Anteriormente em My Dark Side:

–Ei, ei, ei. - eu olhei-o - Não vou deixar mais ninguém te magoar, Loirinha.
–Estou tão cansada. - sussurrei e ele pegou-me ao colo, deitando-me na cama e tapando-me.
Senti os meus olhos pesarem e lutarem para ficarem abertos.
–Dorme. - sussurrou ele, ao meu ouvido - Tudo fica melhor de manhã.
Senti um beijo na minha testa e depois só escuridão.

Atualmente em My Dark Side:

~dia seguinte~

Depois da terrível noite passada, acordei bastante tarde. Vesti-me, comi algo e preparei-me para sair, até que o meu telemóvel tocou.
–Alô.- saudei.
–Oi, Cassie. - saudou de volta, Caroline.
–Como está a tia Lizz? - perguntei preocupada.
–Bem, graças a ti. - respondeu ela.
–Fiz o que fariam por mim. - disse e olhei-me ao espelho.
–Estive com a Elena e ela foi um pouco obcecada. Ela direcionou as suas emoções para a raiva. - explicou Car.
–Raiva de quê e como assim obcecada? - perguntei confusa.
–Raiva de Katherine. - respondeu a loira - E parece-me capaz de tudo para pôr as mãos nela. Já falaste com ela?
–Não, mas parece-me uma boa altura para o fazer. - respondi, preocupada - Tenho de desligar. Beijo.
–Beijo, Cass. - despediu-se e eu desliguei.
Sai da mansão e dirigi-me ao meu carro, que finalmente alguém tinha trazido para aqui. Dirigi até ao Grill. Vi Elena com Rebecka e aproximei-me, ainda sem ser notada.
–Sei que tivemos o nosso momento "Thelma e Louise" quando eu estava sem humanidade, mas deixa-me esclarecer... Não somos amigas. - explicou Lena a Becka.
Elena foi retirar a seta do alvo, então aproximei-me.
–E nós as duas? - perguntei, fazendo Lena olhar-me assim como Becka- Ainda somos amigas? Tudo o que disseste quando estavas sem humanidade, é como te sentes mesmo?
–Cassie, eu não quero reviver o passado. - disse ela e foi para lançar a seta novamente.
–E quando tu disseste: "tu és um mostro que precisa de um pingente para se controlar"? - perguntei, relembrando- Era a sério?
–Se esperas um pedido de desculpa, não irás ter um. - respondeu ela, olhando-me - Não me posso deixar sentir mal porque se me sentir mal, sentirei tudo e... todos nós vimos como lido bem com isso.
Rebecka olhou-me triste, enquanto Elena lançou uma seta e então a luz apagou-se. Comecei a olhar à minha volta. Eu juntei-me a Matt, que me encontrou vagueando pelo bar. Rebecka e Caroline seguiram-nos para a rua, onde estava um grande vento.
–Não há mesmo energia! - exclamou Matt.
–Vou ligar para o Stefan e Damon , talvez saibam de algo. - disse eu e liguei.
Eles sabiam e não é bom.

~minutos mais tarde~

Pov. Elena

Eu e Cassie fomos nos encontrar com os Salvatore, no sitio que é o centro do triangulo de expressão. Ela tinha ido mais cedo que nós, chegou primeiro então já tinha entrado.
–É melhor nos separar-mos. Damon e eu procuramos aqui fora, enquanto que tu e a Cassie procuram lá dentro. - disse eu para Stefan.
–Certo. - concordou ele.
–Avisem se encontrarem algo. - pediu Stef.
E então ele foi, e eu puxei Damon para perto de mim.
–Onde está a Katherine? - perguntei esperançosa.
–Percebi, se um irmão não diz, pergunta-se ao outro. - disse ele, irónico.
É a Katherine que eu quero, quero mata-la.

