Os instantes que se seguiram, foram ainda mais estranhos. O carro adentrou uma enorme mansão com aspecto assustador, parecendo abandonada. Robert olhou pelo retrovisor e, pela segunda vez naquele dia, rezou. O homem que dirigia o carro fez um sinal e o mandou sair. Obediente, Langdon saiu arrastando sua pequena mala e observando o aspecto do local onde estava. Notou que a casa era cercada de árvores de vários tamanhos, além de arbustos e muitas flores. Apesar do aparente abandono, a casa era claramente ocupada, pois estava cercada de homens armados. Será que estou no berço da máfia? Pensou Langdon. Um homem armado o conduziu até a entrada da casa e deu algumas batidas na porta. Ainda assustado, Robert abraçava a mala contra o peito e olhava constantemente para o seu relógio de pulso. Quando a porta se abriu, mal acreditou no que vira. A casa era extremamente grande e estava completamente vazia. Não havia nada, a não ser um sofá pequeno e algumas caixas espalhadas no chão. O sangue de Robert gelou, mas ele lembrou-se que estava ali por causa de Sophie, portanto, precisava acha-la imediatamente. Revestindo-se de coragem, virara para um dos homens.
–Por favor, poderia me dizer onde estou?
–Vai saber logo...- O homem o empurrou para dentro e fechou a porta. Langdon se viu parado no meio de uma sala vazia e escura. Olhou para todos os lados, mas tudo que conseguia ver, era a sombra de uma das caixas refletindo no assoalho velho. Distraído, mal notara que alguém o observava das sombras. Sophie abrira um enorme sorriso ao vê-lo. Sabia que teria muito que explicar, mas estava feliz por ele está ali. Devagar, ela se aproximou pelas suas costas e tocou levemente seu ombro.
–Robert?
–O que?- Robert virou bruscamente e bateu-se de frente com Sophie. Sua primeira reação foi olhá-la de cima a baixo, perscrutando o seu olhar. Ficou tão surpreso em vê-la, que acabou largando a mala no chão.
–Desculpe, não quis assustá-lo.
– Sophie...?
–Sim, sou eu, querido.
–Mas o que você está fazendo aqui? Porque está no meio do nada?
–Acalme-se, vou lhe responder a todas essas perguntas. Mas antes, vamos comer alguma coisa. Imagino que esteja cansado e queira tomar um banho. Sophie puxou Robert pela mão e o guiou até outra parte da casa. Robert a observava com atenção. Ela estava tão linda, tão radiante. Mas porque ele não estava feliz em vê-la? Talvez fosse o susto, pensara. Se deixando conduzir por Sophie, Langdon ainda tentava compreender o porquê de tudo aquilo. Você pode entrar ai e tomar um banho. Vou mandar preparar um quarto para você.
–Sophie, espera um pouco.
–Langon...
–Não quero tomar banho algum. Não quero absolutamente nada, a não ser uma coisa.- Langdon parou diante dela e a encarou.- Porque estou aqui?
–Já disse que irei te explicar tudo.
–Quero saber agora, Sophie.
–Robert, eu...- Uma sombra esguia aproximou-se de Sophie e ela estremeceu.
–Senhora, algum problema?
–Não, pode ir...
–Devo preparar o quarto?
–Sim...agora vá.
–Sophie, quem são esses homens? O que eles fazem aqui? Porque você está no Brasil?
–Robert, lembrasse do segredo?
–Como poderia me esquecer?
–Ele está em perigo...
–Perigo? Que tipo de perigo?
–Esse é o motivo pelo qual você está aqui... Não fazemos a mínima ideia, por isso precisamos da sua ajuda.
–Precisamos?
–Eu e o segredo....
Robert franziu o cenho, intrigado. Olhou para Sophie e depois para a casa. Nada parecia normal, absolutamente nada.
–Segredo?
–Sim, o segredo que estou tentando, desesperadamente, proteger.
–Sophie, eu...
–Eu estou esperando um filho, Robert....