora havia um grande corredor que ligava a outros quartos e uma escada que levava a um andar de baixo, pensei em procurar um pouco mais dentro na casa, porem o cheiro de comida me chamou primeiro, e quando desci dei de cara com uma das visões que tinha nos meus sonhos mais “felizes”, Erika estava cozinhando com um avental branco com roupas extremamente curtas, porem quando me viu reagiu de uma maneira totalmente estranha para Erika:

- Olhe por mais 1 segundo para minha perna e essa coisa ereta nas suas calças vai virar o tempero dos seus ovos.

Virei meu rosto rapidamente, percebi que não era Erika, era sua outra personalidade, Victoria, mas por que tinham mudado de lugar? E por que ela em são consciência estaria cozinhando ovos?!?!

- Não se acostuma não, quando a Erika “dormiu” eu assumi o lugar, e de tanto ela pedir pra mim eu carreguei vocês até nossa antiga casa,  Fenrir me ajudou, agradeça a ela depois também.

- Obrigado a vocês duas, achei que dá próxima vê que te visse que teria que lutar, mas ainda bem que eu estava enganado.

Por um segundo podia jurar que vi ela corando, acho que ela era uma “garota” no final das contas, mesmo que tenha me perfurado com uma espada, acho que ela devia ter seus motivos.

- Vai querer comer? Meu lanche não é tão bom quanto o dá Erika mas pelo menos você não morre de fome.- Falou me esticando a frigideira mostrando os ovos.

- Claro, e quanto aos outros? Acha que eles vão acordar quando?

- Bem, Rika não acorda até amanhã, mas acho que os outros dois acordam até o final da tarde, sinceramente nem sei como estamos vivos.

Comemos calmamente na sala de jantar, foi bem silencioso, não esperava menos, mas havia muitas coisas que eu tinha que perguntar, então quando terminamos de comer eu a encarei e comecei o interrogatório.

- Bem, se importa se eu te perguntar algumas coisas? Só coisas que eu acho bom eu saber agora que vai haver um maníaco querendo nos matar a qualquer momento.

- Claro, pode começar.

- Primeiro, como você conheceu Vincent? Duvido que tenha sido em um restaurante familiar 5 estrelas.

- Você é um esper? A primeira vez que eu o vi foi exatamente assim! Eu e minha família fomos jantar, e ele veio nos pedir dinheiro na porta do restaurante antes de entrarmos, obviamente recusamos, mas depois de 5 dias, quando eu e Erika voltamos para casa depois de termos comprado a comida pro jantar vimos um homem de cabelos vermelhos em frente a esta mesma casa, que no momento estava pegando fogo, então depois de chorarmos horas e horas Vincent apareceu e nos fez uma proposta de vingança, e nos mandou para a academia para te conhecer e te matar. Nós aceitamos te matar tão facilmente por que nós a principio achávamos que tinha sido você que tinha feito isso, Erika disse que não, que você ainda era da nossa idade na época e que nunca poderia ter feito algo assim, mas eu fui mais cabeça dura e me impus a tudo que ela dizia, mas desde que você me “venceu”  eu dificilmente posso acreditar que foi você que fez aquilo.

Acho que os poderes de esper dela estavam passando para mim misteriosamente, mas ainda não entendia o por que dele estar atrás de mim a tanto tempo, talvez pela arvore? Não sei, mas só sei que eles era perigoso, e pior, agora ele não queria só a mim morto, queria a todos nós. Então, movi para a segunda pergunta.

- Segundo, você sabe o por que ele nos quer morto? Duvido que mesmo depois do discurso do Yami e dele ter atacado a todos você não acha que ele vai querer a matar todos nós.

- Não sei, e duvido que ele tenha todos os detalhes também, afinal, ele não é o “chefe” dessa brincadeira. Uma vez eu o ouvi conversar com outro homem, um pouco mais velho eu acho, Vincent fala com ele como se estivesse com medo, não cheguei a ouvir o nome dele, mas senti sua força, ele mataria Vincent num estralar de dedos.

Agora sim estava com medo, se alguém tão forte existisse eu nunca conseguiria realizar meu objetivo de ir morar com Raze, ou melhor, nem estaria vivo.

Ficamos quietos por um tempo, até que eu decidi ir para o lado de fora e respirar um pouco, aquele era um belo lugar, Erika e Victoria devem ter feito tudo o que podiam para reformá-lo,  haviam alguns animais pequenos ao redor, mas nada demais, então deitei na grama e olhei para o céu, relembrando das palavras de Victoria, não sobre Vincent, ou sobre o “chefe”, mas sim sobre suas palavras sobre o homem de cabelos vermelhos, não lhe fiz a pergunta que eu queria naquele momento por puro medo, pois eu acho que saia quem era, minha pergunta seria:

                                “Qual era cor dos olhos dele?”

Sei que deve ser difícil de entender, mas cabelos vermelhos já são muito incomuns, eu e Raze com cabelos ruivos somos parte de uma grande minoria, porem, o que me deixava ainda mais isolado eram maus olhos, eu tinha olhos azuis, isso antigamente não era incomum, porem hoje em dia é muito. E a única pessoa que eu conseguia me lembrar que tinha cabelos completamente vermelhos e olhos azuis já havia morrido a tempos, e eu que o tinha matado.