Pov. Cassie

Não encontrei a Bonnie em lado nenhum, de todas as salas que já procurei.
–Aí estás tu. - disse alguém e voltei-me vendo Stefan, então suspirei aliviada- Tiveste sorte?
–Procurei em toda a escola. Ela devia estar aqui. - respondi confusa.
Pareceu-me que Stefan ouviu um barulho, pois apontou a lanterna, rapidamente, para trás de mim e eu voltei-me para também olhar.
–O que foi? - perguntei assustada.
Ele seguiu na frente e eu segui atrás, cautelosa. Abrimos a porta do que parecia uma dispensa. Entramos, enquanto caminhamos lado a lado. Stefan fez sinal para que eu abrisse a porta de uma arca e eu assim fiz, mas não havia nada.
–O gelo está a derreter. - notou ele e eu fechei a porta.
–Não faz sentido nenhum. Este é o centro do triangulo. - comentei ainda mais confusa- Se ela fará o feitiço, tem de ser aqui. É onde deveriam estar!
–Na verdade, acho que estamos no lugar certo. - disse ele e apontou a lanterna para um ralo no chão, para onde ia a agua do gelo derretido- Mas no andar errado.
Eu e ele corremos até ao local certo, vendo as luzes das velas e eu conseguia sentir o grande poder. Chegamos e vimos Bon no chão, e ajoelhei-me ao pé dela.
–Bonnie. O que aconteceu? - perguntou Stef, preocupado.
–Katherine. Encontrem-na, estamos conectadas. - respondeu e eu arregalei os olhos.
–Eu posso desconectar! - exclamei e Stefan olhou-me- Vai, eu fico com a Bonnie.
Eu coloquei as mãos sobre as de Bon e comecei o feitiço para desconecta-las. Assim que terminei, ajudei-a levantar.
–Como estás? - perguntei preocupada.
–Bem, agora, obrigada. - respondeu e olhou assustada para trás de mim.
Voltei-me, assustada também ao ver o monstro desfigurado.
–Silas. - sussurrei e levei um murro em cheio, caindo no chão.
Eu desmaiei por uns segundos e quando voltei a abrir os olhos Silas já não estava lá. Eu estava mal, muito mal, o ar começava a ficar muito rareado, mas não normalmente, foi Silas. Olhei Bonnie também a tossir, mas ela levantou-se caminhando para fora.
–Bon... - sussurrei, tossindo.
Fechei os olhos, desmaiando novamente.

~minutos depois~

Senti alguém me abanar e abri os olhos, com muito esforço, vendo Damon. Tossi um pouco e ele encostou-me ao seu peito.
–Sai da minha mente. - pedi, com a voz fraca.
–Sou eu mesmo, loirinha. Não há Silas. Bonnie apanhou-o. - respondeu ele e eu sorri fraco.
Fechei os olhos novamente, mas Damon abanou-me mais fortemente, então voltei a abri-los.
–Vai ficar tudo bem. - disse Damon, sorrindo torto-Desculpa tê-lo deixado te magoar novamente...

~minutos depois~

Caminhava apoiada em Damon para sair daquele sitio, e fomos ao encontro dos outros no cemitério. Chegamos lá e vi Elena abraçada a Jeremy que me olhou. Jeremy?! Oh meu deus. Eu sentia-me tão fraca, que se me largasse de Damon caía. Jeremy aproximou-se e deixei lagrimas escorrerem na minha face. O meu primo, ou irmão como eu o vejo, puxou-me para um abraço. Eu comecei a chorar demasiado.
–Desculpa, eu deveria tê-la parado, Jer. - sussurrei, entre lagrimas.
–Eu protegi-te. - respondeu - É o que mais importa, maninha.
Abracei-o com força, que pensava que não tinha, e quando nos separamos, percebi que todos nos olhavam.
–Já me despedi dele, Cass. - insinuou Elena.
Eu sorri entre lagrimas e passei a mão na cara do meu maninho.
–Cuida-te. - disse Jeremy e eu assenti.
–Eu adoro-te. - disse eu.
–Eu também, Cassie.- retribuiu e sorriu.
Abracei-o uma ultima vez e ele beijou a minha testa.
Damon fez sinal a Stefan que me levou para o carro e assim para o Grill, sabe-se lá porquê. Sentou-me numa das cadeiras e trouxe-me um chá. Sorri agradecida e ele sentou-se à minha frente.
–Que se passa, Stefan? - perguntei, notando também a sua expressão - Tu deverias estar a celebrar, Silas está morto ou o que quer que seja...
–Não estou com disposição para... comemorar. - respondeu e eu olhei-o atenta.
Stefan aproximou-se , debruçando-se na mesa e os nossos olhares conectaram-se novamente. Ele passou a sua mão na minha face e eu sorri docemente.
–Olhar para o teu sorriso sempre me faz sentir melhor. - confessou - Tu és boa, Cassie. Não é algo que se pode ensinar. Ou tens dentro de ti ou não tens. E eu... acabei gostando disso em ti muito mais do que pensei.
A minha chávena ia caindo, mas Stefan, com os seus reflexos, apanhou-a antes de atingir o chão. Peguei-a de volta e sorri agradecida.
–Mas, conta-me... o que te está a deixar assim? - perguntei, desviando o assunto.
–Havia alguém que achei que veria hoje... - respondeu triste- Eu não vi. Só isso.
–É melhor que seja eu. - avisou alguém e olhei para trás de Stef, assim como ele.
–Só podem estar a brincar... - sussurrou ele sorrindo.
Ele levantou-se e abraçou-a, eu tenho quase a certeza que aquela é a Lexi. Sorri largamente, vendo-o feliz. Ele merece.
–Obrigada. - agradeceu Lexi, falando comigo - Por tomares conta dele.
Eu sorri docemente e assenti. Eles saíram e depois entrou Caroline sorrindo para mim...

Pov. Stefan

–Ela bateu-te na cara? - perguntou Lexi, rindo.
–Sim. - respondi sorrindo.
–Quem diria... - sussurrou ela.
–Voltas-te à 5 minutos e já te estás a rir de mim? - perguntei, brincando.
–Não, sempre estive rindo de ti. - respondeu, rindo - Só que não me conseguias ver.
–Sabes o quanto sinto a tua falta? - perguntei, sincero.
–Acredita. Eu sei. - respondeu Lexi e entrelaçou o seu braço com o meu- Embora tenha percebido que fui mais que substituída por outra loira.
Lexi começou a olhar-me significativamente.
–Porque estás a olhar-me assim? - perguntei, curioso.
–Ela é bonita, querida... - respondeu e sorriu.
–Não comeces. - pedi , rindo baixo.
–Eu ouvi, Stefan. Não preciso de dizer mais nada. - disse séria e olhamo-nos significativamente - Ela não é uma gémea da tua ex. Tu apaixonas-te mais do que uma vez. Não tem mal nenhum nisso, Stef.

Pov. Cassie

Estou já na mansão, sentada ao lado das meninas na sala. Senti algo no peito, um grande poder e então uma grande dor, o que me fez ajoelhar-me no chão.
–Cassie, o que foi? - gritavam - Que se passa?
Caroline esfregava as suas mãos nas minhas costas, assim como Elena. Eu gritei, baixo, de dor, não física, é estranha. Gritei um pouco mais alto e algumas coisas partiram-se. Assim que a dor se foi embora, respirei fundo, pois estava ofegante.
–Cas, que foi? - perguntou Elena.
–Está tudo bem? - perguntou Car.
Não, nada estava bem. Eu senti algo relacionado com morte. A morte. Mas não pretendo partilhar com ninguém.
–Estou bem, já passou, não foi nada. - respondi, respirando fundo.

~dia seguinte~

–Quero beber também. - pedi a Lexi sorridente.
–Tu és menor, menina! - exclamou rindo.
Ri também, enquanto Stefan nos observava a dançar, sentado no sofá, e abanava a cabeça ao som da musica.
Damon apareceu na sala e olhou-nos.
–Damon! Ajuda-me a celebrar a minha 17ª formatura. - pediu Stef.
–É a minha primeira. - disse eu, aproximando-me dos irmãos e deixando Lexi a dançar.
–Claro que te lembras da minha amiga Lexi. - disse Stefan, apontando para ela.
–Lexi! Voltas-te dos mortos. Que bom. - disse Dam irónico.

Percebi uma tensãozinha, e observei todos atenta. Lexi na sua velocidade vampírica, empurrou Damon contra a parede e apertou-lhe o pescoço.
Aproximei-me deles e pousei uma mão no ombro de Lexi.
–Ei, sei que ele às vezes merece, mas ele salvou-me a vida ontem, então... - expliquei, sorrindo docemente.
–Só me estou a divertir, Cassie. Não te preocupes. - disse ela e eu recuei -Como estás, estraga prazeres?
–Alguém! - exclamou Damon, olhando-nos: eu e Stefan - Vão ficar aí enquanto ela executa a vingança fantasma?
–Vingança? - perguntei confusa.
–Tu escolhes o que plantas, irmão. - disse Stefan.
Eu aproximei-me de Lexi e Damon, novamente. Caroline, entrou pela mansão e olhou tudo confusa.
–A Bonnie está com problemas, com o véu. - explicou ela.

Ignorei, pois queria saber daquela historia.
–Eu perguntei que vingança? - repeti.
–Oh, Damon matou-me. - respondeu Lexi, largando-o e voltando para perto de Stefan.
–E estão a dar uma festinha! - exclamou Dam, enquanto eu o olhava de boca aberta.
–Tens razão. Sou egoísta. Não deveria estar a festejar com a minha ex-melhor-amiga-morta. - respondeu Stefan- Eu deveria sacrificar a minha felicidade pelo bem dos outros, certo?
Não me deixaram beber, então eu estou lucida e sóbria. Ao contrario de Stefan.
–Estás bêbado? - perguntou Damon.
–Não sei, estou mãe? - perguntou Stefan, irónico.
–Ok, o que se passa aqui? - perguntou Car.
–A celebrar a formatura. - respondeu Stefan.
Damon retirou a garrafa da sua mão e olhou-me.
–Pensei que pudesses cuidar destes dois, enganei-me! - exclamou ele irónico, para mim.
–Pensei que não fosses capaz de matar a melhor amiga do teu irmão, enganei-me. - respondi, também irónica e todos me olharam.
Damon olhou-me e eu baixei a cabeça. O silêncio durou alguns segundos, parecendo uma eternidade.

–Se calhar devias ter ficado na Califórnia!- exclamou o Damon.

–Para não dar trabalho?! -gritei eu, irritando-me - Mas Damon, eu não te pedi nada! Eu não te pedi ajuda, ou para me salvares!
–Vais pedir ao Stefan , ou à barbie? - disse ele, irónico como sempre, o que já me começava a irritar.
A barbie e o Stefan olharam-nos , assim como Lexi, de olhos levemente arregalados.

–A ninguém! Eu consigo safar-me disto tudo sozinha! - disse eu , talvez tentando convencer-me mais a mim mesma do que a ele.

–CHEGA! Por favor, calem-se os dois. Já não vos posso aturar. A nenhum dos dois!- exclamou mais alto do que devia a Caroline, enquanto os outros nos olhavam.

–Sabes que mais (?) Calhava bem que sentisses saudades de casa ... - começou o Damon a reclamar.

–Mas não! - disse eu , dando enfase à palavra não - O lar é onde fica o coração. E eu não mais nada que me prenda lá.

–Uau, estou impressionado, afinal tens coração? - perguntou o Damon, fazendo uma grande cara de admiração.

– Isso devia eu te perguntar, Damon. - contra-ataquei eu, mesmo muito irritada - Afinal não és tu o vampiro que mata sem piedade?- o moreno olhou-me sem nenhuma expressão e o Stefan avisou:

–Cassie... - eu ignorei-o e continuei a falar para Damon:

– Tens um coração ? - ele ía a responder mas eu acrescentei -Mas é claro que tens, de repente esqueci-me... Que amas a namorada do teu irmão.

Excedi-me, eu sei que sim, mas ele estava a pedi-las. Eu vi a cara dos dois vampiros irmãos, a olharem um para o outro e depois pararam o olhar diretamente em mim. E eu só pensava: o que eu fiz? E com este pensamento, eu apenas me dirigi ao meu quarto.

Pov. Stefan

Lexi e Caroline foram dar uma volta e deixaram-nos sozinhos. Vi nos olhos do meu irmão que Cassie o tinha magoado e mesmo eu estando um pouco bêbado e Elena ser minha namorada, não me deixo de preocupar com ele.
–Damon? Como... - perguntava eu, mas fui interrompido por ele.

–Nem te atrevas a fazer essa pergunta STEFAN! - gritou Damon.

–Ela não fez por mal! - exclamei eu, a tentar defendê-la .
Porque eu sei que a Cassie não queria de todo falar ao Damon sobre o amor dele pela Elena. Pelo menos não daquela maneira.

–Nunca é por mal , certo? - perguntou Damon e subiu as escadas , então resolvi deixa-lo sozinho.

Porque essa dor ele conhecia. Estava familiarizado com ela, era quase uma amiga.

Pov. Cassie

Peguei na mala, desci passando por Stefan e sai da mansão. Dirigi-me ao cemitério, pois tinha combinado de me encontrar com eles e encontrei Jeremy, Elena e um outro homem. Caminhei até eles.

–Oi. - saudei.
–Prima. - saudou Jeremy e puxou-me para sentar ao seu lado.
–Como estão as coisas? - perguntou Elena.
–Vão indo. - respondi sorrindo, então olhei para o homem.
–Oh, este é Alaric. Alaric, esta é a Cassie. - apresentou Jeremy.
Ele sorriu, parecendo me conhecer e apertamos a mão. Eu já tinha ouvido falar muito dele, está ... morto.
–Ouvi falar muito de ti. - disse ela e eu assenti.
–E eu de si. - retribui e então Alaric estendeu-me um hambúrguer.
Sorri agradecida e mordi. A conversa começou muito animada e rimos muito, como se fossemos familia. Vi Elena sorrir e sorri por isso. Que saudades disto. O telemóvel dela tocou.
–É do Grill, deve ser o Matt. - disse e eu tirei-lhe o telemóvel da mão.
–Eu atendo, aproveita, prima! - exclamei rindo para todos.
Afastei-me um pouco, ainda os ouvindo rir e atendi.
–Oi, Matt! - exclamei animada.
–Olá, Elena. - saudou uma voz, diferente da de Matt.
Eu afastei-me mais um pouco, tentando com que Elena não ouvisse. Estavam a rir-se, então não ouvirão.
–É o teu amigo morto, Connor. - disse o homem e eu arregalei os olhos - Lembraste de mim?
Eu lembro-me e tenho a certeza que Elena também se lembra. Ele raptou-me para atrair os meus amigos, vampiros e para os matar. Elena matou-o e ficou com a maldição do caçador, com alucinações, quase se matou. Jeremy tornou-se caçador para a livrar da maldição.
–Queremos Silas e a cura. - continuou a falar.
–Não sei onde estão, então, acho que não vou poder ajudar. - respondi, afastando-me mais.
–Mas, tu não és a Elena. - acusou e eu respirei fundo - És a loirinha, bruxa, certo? Conheço essa voz.
–Nenhum de nós sabe onde está, então, lamento. - repeti nervosa.
–Está muita gente aqui, Cassie. Então ou me dão o que quero ou eles morrem. - ameaçou.
Quando me voltei, Elena estava à minha frente e tinha ouvido tudo, assim como Alaric e Jeremy.
–Por favor, não magoes ninguém. Vou encontrar o Silas e pegar a cura. - pedi suplicante.
–Ótimo. Combinado. - concordou e eu suspirei, desligando.
Alaric fizera sinal, durante a chamada e fora ao Grill. Ele conseguiu "parar" Connor, se bem que ele está morto, então é um pouco difícil de matar um morto. Elena voltou para casa, e eu estou a ir com Jeremy, mais tarde. Entramos na mansão e vimos Elena e Stefan.
–Estamos distraindo os caçadores, mas Damon ainda está a morrer! - exclamou ela e eu arregalei os olhos levemente.
–Que está a acontecer? - perguntei alarmada e olharam-me.
–Damon foi injetado com veneno de lobisomem. - explicou ela.
–Não, não, não, não... - sussurrei repetidamente - Onde ele está?!
–A distrair o caçador da ilha. - respondeu Stefan, olhando-me e entendendo.
Damon não pode morrer, eu fui horrível para ele, fui talvez injusta e não o posso deixar morrer. Damon não me deixou morrer e eu vou fazer o mesmo por ele.
–Cassie, Elena. - chamou Jeremy e nós voltamo-nos.
Ele tinha dois chapéus de formatura na mão.
–Têm de ir à vossa formatura. - disse ele.
–Formatura? Não. - respondeu Elena.
–Não sem ti, Jer. - completei e ele sorriu.
–Eu faço companhia à Lexi. - avisou e aproximou-se - A familia Gilbert ia vos matar se soubessem que não havia uma foto vossa com esta roupa.
Nós olhamo-nos e sorrimos, com lagrimas nos olhos. Aproximamo-nos de Jeremy e pegamos os chapéus. Fomos ao andar de cima, vestir a roupa vermelha e descemos juntos: eu, Elena e Stefan. Então, dirigimos para a escola.
–Estamos aqui! - exclamei, caminhando com Elena e Stef para perto dos nossos amigos.
Fui até Bonnie e abracei-a com força, sentindo algo estranho. Como na outra noite, aquela dor mas muito menor.
–Obrigada Bon. - agradeci sincera.
Formamos uma pequena roda.
–Não acredito. - confessou Caroline- Estamos todos aqui de verdade. Estamos aqui juntos! Bonnie Bennett, estás a chorar?!
Todos olhamos para ela, que sorriu entre lagrimas.
–Vossa ultima festa antes de irem para a faculdade. - explicou ela.
–Antes de irmos para a faculdade. - corrigi, e olhamo-nos.
–Eu meio que perdi os prazos... - confessou Elena - Sendo uma vadia..
–As vantagens de ser vampiro... Podemos ir onde quisermos. - disse Caroline- Escolher as nossas colegas de quarto.. Podemos ter um quarto para as quatro!
Todos rimos e eu olhei para Bonnie que ainda chorava, então larguei lagrimas também.
–Estou feliz por estarmos aqui! - exclamou Bonnie, agarrando as nossas mãos.
–Abraço em grupo! - exclamou Caroline, sorridente, apertando-nos.
–Não. Eu não abraço. - disse Stefan sorrindo.
–Supera. - gozei e rimos, abraçando-mos.

~minutos mais tarde~

Todos nos colocamos em fila, para recebermos os diplomas. O pai de Bonnie iniciou o discurso de formatura. E começou a chamar os alunos.

–Sem favoritismos, mas estou realmente orgulhoso da próxima formanda. Minha linda filha, Bonnie Bennett. - chamou o seu pai e batemos palmas.
Ela subiu ao palco, pegou o diploma e abraçou o pai. O pai de Bonnie continuou a chamar mais e mais pessoas. Foi Matt, Caroline, Elena, Stefan , eu e todos sorriamos e agradecíamos. Todos fomos nos dirigindo para trás das bancadas, menos Bonnie que desapareceu. Caroline está a ligar para Klaus.
–Meu deus, Damon está a morrer e Klaus não atende! - exclamei, sentindo-me pessimamente.
O meu telemóvel começou a tocar e peguei-o, atendendo.
–Alô.
–É o Alaric. - disse.
–Ah, certo. Está tudo bem? - perguntei preocupada.
–O Damon não se aguenta por muito mais tempo. - disse, também preocupado.
Stefan, Caroline e Elena aproximaram-se pois deviam estar a ouvir.
–E a cura? - perguntei alarmada.
–Ele não quer aquela cura, Cassie. - respondeu Alaric - Quer dá-la a Elena.
Eu passei as mãos nos cabelos loiros, desesperada.
–Damon não pode morrer. Não pode, Alaric. - disse eu, baixo.
Todos os meus amigos começaram a sentir uma dor de cabeça, gritando, e eu voltei-me, vendo o bando de bruxas que Caroline matou.
–Cassie, está tudo bem? - ouvi Alaric perguntar do outro lado do telemóvel.
Deixei-o cair no chão.
–Lembram-se de nós, loirinhas? - perguntou a mulher.
Um chapéu de formatura passou ao meu lado, sem me atingir e cortou a cabeça à bruxa.
–Tem muitos mais desses por aí. Quem é o próximo? Posso fazer isto o dia todo. - disse alguém com um sotaque.
Eu olhei para o dono da voz: Klaus, que sorria. Eu sorri aliviada.

~à noite~

Tomei um duche, vesti o pijama e sentei-me na cama. Cansei-me de olhar a parede, então levantei-me. Caminhei pelo corredor da mansão, em direção ao quarto do vampiro.
–Posso? - perguntei e Damon olhou-me.
–Sim, loirinha. - respondeu e eu obedeci.
–Estás a sentir-te melhor? - perguntei preocupada.
–Estou. - respondeu.

–Então estás totalmente curado? - perguntei aproximando-me.
–Novinho em folha. - respondeu e eu sorri.
–Que bom. - disse eu.
Damon sorriu torto e eu dei-lhe um estalo, fazendo-o virar a cara.
–Au! - exclamou, olhando-me incrédulo - Para que foi isto?!
–Por não quereres tomar a cura. - respondi e ele passou a mão na cara- Que é feito do vampiro forte, Damon? Foi só um estalo.

Ele riu ironicamente e eu também. Instalou-se um silencio.

Pov. Autora

–Posso dizer uma coisa?- perguntou a Cassie, esperando a permissão, do vampiro que magoou no dia antes, para poder falar.

–Quantas palavras loirinha?- perguntou o Damon, perguntando-se o porquê de ela estar ali, preocupada com ele.

–Duas palavras gigantescas.- declarou Cassie, enquanto se dirigia para mais perto de Damon.

–Ok, diz. - permitiu Damon, a fala da menina de olhos azuis , virando-se para ela. E agora frente-a-frente, Cassie pediu:

–Sinto muito.
Damon sabia do que ela falava.

Pov. Cassie

Ele ficou a olhar para a lareira, acesa e eu voltei-me e comecei a caminhar na direção da saída.
–Eu queria me desculpar, também. - ouvi ele dizer, então voltei-me e olhei-o.
–Ótimo. - disse eu, cruzando os braços.
–Deixa-me acabar. - pediu e então olhou-me- Eu disse que queria mas percebi que não lamento, Cassie.
Eu suspirei ironicamente.

–Tu preferias morrer a ser humano. - acusei, aproximando-me - E esperas que assinta e diga que concordo?
–Só disse que não lamento. - corrigiu e eu olhei-o - Mas tu sabes o que realmente sou, loirinha? Egoísta. Porque fiz más escolhas que te magoaram a ti e a outras pessoas. Sim, eu preferiria morrer a ser humano. Preferiria morrer do que passar os meus últimos anos a lembrar-me de como era bom e como eu era feliz! Porque eu sou assim, Cassie. E eu não vou mudar!! E não existem desculpas no mundo que englobem todas razões de eu não ser alguém certo para estar na tua vida! Porque tu és boa! A coisa que eu mais odeio em ti é que tu me fazes querer te proteger de tudo!
Eu olhava-o atonita, com tudo o que ele tinha dito. Aproximei-me lentamente, até estar ao seu lado. Voltei-me para ele, e Damon olhou-me nos olhos.
–E eu não lamento o facto de haver algum tipo de sentimento entre nós, Cassie!- exclamou - Mas eu preciso que saibas, mais do que ninguém, que eu não vou mudar! E preciso que admitas que existe algo...
Os nossos narizes quase se tocam e quase que respiramos o mesmo ar.
–Olha-me nos olhos e diz-me que não sentes nada por mim. Se disseres isso, eu te deixo em paz. Para sempre. Faço com que tenhas uma vida humana feliz porque tu mereces. - pediu ele.
Eu queria negar, dizer que eu não sento absolutamente nada por ele, mas eu simplesmente não consigo. Porque essa não é a verdade. E eu não conseguia olhar nos seus olhos, e mentir.
–Eu sinto... - sussurrei, engolindo em seco.
Damon afastou o meu cabelo e tocou no fecho do meu colar e abriu retirando-o do meu pescoço. Olhei-o confusa e desconfiada.
–Que estás a fazer? - perguntei confusa.
Ele pousou as mãos, uma de cada lado, na minha cara e olhou-me nos olhos. Lembrei-me que o colar, com o pingente, também tinha verbena.
–Damon...não, não... - sussurrei, tentando afastar-me.

–Shh... - pediu, acalmando-me e olhou diretamente nos meus olhos - Quero que vás feliz para a faculdade, que cometas loucuras, tudo o que uma pessoa como tu deve fazer, Cassie. Então vou tornar isto mais fácil: quero que esqueças tudo o que disse. Só te vais lembrar de que me pediste desculpa e ficámos bem.
Fiquei atordoada e recuei uns passos. Mas que aconteceu?! Olhei para a frente e não vi ninguém, olhei à volta e percebi que estava no quarto do Damon. O quê?? Coloquei a mão no peito, involuntariamente e senti o pingente, então suspirei aliviada. Resolvi esquecer aquilo, então fui para o meu quarto dormir.